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Edição Completa dia 25 de Fevereiro de 2012. Sábado.

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<strong>Edição</strong> <strong>Completa</strong> <strong>dia</strong> <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2012.</strong><br />

<strong>Sábado</strong>.


Índice<br />

26 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

Correio Braziliense/DF - Cida<strong>de</strong>s<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

Anulação negada pelo tribunal<br />

Correio Braziliense/DF - Economia<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Caça ao nome sujo<br />

Correio Braziliense/DF - Política<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Inelegíveis, mas com o mandato a salvo<br />

Correio Braziliense/DF - Brasília-DF<br />

Brasília-DF<br />

Correio Braziliense/DF - Opinião<br />

Ari Cunha<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Capa<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior do Trabalho<br />

Nome no SPC vira barreira a emprego<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Em Debate<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior do Trabalho<br />

Deve-se fixar um prazo <strong>de</strong> atraso para comparecer a audiência trabalhista?<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Plantão Policial<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

NEGADO HABEAS CORPUS A BAUER<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Economia<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Consulta polêmica ao SPC<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Brasil<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Prisão é estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Política & Po<strong>de</strong>r<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

Na mira da Justiça<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - MARGRIT SCHMIDT<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Jogo pesado<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Economia<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Consulta polêmica ao SPC<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Economia<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Prisão antes do fim do processo<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Coluna Cláudio Humberto<br />

CLÁUDIO HUMBERTO<br />

6<br />

7<br />

9<br />

10<br />

12<br />

15<br />

16<br />

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20<br />

21<br />

22<br />

23<br />

<strong>25</strong>


Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Coti<strong>dia</strong>no<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Proposta quer liberar aborto a mulher sem 'condição psicológica'<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Walter Ceneviva<br />

JUDICIÁRIO | Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça<br />

O juiz e seu <strong>de</strong>ver profissional<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Mercado<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior do Trabalho<br />

Pesquisar candidato a vaga não viola a Constituição<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Mercado<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Acusado <strong>de</strong> sonegar po<strong>de</strong> ser preso antes do fim <strong>de</strong> processo<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Po<strong>de</strong>r<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Folha.com<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Po<strong>de</strong>r<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Ex-dirigente do PT fará serviços comunitários por mais três meses<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Po<strong>de</strong>r<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Investigação sobre patrimônio <strong>de</strong> juízes permanece suspensa<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Po<strong>de</strong>r<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior Eleitoral<br />

Partidos iniciam ofensiva contra o PSD<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Painel<br />

Painel<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Mônica Bergamo<br />

Mônica Bergamo<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Fórum dos Leitores<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior Eleitoral<br />

PSD<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Metrópole<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Mizael se entrega, após 1 ano foragido<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Nacional<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

Dipp quer prisão para enriquecimento ilícito<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Nacional<br />

JUDICIÁRIO | Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça<br />

SP vai quitar precatórios até 20<strong>25</strong>, diz Alckmin<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Vida &<br />

JUDICIÁRIO | Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral<br />

CFM aumenta regras para novos tratamentos<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Negócios<br />

JUDICIÁRIO | Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral<br />

EX-DONA DA DASLU MORRE EM SÃO PAULO<br />

O Globo/RJ - Panorama Político<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

26<br />

29<br />

30<br />

31<br />

32<br />

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45<br />

47<br />

48<br />

50


PANORAMA POLÍTICO<br />

O Globo/RJ - Rio<br />

JUDICIÁRIO | Judiciário<br />

Empresário nega relação com máfia do jogo do bicho<br />

O Globo/RJ - Ancelmo Gois<br />

ANCELMO GOIS<br />

Correio Web/DF - Cida<strong>de</strong>s<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

STJ nega anulação <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> Marcelo Bauer, acusado <strong>de</strong> homicídio em 87<br />

Gazeta online/ES - Notícia<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

Paulo Henrique Amorim terá que in<strong>de</strong>nizar colega <strong>de</strong> profissão<br />

IOB - Jurídicas<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

MPDFT – Ministério Público alerta sobre prejuízo ao meio ambiente na atualização do PDOT<br />

62<br />

Rondonotícias/RO - Geral<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

Magistrados lamentam morte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembargador aposentado<br />

64<br />

Tudo Rondônia/RO - Jurídico<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

Rondônia: Magistrados lamentam morte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembargador aposentado<br />

66<br />

Índice Remissivo por Assunto<br />

67<br />

52<br />

53<br />

54<br />

57<br />

60


Correio Braziliense/DF - Cida<strong>de</strong>s, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

Anulação negada pelo tribunal<br />

» MARCELO BAUER<br />

O Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça (STJ) negou o<br />

pedido da <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> Marcelo Bauer para que o<br />

processo fosse anulado por cerceamento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fesa. Em <strong>de</strong>cisão unânime, o colegiado in<strong>de</strong>feriu<br />

o habeas corpus <strong>de</strong> Bauer, acusado <strong>de</strong> matar com<br />

19 facadas a namorada Thaís Muniz Mendonça,<br />

em julho <strong>de</strong> 1987, em Brasília. A <strong>de</strong>fesa do réu<br />

alegou no processo que o acusado não pô<strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r no julgamento marcado para 7 <strong>de</strong><br />

fevereiro, pois a intimação foi feita por meio <strong>de</strong><br />

edital. Segundo o advogado, seria necessária a<br />

expedição <strong>de</strong> carta rogatória. O réu <strong>de</strong>sapareceu<br />

<strong>de</strong> Brasília no <strong>dia</strong> da morte <strong>de</strong> Thaís. Encontrado<br />

na Dinamarca em 2001, ficou preso por oito meses,<br />

mas sumiu assim que foi solto. Depois, conseguiu<br />

abrigo na Alemanha. Nem a tentativa <strong>de</strong> julgá-lo à<br />

revelia <strong>de</strong>u certo. No <strong>dia</strong> do julgamento, em 9 <strong>de</strong><br />

novembro <strong>de</strong> 2011, o advogado <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> Bauer<br />

faltou, alegando estar doente. O juiz marcou,<br />

então, nova sessão para 7 <strong>de</strong> fevereiro.<br />

6


TRABALHO » Sinal ver<strong>de</strong> para que empresas<br />

pesquisem no SPC a vida <strong>de</strong> candidato a<br />

emprego causa polêmica e irrita trabalhadores<br />

e sindicalistas<br />

Gustavo Henrique Braga<br />

Jorge Freitas<br />

A pedagoga Meiri Andra<strong>de</strong> alerta para o risco <strong>de</strong><br />

erros: seu nome foi parar no cadastro negativo por<br />

conta da falha <strong>de</strong> uma loja<br />

A <strong>de</strong>cisão do Tribunal Superior do Trabalho<br />

(TST) <strong>de</strong> permitir que empresas consultem o<br />

Serviço <strong>de</strong> Proteção ao Crédito (SPC) sobre<br />

dívidas <strong>de</strong> candidatos a emprego causa polêmica.<br />

Ao mesmo tempo que irrita sindicalistas, a<br />

sentença que reconhece o direito do contratante<br />

sobre a vida pregressa do trabalhador ganha o<br />

respaldo <strong>de</strong> advogados especializados na área.<br />

Tudo começou com uma <strong>de</strong>núncia anônima, feita<br />

em 2002, <strong>de</strong> que o supermercado G. Barbosa, <strong>de</strong><br />

Sergipe, adotava a prática discriminatória ao não<br />

contratar pessoas que, mesmo satisfazendo os<br />

requisitos para admissão, estivessem com o nome<br />

sujo na praça. Agora, a disputa po<strong>de</strong> voltar ao<br />

próprio tribunal ou até mesmo ir parar no Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF).<br />

O procurador-geral do trabalho Luís Camargo, <strong>de</strong><br />

Brasília, anuncia que vai recorrer da <strong>de</strong>cisão da<br />

Segunda Turma do Tribunal Superior do<br />

Trabalho (TST), <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> fevereiro, que permitiu a<br />

consulta <strong>de</strong> pendências ao SPC. A seu ver, além<br />

<strong>de</strong> discriminatória, a prática caracteriza invasão <strong>de</strong><br />

privacida<strong>de</strong> dos candidatos ao emprego. A medida<br />

causou indignação entre trabalhadores e<br />

sindicatos. A Força Sindical, por exemplo, estuda<br />

uma maneira para pedir a anulação do julgamento.<br />

O caso é alvo <strong>de</strong> divergências até entre<br />

especialistas. Alguns <strong>de</strong>les, ouvidos pelo Correio,<br />

apresentaram argumentos contra e a favor à<br />

interpretação do TST.<br />

Ricardo Trotta, especializado em direito<br />

empresarial, é cauteloso quanto à <strong>de</strong>cisão. Ele<br />

alerta que a medida afeta não só o candidato<br />

<strong>de</strong>vedor, mas também os credores. “Se a pessoa<br />

não conseguir emprego, vai ser mais difícil honrar<br />

as dívidas. É uma questão que fere o direito<br />

econômico”, pon<strong>de</strong>ra. Trotta lembra também que,<br />

corriqueiramente, as empresas cadastram<br />

consumidores in<strong>de</strong>vidamente no SPC, sem que o<br />

trabalhador nem sequer saiba que está com o<br />

Correio Braziliense/DF - Economia, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Caça ao nome sujo<br />

nome sujo.<br />

“Há casos <strong>de</strong> pessoas que passam anos sem se<br />

dar conta disso”, acrescentou Trotta. Foi o que<br />

aconteceu com a pedagoga Meiri Fabíola Andra<strong>de</strong>,<br />

34 anos, que teve o nome negativado <strong>de</strong>pois do<br />

extravio <strong>de</strong> conta. “Meu nome entrou no cadastro<br />

do SPC por erro <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> loja, que mandou<br />

o carnê e as correspondências para o en<strong>de</strong>reço<br />

trocado. Se o empregador consultasse o cadastro,<br />

meu nome seria encontrado e eu seria prejudicada,<br />

per<strong>de</strong>ndo uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emprego”, alertou.<br />

