desenvolvimento da farinha de camarão - Faculdades Assesc
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DESENVOLVIMENTO DA FARINHA DE CAMARÃO<br />
Caroline Kunzler 1<br />
Luiza Motta Klöckner 2<br />
Mônica Maciel Tratz 3<br />
Thalita Araújo Cancian 4<br />
Vilmar Turnes 5<br />
Resumo<br />
Pelo Brasil apresentar uma vasta faixa litorânea e um <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> favorável <strong>da</strong><br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pesqueira favoreceu a idéia <strong>de</strong> explorarmos os recursos <strong>da</strong> carcinicultura. A<br />
criação <strong>de</strong> camarões marinhos tem se expandido rapi<strong>da</strong>mente nos últimos 20 anos. Assim,<br />
houve o cui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> realizar uma pesquisa direciona<strong>da</strong> para o cultivo <strong>de</strong> camarões <strong>da</strong><br />
espécie Litopenaeus vannamei, conheci<strong>da</strong> popularmente por <strong>camarão</strong> branco do pacífico.<br />
Portanto, <strong>de</strong>senvolveu-se uma elaboração com o produto pesquisado, para inseri-lo na<br />
área gastronômica. Neste caso foram realizados testes e secagem do <strong>camarão</strong> e<br />
posteriormente a trituração do mesmo.<br />
A <strong>farinha</strong> do <strong>camarão</strong> aplica<strong>da</strong> na área gastronômica ain<strong>da</strong> é utiliza<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>mente,<br />
mas há muitas maneiras e elaborações <strong>de</strong> pratos que po<strong>de</strong>m ser criados e inovados com<br />
este produto.<br />
PALAVRAS CHAVE: Cultivo, pesquisa, <strong>camarão</strong>, aproveitamento, técnica,<br />
<strong>farinha</strong> e gastronomia.<br />
1. Introdução<br />
Através <strong>da</strong>s condições favoráveis <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção em cativeiro, este<br />
setor proporciona novas idéias e estudos sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, temperatura e<br />
salini<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
1 Atualmente acadêmica do curso <strong>de</strong> Bacharel em Gastronomia – Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Integra<strong>da</strong>s FASSESC<br />
2 Atualmente acadêmica do curso <strong>de</strong> Bacharel em Gastronomia – Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Integra<strong>da</strong>s FASSESC<br />
3 Forma<strong>da</strong> em Administração <strong>de</strong> Empresas pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Positivo – Curitiba em 1992<br />
Atualmente acadêmica do curso <strong>de</strong> Bacharel em Gastronomia – Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Integra<strong>da</strong>s FASSESC<br />
4 Atualmente acadêmica do curso <strong>de</strong> Bacharel em Gastronomia – Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Integra<strong>da</strong>s FASSESC<br />
5 Formado em Ciências Contábeis pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Vale do Itajaí – Biguaçú em 1995<br />
Formado em Chefe Internacional pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Vale do Itajaí – Balneário Camboriú em 2006<br />
Sendo atualmente docente <strong>da</strong>s Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s integra<strong>da</strong>s FASSESC
A idéia principal do artigo é conhecer o produto <strong>camarão</strong>, sua vi<strong>da</strong>,<br />
<strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong>, cultivo, proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e direcionamento na preparação para obter<br />
como produto final à <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> e sua utilização na área gastronômica.<br />
A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> salgar e secar o <strong>camarão</strong> observando sua reação e transformação<br />
levou ao conhecimento <strong>de</strong>ste novo produto. Fazendo surgir novas idéias e anotações que<br />
po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia para o setor <strong>da</strong> gastronomia. Sendo utilizado sozinho ou<br />
acompanhado.<br />
2. Camarão<br />
O <strong>camarão</strong> é encontrado em quase to<strong>da</strong>s as partes do mundo. Pertence à<br />
