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Exercício de Recuperação <strong>3º</strong> série EM prof. Elizete Literatura<br />
Elizete-Lit-TrabRec-3ªsérie<br />
1. Leia o poema a seguir.<br />
ARANHA DE ÁGUA<br />
Prendeu o corpo<br />
ao silêncio. Saltou.<br />
A aranha erra,<br />
às vezes,<br />
o alvo que sonhou.<br />
Todo se desfia.<br />
Mais que planta de prédio, era fria.<br />
Com mais patas que alma.<br />
E dedos de vento, seus fios.<br />
Com calma se arma de morte.<br />
Aranha escapa de si<br />
Por um fio.<br />
De cada desafio alimenta-se.<br />
Mas sua alma calculada<br />
É toda aérea.<br />
Ela, chuva no vidro<br />
E líquidas suas ligas.<br />
Águas lhe dão garras à vida.<br />
GUIMARAES, Edmar. Caderno. Poesia. Goiânia: Kelps, 2005. p. 37.<br />
Pode-se verificar no poema a interferência da forma narrativa no gênero lírico. Dos efeitos<br />
poéticos construídos no texto, o que indica mais eficazmente essa interferência é:<br />
a) a mudança de tempo e ação na 1ª estrofe.<br />
b) o verso livre e a pontuação regular.<br />
c) a visão das coisas sob um ponto de vista afastado.<br />
d) a unidade de espaço fragmentado na visão do poeta.<br />
2. Na frase: "Não se esqueça de levar o som, pois churrasco sem música é<br />
entediante", em relação ao termo "som" é correto dizer que ocorre:<br />
a) metáfora<br />
b) metonímia<br />
c) Perífrase<br />
d) Silepse<br />
3. Que figura de linguagem aparece em :<br />
“Quando a indesejada das gentes chegar/ (Não sei se dura ou caroável),/ talvez eu tenha<br />
medo, /Talvez sorria e diga :/ Alô, iniludível”<br />
a) eufemismo<br />
b) metonímia<br />
c) catacrese<br />
d) pleonasmo<br />
4. Leia o texto abaixo.
O martírio do artista<br />
Augusto dos Anjos<br />
Arte ingrata! E conquanto, em desalento,<br />
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,<br />
Busca exteriorizar o pensamento<br />
Que em suas frontais células guarda!<br />
Tarda-lhe a idéia! A inspiração lhe tarda!<br />
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,<br />
Como o soldado que rasgou a farda<br />
No desespero do último momento!<br />
Tenta chorar e os olhos sente enxutos!...<br />
É como o paralítico que, a míngua<br />
Da própria voz e na que ardente o lavra<br />
Febre de em vão falar, com os dedos brutos<br />
Para falar, puxa e repuxa a língua,<br />
E não lhe vem à boca uma palavra!<br />
“O martírio do artista” foi escrito em 1906 e integra os poemas do Eu. Nele, pode-se<br />
verificar:<br />
a) o emprego de figuras de linguagem, mediada por partícula conectiva, que pressupõe a<br />
existência de semelhanças entre idéias distintas;<br />
b) a incidência de pontos de exclamação que, se, por um lado, corrobora o martírio do<br />
artista, por outro, insinua sua alegria por ter o pensamento exteriorizado;<br />
c) o sofrimento do artista restrito apenas à folha de papel violentamente rasgada, visto que<br />
esta é a superfície sobre a qual o pensamento exteriorizar-se-á;<br />
d) o não artesanato da linguagem, mas a mera preocupação conteudística voltada para o<br />
martírio do artista.<br />
5. Leia e compare os textos seguintes.<br />
Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês<br />
passado. (...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantástico, ao hipersensível; nunca,<br />
por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de<br />
nós mesmos. No último, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele.<br />
(...) O que há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (...) Que dizer da<br />
loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem<br />
absolutamente uma impressão geral dela. (Lima Barreto. Diário do hospício)<br />
E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba.<br />
Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era<br />
aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma idéia de velho sem<br />
conseqüência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração,<br />
coisa que acontece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica<br />
loucura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... (Lima Barreto.<br />
Triste fim de Policarpo Quaresma)<br />
Assinale a alternativa correta:<br />
a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria<br />
elementos suficientes para compor sua personagem nem para refletir sobre o tema.
