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o desafio da implantação do sistema e-sus hospitalar na rede ... - SBIS

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Hospital Federal <strong>da</strong> Lagoa 222<br />

Hospital Federal <strong>do</strong>s Servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> 502<br />

Total 1774<br />

Fonte: Ca<strong>da</strong>stro Nacio<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s Estabelecimentos de Saúde – CNES 1<br />

Esses hospitais são considera<strong>do</strong>s de média e alta complexi<strong>da</strong>de, sen<strong>do</strong> responsáveis<br />

por atendimentos de <strong>do</strong>enças crônicas, cirurgias de grande porte – inclusive transplantes, e<br />

tratamentos continua<strong>do</strong>s, como os oncológicos. As uni<strong>da</strong>des HFA, HFB e HFCF possuem<br />

atendimento de emergência.<br />

De mo<strong>do</strong> a unificar a gestão, ten<strong>do</strong> como meta a excelência no atendimento, o<br />

Ministério <strong>da</strong> Saúde firmou um acor<strong>do</strong> com um grupo de hospitais priva<strong>do</strong>s considera<strong>do</strong>s de<br />

excelência: Hospital <strong>do</strong> Coração (HCOR), Hospital Albert Einstein, Hospital Alemão<br />

Oswal<strong>do</strong> Cruz, Hospital Sírio e Libanês e Hospital Samaritano - estes em São Paulo, e<br />

Hospital Moinhos de Vento, no Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />

Dessa parceria surgiu o Projeto de Reestruturação e Qualificação <strong>da</strong> Rede Hospitalar<br />

Federal no Rio de Janeiro (2009), que tem como objetivo principal, como o próprio nome<br />

sugere, uma reorganização <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federais <strong>hospitalar</strong>es <strong>do</strong> MS. Esse projeto, que está<br />

inseri<strong>do</strong> no PAC (Programa de Aceleração <strong>do</strong> Crescimento) <strong>da</strong> Saúde conta com investimento<br />

de R$ 400 milhões 2 , que serão aplica<strong>da</strong>s em diversas áreas. Um <strong>do</strong>s focos, indiscutivelmente,<br />

será a melhoria <strong>da</strong> gestão, ten<strong>do</strong> como pilares a modernização <strong>da</strong> logística, o controle <strong>do</strong>s<br />

custos, a recomposição <strong>da</strong> força de trabalho – inclusive com remuneração adequa<strong>da</strong> – e a<br />

informatização <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des.<br />

Até a criação <strong>do</strong> Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) em 2006, ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de<br />

trabalhava de maneira isola<strong>da</strong>, dispon<strong>do</strong> de <strong>sistema</strong>s de informação precários. A partir <strong>da</strong>í, o<br />

DGH estabeleceu que o <strong>sistema</strong> Klinikos 3 fosse o oficial em to<strong>da</strong>s as seis uni<strong>da</strong>des. Esse<br />

<strong>sistema</strong> abrangia e integrava “to<strong>do</strong>s os níveis <strong>da</strong> assistência, envolven<strong>do</strong> o aspecto clínico,<br />

operacio<strong>na</strong>l, administrativo e gerencial, desde a atenção básica, atendimento ambulatorial<br />

especializa<strong>do</strong>, atendimento de emergência e <strong>hospitalar</strong> até a regulação de recursos”.<br />

Após uma determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> TCU, que exigia a retira<strong>da</strong> imediata <strong>do</strong> Klinikos, O<br />

Ministério <strong>da</strong> Saúde optou por instalar o <strong>sistema</strong> próprio – HOSPUB - nos hospitais <strong>da</strong> Rede<br />

Federal. O HOSPUB possui os principais módulos <strong>hospitalar</strong>es, a saber: administração,<br />

ambulatório, centro cirúrgico, emergência, fi<strong>na</strong>nceiro, inter<strong>na</strong>ção, ambulatório, recursos<br />

humanos, entre outros. Contu<strong>do</strong>, ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de utilizou-se <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> de mo<strong>do</strong> parcial, usan<strong>do</strong><br />

ape<strong>na</strong>s os módulos que lhe eram pertinentes e crian<strong>do</strong> <strong>sistema</strong>s alter<strong>na</strong>tivos internos, em<br />