Subclasse dos Malacóstracos, <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m dos Decápo<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>ndo ser marinhos ou <strong>de</strong><br />
água doce.<br />
Algumas espécies litorâneas têm como característica escon<strong>de</strong>r-se durante o dia,<br />
saindo à noite para se alimentar. Outras vivem em águas frias e profun<strong>da</strong>s formando<br />
gran<strong>de</strong>s cardumes.<br />
Conforme a Enciclopédia Conhecer, vol 04, p. 276:<br />
“Na Antárti<strong>da</strong> é encontrado o minúsculo <strong>camarão</strong> krill,<br />
contrastando com o pitu que é encontrado em águas doces<br />
brasileiras po<strong>de</strong>ndo chegar a até 48 cm <strong>de</strong> comprimento”.<br />
“Na maioria o corpo do <strong>camarão</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> cores cinza,<br />
marrons, brancas ou rosa. Alguns são ver<strong>de</strong>s, vermelhos, azuis,<br />
listrados e po<strong>de</strong>m tomar a cor do meio ambiente e muitos são<br />
fluorescentes”.<br />
A alimentação dos pequenos camarões constitui <strong>de</strong> plâncton (que são<br />
pequeníssimos vegetais e animais <strong>da</strong> superfície <strong>da</strong>s águas), já os camarões maiores<br />
possuem uma alimentação mais varia<strong>da</strong>, extraí<strong>da</strong> do fundo do mar. Mas servem também<br />
<strong>de</strong> alimento para peixes e outros animais aquáticos.<br />
Quando perseguidos, na<strong>da</strong>m para trás, impulsionando a cau<strong>da</strong> em forma <strong>de</strong> leque.<br />
Esse movimento é proporcionado por uma série <strong>de</strong> músculos flexores, que permitem ao<br />
abdômen dobrar-se para frente.
3. Anatomia<br />
O <strong>camarão</strong> divi<strong>de</strong>-se em duas partes, cabeça e peito (cefalotórax) e barriga<br />
(abdômen). Possui um sistema digestório completo, uma abertura para a boca e uma<br />
saí<strong>da</strong> (ânus) dos alimentos. Apresentam sexos separados e reprodução sexua<strong>da</strong>.<br />
Divi<strong>de</strong>-se em:<br />
Três pares <strong>de</strong> patas para o auxílio na alimentação. Cinco pares <strong>de</strong> patas utilizados para o<br />
an<strong>da</strong>r e cinco pares <strong>de</strong> patas que facilitam a reprodução e o nado.<br />
Temos também alguns camarões que possuem duas garras no lugar <strong>de</strong> suas<br />
pernas dianteiras, cuja função é juntar comi<strong>da</strong> e como arma <strong>de</strong>fesa.<br />
Já com relação aos olhos po<strong>de</strong>m ser simples ou compostos, constituindo várias<br />
uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s visuais (omatídios) localizados em um pedúnculo que lhe proporciona<br />
mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Seu sistema respiratório possui brânquias que ficam em uma cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> protegi<strong>da</strong><br />
pela carapaça.<br />
4. A Vi<strong>da</strong><br />
A duração <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do <strong>camarão</strong> varia <strong>de</strong> espécie para espécie po<strong>de</strong>ndo chegar a<br />
até cinco anos ou mais. Algumas espécies <strong>de</strong> fêmeas carregam seus ovos em suas<br />
na<strong>da</strong><strong>de</strong>iras abdominais, até a eclosão, outras põem seus ovos e vão embora.<br />
Certos camarões vivem em covas na lama ou areia. Assim, são camarões que não na<strong>da</strong>m<br />
constantemente.<br />
Para Enciclopédia Delta Universal, vol 03, p.1625:<br />
“Um <strong>camarão</strong> recém nascido assemelha-se a uma pêra com pernas, <strong>de</strong>slocam-se para a costa, e<br />
em média 80% são <strong>de</strong>vorados, mu<strong>da</strong>m <strong>de</strong> forma mais <strong>de</strong> quinze vezes durante duas a quatro<br />
semanas até atingirem a fase adulta”.<br />
Conforme a Enciclopédia Delta Universal, vol 03, p.1625:<br />
“O <strong>camarão</strong> rosa põe seus ovos a 160 km <strong>da</strong> costa. Depois <strong>de</strong><br />
cinco a sete semanas começa uma viajem para alto mar, on<strong>de</strong> as<br />
fêmeas colocam cerca <strong>de</strong> 500 mil a um milhão <strong>de</strong> ovos.<br />
Acredita-se que elas morrem logo após a postura dos ovos”.