) Em ambos os textos, os narradores crêem que o universo e o homem estão sujeitos<br />
a uma ordem supra-sensível, misteriosa, que impede a demarcação exata da lucidez<br />
e da loucura.<br />
c) Seguindo padrões estabelecidos, a personagem Quaresma pauta-se por uma<br />
conduta racional e objetiva, comportamento esse positivista, que a leva à loucura.<br />
d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por<br />
meio de sua vida e da personagem Quaresma.<br />
6. Identifique a alternativa verdadeira em relação ao poema transcrito:<br />
A realidade e a imagem<br />
O arranha-céu sobe no ar puro lavado pela chuva<br />
E desce refletido na poça de lama do pátio.<br />
Entre a realidade e a imagem, no chão seco que as separa,<br />
Quatro pombas passeiam.<br />
(Manuel Bandeira)<br />
a) A exatidão numérica denota a racionalidade de Manuel Bandeira, o “poeta engenheiro”.<br />
b) A musicalidade do poema citado é obtida com a presença de rimas e regularidade<br />
métrica, características da totalidade da poesia de Manuel Bandeira.<br />
c) O contraste entre a pureza e a impureza, no poema, revela o olhar abrangente do<br />
poeta, sempre atento à vida em suas mais variadas manifestações.<br />
d) Manuel Bandeira condena a tecnologia, que prejudica a harmonia da vida bucólica das<br />
cidades do interior do Brasil.<br />
7. Oswald de Andrade, para sistematizar os princípios da corrente Pau-Brasil, do nosso<br />
Modernismo:<br />
a) Aproveitou-se exclusivamente das idéias dadaístas.<br />
b) Aproveitou-se de aspectos para as quais Pero vaz de Caminha chama atenção em sua<br />
Carta sobre o descobrimento do Brasil.<br />
c) Aproveitou-se das sugestões temáticas que se depreendem das sátiras de Gregório de<br />
Matos Guerra.<br />
d) Valeu-se de princípios da tradição poética parnasiana.<br />
8. No período de 1909 a 1924, foram publicados, na Europa, diversos manifestos para<br />
apresentar propostas dos movimentos de vanguarda. O esforço de reflexão sobre a<br />
realidade brasileira, associado ao conhecimento de idéias desses movimentos,<br />
motivou a realização da Semana de Arte Moderna no Brasil.<br />
Os movimentos de vanguarda do início do século XX representaram uma:<br />
a) consolidação das formas realistas de arte.<br />
b) negação do valor da originalidade, através da sustentação de elementos da cultura<br />
burguesa do século XIX.<br />
c) censura autoritária a qualquer expressão artística.<br />
d) ruptura com a tradição, trazendo mudanças nos modos de representação da realidade.<br />
9. Leia o texto abaixo para responder à questão.<br />
Pronominais<br />
Dê-me um cigarro<br />
Diz a gramática<br />
Do professor e do aluno<br />
E do mulato sabido<br />
Mas o bom negro e o bom branco<br />
Da Nação Brasileira<br />
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada<br />
Me dá um cigarro<br />
(Oswald de Andrade)<br />
Observando os características e o teor geral do texto, é correto afirmar que:<br />
a) O Modernismo pretendeu reformular a gramática, apesar dos protestos dos<br />
conservadores.<br />
b) Protestar contra a gramática, considerando-a supérflua e difícil, foi a única atuação<br />
“modernista” do autor.<br />
c) O modo de falar do negro é menos correto do que o branco, por razões culturais.<br />
d) A valorização do falar coloquial foi uma das propostas do Modernismo.<br />
10. Leia o trecho da "Carta para icamiabas", de Macunaíma, de Mário de Andrade para<br />
responder à pergunta.<br />
"As donas de São Paulo, sobre serem mui formosas e sábias, não se contentam<br />
com os dons e excelência que a Natura lhes concedeu; assaz se preocupam elas de<br />
si mesmas (...). Assim é que chamaram mestras da velha Europa, e sobretudo de<br />
França, e com elas aprenderam a passarem o tempo de maneira bem diversa da<br />
vossa. Ora se alimpam, e gastam horas nesse delicado mester, orar encantam os<br />
convívios teatrais da sociedade, ora não fazem coisa alguma; e nesses trabalhos<br />
passam elas o dia tão entretecidas e af<strong>ano</strong>sas que, em chegando a noute, mal lhes<br />