Excel e Acces, por exemplo.<br />

Depois <strong>do</strong> lançamento <strong>do</strong> já cita<strong>do</strong> Projeto de Reestruturação e Qualificação <strong>da</strong> Rede<br />

Hospitalar Federal no Rio de Janeiro, foi firma<strong>do</strong> um convênio com os seis Hospitais de<br />

Excelência, dentro <strong>do</strong> qual está previsto a transferência <strong>da</strong> tecnologia <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> TOTVS<br />

Saúde, uma solução em Gestão Hospitalar já implementa<strong>da</strong> no Hospital <strong>do</strong> Coração (HCOR),<br />

em São Paulo.<br />

O HCOR possui um Laboratório de Laboratório de Inovação em Planejamento,<br />

Gestão, Avaliação e Regulação de Políticas, Sistemas, Redes e Serviços de Saúde<br />

(LIGRESS), que tem como principal objetivo “produzir, <strong>sistema</strong>tizar e difundir conhecimento<br />

1 Fonte: http://cnes.<strong>da</strong>ta<strong>sus</strong>.gov.br/ Acesso em 28 de maio de 2012.<br />

2 Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissio<strong>na</strong>l/visualizar_texto.cfm?idtxt=30486 Acesso em 28<br />

de maio de 2012<br />

3 http://www.eco<strong>sistema</strong>s.com.br/klinikos.php


inova<strong>do</strong>r no campo <strong>da</strong>s políticas, <strong>sistema</strong>s, <strong>rede</strong>s e serviços de saúde” 4 . É através <strong>do</strong><br />

LIGRESS que o Hospital <strong>do</strong> Coração se relacio<strong>na</strong> com o Sistema único de Saúde (SUS) e<br />

atua no convênio entre Hospitais de Excelência e Ministério <strong>da</strong> Saúde.<br />

II-O início <strong>da</strong> Implementação de Sistemas de Informação <strong>na</strong>s uni<strong>da</strong>des Federais<br />

O <strong>sistema</strong> de gestão <strong>da</strong> informação cedi<strong>do</strong> pelos Hospitais de Excelência possui,<br />

principalmente, os seguintes módulos: marcação de consultas, gerenciamento de leitos, centro<br />

cirúrgico, emergência/pronto atendimento, exames laboratoriais, prescrição, enfermagem,<br />

farmácia, almoxarifa<strong>do</strong>, faturamento, evolução, enfermagem e o prontuário eletrônico <strong>do</strong><br />

paciente, o que destaca este <strong>sistema</strong> em relação aos anteriores. Além disso, há módulos de<br />

apoio, tais como higienização, rouparia e arquivo médico.<br />

O Projeto de Implementação <strong>do</strong> Sistema TOTVS Saúde, que compreende o Prontuário<br />

Eletrônico <strong>do</strong> Paciente (TOTVS PEP) e Hospital Information System (Sistema de Informação<br />

Hospitalar - TOTVS HIS), teve seu início em setembro de 2010, com o prazo inicial previsto<br />

para quinze meses.<br />

Diversos atores foram envolvi<strong>do</strong>s no processo, em uma equipe multidiscipli<strong>na</strong>r e<br />

multissetorial. Estavam envolvi<strong>do</strong>s, no Rio de Janeiro, uma equipe de gestores <strong>do</strong> DGH e uma<br />

equipe <strong>do</strong> DATASUS (Departamento de Informática <strong>do</strong> Sistema único de Saúde) Em um<br />

primeiro momento, havia um interlocutor <strong>do</strong>s Hospitais de Excelência, que corroborava sen<strong>do</strong><br />

o elo de ligação entre esses <strong>do</strong>is órgãos, e a empresa responsável pelo <strong>sistema</strong>.<br />

Depois de alguns meses, após a publicação de uma portaria, foi nomea<strong>do</strong> um gerente<br />

para o processo de implementação, sen<strong>do</strong> esse um servi<strong>do</strong>r público federal de carreira,<br />

especializa<strong>do</strong> em tecnologias de informação para a saúde. Era o início <strong>da</strong> formação <strong>da</strong> equipe<br />

de <strong>implantação</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>.<br />