Ain<strong>da</strong> Delta Universal, vol 03, p.1626:<br />
“A poluição <strong>da</strong>s águas dos rios, mares e os loteamentos nas<br />
regiões <strong>de</strong> baías e foz <strong>de</strong> rios, têm causado gran<strong>de</strong> redução no<br />
nível <strong>de</strong> camarões. Assim, diminui o número <strong>de</strong> peixes que tem<br />
o <strong>camarão</strong> como alimento”.<br />
5. Tipos <strong>de</strong> Camarão<br />
5.1 Camarão <strong>de</strong> água doce<br />
O termo <strong>camarão</strong> d’água doce <strong>da</strong> família dos palemoní<strong>de</strong>os, atií<strong>de</strong>os e<br />
sergestí<strong>de</strong>os habitam águas continentais ou litorâneas <strong>de</strong> baixa salini<strong>da</strong><strong>de</strong>, também<br />
chamados no Brasil <strong>de</strong> pitu e poti, on<strong>de</strong> são conheci<strong>da</strong>s cerca <strong>de</strong> trinta espécies <strong>de</strong>ste<br />
grupo. Possui coloração avermelha<strong>da</strong> na parte inferior <strong>da</strong>s pinças, encontrado no<br />
continente europeu, on<strong>de</strong> vive nos cursos <strong>de</strong> água limpa, fundo arenoso ou cascalho<br />
miúdo. Também é conhecido pelo nome <strong>de</strong> lagosta d’água doce.<br />
5.2 Camarão <strong>da</strong> Malásia<br />
O <strong>camarão</strong> <strong>da</strong> Malásia é um <strong>camarão</strong> <strong>de</strong> água doce <strong>da</strong> família dos palemoní<strong>de</strong>os,<br />
possuidor <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor comercial. A engor<strong>da</strong> <strong>de</strong>sta espécie é realiza<strong>da</strong> em viveiros<br />
escavados em solo natural. Destacam condições <strong>de</strong> temperatura eleva<strong>da</strong> e priori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
para solo argiloso.<br />
5.3 Camarão Pistola<br />
O termo <strong>camarão</strong> pistola é uma <strong>de</strong>signação comum aos pequenos camarões<br />
marinhos, <strong>da</strong> família dos alfeí<strong>de</strong>os, encontrado usualmente entre pedras ou buracos.<br />
Recebe tal nome, pois possui um quelópo<strong>de</strong> muito <strong>de</strong>senvolvido que, ao se fechar,<br />
produz um som <strong>de</strong> estalo (som <strong>de</strong> um tiro <strong>de</strong> pistola). Também conhecido pelo nome <strong>de</strong><br />
<strong>camarão</strong> <strong>de</strong> estalo.
5.4 Camarão <strong>de</strong> sete barbas<br />
O <strong>camarão</strong> <strong>de</strong> sete barbas é um <strong>camarão</strong> marinho <strong>da</strong> família dos peneí<strong>de</strong>os,<br />
encontrado dos Estados Unidos ao sul do Brasil. Tal espécie <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> possui cerca <strong>de</strong><br />
oito centímetros e rosto com a ponta curva<strong>da</strong> para cima. Também são conheci<strong>da</strong>s pelos<br />
nomes <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> areia, <strong>camarão</strong> ferro e <strong>camarão</strong> sete barbas.<br />
5.5 Camarão limpador<br />
O termo <strong>camarão</strong> limpador é a <strong>de</strong>signação comum a diversos camarões<br />
marinhos, dos gêneros stenopus e periclemenes. Tais camarões se alimentam <strong>de</strong><br />
pequenos ectoparasitas encontrados sobre o corpo <strong>de</strong> certos peixes <strong>de</strong> recifes <strong>de</strong> coral.<br />
5.6 Camarão rosa<br />
O <strong>camarão</strong> rosa é um <strong>camarão</strong> marinho <strong>da</strong> família dos peneí<strong>de</strong>os, encontrado do<br />
leste dos Estados Unidos ao sul do Brasil. Tal espécie atinge cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>zoito<br />