Para Paulo Sergio João, advogado especializado<br />

em direito trabalhista, a <strong>de</strong>cisão do TST está<br />

correta. Ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o comportamento social<br />

dos candidatos <strong>de</strong>ve, sim, ser avaliado pelas<br />

empresas na hora da contratação, para prevenir<br />

danos ou prejuízos futuros causados por<br />

comportamento ina<strong>de</strong>quado da pessoa contratada.<br />

“Não há sentido em o Ministério Público recorrer,<br />

já que o próprio cargo <strong>de</strong> procurador do trabalho<br />

exige certidões negativas”, sustentou. Camargo<br />

rebate. Na sua visão, as exigências para postos<br />

públicos ou para empregos comuns no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a diferença da natureza<br />

dos cargos.<br />

Entre os que buscam emprego, a repercussão do<br />

julgamento do TST foi bastante negativa. A<br />

empregada doméstica Mônica Cristina Feitosa <strong>de</strong><br />

Lima, 42 anos, procura emprego na área <strong>de</strong><br />

serviços gerais e é contrária à consulta ao SPC por<br />

empregadores. “On<strong>de</strong> já se viu não dar emprego<br />

porque a pessoa tem dívida? Sem trabalho, ela não<br />

po<strong>de</strong> pagar o que <strong>de</strong>ve”, protesta. A técnica <strong>de</strong><br />

enfermagem Zenai<strong>de</strong> Vieira, 47, também consi<strong>de</strong>ra<br />

injusto que a vida financeira do candidato seja<br />

vasculhada pelo empregador. “Não se po<strong>de</strong> tirar o<br />

emprego <strong>de</strong> quem quer trabalhar. Já enfrentamos<br />

problemas por conta da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois dos 40 anos<br />

e, agora, vamos ter que passar por mais essa”,<br />

<strong>de</strong>sabafou.<br />

Base legal<br />

A Justiça <strong>de</strong> Sergipe chegou a propor a assinatura<br />

<strong>de</strong> um Termo <strong>de</strong> Compromisso <strong>de</strong> Ajustamento <strong>de</strong><br />

Conduta (TAC) com o supermercado G. Barbosa<br />

para suspen<strong>de</strong>r as pesquisas ao SPC, mas o<br />

estabelecimento se recusou a mudar <strong>de</strong> postura.<br />

Em recurso <strong>de</strong> ação civil pública, o Tribunal<br />

Regional do Trabalho da 20ª Região (SE) <strong>de</strong>u<br />

ganho <strong>de</strong> causa ao supermercado, que foi<br />

confirmado pelo TST.<br />

7


O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos<br />

Gonçalves, mostrou-se surpreso. “A primeira coisa<br />

que o trabalhador faz ao conseguir um emprego é<br />

pagar as contas atrasadas. Isso (o uso da consulta<br />

ao SPC como critério <strong>de</strong> seleção) vai incentivar a<br />

informalida<strong>de</strong>”, argumenta. Para ele, a medida é<br />

inconstitucional e po<strong>de</strong> ser questionada no<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF), com base no<br />

artigo da Constituição Fe<strong>de</strong>ral que estabelece<br />

como objetivos fundamentais do país “promover o<br />

bem <strong>de</strong> todos, sem preconceitos <strong>de</strong> origem, raça,<br />

sexo, cor, ida<strong>de</strong> e quaisquer outras formas <strong>de</strong><br />

discriminação”.<br />

O procurador-geral do trabalho Camargo explica<br />

Correio Braziliense/DF - Economia, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

que, assim que for intimado, vai avaliar o processo<br />

e preparar uma pesquisa sobre <strong>de</strong>cisões<br />

divergentes em casos semelhantes julgados pelo<br />

próprio TST. Se houver controvérsia, um recurso<br />

<strong>de</strong> embargo po<strong>de</strong>rá ser apresentado ao próprio<br />

tribunal. “Uma coisa é certa: seja no TST ou seja<br />

no STF, irei recorrer”, assegura. Procurado, o<br />

relator do recurso no TST, ministro Renato <strong>de</strong><br />

Lacerda Paiva, não quis dar entrevista.<br />

8


Correio Braziliense/DF - Política, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Inelegíveis, mas com o mandato a salvo<br />

JUDICIÁRIO » A valida<strong>de</strong> da Ficha Limpa<br />

fechou as portas das eleições para políticos<br />

con<strong>de</strong>nados ou que tenham renunciado, mas<br />

não previu a cassação <strong>de</strong> quem já exerce o<br />

cargo<br />

» DIEGO ABREU<br />

Severino Cavalcanti permanece prefeito <strong>de</strong> João<br />

Alfredo, mesmo inelegível<br />

A confirmação <strong>de</strong> que a Lei da Ficha Limpa valerá<br />

nas eleições <strong>de</strong> 2012 significa não apenas a<br />

inelegibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> políticos atualmente sem cargo,<br />

como também <strong>de</strong> prefeitos e parlamentares em<br />

pleno exercício do mandato. A não aplicação da lei<br />

em 2010 garantiu a eleição <strong>de</strong> inúmeros candidatos<br />

fichas sujas, que continuarão nos cargos, gerando<br />

situações incongruentes no cenário político. O<br />

ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF), consi<strong>de</strong>ra que esse<br />

“contrassenso” seria evitado se o STF tivesse<br />

<strong>de</strong>finido que a lei não atinge casos anteriores a sua<br />

edição.<br />

Não são poucos os exemplos <strong>de</strong> políticos que hoje<br />

não po<strong>de</strong>m disputar eleição por serem “fichas<br />

sujas”. Destacam-se nessa situação os <strong>de</strong>putados<br />

João Pizzolatti (PP-SC) e Natan Donadon<br />

(PMDB-RO), além dos prefeitos das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

João Alfredo (PE), Severino Cavalcanti (PP), e <strong>de</strong><br />

Jandaia do Sul (PR), José Borba (PP). O senador<br />

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) também estaria<br />

impedido <strong>de</strong> se candidatar, segundo interpretação<br />

do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) <strong>de</strong> 2010,<br />

embora ele negue estar inelegível.<br />

Para Marco Aurélio, não faz sentido um sistema em<br />

que o político per<strong>de</strong> o direito <strong>de</strong> se candidatar, mas<br />

não o <strong>de</strong> exercer o mandato. “Com essa retroação<br />

(da Lei da Ficha Limpa) consagrada pelo Supremo,<br />

passa a haver um sistema capenga. Alguém ocupa<br />

uma ca<strong>de</strong>ira no Congresso, mesmo estando<br />

inelegível. Isso é um contrassenso, porque<br />

inelegibilida<strong>de</strong> nada mais é do que a suspensão<br />

parcial dos direitos políticos”, avalia o ministro.<br />

O advogado eleitoral José Eduardo Alckmin<br />

discorda que a lei seja incongruente. “Quem está<br />

no exercício já obteve do eleitorado uma<br />

manifestação favorável <strong>de</strong> que é a pessoa indicada<br />

para o mandato”, <strong>de</strong>staca. O presi<strong>de</strong>nte da Or<strong>de</strong>m<br />

dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante,<br />

concorda com a tese da contradição. “Mas não vejo<br />

como retirá-lo do mandato porque, se a lei não<br />

estava em vigor na ocasião da eleição, não po<strong>de</strong><br />

atingir político com mandato em curso.”<br />

Pelo cenário atual, Severino Cavalcanti ficará<br />

impedido <strong>de</strong> concorrer à reeleição. Ele renunciou<br />

ao cargo <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado em 2005 para escapar da<br />

cassação. O pepista está inelegível por oito anos<br />

contados <strong>de</strong> 2007, quando terminaria o mandato.<br />

Não po<strong>de</strong> se candidatar até 2015.<br />

Candidatos<br />

Quadro semelhante é o <strong>de</strong> Borba, que também<br />

preten<strong>de</strong> disputar a reeleição. Ele renunciou ao<br />

mandato <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado em 2005, após ser envolvido<br />

no escândalo do mensalão. Outro atingido pela<br />

Ficha Limpa, o <strong>de</strong>putado João ficará inelegível até<br />

2015. O mandato atual, no entanto, está a salvo. O<br />

advogado Michel Saliba diz que trabalha para<br />

<strong>de</strong>rrubar na Justiça a con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Pizzolatti,<br />

que não irá concorrer em 2012, mas <strong>de</strong>ve se<br />

candidatar daqui a dois anos. Severino e Borba<br />

não retornaram as ligações da reportagem.<br />

O senador Cássio Cunha Lima ficaria inelegível até<br />

2014, uma vez que teve o mandato <strong>de</strong> governador<br />

cassado por irregularida<strong>de</strong>s nas eleições <strong>de</strong> 2006.<br />