A equipe definitiva, e atual, é composta de servi<strong>do</strong>res públicos e terceiriza<strong>do</strong>s,<br />

distribuí<strong>do</strong>s entre as áreas de tecnologia <strong>da</strong> informação, administração, gestão, enfermagem e<br />

medici<strong>na</strong>. Um exemplo empírico de multidiscipli<strong>na</strong>ri<strong>da</strong>de que vem <strong>da</strong><strong>do</strong> certo.<br />

III – A Experiência <strong>da</strong> Implementação<br />

Ficou decidi<strong>do</strong> que a infraestrutura <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de era condição fun<strong>da</strong>mental para que o<br />

hospital recebesse o E-SUS Hospitalar. Um grande vulto foi investi<strong>do</strong> para que as uni<strong>da</strong>des<br />

tenham a estrutura tecnológica compatível com o novo <strong>sistema</strong>. Para isso, to<strong>do</strong>s os hospitais<br />

receberam um projeto de <strong>rede</strong> sem fio (wireless), o que facilita a distribuição <strong>do</strong>s<br />

computa<strong>do</strong>res pelos consultórios e diversos setores. Além disso, novos equipamentos foram<br />

adquiri<strong>do</strong>s para as uni<strong>da</strong>des, tais como computa<strong>do</strong>res, impressoras, leitores de código de<br />

barra, entre outros. Por fim, ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de terá a sua própria sala segura, ou sala cofre, onde o<br />

banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s ficará instala<strong>do</strong> em servi<strong>do</strong>res locais.<br />

A primeira uni<strong>da</strong>de <strong>hospitalar</strong> a preencher esses requisitos foi o Hospital Federal <strong>da</strong><br />

Lagoa (HFL). A entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> nesse hospital ocorreu em novembro de 2011, sen<strong>do</strong><br />

inicialmente implementa<strong>do</strong>s os módulos relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s à farmácia, almoxarifa<strong>do</strong>, enfermagem,<br />

inter<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> paciente e prontuário eletrônico <strong>do</strong> paciente, este último em etapas, evoluin<strong>do</strong><br />

pelos setores <strong>da</strong>s inter<strong>na</strong>ções.<br />

Além <strong>da</strong> questão física, contu<strong>do</strong>, foi observa<strong>da</strong> uma série de fatores que influenciavam<br />

diretamente <strong>na</strong> utilização desse <strong>sistema</strong>.<br />

4 http://www.hcor.com.br/Filantropia/Projetos.aspx


Para que o <strong>sistema</strong> funcio<strong>na</strong>sse a<strong>da</strong>pto à reali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> público de saúde, uma<br />

série de modificações foi feita. Uma equipe específica ca<strong>da</strong>strou to<strong>do</strong>s os profissio<strong>na</strong>is no<br />

<strong>sistema</strong>, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> a eles acesso perso<strong>na</strong>liza<strong>do</strong>, relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s ao seu cargo e função ocupa<strong>do</strong>s,<br />

visan<strong>do</strong> a segurança <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s ali conti<strong>do</strong>s. Outra equipe providenciou o ca<strong>da</strong>stro de matérias<br />

e medicamentos, insumos necessários para que a uni<strong>da</strong>de possa funcio<strong>na</strong>r ple<strong>na</strong>mente. Uma<br />

terceira equipe construiu e padronizou os formulários que são preenchi<strong>do</strong>s no atendimento.<br />

Por um, uma quarta equipe cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> infraestrutura necessária para um programa desse porte.<br />

Para garantir que o <strong>sistema</strong> tivesse adesão <strong>do</strong>s profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des <strong>hospitalar</strong>es,<br />

foi estabeleci<strong>do</strong> pela Coorde<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> Equipe de Implementação que sema<strong>na</strong>lmente haveria<br />

uma reunião dentro de ca<strong>da</strong> hospital, <strong>na</strong> qual estariam presentes: os especialistas envolvi<strong>do</strong>s<br />