centímetros e tem o corpo vermelho com pontos escuros. Também é conhecido pelos<br />
nomes <strong>de</strong> caboclo, <strong>camarão</strong> branco e vilafranca.<br />
5.7 Camarão branco do pacífico ( Litopenaeus vannamei)<br />
Esta espécie é a mais utiliza<strong>da</strong> pela produção brasileira <strong>de</strong> camarões criados em<br />
cativeiro. Sendo comercializa<strong>da</strong> como isca viva.<br />
A espécie é uma que po<strong>de</strong> ameaçar outras espécies nativas, pois os camarões em<br />
viveiros po<strong>de</strong>m causar a <strong>de</strong>struição em regiões <strong>de</strong> mangues e estuarinas.<br />
O Litopenaeus vannamei é um possível transmissor <strong>da</strong> síndrome <strong>da</strong> necrose<br />
idioática muscular (NIM) po<strong>de</strong>ndo ser prejudicial a crustáceos nativos. Além, <strong>de</strong> ser o<br />
portador do vírus <strong>da</strong> mancha branca.<br />
Entretanto, o <strong>camarão</strong> <strong>de</strong> cultivo do Brasil se consolidou como produto<br />
altamente competitivo no mercado internacional, sendo procurado por inúmeros<br />
distribuidores no mundo inteiro<br />
Segundo Marques e Lombardi (2002):<br />
“O crescimento <strong>de</strong>sta indústria camaroneira no Brasil tem sido limitado pelas leis ambientais,<br />
que exerce um rígido controle sobre a ocupação <strong>de</strong> solos nas zonas costeiras”.<br />
Conforme Associação Brasileira <strong>de</strong> Criadores <strong>de</strong> Camarão (ABCC – 2002):
“O sucesso <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o advento do <strong>camarão</strong> branco,<br />
L.vannamei, no país <strong>de</strong>ve-se: 1º a introdução <strong>de</strong> um eficiente<br />
método produtivo <strong>de</strong> melhorias na tecnologia <strong>de</strong> produção e<br />
engor<strong>da</strong>. 2º o uso <strong>de</strong> uma ração apropria<strong>da</strong> <strong>de</strong> maior quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
3º conscientização <strong>de</strong> produtores e fabricantes <strong>da</strong> importância<br />
<strong>da</strong> alimentação na criação <strong>de</strong> organismos aquáticos”.<br />
Inicialmente o estudo <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> camarões em cativeiro foi <strong>de</strong>senvolvido com<br />
a espécie <strong>de</strong> larvas Penaeus japonicus. Nesta fase do <strong>camarão</strong> cultivado no Brasil o<br />
resultado foi <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estocagem, reduzi<strong>da</strong> renovação <strong>de</strong> água e uso <strong>de</strong><br />
alimentação natural, produzi<strong>da</strong> no próprio viveiro.<br />
Depois <strong>de</strong> algum tempo verificou-se a inaptidão brasileira para a espécie<br />
Penaeus japanicus, pois não conseguiam suportar baixas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Assim, a<br />
carcinicultura brasileira <strong>de</strong>scartou esta espécie e algumas outras ao baixo resultado e<br />
incorporou o Litopenaeus vannamei nos seus estudos <strong>de</strong> reprodução apresentando<br />
melhores condições.<br />
Delta Universal, vol 03, p. 1626 relata: “O Brasil, on<strong>de</strong> o <strong>camarão</strong> é pescado<br />
intensamente, é o 2º produtor mundial <strong>de</strong> pescado. Destaca-se como maior produtor<br />
nacional o estado <strong>de</strong> Santa Catarina”.<br />
6. Primeiro teste <strong>da</strong> elaboração do <strong>camarão</strong> seco<br />
Para este primeiro teste queria ser observado o efeito <strong>da</strong> salga no <strong>camarão</strong><br />
<strong>de</strong>scascado, verificar a cor, sua consistência e apresentação.<br />
