simulado enem 2011
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Texto para as questões 18 a 20<br />
12<br />
Facebook, o novo espelho de Narciso<br />
As mulheres estão se tornando maioria nas redes interativas;<br />
a vaidade e a necessidade de afirmação da identidade<br />
podem explicar o interesse feminino por esse recurso<br />
tecnológico.<br />
As mulheres gastam mais do que o dobro do tempo<br />
dos homens no Facebook: três horas por dia, enquanto eles<br />
gastam uma hora, em média. Entrar na rede social é a primeira<br />
ação diária de muitas delas, antes mesmo de irem ao<br />
banheiro ou escovarem os dentes. Uma atividade cumprida<br />
como um ritual todos os dias – e noites. Em um estudo,<br />
21% admitiram que se levantam durante a noite para<br />
verificar se receberam mensagens. Dependência? Cerca de<br />
40% delas já se declaram, sim, dependentes da rede. Elas<br />
são a maioria não só no Facebook (onde representam 57%<br />
dos usuários); também têm mais contas do que os homens<br />
em 84% dos 19 principais sites de relacionamentos.<br />
[...]<br />
Mais do que procurar uma resposta fácil, cabe, antes,<br />
compreender por que a autorrepresentação é mais importante<br />
para as mulheres que para os homens. Historicamente<br />
as representações femininas foram fabricadas por<br />
motivações sociais diversas: míticas, religiosas, políticas,<br />
patriarcais, estéticas, sexuais e econômicas. E, há mais de<br />
vinte séculos, essa fabricação esteve sob o poder masculino.<br />
As mulheres não produziam suas próprias imagens,<br />
eram retratadas.<br />
Em obras de arte célebres vemos inúmeras Vênus<br />
adormecidas, (como as de Giorgione, 1509; Ticiano,<br />
1538 e Manet, 1863); Madonas castas (nas imagens<br />
religiosas das catedrais católicas como as pintadas por<br />
Giotto, no século13, e Botticelli, no 15) ou mulheres<br />
burguesas no espaço doméstico cuidando da cozinha e<br />
da educação dos filhos (como as pintadas por Rapin e<br />
Backer no século 19). Eram cenas “pedagógicas”, que ensinavam<br />
o valor da maternidade, da castidade, da beleza<br />
e da passividade. [...]<br />
ANCHIETA, Isabelle. Facebook, o novo espelho de Narciso. Revista Mente e Cérebro.<br />
Disponível em:. Acesso em: 23 abr. <strong>2011</strong>.<br />
Simulado ENEM <strong>2011</strong><br />
Questão 18<br />
Segundo Reid, uma comunidade discursiva pode ser entendida<br />
como um grupo que compartilha um conjunto<br />
de objetivos e valores. Esse conjunto de valores permite<br />
ao leitor construir sentidos de acordo com os mecanismos<br />
específicos daquela comunidade. Assim, analisando<br />
o texto Facebook, o novo espelho de Narciso, pode-<br />
-se concluir que a comunidade discursiva, a que o texto<br />
está destinada,<br />
A) emprega a nova tecnologia de comunicação desenvolvida<br />
e a utiliza como forma de se autorrepresentar.<br />
B) deprecia os meios de expressão artísticos desenvolvidos<br />
dos séculos XII e XV.<br />
C) reitera determinadas representações do feminino rea-<br />
lizadas, perpetuando uma visão de mundo.<br />
D) relaciona os mitos da antiguidade clássica com as novas<br />
tecnologias, mudando a perspectiva adotada.<br />
E) aproveita as novas tecnologias de informação para<br />
divulgar as diferenças de gênero.<br />
Questão 19<br />
Considerando que os efeitos de sentido de um texto podem<br />
ser compartilhados por determinada comunidade<br />
discursiva, analise as proposições apresentadas e assinale<br />
aquela em que se apresentam as ideias que podem ser<br />
compartilhadas por meio da leitura do texto.<br />
A) Os homens utilizam, mas não gostam do Facebook.<br />
B) As mulheres visualizam apenas o perfil dos homens<br />
no Facebook.<br />
C) As obras de arte retratam apenas a passividade das<br />
mulheres.<br />
D) As mulheres podem se autorrepresentar por meio do<br />
Facebook.<br />
E) O Facebook é uma ferramenta pedagógica.<br />
2 a . série – Volume 2 - 2º. semestre