sobra vagar pra brincarem e presto se entregam nos braços de Orfeu, como se diz."<br />
No trecho transcrito, Macunaíma revela sua:<br />
a) percepção dos comportamentos fúteis e artificiais das mulheres paulistanas.<br />
b) rejeição ao comportamento elegante e refinado das mulheres da cidade.<br />
c) análise crítica em relação à cultura exibicionista da rica burguesia paulistana.<br />
d) habilidade e perspicácia em decodificar rapidamente os códigos que regem a<br />
sociedade burguesa paulistana.<br />
11. O trecho abaixo, escrito pelo historiador francês Renan e escolhido por Lima Barreto<br />
como epígrafe para introduzir sua obra Triste fim de Policarpo Quaresma, comenta o<br />
confronto entre o ideal e o real:<br />
“O grande inconveniente da vida real e o que a torna insuportável ao homem superior é<br />
que, se transportamos para ela os princípios do ideal, as qualidades passam a ser<br />
defeitos, de tal modo que, na maioria das vezes, o homem íntegro não consegue se sair<br />
tão bem quanto aquele que tem por estímulo o egoísmo ou a rotina vulgar.”<br />
Considerando a epígrafe citada, como pode ser analisada a trajetória de Policarpo<br />
Quaresma?<br />
12. A obra Os sertões constitui-se em três partes: ‘A terra’, ‘O homem’, A luta’. Por que<br />
se pode afirmar que a própria estrutura da obra revela uma concepção naturalista?<br />
13. Leia o texto abaixo de Augusto dos Anjos.<br />
Psicologia de um vencido<br />
Eu, filho do carbono e do amoníaco,<br />
Monstro de escuridão e rutilância,<br />
Sofro deste a epigêneses da infância,<br />
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundíssimamente hipocondríaco,<br />
Este ambiente me causa repugnância...<br />
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia<br />
Que se escapa da boca de um cardíaco.<br />
Já o verme – este operário das ruínas –<br />
Que o sangue podre das carnificinas<br />
Come, e à vida em geral declara guerra,<br />
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,<br />
E há de deixar-me apenas os cabelos,<br />
Na frialdade inorgânica da terra!<br />
Desde a primeira palavra – Vês?! – o poema estabelece um diálogo inquietante com o<br />
leitor. Observe, na primeira estrofe, as duas significações possíveis do adjetivo<br />
formidável, que qualifica enterro de tua última quimera. Além de gigantesco, colossal, o<br />
vocabulário também tem o sentido de admirável, excelente.<br />
a) Qual das significações da palavra formidável imprime um sentido irônico aos versos?<br />
Por que?<br />
b) Há uma contradição entre os dois versos iniciais e os dois versos finais da estrofe:<br />
enquanto nos versos iniciais afirma-se que ninguém assistiu ao enterro da última<br />
quimera, nos versos finais menciona-se a presença de uma companheira: a Ingratidão.<br />
Por que essa contradição reforça a ironia já percebida? Justifique sua resposta.<br />
14. Leia os textos abaixo.<br />
Texto I<br />
No meio da natureza brasílica, tão rica de formas e cores, onde os ipês floridos derramam<br />
feitiços no ambiente e a infolhescência dos cedros, às primeiras chuvas de setembro, abre<br />
a dança dos tangarás; onde há abelhas de sol, esmeraldas vivas, cigarras, sabiás, luz, cor,<br />
perfume, vida dionísica em escachôo permanentes, o caboclo é o sombrio urupê de pau<br />
podre a modorrar silencioso no recesso das grotas.<br />
Só ele não fala, não canta, não ri, não ama.<br />
Só ele, no meio de tanta vida, não vive...<br />
(Urupês - Monteiro Lobato)<br />
Texto II<br />
Tristeza do Jeca<br />
Nestes versos tão singelos<br />
Minha bela, meu amor<br />
Pra mecê quero contar<br />
Meu sofrer e a minha dor<br />
Eu sou como o sabiá<br />
Quando canta, é só tristeza<br />
Desde o galho onde ele está<br />
Nesta viola,<br />
Eu canto e gemo de verdade<br />
Cada toada representa uma saudade<br />
Eu nasci naquela serra<br />
Num ranchinho beira-chão<br />
Tudo cheio de buraco<br />
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada<br />
Lá no mato, a passarada<br />
Principia o barulhão<br />
Nesta viola<br />