O tucano enten<strong>de</strong> que não está inelegível, uma vez<br />

que já cumpriu o afastamento <strong>de</strong> três anos previsto<br />

na lei anterior. “É inadmissível imaginar que<br />

alguém possa ser punido duas vezes pela mesma<br />

razão. Isso fere qualquer garantia <strong>de</strong> direitos<br />

individuais”, <strong>de</strong>stacou. Ele não preten<strong>de</strong> concorrer<br />

até 2018, quando termina o mandato <strong>de</strong> senador.<br />

Justiça prorroga acordo <strong>de</strong> Silvinho<br />

O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo<br />

do mensalão no Supremo, prorrogou por três<br />

meses o período em que o ex-secretário-geral do<br />

PT Sílvio Pereira, o Silvinho, terá que comparecer<br />

à Justiça para cumprir o acordo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lação<br />

premiada e não ser julgado por formação <strong>de</strong><br />

quadrilha na ação do mensalão. A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />

Barbosa aten<strong>de</strong> a um pedido do procurador-geral<br />

da República, Roberto Gurgel. Silvinho não<br />

cumpriu integralmente o acordo <strong>de</strong> comparecer<br />

mensalmente ao cartório da 2ª Vara Criminal <strong>de</strong><br />

São Paulo. Ele não teria justificado as ausências<br />

nem prestado as 750 horas <strong>de</strong> serviço comunitário,<br />

<strong>de</strong>terminadas no acordo com o Ministério Público.<br />

9


Por Luiz Carlos Azedo<br />

luizazedo.df@dabr.com.br<br />

Publicação: <strong>25</strong>/02/2012<br />

Quem pagou?<br />

Há muito tempo, o vice-presi<strong>de</strong>nte da República,<br />

Michel Temer, não enfrenta tanta turbulência no<br />

PMDB. Tudo por causa do malfalado programa <strong>de</strong><br />

televisão da legenda, em que o ex-governador do<br />

Amazonas Eduardo Braga pontificou por um minuto<br />

e meio, enquanto o lí<strong>de</strong>r da bancada no Senado,<br />

Renan Calheiros (AL), seu <strong>de</strong>safeto, nem sequer<br />

apareceu. E o <strong>de</strong>putado Gabriel Chalita, postulante<br />

a prefeito <strong>de</strong> São Paulo e cristão novo no PMDB,<br />

dominava as inserções nacionalmente, quando<br />

cada macaco <strong>de</strong>veria ocupar o seu galho, como<br />

diria o sambista baiano Riachão, ou seja, em cada<br />

cida<strong>de</strong>la peeme<strong>de</strong>bista aparecer o candidato local.<br />

Ontem, a assessoria <strong>de</strong> Temer ainda tentava<br />

apagar o incêndio, com o argumento <strong>de</strong> que o<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte da República só viu o programa no<br />

ar e que também foi surpreendido pela ausência do<br />

presi<strong>de</strong>nte do Senado, José Sarney (AP), <strong>de</strong><br />

Renan, e <strong>de</strong> outras li<strong>de</strong>ranças nacionais do partido,<br />

como o ex-ministro Ged<strong>de</strong>l Vieira Lima (BA). O<br />

político baiano está inconformado com a não<br />

regionalização das inserções da legenda, o que<br />

seria uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fortalecer os candidatos<br />

do PMDB em todos os municípios on<strong>de</strong> haverá<br />

horário eleitoral na tevê nas próximas eleições<br />

municipais.<br />

Pagará a conta quem encomendou o programa e<br />

arcou com as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> produção. Ou seja, o<br />

presi<strong>de</strong>nte em exercício do PMDB, Valdir Raupp<br />

(RO). A versão mais pueril do que aconteceu é <strong>de</strong><br />

que foi dada priorida<strong>de</strong> aos candidatos a prefeito e<br />

faltou tempo para os caciques. A mais polêmica é a<br />

<strong>de</strong> que o grupo <strong>de</strong> Michel Temer, presi<strong>de</strong>nte<br />

licenciado do partido, preten<strong>de</strong> emplacar o ministro<br />

da Previdência, Garibaldi Alves, na presidência do<br />

Senado, <strong>de</strong>stronando Renan Calheiros do<br />

comando da Casa na sucessão <strong>de</strong> José Sarney.<br />

Com Obama// A presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff viaja <strong>de</strong><br />

9 a 11 <strong>de</strong> abril aos Estados Unidos, on<strong>de</strong> se<br />

encontrará com o presi<strong>de</strong>nte Barack Obama. O<br />

homem mais po<strong>de</strong>roso do mundo terá, então, mais<br />

oito meses ou quatro anos e oito meses <strong>de</strong><br />

mandato. Dilma tem simpatia por Obama, ao<br />

contrário do ex-presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva,<br />

que se dava melhor com o ex-presi<strong>de</strong>nte George<br />

Correio Braziliense/DF - Brasília-DF, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

Brasília-DF<br />

Bush.<br />

(Paulo <strong>de</strong> Araújo/CB/D.A Press - 30/6/11)<br />

Matou no peito<br />

Em nota enviada à coluna, o presi<strong>de</strong>nte em<br />

exercício do PMDB, Valdir Raupp (foto), isentou o<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte Michel Temer <strong>de</strong> qualquer<br />

responsabilida<strong>de</strong> pela realização do programa.<br />

Disse que não houve exclusão <strong>de</strong> Sarney e Renan,<br />

que participaram do programa e das inserções <strong>de</strong><br />

2011, mas a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> “prestigiar os nossos<br />

pré-candidatos a prefeito nas capitais, como forma<br />

<strong>de</strong> fortalecer a legenda para o pleito municipal”. Na<br />

corrida pela prefeitura <strong>de</strong> São Luís pelo PMDB,<br />

Max Barros chegou a gravar 30 segundos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>poimento, mas não foi ao ar porque <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong><br />

disputar o cargo.<br />

Então tá…<br />

As participações dos senadores Luiz Henrique (SC)<br />

e Eduardo Braga (AM), em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> Sarney e<br />

<strong>de</strong> Renan, segundo Raupp, serviram para que o<br />

Brasil conhecesse a preocupação do PMDB com o<br />

meio ambiente. “Esses dois senadores tiveram um<br />

gran<strong>de</strong> papel durante a discussão e votação do<br />

Código Florestal no Senado”, justificou. Raupp<br />

reiterou “admiração e respeito aos senadores<br />

Sarney e Renan” e elogiou-os “por não permitirem<br />

que fatores externos estimulem uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

intrigas <strong>de</strong>ntro do espírito <strong>de</strong>mocrático que norteia<br />

a vida do PMDB e dos peeme<strong>de</strong>bistas”.<br />

Fico<br />

Velhos cartolas do futebol brasileiro, como<br />

ex-<strong>de</strong>putado e ex-presi<strong>de</strong>nte do Flamengo Márcio<br />

Braga, articulam um movimento para manter<br />

Ricardo Teixeira no comando da Confe<strong>de</strong>ração<br />

Brasileira <strong>de</strong> Futebol (CBF), apesar <strong>de</strong> seu<br />

<strong>de</strong>sprestígio junto à Fifa e do indisfarçável<br />

estranhamento com a presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff.<br />

Argumentam que ele foi o gran<strong>de</strong> responsável pela<br />

escolha do Brasil como se<strong>de</strong> da Copa do Mundo <strong>de</strong><br />

2014. A avaliação do Palácio do Planalto é outra:<br />

Teixeira atrapalha mais do que ajuda.<br />

Casquinha<br />

O governador Geraldo Alckmin não preten<strong>de</strong> ser<br />

protagonista da humilhação a que estão sendo<br />

submetidos os pré-candidatos a prefeito <strong>de</strong> São<br />

Paulo nas prévias do PSDB. Disse ao<br />

ex-governador José Serra — que está candidato,<br />

10


mas não assume publicamente — que o melhor<br />

para ele será entrar na disputa com Andrea<br />

Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo<br />

Tripoli.<br />

Império<br />

Confusão na apuração do grupo <strong>de</strong> acesso das<br />

escolas <strong>de</strong> samba do Rio <strong>de</strong> Janeiro: o resultado<br />

não foi reconhecido pelo prefeito Eduardo Paes<br />

(PMDB). A “vencedora” do grupo foi a Inocentes <strong>de</strong><br />

Belford Roxo, cujo presi<strong>de</strong>nte, Reginaldo Gomes,<br />

comanda a Liesa, liga que organiza o <strong>de</strong>sfile.<br />

Destaque da Estácio <strong>de</strong> Sá, que ficou em<br />

penúltimo, Luma <strong>de</strong> Oliveira pôs a boca no<br />

trombone: “Teve voto que sumiu do envelope, todo<br />

mundo falava que a Inocentes ganharia muito<br />

antes <strong>de</strong> o <strong>de</strong>sfile começar”. As escolas mais<br />

prejudicadas foram Viradouro e Império Serrano.<br />

Confisco<br />

O governo comunicou ao Congresso que não<br />

transferirá à Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, neste ano,<br />

a receita relativa à multa adicional paga por<br />

empresas que <strong>de</strong>mitem trabalhadores sem justa<br />

causa. A lei em vigor diz que esses recursos<br />

<strong>de</strong>vem ser incorporados pela CEF ao Fundo <strong>de</strong><br />