<strong>na</strong> implementação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>, os responsáveis pelos ca<strong>da</strong>stros, os técnicos <strong>da</strong> TOTVS<br />

(empresa desenvolve<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> e responsável técnica por sua implementação e<br />

alterações) e a Direção <strong>do</strong> hospital. Por se tratar de uma reunião que interessava à Uni<strong>da</strong>de<br />

como um to<strong>do</strong>, era faculta<strong>do</strong> aos funcionários <strong>do</strong>s setores envolvi<strong>do</strong>s participar <strong>da</strong> mesma,<br />

poden<strong>do</strong> solicitar modificações, orientações sobre o <strong>sistema</strong>, e fazer críticas ao processo. Se<br />

dúvi<strong>da</strong>, esses fóruns contribuíram para uma melhora contínua, porque traz à equipe as<br />

informações pertinentes aos usuários <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> de fato, diminuin<strong>do</strong> as especulações e<br />

permitin<strong>do</strong> a customização <strong>do</strong>s módulos ao processo de trabalho de ca<strong>da</strong> setor.<br />

A ca<strong>da</strong> sema<strong>na</strong>, uma nova reunião acontece e é acompanha<strong>da</strong> a evolução <strong>da</strong>s<br />

solicitações por parte <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de; é monitora<strong>do</strong>, também, a resistência de algum setor e o<br />

relacio<strong>na</strong>mento com a equipe terceiriza<strong>da</strong> que detém o conhecimento <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>. Desse<br />

mo<strong>do</strong>, busca-se trazer os atores para o processo, otimizan<strong>do</strong> a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> utilização <strong>do</strong><br />

<strong>sistema</strong> E-SUS e <strong>da</strong>s informações ali registra<strong>da</strong>s, tanto <strong>do</strong> paciente quanto <strong>do</strong>s setores<br />

administrativos.<br />

IV – Considerações Fi<strong>na</strong>is<br />

Qualquer mu<strong>da</strong>nça realiza<strong>da</strong> dentro de um órgão público já necessita, por essência, de<br />

um planejamento adequa<strong>do</strong> e de muita sensibili<strong>da</strong>de por parte <strong>da</strong> equipe. Em se tratan<strong>do</strong> de<br />

um <strong>sistema</strong> de informação, o qual, apesar de garantir uma melhora <strong>na</strong> gestão e <strong>na</strong> segurança<br />

<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s ali armaze<strong>na</strong><strong>do</strong>s, reflete em um maior controle <strong>do</strong>s processos e <strong>da</strong>s tarefas<br />

executa<strong>da</strong>s, a resistência <strong>do</strong> usuário se manifesta de imediato. Não foram poucas as vezes em<br />

que funcionários <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des se mostraram explicitamente contra o <strong>sistema</strong> e , por alguns<br />

momentos, niti<strong>da</strong>mente lideran<strong>do</strong> boicotes.<br />

Para que o objetivo inicial – implementar um <strong>sistema</strong> de informação em saúde<br />

adequa<strong>do</strong>, garantin<strong>do</strong> a confiabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s, a melhoria <strong>da</strong> gestão e refletin<strong>do</strong> em um<br />

atendimento de quali<strong>da</strong>de ao usuário <strong>do</strong> Sistema único de Saúde (o paciente) – fosse<br />

alcança<strong>do</strong>, foi necessário um entendimento <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> (origi<strong>na</strong>lmente concebi<strong>do</strong> para<br />

instituições priva<strong>da</strong>s) e uma longa a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s suas funcio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des para o viés público,<br />

que possui foco diferencia<strong>do</strong>. Por causa disso, diversas funcio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des tiveram de ser<br />

modifica<strong>da</strong>s, sem, contu<strong>do</strong>, alterar a lógica <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> – e a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s suas informações.<br />

Até a conclusão deste relato, em junho de 2012, três uni<strong>da</strong>des <strong>hospitalar</strong>es <strong>do</strong> Rio de<br />

Janeiro já utilizavam o <strong>sistema</strong>, sen<strong>do</strong> que a quarta uni<strong>da</strong>de tem seu início previsto para<br />

julho/2012.

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