Eu canto e gemo de verdade<br />
Cada toada representa uma saudade<br />
Lá no mato, tudo é triste<br />
Desde o jeito de falar<br />
Pois o Jeca, quando canta<br />
Tem vontade de chorar<br />
Não tem um que cante alegre<br />
Tudo vive padecendo<br />
Cantando pra aliviar<br />
Nesta viola, eu canto e gemo de verdade<br />
Cada toada representa uma saudade<br />
Vou parar com a viola<br />
Já não posso mais cantar<br />
Quando risco a viola<br />
Dá vontade de chorar<br />
E o choro que vai saindo<br />
Devagar vai se sumindo<br />
Como as águas vão pro mar<br />
Nesta viola...<br />
(Angelino Oliveira)<br />
Identifique quais são as semelhanças ou diferenças temáticas e estéticas entre os<br />
textos I e II.<br />
15. Leia atentamente o poema de Manuel Bandeira para responder às questões:<br />
Teresa, se algum sujeito bancar o<br />
sentimental em cima de você<br />
E te jurar uma paixão do tamanho de um<br />
bonde<br />
Se ele chorar<br />
Se ele ajoelhar<br />
Se ele se rasgar todo<br />
Não acredite não Teresa<br />
É lágrima de cinema<br />
É tapeação<br />
Mentira<br />
CAI FORA<br />
No texto, qual a visão apresentada da relação homem/mulher que o eu lírico apresenta? No<br />
que a mesma se difere da visão apresentada pelos românticos?<br />
16. No livro Pau-Brasil, em que Oswald de Andrade pôs em prática algumas propostas<br />
do manifesto do mesmo nome, recuperam-se alguns momentos de nossa época<br />
colonial, em poemas muito sintéticos como este:<br />
medo da senhora<br />
A escrava pegou a filhinha nascida
Nas costas<br />
E se atirou no Paraíba<br />
Para que a criança não fosse judiada<br />
a) Valendo-se do seu conhecimento de História do Brasil, explique a razão da atitude da<br />
escrava.<br />
b) Faça um comentário reconhecendo no texto as marcas do autor Oswald de Andrade.<br />
17. O Movimento Antropófago propõe a mobilidade cultural advinda da mobilidade do<br />
pensamento e dos valores do homem em sociedade. Deve-se entender não a<br />
aversão à cultura estrangeira, mas a dialética de conjunção das raízes nacionais à<br />
cultura européia.<br />
Por que podemos afirmar que a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, é um dos<br />
melhores exemplos de antropofagia da nossa literatura?<br />
18. Leia o texto abaixo de Manuel Bandeira<br />
Desencanto<br />
Eu faço versos como quem chora<br />
De desalento... de desencanto...<br />
Fecha o meu livro, se por agora<br />
Não tens motivo nenhum de pranto.<br />
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...<br />
Tristeza esparsa... remorso vão...<br />
Dói-me nas veias. Amargo e quente,<br />
Cai, gota a gota, do coração.<br />
E neste versos de angústia rouca<br />
Assim dos lábios a vida corre,<br />
Deixando um acre sabor na boca.<br />
-Eu faço versos como quem morre.<br />
Considerando os versos de Manuel Bandeira, redija um texto identificando que tipo de texto<br />
o cronista deseja escrever.<br />
19. Nossa visão de mundo está formada a partir da cultura que assimilamos. Isso<br />
determina o “filtro” através do qual enxergamos e analisamos a novidade, o<br />
desconhecido. Que “filtro” seria esse no caso do seguinte trecho da carta de<br />
Caminha? Explique.<br />
E por isso, se alguém vier, não deixe logo de vir clérigo para batizar, porque já então<br />
terão mais conhecimento de nossa fé, pelos dois degredados que aqui entre eles ficam, os<br />
quais hoje também comungaram ambos.<br />
20. Reflita sobre o texto abaixo transcrito do volume Poesia jovem <strong>ano</strong>s 70, da Coleção<br />
Literatura Comentada, sob a rubrica:
De como os poetas jovens atravessaram e relataram aqueles negros verdes <strong>ano</strong>s<br />
70 e de como contemplaram,<br />
Então, a perigosa experiência da Poesia.<br />
a) O texto faz parte de uma antologia dedicada a ilustrar a poesia jovem dos <strong>ano</strong>s 70.<br />
Você classificaria esse texto como literário? Justifique sua resposta.<br />
b) Há várias formas de ler a mensagem desse texto. Explicite-as analisando os recursos<br />
utilizados pelo autor.