MEDICINA - Uniube

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Questão Nº 10
Leia o texto que segue:
Medicina
Concurso Vestibular ­ 17 de junho de 2012
“Como uma virgem anunciada, sim. Por ele me ter permitido
que eu o fi zesse enfi m sorrir, por isso ele me anunciara. Ele
acabara de me transformar em mais do que o rei da Criação:
fi zera de mim a mulher do rei da Criação. Pois logo a mim, tão
cheia de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a
fl echa farpada. De chofre explicava­se para que eu nascera
com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. Para
que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte
e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do
homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te
morder e para soprar a fi m de que eu não te doe demais, meu
amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a
vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem
e prendem? Para fi carmos de mãos dadas, pois preciso tan­
to, tanto, tanto — uivaram os lobos, e olharam intimidados as
próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para
amar e dormir.
... E foi assim que no grande parque do colégio lentamente
comecei a aprender a ser amada, suportando o sacrifício de
não merecer, apenas para suavizar a dor de quem não ama.
Não, esse foi somente um dos motivos. É que os outros fazem
outras histórias. Em algumas foi de meu coração que outras
garras cheias de duro amor arrancaram a fl echa farpada, e
sem nojo de meu grito.
(LISPECTOR, Clarice. Os desastres de Sofi a. In: LISPECTOR, Cla­
rice. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p.115­
116).
Com base na leitura desse fragmento, analise as afi rmações:
I) Nesse fragmento, Clarice parodia a clássica história in­
fantil de “Chapeuzinho Vermelho”, permeada de erotismo
e conselhos às jovens sobre os perigos relacionados ao
crescimento.
II) Em “Os desastres de Sofi a”, a relação de amor e ódio que
se constrói entre professor e aluna se apresenta metafori­
zada na fi gura do lobo. A violência praticada pelo professor
por meio dos falsos elogios à escrita da menina desenca­
deia a violência fi nal da narrativa.
III) Na sua narrativa destituída de maniqueísmos já não há
a menina ingênua e o lobo malvado, apenas duas feras
numa relação de ódio e amor, cujas longas unhas tanto
servem “para arranhar de morte” como para “arrancar es­
pinhos mortais”; cuja boca de fome tanto serve para “mor­
der” como para “soprar”; cujas mãos “ardem” e “prendem”.
IV) Tanto a menina como o professor acabam aprendendo
sobre si próprios e com o outro, invertendo a posição de
mestre e aluno.
V) Para criar o clima de suspense desse fragmento, Clarice
utilizou­se de aliteração e assonância.
São CORRETAS as afi rmações contidas em:
A) I, II, III, IV, V
B) I, III, V, apenas
C) II, IV, apenas
D) II, III, IV, apenas
E) I, III, IV, apenas
Língua Inglesa
(Para os que fi zeram opção por esta
modalidade no ato da inscrição)
Leia o texto a seguir, sobre recente descoberta em relação
ao mal de Alzheimer. Na sequência, responda às questões
de 11 a 14
By SHIRLEY S. WANG (Wall Street Journal) April 9, 2012
A much­anticipated test developed by Eli Lilly & Co. that
detects the presence of proteins in the brain that are related
to Alzheimer’s disease was approved Friday by the Food and
Drug Administration.
The tool could enable clinicians to detect Alzheimer’s
earlier and more accurately in patients at the earliest
sign of memory problems — a potential boon to treatment
and developing drugs against the disease. The test
uses a chemical called fl orbetapir, known by the brand
na me Amyvid, which is a radioactive agent that tags clumps
of a sticky substance called an amyloid. Amyloid proteins
are hallmarks of Alzheimer’s disease. The chemical, which
costs $1,600 per dose, then is detected using a brain imaging
technique called positron emission tomography, known as
PET scans.
For patients who already have some symptoms of cognitive
decline, a positive scan suggests that moderate to frequent
amyloid plaques are present in the brain, which is consistent
with Alzheimer’s disease. Before the development of imaging
agents, amyloid plaques could be determined only after death,
by examining the brain during an autopsy.
If the scan is negative, indicating no clumps or few clumps
of amyloid, “that gives the clinician a clue that Alzheimer’s is
less likely to be the cause of those symptoms,” said Daniel
Skovronsky, who developed the agent and is the global brand­
­development leader for Amyvid at Lilly. For those patients,
doctors can then look for other potential causes of the
memory decline, which may have another prognosis or be
treated differentially than Alzheimer’s, he said.
“It is likely to play an important role in learning both how to
diagnose and treat the disease, but it’s still an open question at
this point for asymptomatic people,” said Dr. Park, a behavioral
and brain­sciences professor who uses Amyvid in her research
on aging of healthy older adults. Amyvid will be available in
limited quantities starting in June, Lilly said.
Some experts have questioned how useful the test is since no
treatments are available that signifi cantly alter the course of
the disease. But some doctors believe that patients may fi nd
a diagnosis helpful for planning purposes or just to know for
certain that they have Alzheimer’s.