Utilizou-se nesta primeira fase:<br />
500 gr <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> limpo;<br />
750 ml <strong>de</strong> líquido (água)<br />
300 gr <strong>de</strong> sal <strong>de</strong> cozinha.<br />
Início:<br />
Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>: 1 kg sujo<br />
Tipo do <strong>camarão</strong>: <strong>camarão</strong> branco do pacífico (Litopenaeus vannamei), criação <strong>de</strong><br />
cativeiro <strong>de</strong> Laguna, adquirido no Mercado Público <strong>de</strong> Florianópolis (Pescaria do<br />
Chico)<br />
Tamanho: <strong>camarão</strong> médio
Descascado o <strong>camarão</strong> às 15h30 min – o <strong>camarão</strong> foi <strong>de</strong>scascado por duas integrantes<br />
<strong>da</strong> equipe.<br />
Final do <strong>de</strong>scascar às 15h45 min – houve a pesagem do produto;<br />
Rendimento final: 500 gramas.<br />
Início do marinado às 15h50min – surgiu à dúvi<strong>da</strong> se teria ou não a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ixar marinar. Decidiu-se optar por <strong>de</strong>ixar marinar para verificar se haveria já uma<br />
inicial redução <strong>de</strong> líquido.<br />
Final do marinado às 16h55min - <strong>de</strong>ixou-se marinar na água e sal.<br />
Início <strong>da</strong> cocção às 17h00min – todo o produto, a água e sal foram diretos para a panela<br />
em fogo brando. O produto apresentou após alguns minutos uma cama<strong>da</strong> <strong>de</strong>nsa e branca<br />
<strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal utiliza<strong>da</strong>. Durante o período que ficou na boca do<br />
fogão foi nota<strong>da</strong> a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> branca, ca<strong>da</strong> vez mais <strong>de</strong>nsa e esbranquiça<strong>da</strong>.<br />
Final <strong>da</strong> cocção às 18h00min – durante todo o processo o fogo foi mantido brando.<br />
Transferência para o forno às 18h13min – O forno foi pré-aquecido por 15 minutos à<br />
temperatura <strong>de</strong> 180ºC.<br />
1ª abertura às 18h24min - observou-se à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mexer no produto para obter<br />
uma cocção por igual.<br />
2º abertura às 18h45min - mais uma vez o produto foi mexido, e notado a rapi<strong>de</strong>z com<br />
que estava secando. A temperatura do forno esteve sempre a 180ºC.<br />
Retirado do forno às 19h00min – notou-se a coloração bem esbranquiça<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido à<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal que foi utilizado.<br />
Resultado final: Os camarões foram bem torrados e salgados, prontos para fazer a<br />
moen<strong>da</strong> e finalizar a produção <strong>da</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong>. Sua coloração apresentou-se<br />
esbranquiça<strong>da</strong> com leve tom <strong>de</strong> tostado. Seu consumo seco ficou inviável <strong>de</strong>vido a salga<br />
ter penetrado direto na carne do produto, pois foi retira<strong>da</strong> sua casca. Entretanto, o<br />
<strong>camarão</strong> foi triturado e a <strong>farinha</strong> apresentou uma aparência bonita e testou-se em alguns<br />
pratos, misturados com a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> mandioca. Assim, obtivemos uma textura e um<br />
sabor mais agradável.<br />
Rendimento final do produto já processado: 300 gramas.<br />
6.1 Segundo teste <strong>da</strong> elaboração do <strong>camarão</strong> seco<br />
Nesta segun<strong>da</strong> fase foi mantido o mesmo peso <strong>de</strong> antes, porém não foi retira<strong>da</strong> a<br />
casca do <strong>camarão</strong> e diminuiu-se a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal.