Garantia do Tempo <strong>de</strong> Serviço (FGTS). Tudo pelo<br />

superavit fiscal: o confisco foi <strong>de</strong> R$ 2,96 bilhões<br />

Correio Braziliense/DF - Brasília-DF, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

Presente/ O <strong>de</strong>putado Augusto Carvalho (PPS-DF)<br />

também marcou presença no plenário da Câmara<br />

na semana do carnaval. Aproveitou para elogiar a<br />

iniciativa do governador Agnelo Queiroz <strong>de</strong> recorrer<br />

à parceria com o setor privado para administrar a<br />

saú<strong>de</strong> do Distrito Fe<strong>de</strong>ral. Quando foi secretário<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Carvalho foi muito criticado pelo PT por<br />

esse tipo <strong>de</strong> iniciativa.<br />

Zona Franca/ A bancada do Amazonas no<br />

Congresso, li<strong>de</strong>rada pela senadora Vanessa<br />

Grazziotin (PCdoB), está em pé <strong>de</strong> guerra por<br />

causa das <strong>de</strong>clarações do secretário <strong>de</strong> Fazenda<br />

<strong>de</strong> São Paulo, Andrea Calabi, <strong>de</strong> que a indústria da<br />

Zona Franca faz “maquiagem <strong>de</strong> produtos<br />

importados” e, por isso, dificulta a instalação <strong>de</strong><br />

fábricas em outros estados, dada ao jornal O<br />

Estado <strong>de</strong> S. Paulo no último <strong>dia</strong> 16. O governo do<br />

Amazonas contesta junto ao Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral os incentivos fiscais à produção <strong>de</strong> tablets<br />

concedidos em São Paulo.<br />

11


VISTO, LIDO E OUVIDO »<br />

Des<strong>de</strong> 1960<br />

Ari Cunha - aricunha@dabr.com.br<br />

Com Circe Cunha - circecunha.df@dabr.com.br<br />

Publicação: <strong>25</strong>/02/2012<br />

Brasil limpo<br />

Praças, calçadas benfeitas, casas pintadas,<br />

comércio local em <strong>de</strong>senvolvimento, emprego,<br />

educação, saú<strong>de</strong> são benefícios que o povo sente<br />

e comenta. Mas há iniciativas que geralmente são<br />

preteridas pelas autorida<strong>de</strong>s locais por ignorância<br />

ou preconceito. São esses os empreendimentos<br />

que realmente fazem a diferença. Eles se impõem<br />

até que a população tenha o discernimento e<br />

perceba que realmente foi um ganho em todos os<br />

sentidos. Um prefeito que investe no lixo da cida<strong>de</strong><br />

é prefeito ousado. Busca soluções técnicas para a<br />

realida<strong>de</strong> local, escolhe empresas idôneas como<br />

parceiras. Por enquanto, não há linhas <strong>de</strong><br />

financiamento vislumbrando o lixo, mas os<br />

municípios sérios, que administram bem a verba,<br />

acreditam no primeiro passo para colher os lucros<br />

no futuro. Falar em preservação ambiental sem<br />

assumir o lixo que cada ser humano produz<br />

<strong>dia</strong>riamente é balela. Brasil limpo só vai ser<br />

realida<strong>de</strong> quando os municípios quiserem. (Circe<br />

Cunha)<br />

A frase que não foi pronunciada<br />

"Na <strong>de</strong>mocracia autossustentável, controle e<br />

punição da corrupção são fundamentais."<br />

Presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff pensando enquanto lê<br />

autorizações <strong>de</strong> repasses para municípios que<br />

<strong>de</strong>cretam emergência ou estado <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong><br />

pública.<br />

Próximo<br />

» Baseado em notícia recebida pela coluna,<br />

informava que o Na Hora, do GDF, estaria<br />

imprimindo a nova carteira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Leitor<br />

estava na hora <strong>de</strong> trocar. Procurou o posto da<br />

Rodoviária, on<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>ntes informaram que não<br />

havia previsão para o início da emissão do referido<br />

RIC. A assinatura é <strong>de</strong> Nilson Cavalcante, nosso<br />

leitor.<br />

Junto com Uniceub<br />

Correio Braziliense/DF - Opinião, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

Ari Cunha<br />

» Será realizado ciclo <strong>de</strong> palestras pelo projeto<br />

Ciência, Tecnologia e Inovação no Dia a Dia. O<br />

objetivo é envolver estudantes universitários em<br />

temas relacionados às ciências biológicas. Será<br />

discutido o benefício dos venenos <strong>de</strong> animais e a<br />

aprendizagem na era digital. Pesquisadores foram<br />

convidados para ministrar as palestras, que serão<br />

me<strong>dia</strong>das pelo jornalista Humberto Rezen<strong>de</strong>, do<br />

Correio Braziliense.<br />

Navegações<br />

» Antes dos militares no governo, havia um capitão<br />

da Marinha, relações públicas da Presidência da<br />

República. Frequentava a socieda<strong>de</strong> e sempre<br />

estava bem acompanhado. Era invejado.<br />

Castelão parado<br />

» Funcionários que trabalham no Castelão, on<strong>de</strong><br />

serão realizadas partidas <strong>de</strong> futebol, paralisaram as<br />

ativida<strong>de</strong>s. Movimento não é pacífico. Conseguir a<br />

volta dos trabalhadores vai custar mais dinheiro. O<br />

trabalho interrompido requer novo esquema <strong>de</strong><br />

organização e leva tempo para ser implantado.<br />

Carnaval para distritais<br />

» Câmara Legislativa encontrou o caminho das<br />

Ín<strong>dia</strong>s. Aproveitou a alegria dos carnavalescos para<br />

fazer reajuste <strong>de</strong> 77% das verbas in<strong>de</strong>nizatórias. O<br />

gasto será <strong>de</strong>sse tamanho e os <strong>de</strong>putados distritais<br />

po<strong>de</strong>rão gastar R$ 55 milhões na conta da viúva. O<br />

troco da população, só pelo voto.<br />

Aumento<br />

» E mais: concursados não são nomeados para a<br />

Câmara Legislativa. Funcionários são escolhidos<br />

pelas necessida<strong>de</strong>s dos parlamentares <strong>de</strong> Brasília.<br />

Os funcionários são nomeados “<strong>de</strong> confiança”. As<br />

<strong>de</strong>spesas crescem em proporções <strong>de</strong>smesuradas.<br />

Brasília funcionava sem a Câmara Legislativa.<br />

Resta saber se <strong>de</strong>mocracia é prato para a<br />

corrupção.<br />

Trumbica<br />

» Há constante troca <strong>de</strong> informações entre o<br />

governo fe<strong>de</strong>ral e os governadores dos estados. As<br />

greves que se espalham pelo Brasil estão custando<br />

muito dinheiro ao erário.<br />

Frei Betto<br />

» Artigo semanal <strong>de</strong> Frei Betto mostra que o povo<br />

12


eage ao patriotismo ainda que cada homem traga<br />

no coração qualquer amargura. A revolta nasce<br />

das exceções perigosas partam <strong>de</strong> on<strong>de</strong> partirem.<br />

Posição <strong>de</strong> Frei Betto é <strong>de</strong> salvar a verda<strong>de</strong>.<br />

Casamento<br />

» Segunda-feira 27 há acontecimento em<br />

Fortaleza. Escultor Sérvulo Esmeraldo renova o<br />

compromisso com Dodora <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong><br />

convivência. Notícia da jornalista Julia Lopes, <strong>de</strong> O<br />

Povo, que anuncia festa, cerimônias religiosa e<br />

civil. A amiza<strong>de</strong> justifica a nossa presença. Afinal,<br />

amigos há muitos anos, trabalhamos juntos em<br />

São Paulo e somos testemunha particular <strong>de</strong>sse<br />

Correio Braziliense/DF - Opinião, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

episódio.<br />

História <strong>de</strong> Brasília<br />

Há uma reclamação contra os médicos do Banco<br />

do Brasil. Trabalham sem fiscalização, não<br />

cumprem o horário e recebem todas as vantagens<br />

do cargo e da transferência para Brasília.<br />

(Publicado em 7/5/1961)<br />

13


Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Capa, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior do Trabalho<br />

Nome no SPC vira barreira a emprego<br />

Empresa recorre ao órgão antes <strong>de</strong> contratar, e<br />

com o aval do TST. Trabalhadores reclamam.<br />

Economia, página <strong>25</strong><br />

15


Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Em Debate, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior do Trabalho<br />

Deve-se fixar um prazo <strong>de</strong> atraso para comparecer a<br />

audiência trabalhista?<br />

SIM<br />

Carlos Bezerra<br />

Ex-governador <strong>de</strong> Mato Grosso e <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral<br />

