Roteiro - Teatro Oficina

Eu vim pra informar pro país inteiro
o Prelúdio da Guerra Sertaneja das Bacantes.
( As Bacantes no sul da Pista ululam levantando juntas seus Tyrsos )
Eu quero falar,
mas antes, eu preciso saber
se com as palavras eu informo tudo aquilo lá,
ou se eu encolho as falas,
porque eu tenho medo do senhor ter um ataque de repente,
o Senhor é muito temperamental,
tem transições imprevistas, autoridade demais
PENTHEU
Pode falar.
De mim não precisa ter medo de nada quem está cumprindo com o seu
dever.
E depois, quanto pior os fatos que se revelarem sobre as Bacantes, pior
ainda vai ser o castigo de quem meteu essas práticas na cabeça delas.
MENSAGEIRO BOIADEIRO
Eu tinha acabado de tanger a minha boiada da planura pra altura, pelas
rampas das rochas, quando o raio do Sol katuca com o seu ferrão
a terra pra ela começa a esquentar. No ato, eu vejo três Tyatos, três
coros de mulheres. (Os Tyazsos da Bacas dormem no Jardim á Oeste)
Um, quem dirigia? A senhora sua tia, Autônoe. O segundo quem? A
Senhora sua Mãe,Seu Pentheu: Dona Agave!
O terceiro, Hino, a terceira irmã!
Todas dormiam, corpo entregue ao léu
outras descansam a cabeça num chão de folhas secas caídas de uma
mangueira
ou de um carvalho ,aqui, ali,
numa Jurema Preta, cada uma no seu lugar sagrado.
Não como o senhor propaga: “bêbadas de porre de vinho e da
barulheira do som das flautas, histéricas, umas vagabundas caçando
homem a esmo, no meio da estrada , no mato da Afrodita.”
Aí, ouvindo o barulho do chifre dos meus bois,
a Senhora sua Mãe dá um alarido,
(Agave dá seu alarido)
lá bem no meio do coro das Bacas,
pra elas se alinharem.
Elas expulsam da portela da pálpebra a remela do sono chapado,
pulam de pé:
que espetáculo!
Dá gosto de ver a disciplina: solteiras, desenvoltas, despejadas, soltas,
moças donzelas, moças damas, criancinhas.