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simulado enem 2011

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Simulado ENEM <strong>2011</strong><br />

Textos para as questões 37 e 38<br />

TExTO I<br />

Ora, o “tempo” a que remete o discurso, o tempo das<br />

mediações predicativas, é um tempo originariamente social.<br />

Social porque intersubjetivo, social porque habitado pelas<br />

múltiplas relações entre pessoa e pessoa, pessoa e coisa. E<br />

social, em um plano histórico maior, isto é, determinado, de<br />

cada vez, por valores de família, de classe, de status, de partido,<br />

de educação, sobretudo de educação literária, de gosto.<br />

O tempo histórico é sempre plural: são várias as temporalidades<br />

em que vive a consciência do poeta e que, por certo,<br />

atuam eficazmente na rede de conotações do seu discurso.<br />

A lucidez está, aqui, em escolher o tom conotativo que<br />

convém à matéria da intuição.<br />

BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Cultrix, 1977. p.141 -142.<br />

TExTO II<br />

IV<br />

[...]<br />

Era um sonho dantesco... o tombadilho<br />

Que das luzernas avermelha o brilho.<br />

Em sangue a se banhar.<br />

Tinir de ferros... estalar de açoite...<br />

Legiões de homens negros como a noite,<br />

Horrendos a dançar...<br />

Negras mulheres, suspendendo às tetas<br />

Magras crianças, cujas bocas pretas<br />

Rega o sangue das mães:<br />

Outras moças, mas nuas e espantadas,<br />

No turbilhão de espectros arrastadas,<br />

Em ânsia e mágoa vãs!<br />

E ri-se a orquestra irônica, estridente...<br />

E da ronda fantástica a serpente<br />

Faz doudas espirais...<br />

Se o velho arqueja, se no chão resvala,<br />

Ouvem-se gritos... o chicote estala.<br />

E voam mais e mais...<br />

Presa nos elos de uma só cadeia,<br />

A multidão faminta cambaleia,<br />

E chora e dança ali!<br />

Linguagens, Códigos e suas tecnologias<br />

Um de raiva delira, outro enlouquece,<br />

Outro, que martírios embrutece,<br />

Cantando, geme e ri!<br />

Questão 37<br />

ALVES, Castro. Navio negreiro. Disponível em: . Acesso em: 29 abr. <strong>2011</strong>.<br />

Ao analisar os dois textos conjuntamente, percebe-se<br />

que a ideia expressa por Alfredo Bosi em relação à temporalidade<br />

vivida pelo poeta materializa-se na poesia de<br />

Castro Alves por meio<br />

A) da descrição de uma experiência vivida pelo “eu lírico”.<br />

B) do ritmo dos tambores imposto pelo esquema métrico<br />

do poema.<br />

C) da narração de uma grande aventura vivida por um<br />

escravo.<br />

D) da apresentação dos sofrimentos infligidos aos escravos.<br />

E) da imaginação do poeta que cria um mundo surreal.<br />

Questão 38<br />

O poema de Castro Alves tem como ponto de partida<br />

um fato da história nacional – o processo de escravidão.<br />

Ao analisar as relações de sentido construídas no poema,<br />

é correto afirmar que<br />

A) a expressão “sonho dantesco” pode ser considerada<br />

como uma metáfora da grandiosidade e das façanhas<br />

descritas no fragmento.<br />

B) o verso “E ri-se a orquestra irônica, estridente...” refere-se<br />

aos instrumentos musicais usados para o festejo descrito.<br />

C) em “Presa nos elos de uma só cadeia”, o “eu lírico” está<br />

se referindo unicamente às correntes físicas usadas<br />

para aprisionar a multidão.<br />

D) os versos “Se o velho arqueja, se no chão resvala,/<br />

Ouvem-se gritos... o chicote estala” denunciam a impiedade<br />

com que os escravos eram tratados.<br />

E) em “Em sangue a se banhar”, evidencia-se o caráter<br />

trágico insinuado pelo “eu lírico”, que mesmo sem ter<br />

correspondência na realidade, exalta a figura do negro.<br />

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