Precisamos por fim a uma situação <strong>de</strong> total<br />

insegurança jurídica a que estão expostos todos<br />

aqueles que, por um motivo ou outro, veem-se na<br />

contingência <strong>de</strong> pleitear junto à Justiça do<br />

Trabalho. Como o artigo 844 da Consolidação das<br />

Leis do Trabalho – CLT, cuja alteração é proposta,<br />

limita-se a estabelecer as consequências do não<br />

comparecimento da parte à audiência, não fazendo<br />

nenhuma referência a prazo <strong>de</strong> tolerância, hoje em<br />

<strong>dia</strong>, um simples atraso, mínimo que seja, é o<br />

bastante para que sejam <strong>de</strong>cretadas revelia e<br />

confissão quanto à matéria <strong>de</strong> fato, quando se trata<br />

<strong>de</strong> ausência do reclamado, e <strong>de</strong> arquivamento do<br />

processo, no caso <strong>de</strong> ausência do reclamante.<br />

Chama a atenção a frequência <strong>de</strong> situações <strong>de</strong><br />

arquivamentos <strong>de</strong> processos, con<strong>de</strong>nação em<br />

revelia e confissão <strong>de</strong> reclamados que<br />

comparecem à audiência com atrasos diminutos,<br />

com a audiência ainda em andamento. Tais casos,<br />

<strong>de</strong> tão absurdos, têm merecido a repulsa dos<br />

tribunais, sobretudo do TST, que, em muitos casos,<br />

<strong>de</strong>termina o retorno dos autos à vara <strong>de</strong> origem<br />

para realização <strong>de</strong> nova audiência.<br />

Essa situação, a toda a evidência, não po<strong>de</strong><br />

continuar, razão pela qual apresentamos o<br />

presente projeto. Por uma questão <strong>de</strong> isonomia<br />

entre as partes, mormente entre juízes e<br />

advogados, entre os quais, segundo a Constituição<br />

Fe<strong>de</strong>ral, não existe hierarquia, propomos a<br />

tolerância <strong>de</strong> quinze minutos, mesmo prazo fixado<br />

no art. 815 da CLT para as partes esperarem pelo<br />

comparecimento do juiz.<br />

NÃO<br />

Agnaldo Malheiros<br />

Advogado<br />

Na perspectiva das relações sociais coti<strong>dia</strong>nas, é<br />

inquestionável que qualquer atraso excessivo e<br />

injustificado para compromisso assumido <strong>de</strong>nota<br />

clara falta <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração e respeito pela<br />

dignida<strong>de</strong> do próximo. Não há qualquer<br />

fundamento lógico ou jurídico para não se esten<strong>de</strong>r<br />

esse mesmo raciocínio às relações forenses<br />

travadas entre juízes e advogados. Decerto há<br />

razões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m administrativa, que por vezes<br />

po<strong>de</strong>m até explicar atrasos nas audiências: a<br />

qualida<strong>de</strong> da administração judicial da pauta<br />

(aprazamento <strong>de</strong> várias audiências para o mesmo<br />

horário, ou <strong>de</strong> audiências com intervalo <strong>de</strong> tempo<br />

insuficiente entre elas); a cumulação <strong>de</strong> órgãos por<br />

magistrados; a dificulda<strong>de</strong> logística no transporte e<br />

apresentação <strong>de</strong> acusados presos, entre muitas<br />

outras. Por isso mesmo é compreensível que os<br />

juízes venham a exigir, nos termos da lei, que os<br />

horários sejam cumpridos.<br />

É verda<strong>de</strong> que tais mazelas administrativas não<br />

são atribuíveis aos advogados nem têm qualquer<br />

primazia, em termos <strong>de</strong> importância, sobre o tempo<br />

e os <strong>de</strong>mais compromissos profissionais dos<br />

advogados. Bem ao contrário, à míngua <strong>de</strong><br />

qualquer relação <strong>de</strong> hierarquia ou subordinação<br />

entre juízes e advogados, estes não estão à<br />

disposição permanente dos eventuais atrasos<br />

daqueles. No entanto, também é preciso<br />

reconhecer que, sem o respeito aos horários, o<br />

sistema judicial se inviabilizará.<br />

16


Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Plantão Policial, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

NEGADO HABEAS CORPUS A BAUER<br />

A Quinta Turma do Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

(STJ) negou o pedido da <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> Marcelo Bauer<br />

para que o seu processo fosse anulado por<br />

cerceamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Em <strong>de</strong>cisão unânime, o<br />

colegiado in<strong>de</strong>feriu o habeas corpus <strong>de</strong> Bauer,<br />

acusado <strong>de</strong> matar com 19 facadas, por ciúme, a<br />

namorada Thaís Muniz Mendonça, em julho <strong>de</strong><br />

1987, em Brasília. Ele se encontra foragido. A<br />

<strong>de</strong>fesa alegou nulida<strong>de</strong> do processo porque a<br />

intimação da <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> pronúncia foi feita por<br />

edital, afirmando que seria necessária a expedição<br />

<strong>de</strong> carta rogatória, uma vez que o en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong><br />

Bauer na Alemanha era conhecido. Além disso,<br />

afirmou a insuficiência da <strong>de</strong>fesa oferecida pelo<br />

Núcleo <strong>de</strong> Prática Jurídica do UniCeub.<br />

17


Decisão que legitima a prática é alvo <strong>de</strong><br />

repúdio <strong>de</strong> representantes dos<br />

trabalhadores<br />

Uma <strong>de</strong>cisão do Tribunal Superior do Trabalho<br />

(TST) que reconheceu o direito <strong>de</strong> uma empresa<br />

consultar o Serviço <strong>de</strong> Proteção ao Crédito (SPC)<br />

antes <strong>de</strong> contratar funcionários está causando<br />

polêmica. O TST rejeitou um recurso do Ministério<br />

Público do Trabalho em Sergipe, que tinha o<br />

objetivo <strong>de</strong> impedir as pesquisas pela G. Barbosa<br />

Comercial Ltda., <strong>de</strong> Aracaju.<br />

Para o MP, a conduta da empresa era<br />

discriminatória e havia um dano moral coletivo. No<br />

entanto, o entendimento da 2ª Turma do TST é que<br />

não existe proibição legal para a pesquisa <strong>de</strong><br />

dados junto a serviços <strong>de</strong> proteção ao crédito,<br />

assim como a registros policiais e judiciais.<br />

Nas palavras do ministro do TST, Renato <strong>de</strong><br />

Lacerda Paiva, relator do recurso em discussão,<br />

“se a administração pública, em praticamente todos<br />

os processos seletivos que realiza, exige dos<br />

candidatos, além do conhecimento técnico <strong>de</strong> cada<br />

área, inúmeros comprovantes <strong>de</strong> boa conduta e<br />

reputação, não há como vedar ao empregador o<br />

acesso a cadastros públicos como mais um<br />

mecanismo <strong>de</strong> melhor selecionar candidatos às<br />

suas vagas <strong>de</strong> emprego”.<br />

No entanto, na opinião <strong>de</strong> especialistas em Direito<br />

Trabalhista, a i<strong>de</strong>ia precisa ser amadurecida, já que<br />

muitos <strong>de</strong>sempregados, em função da falta <strong>de</strong><br />

renda mensal, acabam utilizando os limites <strong>de</strong><br />

crédito e, por vezes, não conseguem pagar suas<br />

dívidas. Ou seja, precisam do emprego para saldar<br />

o que <strong>de</strong>vem. Outro argumento é que este tipo <strong>de</strong><br />

pendência não <strong>de</strong>squalifica o potencial <strong>de</strong> trabalho<br />

do candidato.<br />

FORÇA SINDICAL<br />

Em comunicado, a Direção Nacional da Força<br />

Sindical afirma que a <strong>de</strong>cisão é injusta, pois, na<br />

prática, con<strong>de</strong>na qualquer pessoa <strong>de</strong>sempregada e<br />

endividada a continuar eternamente na mesma<br />

situação. “Sem emprego, como o <strong>de</strong>vedor po<strong>de</strong>rá<br />

pagar sua dívida e limpar seu nome?”, indaga a<br />

entida<strong>de</strong>.<br />

Para a Força, embora o TST diga o contrário, sua<br />

<strong>de</strong>cisão é claramente inconstitucional e po<strong>de</strong> ser<br />

questionada no Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF),<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Economia, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Consulta polêmica ao SPC<br />

instância máxima da Justiça brasileira. “Para<br />

promover o bem <strong>de</strong> todos, como prevê a<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral, o Estado brasileiro e, em<br />

especial, a Justiça, não po<strong>de</strong>m criar uma<br />

armadilha <strong>de</strong>ste tipo para o trabalhador. Nosso<br />

País tem se tornado uma referência internacional<br />

em políticas <strong>de</strong> inclusão social porque tem feito sua<br />

lição <strong>de</strong> casa e não po<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma alguma, admitir<br />