Utilizou-se:<br />
655 gramas <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> com casca;<br />
200 gramas <strong>de</strong> sal;<br />
750 ml <strong>de</strong> água.<br />
Iniciou-se com um quilo <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> com casca;<br />
Tipo do <strong>camarão</strong>: <strong>camarão</strong> branco do pacífico (Litopenaeus vannamei), adquirido no<br />
Pescados Silva.<br />
Seu tamanho era <strong>de</strong> porte médio;<br />
Retirou-se a cabeça do <strong>camarão</strong> às 17h30min – Nesta fase o trabalho foi realizado por<br />
uma integrante <strong>da</strong> equipe.<br />
A finalização ocorreu às 17h50min e o produto foi pesado.<br />
Rendimento final: 655 gramas.<br />
Desta vez optou-se por não <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> molho o <strong>camarão</strong> em água e sal. Foi inicia<strong>da</strong> à<br />
preparação direto na boca do fogão (brando), às 18h10min. Após uns 15 minutos <strong>de</strong><br />
fervura foi notado que <strong>de</strong>sta vez o <strong>camarão</strong> apresentou uma cor mais alaranja<strong>da</strong> e não<br />
formou uma crosta branca <strong>de</strong> sal na superfície do recipiente.<br />
O término <strong>da</strong> fervura ocorreu às 19h10min; o <strong>camarão</strong> apresentava cor acentua<strong>da</strong> e<br />
alaranja<strong>da</strong>;<br />
O preparo iniciou-se às 19h10min, o <strong>camarão</strong> foi retirado do fogo, lavado em água<br />
corrente, escorrido e colocado numa forma para ir ao forno em temperatura alta;<br />
Durante este período, o <strong>camarão</strong> foi mexido por algumas vezes;<br />
Na primeira abertura do forno, às 19h45min, a textura do <strong>camarão</strong> era diferente do<br />
primeiro teste, consistia em uma carne mais mole, constando líquido em seu interior;<br />
O término aconteceu às 20h00 – o <strong>camarão</strong> já apresentava textura seca, cor mais<br />
esbranquiça<strong>da</strong>, porém o alaranjado era muito predominante.<br />
Foi retirado do forno e esperou seu resfriamento por alguns minutos e em segui<strong>da</strong> houve<br />
a trituração em aparelho liquidificador.<br />
Seu rendimento final foi <strong>de</strong> 350 gramas. A cor <strong>da</strong> <strong>farinha</strong> era mais escura e o sal foi<br />
reduzido.
7. Desenvolvimento<br />
O estudo <strong>da</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> proporcionou um leque muito vasto <strong>de</strong> novas<br />
idéias <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> área culinária, po<strong>de</strong>ndo ser aplica<strong>da</strong> em pratos elaborados.<br />
Na fase que se tinha o <strong>camarão</strong> apenas como produto principal, não se sabia o<br />
que seria aproveitado futuramente.<br />
Os testes revelaram condições propícias para a realização <strong>da</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong>,<br />
o produto se <strong>de</strong>stacou em alguns pratos testados apresentando sabor e aroma agradável.<br />
A textura do produto seco não obteve a aceitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>, mas mostrou os<br />
aspectos que foram melhorados posteriormente com a diminuição <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal<br />
do produto em salmoura.<br />
Durante a pesquisa o <strong>camarão</strong> foi testado por duas vezes e em ambos o resultado<br />
foi <strong>de</strong> uma <strong>farinha</strong> com cor alaranja<strong>da</strong>, salga<strong>da</strong>, sim, mas para o resultado final sempre<br />
se adicionou outro ingrediente, neste caso, a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> mandioca, proporcionando<br />
assim um sabor agradável. Exemplifica-se o pirão <strong>de</strong> <strong>camarão</strong>, nele foi realiza<strong>da</strong> uma<br />
porção <strong>da</strong> <strong>farinha</strong> para duas e meia <strong>de</strong> mandioca. A consistência ficou leve, aroma<br />
acentuado <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal equilibra<strong>da</strong>.<br />
Seguindo a linha <strong>de</strong> adicionar a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> aos produtos já existentes,<br />
mas <strong>de</strong>ixá-los com um certo requinte na elaboração dos pratos, foi testado empanar um<br />
peixe <strong>de</strong> aroma suave com o produto analisado. Obteve-se na primeira vez um peixe<br />
mais gorduroso, pois foi feito no processo <strong>de</strong> imersão e somente utilizou-se a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>camarão</strong>. Na segun<strong>da</strong> vez, houve a mistura <strong>da</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> com a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong><br />
mandioca em proporções quase iguais (a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> mandioca estava em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
maior), foi quando o sabor <strong>da</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> ficou acentuado e a crocância<br />
a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.<br />
Inúmeras são as aplicações para esta <strong>farinha</strong>, pirão, empanados, utilizar junto ao<br />
sashimi, fica ao critério <strong>da</strong> pessoa que tem com a culinária uma gran<strong>de</strong> paixão, inovar e<br />
saborear, mas aos gastrólogos o empenho <strong>de</strong> aprimorar as técnicas e a sua criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.
