simulado enem 2011
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Produção textual<br />
TExTO I<br />
Apareço, logo existo!<br />
Na sociedade atual, em que as imagens tomaram o lugar<br />
da reflexão e da interioridade, proliferam indivíduos<br />
indiferenciados e passivos, meros consumidores da aparente<br />
subjetividade alheia. O sucesso dos reality shows é a<br />
melhor expressão deste tempo.<br />
[...] A transformação da vida social e da própria cultura<br />
em imagens espetaculares difundidas pelos meios de comunicação<br />
como forma de se obter o controle político sobre as<br />
massas foi denunciada criticamente por Guy Debord pelo<br />
conceito de “Sociedade do espetáculo”, que se caracteriza<br />
pela produção de uma falsa experiência da realidade, que<br />
não encontra nenhuma associação com a dinâmica da vida<br />
concreta na qual estamos inseridos cotidianamente.<br />
O dispositivo espetacular próprio da sociedade contemporânea<br />
representa uma ruptura com o postulado da<br />
metafísica da “interioridade”. [...] Para Descartes, podemos<br />
duvidar de todos os dados provenientes dos sentidos<br />
e mesmo da nossa existência corporal, mas não da nossa<br />
existência enquanto ser pensante, pois, uma vez que eu,<br />
enquanto sujeito, duvido, eu penso, pois a dúvida é um<br />
ato de pensamento. Ora, se eu penso, eu existo, pois, para<br />
que alguma coisa pense, ela deve necessariamente existir.<br />
Mediante essa constatação evidente, o sujeito pode pronunciar<br />
o “penso, logo existo”, afirmação que se instaura a<br />
célebre fórmula do cogito cartesiano, fundamento primordial<br />
para que possamos inferir a existência de tudo aquilo<br />
que percebemos na realidade circundante.<br />
A expressão de ordem das relações sociais mediadas<br />
pela dimensão espetacular da vida é: “apareço, logo existo”.<br />
Trata-se da distorção do cogito cartesiano.<br />
BITTENCOURT, Renato Nunes. Apareço, logo existo!. In:<br />
Revista Filosofia. São Paulo: Editora Escala, março de <strong>2011</strong>.<br />
TExTO II<br />
cogitar [Do lat. cogitare.] Verbo transitivo direto. 1.<br />
Refletir acerca de; pensar em; imaginar, excogitar. 2. Ter<br />
em mente; tencionar, projetar. Verbo transitivo indireto.<br />
3. Refletir, pensar, imaginar, cuidar.<br />
Verbo intransitivo. 4. Pensar,refletir. 5. Ficar absorto<br />
em pensamentos; meditar, cismar.<br />
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário<br />
Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. Curitiba: Positivo, 2004.<br />
2<br />
TExTO III<br />
Simulado ENEM <strong>2011</strong><br />
BITTENCOURT, Renato Nunes. Apareço, logo existo!. In:<br />
Revista Filosofia. São Paulo: Editora Escala, março de <strong>2011</strong>.<br />
No artigo de opinião apresentado, o autor faz a defesa da<br />
ideia de que o desenvolvimento de novas tecnologias levou<br />
à formação de uma sociedade de espetáculo, onde<br />
o indivíduo é transformado em um objeto destinado a<br />
satisfazer o gosto popular, diminuindo as capacidades<br />
reflexivas do ser humano. Analisando as informações<br />
veiculadas, com base na leitura dos textos motivadores,<br />
escreva um texto dissertativo-argumentativo, em norma<br />
culta escrita da língua portuguesa, expondo sua opinião<br />
em relação às ideias defendidas pelo autor. Para isso,<br />
você deverá selecionar, organizar e relacionar, de forma<br />
coerente e coesa, argumentos e fatos para defender seu<br />
ponto de vista.<br />
Instruções:<br />
– Seu texto tem de ser escrito à tinta, em folha de redação,<br />
entregue para esse fim.<br />
– O rascunho do texto deve ser feito em folha separada,<br />
entregue para esse fim.<br />
– O texto deverá ser redigido em prosa.<br />
– O texto com até 07 linhas será considerado nulo.<br />
– O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.<br />
2 a . série – Volume 2 - 2º. semestre<br />
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