um Judiciário trabalhando contra essa diretriz e<br />

promovendo a exclusão dos trabalhadores”, afirma.<br />

O comunicado diz ainda que, ao contrário do TST,<br />

a Força Sindical consi<strong>de</strong>ra discriminatória a<br />

<strong>de</strong>cisão. “A maioria das pessoas que acaba<br />

entrando nas listas <strong>de</strong> proteção ao crédito não o<br />

faz por má-fé, mas porque ficou <strong>de</strong>sempregada ou<br />

ganha menos do que o necessário para a<br />

subsistência <strong>de</strong> suas famílias. Por isso, repu<strong>dia</strong>mos<br />

ferozmente a <strong>de</strong>cisão do TST”, conclui.<br />

Aberto o precen<strong>de</strong>nte<br />

A <strong>de</strong>cisão vale apenas para o caso específico da<br />

G. Barbosa. No entanto, abre prece<strong>de</strong>nte para<br />

outros processos semelhantes que envolvam a<br />

consulta por empregadores a entida<strong>de</strong>s como o<br />

SPC, o Serasa e órgãos policiais e do Po<strong>de</strong>r<br />

Judiciário antes da contratação.<br />

A origem da disputa judicial foi uma <strong>de</strong>núncia<br />

anônima feita em 2002, segundo a qual a empresa<br />

teria praticado discriminação ao não contratar<br />

pessoas com pendências no Serviço <strong>de</strong> Proteção<br />

ao Crédito (SPC). Um inquérito foi aberto. Na<br />

audiência, a empresa recusou-se a assinar um<br />

termo <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong> que não faria mais a<br />

pesquisa. Diante <strong>de</strong>sse fato, o Ministério Público<br />

protocolou uma ação no Judiciário.<br />

Na 1ª Instância, foi <strong>de</strong>terminado à empresa que<br />

<strong>de</strong>ixasse <strong>de</strong> fazer as consultas sob pena <strong>de</strong> multa<br />

<strong>de</strong> R$ 10 mil por pesquisa realizada e o pagamento<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> R$ 200 mil por dano moral<br />

coletivo. A G. Barbosa recorreu ao TRT,<br />

argumentando que não <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> contratar os<br />

inadimplentes. Eles apenas não atuariam<br />

diretamente com dinheiro.<br />

ARGUMENTO ACEITO<br />

Os ministros aceitaram os argumentos e liberaram<br />

a consulta ao SPC. Ao julgar o recurso, o tribunal<br />

ressaltou que o próprio processo seletivo do<br />

Ministério Público faz exigências em relação à<br />

conduta <strong>de</strong> candidatos. Os magistrados do TRT<br />

18


concluíram que no caso não ocorreu a<br />

discriminação proibida pela Constituição, que está<br />

relacionada a condições pessoais, como sexo e<br />

etnia.<br />

No TST, o relator do recurso, ministro Renato <strong>de</strong><br />

Lacerda Paiva, afirmou que os cadastros<br />

consultados pela empresa são públicos e <strong>de</strong><br />

acesso irrestrito. Segundo ele, o empregador tem<br />

todo o direito <strong>de</strong> apurar a conduta do candidato. A<br />

Procuradoria Geral do Trabalho (PGT) vai recorrer<br />

da <strong>de</strong>cisão.<br />

Enquanto parte dos especialistas em Direito<br />

Trabalhista vê com <strong>de</strong>sconfiança o entendimento,<br />

alguns enten<strong>de</strong>m a posição do TST como uma<br />

vitória dos empregadores, que po<strong>de</strong>rão contar com<br />

mais esta ferramenta <strong>de</strong> seleção no momento da<br />

contratação <strong>de</strong> seus funcionários.<br />

ENQUETE<br />

Você concorda com o direito das<br />

empresas <strong>de</strong> checar o nome do<br />

candidato no SPC?<br />

“Isso é um absurdo. Com essa <strong>de</strong>cisão,<br />

a Justiça aumenta o índice <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>semprego porque o número <strong>de</strong><br />

pessoas com o nome sujo é muito<br />

gran<strong>de</strong>. É uma coisa que ninguém<br />

escolhe”.<br />

Eliene Sousa, 23 anos, dona <strong>de</strong> casa<br />

“Acho que a Justiça acabou com as<br />

chances do trabalhador que está<br />

endividado po<strong>de</strong>r acabar com as<br />

dívidas. Sem emprego, ninguém<br />

consegue ficar bem financeiramente”.<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Economia, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Oliban Amorim, 22 anos, garçom<br />

“Trata-se <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão<br />

preconceituosa com quem tem alguma<br />

dívida na praça. Com isso, as pessoas<br />

não terão a chance <strong>de</strong> trabalhar e<br />

liquidar os débitos existentes.”<br />

Joseli Barbosa, 21 anos, estudante<br />

“As pessoas não terão condições <strong>de</strong><br />

arrumar emprego com essa exigência<br />

<strong>de</strong> nome limpo. Com certeza terá um<br />

aumento no número <strong>de</strong> endividados e<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados”.<br />

João José das Chagas, 43 anos, construtor<br />

19


Acusado <strong>de</strong> assassinar a ex-namorada<br />

entrega-se para obter benefício<br />

Da Redação, com agências<br />

redacao@ jornal<strong>de</strong>brasilia.com.br<br />

O advogado Mizael Bispo <strong>de</strong> Souza, <strong>de</strong> 42 anos,<br />

entregou- se ontem à Justiça. Ele estava foragido<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010, quando sua prisão<br />

preventiva foi <strong>de</strong>cretada pela terceira vez. Acusado<br />

<strong>de</strong> matar a advogada Mércia Mikie Nakashima, <strong>de</strong><br />

28 anos, sua ex-namorada, Mizael estava com<br />

seus advogados quando entrou no fórum <strong>de</strong><br />

Guarulhos, na Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

O ato <strong>de</strong> Mizael faz parte <strong>de</strong> uma estratégia da<br />

<strong>de</strong>fesa. Um recurso em seu nome está nas mãos<br />

do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF). Por meio <strong>de</strong>le, seu<br />

advogado, Samir Haddad Junior, preten<strong>de</strong> obter a<br />

or<strong>de</strong>m para que Mizael fique <strong>de</strong>tido em prisão<br />

domiciliar enquanto aguarda seu julgamento pelo<br />

tribunal do júri.<br />

O argumento para obter esse benefício é um artigo<br />

do Estatuto da Advocacia que prevê o direito a sala<br />

<strong>de</strong> estado-maior para os advogados que aguardam<br />

julgamento presos. Como esse tipo <strong>de</strong> sala não<br />

existe no sistema prisional paulista, a alternativa<br />

encontrada pelo STF em casos semelhantes é<br />

conce<strong>de</strong>r aos advogado o direito da prisão<br />

domiciliar. Para contornar esse problema, a<br />

Secretaria da Segurança usa uma sala no<br />

Regimento <strong>de</strong> Cavalaria da PM para manter<br />

advogados ou promotores presos.<br />

"Esse tipo <strong>de</strong> sala não existe em São Paulo. Por<br />

isso, ele tem o direito <strong>de</strong> ficar em prisão domiciliar",<br />

afirmou Haddad Junior. Após sair do fórum, Mizael<br />

foi levado para a se<strong>de</strong> da Corregedoria da PM – ele<br />

é ex-policial militar – e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>via ser recolhido<br />

no Presídio Militar Romão Gomes.<br />

“POLÍCIA NÃO IA PEGAR”<br />

O advogado preten<strong>de</strong> informar o ministro<br />

Lewandowski na segunda- feira sobre a<br />

apresentação <strong>de</strong> Mizael. "Ele não queria mais viver<br />

nesse inferno. Ele não matou ninguém e quer<br />

provar que é inocente", afirmou o advogado<br />

Haddad Junior.<br />

O <strong>de</strong>fensor fez questão <strong>de</strong> afirmar que a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> se entregar foi <strong>de</strong> Mizael. "A polícia po<strong>dia</strong><br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Brasil, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Prisão é estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />

passar <strong>de</strong>z anos e não ia pegar meu cliente".<br />

Mércia <strong>de</strong>sapareceu no <strong>dia</strong> 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2010.<br />

Em junho, seu corpo foi encontrado em uma<br />

represa em Nazaré Paulista.<br />

O advogado da família <strong>de</strong> Mércia, Alexandre <strong>de</strong> Sá<br />

Domingues, assistente <strong>de</strong> acusação, afirmou que,<br />

apesar da fuga, o processo está correndo<br />

rapidamente e que o júri <strong>de</strong>ve ocorrer ainda neste<br />

ano.<br />

"Temos provas para que ele seja con<strong>de</strong>nado. Acho<br />

que tudo vai dar certo", disse Alexandre <strong>de</strong> Sá<br />

Domingues. Já o irmão <strong>de</strong> Mércia, Márcio<br />

Nakashima, disse que a família está aliviada. "Ele<br />

teve vários habeas corpus recusados e por isso<br />

não restou alternativas. Só esperamos que a<br />

Justiça o mantenha preso agora que se entregou”,<br />

acrescentou.<br />

AFOGAMENTO<br />

Mércia Nakashima foi afogada <strong>de</strong>ntro do carro<br />

trancada na represa <strong>de</strong> Nazaré Paulista em Atibaia<br />

interior <strong>de</strong> São Paulo, perto das margens da<br />

Rodovia Dom Pedro 1º. Ela <strong>de</strong>sapareceu após<br />

participar <strong>de</strong> um almoço em família em Guarulhos.<br />

Segundo familiares ela <strong>de</strong>ixou a casa da avó on<strong>de</strong><br />

aconteceu o jantar por volta das 18h30 e o trajeto<br />

até a casa <strong>de</strong>la é <strong>de</strong> cinco, <strong>de</strong>z minutos.<br />