8. Receituário<br />
Nome do Prato: Pirão <strong>de</strong> Camarão<br />
Ficha Técnica<br />
● 35 gramas <strong>de</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> mandioca<br />
● 20 gramas <strong>de</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong><br />
● 130 ml <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> <strong>camarão</strong>/ vegetais<br />
● 15 gramas <strong>de</strong> cebola<br />
● 01 <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> alho<br />
● Cheiro ver<strong>de</strong> à gosto<br />
● Azeite <strong>de</strong> Oliva (quanto basta)<br />
● Sal se necessário, pois a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> já é salga<strong>da</strong>;<br />
● Pimenta do reino ( quanto basta)<br />
Modo <strong>de</strong> Preparo:<br />
Misturar a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> mandioca com a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong> e escal<strong>da</strong>r para <strong>da</strong>r uma<br />
leve dissolvi<strong>da</strong>, reservar.<br />
Suar o alho e a cebola no azeite <strong>de</strong> oliva.<br />
Acrescentar o fundo <strong>de</strong> <strong>camarão</strong>, o cheiro ver<strong>de</strong> e aos poucos ir adicionando a<br />
mistura <strong>da</strong>s <strong>farinha</strong>s. Mexer sempre para não formar grumos.<br />
Ajustar o tempero final.<br />
Caso necessário, incluir mais um pouco <strong>de</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> mandioca.<br />
Servir bem quente.
9. Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />
Agregando to<strong>da</strong>s as informações e resultados obtidos neste artigo se obtêm<br />
condições favoráveis ao <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> <strong>da</strong> <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong>. Fazer que as pessoas<br />
envolvi<strong>da</strong>s na gastronomia façam suas combinações, resultando em um gosto sutil,<br />
instigante e harmonioso respeitando as várias técnicas que po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>da</strong>s.<br />
O aprofun<strong>da</strong>mento <strong>de</strong>ste assunto permite esclarecer um único produto, o<br />
<strong>camarão</strong>, mas proporciona uma vasta riqueza <strong>de</strong> informações a partir do mesmo que<br />
originará em novas combinações e acompanhamentos. Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses resultados<br />
temos a <strong>farinha</strong> <strong>de</strong> <strong>camarão</strong>.
.<br />
REFERÊNCIAS<br />
ENCICLOPÉDIA Conhecer, vol 04, p. 276; 279.<br />
ENCICLOPÉDIA Delta Universal, Rio <strong>de</strong> Janeiro, ed Delta, vol 03, p.1625; 1626.<br />
ENCICLOPÉDIA Delta Larousse, Rio <strong>de</strong> Janeiro, ed Delta, vol 03, p.1971; 1232.<br />
ENCICLOPÉDIA Reino Animal, Lisboa: ed Verbo Juvenil, 1967, vol 02, p.32; 33.<br />
REVISTA VIDA, Um guia <strong>de</strong> auto-suficiência: Camarões <strong>de</strong> água doce, ed Três, 1985,<br />
p.50 e 51.<br />
BARRETO, Ronaldo Lopes Pontes. Passaporte para o Sabor, 6ªed, São Paulo: Senac,<br />
2005, p. 116.<br />
SÍNTESE, Anual <strong>da</strong> Agricultura <strong>de</strong> SC, 2002-2003, Florianópolis, ICEPA, 2003, p. 287.<br />
SÌNTESE, Anual <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> SC, 2001-2002, Florianópolis, ICEPA, 2002, p. 204.<br />
Sites consultados:<br />
www.paginarural.com.br/noticias<br />
www.aquali<strong>de</strong>r.com.br/article<br />
www.wikipedia.org/wiki/camarao