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16 Setembro/2009<br />

Literatura Brasileira na Espanha<br />

Consi<strong>de</strong>ro que a literatura anglossaxônica continua dominando o mercado.<br />

Casos como o <strong>de</strong> Clarice Lispector, José Saramago, Eça <strong>de</strong> Queirós,<br />

Fernando Pessoa, Jorge Amado, Lobo Antunes ou Guimarães Rosa abrem<br />

as portas para a literatura portuguesa e brasileira ao leitor espanhol, mas<br />

ainda resta muito a fazer. Estou convencido <strong>de</strong> que se está <strong>de</strong>ixando<br />

<strong>de</strong> publicar gran<strong>de</strong>s obras e autores. É uma pena que um país tão rico<br />

culturalmente como o Brasil não tenha lugar garantido nas nossas livrarias,<br />

pois tenho certeza <strong>de</strong> que temos muito o que apren<strong>de</strong>r com essa literatura.<br />

A.C. – Entre os títulos publicados, qual é o que tem mais<br />

sucesso <strong>de</strong> vendas?<br />

F.G. – Aprendizaje o El libro <strong>de</strong> los placeres.<br />

A.C. – A Siruela tem algum interesse em publicar novos<br />

escritores brasileiros ou outros da tradição que ainda<br />

não tenham sido traduzidos?<br />

F.G. – Até agora, além <strong>de</strong> Clarice, publicou-se dois autores<br />

antes inéditos na Espanha: Ângela Abreu e seu surpreen<strong>de</strong>nte<br />

romance Mil años menos cincuenta, além <strong>de</strong> duas<br />

ficções <strong>de</strong> Jô Soares.<br />

A.C. – Nos anos 60, os poetas Ángel Crespo e Dámaso<br />

Alonso foram responsáveis por gran<strong>de</strong> parte das traduções<br />

<strong>de</strong> escritores brasileiros feitas na Espanha. Essa<br />

iniciativa <strong>de</strong> traduzir autores do Brasil, com apelo não<br />

tão popular, parecia ser algo exclusivo <strong>de</strong> brasilianistas.<br />

Hoje é diferente?<br />

F.G. – Hoje existem os agentes literários, feiras internacionais<br />

ou mesmo as ferramentas da re<strong>de</strong> que correm paralelamente<br />

ao trabalho dos brasilianistas, promovendo a cultura<br />

brasileira. Muitas vezes são os próprios tradutores que sugerem<br />

às editoras autores que leram no idioma original e obras<br />

que consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> interesse.<br />

A.C. – Com relação ao mercado editorial espanhol, que<br />

interesse há hoje em dia na literatura brasileira?<br />

F.G. – Consi<strong>de</strong>ro que a literatura anglossaxônica continua<br />

dominando o mercado. Casos como o <strong>de</strong> Clarice Lispector,<br />

José Saramago, Eça <strong>de</strong> Queirós, Fernando Pessoa, Jorge<br />

Amado, Lobo Antunes ou Guimarães Rosa abrem as portas<br />

para a literatura portuguesa e brasileira ao leitor espanhol,<br />

mas ainda resta muito a fazer. Estou convencido <strong>de</strong> que se<br />

está <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> publicar gran<strong>de</strong>s obras e autores. É uma<br />

pena que um país tão rico culturalmente como o Brasil não<br />

tenha lugar garantido nas nossas livrarias, pois tenho certeza<br />

<strong>de</strong> que temos muito o que apren<strong>de</strong>r com essa literatura.<br />

Talvez sejam necessárias campanhas <strong>de</strong> promoção vindas<br />

das instituições oficiais, como fizeram há alguns anos os<br />

governos <strong>de</strong> países nórdicos europeus através <strong>de</strong> suas embaixadas,<br />

artistas e escritores. Isso foi o ponto <strong>de</strong> partida para<br />

que a literatura <strong>de</strong>sses países passasse a ser mais publicada.<br />

A.C. – Em sua opinião, a que se <strong>de</strong>ve o fato <strong>de</strong> que<br />

Guimarães Rosa e Machado <strong>de</strong> Assis tenham sido tão<br />

pouco traduzidos na Espanha?<br />

F.G. – É um mistério: a arte, a escrita, po<strong>de</strong> ter qualida<strong>de</strong> ou<br />

ser um êxito <strong>de</strong> crítica, mas não necessariamente terá receptores<br />

(leitores) e vice-versa.

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