SAIBA +<br />

Ainda segundo familiares, antes <strong>de</strong> sair, no <strong>dia</strong> em<br />

que <strong>de</strong>sapareceu, Mércia recebeu um telefonema,<br />

era o ex-namorado e ex-sócio <strong>de</strong>la em um<br />

escritório <strong>de</strong> advocacia, Mizael Bispo <strong>de</strong> Souza. Ele<br />

foi consi<strong>de</strong>rado como o principal suspeito <strong>de</strong> matar<br />

a advogada.<br />

No <strong>dia</strong> 10 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2010, o carro da advogada<br />

foi encontrado. O veículo estava submerso a uma<br />

profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximadamente 6 metros, tinha<br />

o vidro do motorista aberto e estava com os<br />

pertences da advogada. No <strong>dia</strong> seguinte, o corpo<br />

<strong>de</strong> Mércia foi encontrado na mesma represa.<br />

20


Criminalização para <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> dinheiro<br />

público é proposta por ministro do STF<br />

Oministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça (STJ), <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a criminalização do<br />

enriquecimento ilícito <strong>de</strong> servidores públicos,<br />

inclusive <strong>de</strong> magistrados. O enriquecimento é<br />

punido com base na Lei <strong>de</strong> Improbida<strong>de</strong>, que prevê<br />

sanções exclusivamente <strong>de</strong> caráter civil, como<br />

pagamento <strong>de</strong> multa, <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> dinheiro<br />

<strong>de</strong>sviado do erário e suspensão dos direitos<br />

políticos. "Proponho a tipificação do enriquecimento<br />

ilícito com pena <strong>de</strong> reclusão", <strong>de</strong>clarou Dipp.<br />

Antecessor da ministra Eliana Calmon na<br />

Corregedoria Nacional <strong>de</strong> Justiça, Dipp é criador<br />

das varas <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro da Justiça<br />

Fe<strong>de</strong>ral por on<strong>de</strong> tramitam ações contra o crime<br />

organizado. Ontem, ele conduziu a primeira<br />

audiência pública da Comissão <strong>de</strong> Reforma do<br />

Código Penal no Senado, fórum que ele presi<strong>de</strong>.<br />

No Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> São Paulo, reuniram-se<br />

promotores, senadores, juízes, advogados,<br />

notáveis do Direito e segmentos da socieda<strong>de</strong> civil.<br />

RENOVAÇÃO<br />

Dipp assinalou que o código é <strong>de</strong> 1940. Ao longo<br />

<strong>de</strong>sses anos foram criadas mais <strong>de</strong> 120 leis<br />

extravagantes para suprir lacunas do código<br />

<strong>de</strong>fasado. "O excesso <strong>de</strong> legislações esparsas<br />

conduz à situação <strong>de</strong> injustiça, gera <strong>de</strong>scompasso<br />

e <strong>de</strong>scrédito no Direito Penal", alertou o<br />

procurador-geral <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> São Paulo,<br />

Fernando Grella Vieira.<br />

O ministro informou que o combate à corrupção é<br />

capítulo fundamental na construção do novo<br />

código. "O enriquecimento ilícito <strong>de</strong>ve ser tipificado<br />

como crime, o servidor que tenha patrimônio<br />

incompatível com o seu rendimento e não saiba<br />

justificar <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio <strong>de</strong>ve ser processado<br />

criminalmente. Está na convenção da ONU contra<br />

a corrupção. O Brasil é signatário."<br />

Para Dipp, a punição <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m criminal po<strong>de</strong><br />

intimidar o agente envolvido em frau<strong>de</strong>s contra o<br />

Tesouro. "O tipo penal tem mais rigor, tem um peso<br />

maior <strong>de</strong> coação e <strong>de</strong> prevenção." Dipp avalia que<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Política & Po<strong>de</strong>r, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

Na mira da Justiça<br />

"todos os servidores, inclusive juízes e membros do<br />

Ministério Público", <strong>de</strong>vem ser enquadrados.<br />

A criminalização do enriquecimento vai ser ampla.<br />

"Todo aquele que exercer função pública, cargo<br />

público, inclusive político e do Judiciário. Não<br />

precisa ser funcionário concursado", assinala o<br />

ministro. Ele disse que não foi discutida a dosagem<br />

da pena <strong>de</strong> prisão a ser aplicada. "Vamos trabalhar<br />

com a nossa consciência e sem ouvir pressão."<br />

SAIBA +<br />

O ministro ressaltou que a comissão "está<br />

prevendo esse tipo penal em relação ao funcionário<br />

público, aquele que amplia seu patrimônio <strong>de</strong> forma<br />

injustificável".<br />

A proposta, ainda em estudo, alcança períodos<br />

mais abrangentes, não só do tempo em que o<br />

servidor exerceu sua ativida<strong>de</strong>. O rastreamento<br />

<strong>de</strong>verá avançar a "algum tempo posterior para que<br />

(o investigado) não venha a se utilizar da sua<br />

função anterior para angariar fundos.<br />

21


O assunto chegou a dominar o ranking dos mais<br />

citados no Twitter, apontado pelo medidor<br />

instantâneo <strong>de</strong> audiência da re<strong>de</strong> social na internet.<br />

O apresentador <strong>de</strong> televisão e blogueiro, Paulo<br />

Henrique Amorim, da TV Record, fez um acordo<br />

judicial num processo movido contra ele pelo<br />

jornalista Heraldo Pereira da Re<strong>de</strong> Globo. Em seu<br />

blog, Conversa Afiada, Amorim, <strong>de</strong>ntre outras<br />

coisas, disse que Pereira era funcionário do<br />

ministro Gilmar Men<strong>de</strong>s, do Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral, e que "apenas faria um bico na emissora<br />

<strong>de</strong> televisão", chamando ainda o colega <strong>de</strong> "negro<br />

<strong>de</strong> alma branca". Pereira entrou na Justiça<br />

pedindo in<strong>de</strong>nização por dano moral, em processo<br />

que acabou em acordo no último <strong>dia</strong> 15 (divulgado<br />

na quinta-feira).<br />

Além do pagamento <strong>de</strong> R$ 30 mil, previamente<br />

doados a uma instituição <strong>de</strong> carida<strong>de</strong> escolhida<br />

pelo ofendido, Amorim ainda terá <strong>de</strong> divulgar uma<br />

extensa nota <strong>de</strong> retratação dando conta da<br />

imparcialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pereira. Alguns meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

ser con<strong>de</strong>nado por ter chamado <strong>de</strong> racista o<br />

jornalista Ali Kamel, diretor da Central Globo <strong>de</strong><br />

Jornalismo, o apresentador da TV Record fez<br />

acordo em outro processo on<strong>de</strong> era réu por<br />

ofensas racistas e terá <strong>de</strong> pagar R$ 30 mil ao<br />

jornalista Heraldo Pereira, também da TV Globo.<br />

No site Consultor Jurídico, as explicações técnicojurídicas<br />

do caso: “o blogueiro Paulo Henrique<br />

Amorim tem duas semanas para publicar em dois<br />

jornais, Folha <strong>de</strong> S.Paulo e Correio Braziliense, um<br />

pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas ao jornalista Heraldo Pereira,<br />

da TV Globo, por ofensas racistas”. A reparação já<br />

<strong>de</strong>veria ter sido publicada no blog <strong>de</strong> Amorim na<br />

última segunda-feira, mas até a manhã <strong>de</strong>sta<br />

sexta- feira-feira a obrigação foi ignorada.<br />

O acordo equivale a uma sentença con<strong>de</strong>natória,<br />

porque Amorim aceitou fazê-lo por temer punição<br />

mais grave. Ele concordou pagar R$ 30 mil, que<br />

Heraldo Pereira <strong>de</strong>cidiu doar a uma instituição <strong>de</strong><br />

carida<strong>de</strong>; retirar do blog os textos ofensivos;<br />

remeter a retratação a todos os sites e blogs<br />

associados a Amorim; e, se a retratação nos dois<br />

jornais impressos não for publicada no prazo<br />

combinado, aceitar a punição em dobro. O acordo,<br />

assinado pelas partes e seus advogados,<br />

homologado como sentença pelo juiz, tem força <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>finitiva. Heraldo processa Amorim<br />

também no campo criminal, pelas mesmas razões.<br />

Em <strong>de</strong>cisão interlocutória, o juiz Márcio Evangelista<br />

Ferreira da Silva antecipou que, na fase em que se<br />

encontra o caso, falta apenas <strong>de</strong>finir se Amorim<br />

praticou um ato <strong>de</strong> racismo ou <strong>de</strong> injúria racial.<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - MARGRIT SCHMIDT, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Jogo pesado<br />

RESSENTIMENTO<br />

Paulo Henrique Amorim apresenta um programa<br />

dominical na TV Record, emissora que tem a Igreja<br />

Universal como acionista. No Domingo<br />

Espetacular, é bastante comum textos e matérias<br />

fazerem referências críticas e até insultuosas à<br />

Re<strong>de</strong> Globo. Em seu blog, Paulo Henrique Amorim<br />

dispara, <strong>dia</strong> sim outro também, contra a emissora<br />

“inimiga” da Record. Po<strong>de</strong>-se argumentar que é<br />

guerra <strong>de</strong> concorrentes e que, portanto faz parte do<br />

jogo. Mas daí a usar expressões como “negro <strong>de</strong><br />

alma branca”, convenhamos, é passar um bocado<br />

<strong>de</strong> qualquer limite. E há ainda o fato <strong>de</strong> que Paulo<br />

Henrique Amorim já ter sido funcionário da Re<strong>de</strong><br />

Globo em Nova York on<strong>de</strong> trabalhou como<br />

correspon<strong>de</strong>nte internacional. Consta que foi<br />

<strong>de</strong>mitido num clima <strong>de</strong>sagradável e conclui-se que<br />

há ressentimento pessoal, mais do que briga entre<br />

concorrentes.<br />

De qualquer forma o assunto ganha força porque<br />

boa parte do noticiário político está dominada por<br />

um negócio autointitulado “blogosfera p ro g re s s i<br />

s t a ” que supostamente estaria do lado das “boas<br />

causas sociais”. A tradução para esse “ne - gócio”<br />

é: blogueiros e ex-jornalistas regiamente pagos, na<br />

sua maioria, por órgãos estatais para falar bem do<br />

governo e triturar a reputação <strong>de</strong> adversários. Sem<br />

dúvida, para eles um excelente negócio, mas<br />

infelizmente contribuindo para a manipulação da<br />

informação. Como disse o professor Carlos Alberto<br />

di Franco em artigo em O Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

“boa parte do noticiário <strong>de</strong> política, por exemplo,<br />

não tem informação. Está dominado pela fofoca e<br />

pelo <strong>de</strong>claratório. Não tem o menor interesse para<br />

os leitores. O uso <strong>de</strong> grampos como material<br />

jornalístico virou ferramenta <strong>de</strong> trabalho. A velha e<br />

boa reportagem foi sendo substituída por dossiês”.<br />

O <strong>de</strong>cano do jornalismo Alberto Dines do site<br />

Observatório da Imprensa chama Amorim <strong>de</strong><br />

“Paco, o linchador”. Ele conta como Amorim só<br />

<strong>de</strong>nigre quem está na oposição. Dá para saber<br />

bem a razão do apelido.<br />

Usar expressões como “negro <strong>de</strong> alma<br />

branca”, convenhamos, é passar um<br />

bocado <strong>de</strong> qualquer limite<br />

22


Decisão que legitima a prática é alvo <strong>de</strong><br />

repúdio <strong>de</strong> representantes dos<br />

trabalhadores<br />

Uma <strong>de</strong>cisão do Tribunal Superior do Trabalho<br />

(TST) que reconheceu o direito <strong>de</strong> uma empresa<br />

consultar o Serviço <strong>de</strong> Proteção ao Crédito (SPC)<br />

antes <strong>de</strong> contratar funcionários está causando<br />

polêmica. O TST rejeitou um recurso do Ministério<br />

Público do Trabalho em Sergipe, que tinha o<br />

objetivo <strong>de</strong> impedir as pesquisas pela G. Barbosa<br />

Comercial Ltda., <strong>de</strong> Aracaju.<br />

Para o MP, a conduta da empresa era<br />

discriminatória e havia um dano moral coletivo. No<br />

entanto, o entendimento da 2ª Turma do TST é que<br />

não existe proibição legal para a pesquisa <strong>de</strong><br />

dados junto a serviços <strong>de</strong> proteção ao crédito,<br />

assim como a registros policiais e judiciais.<br />

Nas palavras do ministro do TST, Renato <strong>de</strong><br />

Lacerda Paiva, relator do recurso em discussão,<br />

“se a administração pública, em praticamente todos<br />

os processos seletivos que realiza, exige dos<br />

candidatos, além do conhecimento técnico <strong>de</strong> cada<br />

área, inúmeros comprovantes <strong>de</strong> boa conduta e<br />

reputação, não há como vedar ao empregador o<br />

acesso a cadastros públicos como mais um<br />

mecanismo <strong>de</strong> melhor selecionar candidatos às<br />

suas vagas <strong>de</strong> emprego”.<br />

No entanto, na opinião <strong>de</strong> especialistas em Direito<br />

Trabalhista, a i<strong>de</strong>ia precisa ser amadurecida, já que<br />

muitos <strong>de</strong>sempregados, em função da falta <strong>de</strong><br />

renda mensal, acabam utilizando os limites <strong>de</strong><br />

crédito e, por vezes, não conseguem pagar suas<br />

dívidas. Ou seja, precisam do emprego para saldar<br />

o que <strong>de</strong>vem. Outro argumento é que este tipo <strong>de</strong><br />

pendência não <strong>de</strong>squalifica o potencial <strong>de</strong> trabalho<br />

do candidato.<br />

FORÇA SINDICAL<br />

Em comunicado, a Direção Nacional da Força<br />

Sindical afirma que a <strong>de</strong>cisão é injusta, pois, na<br />

prática, con<strong>de</strong>na qualquer pessoa <strong>de</strong>sempregada e<br />

endividada a continuar eternamente na mesma<br />

situação. “Sem emprego, como o <strong>de</strong>vedor po<strong>de</strong>rá<br />

pagar sua dívida e limpar seu nome?”, indaga a<br />

entida<strong>de</strong>.<br />

Para a Força, embora o TST diga o contrário, sua<br />

<strong>de</strong>cisão é claramente inconstitucional e po<strong>de</strong> ser<br />

questionada no Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF),<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Economia, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Consulta polêmica ao SPC<br />

instância máxima da Justiça brasileira. “Para<br />

promover o bem <strong>de</strong> todos, como prevê a<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral, o Estado brasileiro e, em<br />

especial, a Justiça, não po<strong>de</strong>m criar uma<br />

armadilha <strong>de</strong>ste tipo para o trabalhador. Nosso<br />

País tem se tornado uma referência internacional<br />

em políticas <strong>de</strong> inclusão social porque tem feito sua<br />

lição <strong>de</strong> casa e não po<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma alguma, admitir<br />

um Judiciário trabalhando contra essa diretriz e<br />

promovendo a exclusão dos trabalhadores”, afirma.<br />

O comunicado diz ainda que, ao contrário do TST,<br />

a Força Sindical consi<strong>de</strong>ra discriminatória a<br />

<strong>de</strong>cisão. “A maioria das pessoas que acaba<br />

entrando nas listas <strong>de</strong> proteção ao crédito não o<br />

faz por má-fé, mas porque ficou <strong>de</strong>sempregada ou<br />

ganha menos do que o necessário para a<br />

subsistência <strong>de</strong> suas famílias. Por isso, repu<strong>dia</strong>mos<br />

ferozmente a <strong>de</strong>cisão do TST”, conclui.<br />

Aberto o precen<strong>de</strong>nte<br />

A <strong>de</strong>cisão vale apenas para o caso específico da<br />

G. Barbosa. No entanto, abre prece<strong>de</strong>nte para<br />

outros processos semelhantes que envolvam a<br />

consulta por empregadores a entida<strong>de</strong>s como o<br />

SPC, o Serasa e órgãos policiais e do Po<strong>de</strong>r<br />

Judiciário antes da contratação.<br />

A origem da disputa judicial foi uma <strong>de</strong>núncia<br />

anônima feita em 2002, segundo a qual a empresa<br />

teria praticado discriminação ao não contratar<br />

pessoas com pendências no Serviço <strong>de</strong> Proteção<br />

ao Crédito (SPC). Um inquérito foi aberto. Na<br />

audiência, a empresa recusou-se a assinar um<br />

termo <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong> que não faria mais a<br />

pesquisa. Diante <strong>de</strong>sse fato, o Ministério Público<br />

protocolou uma ação no Judiciário.<br />

Na 1ª Instância, foi <strong>de</strong>terminado à empresa que<br />

<strong>de</strong>ixasse <strong>de</strong> fazer as consultas sob pena <strong>de</strong> multa<br />

<strong>de</strong> R$ 10 mil por pesquisa realizada e o pagamento<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> R$ 200 mil por dano moral<br />

coletivo. A G. Barbosa recorreu ao TRT,<br />

argumentando que não <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> contratar os<br />

inadimplentes. Eles apenas não atuariam<br />

diretamente com dinheiro.<br />

ARGUMENTO ACEITO<br />

Os ministros aceitaram os argumentos e liberaram<br />

a consulta ao SPC. Ao julgar o recurso, o tribunal<br />

ressaltou que o próprio processo seletivo do<br />

Ministério Público faz exigências em relação à<br />

conduta <strong>de</strong> candidatos. Os magistrados do TRT<br />

23


concluíram que no caso não ocorreu a<br />

discriminação proibida pela Constituição, que está<br />

relacionada a condições pessoais, como sexo e<br />

etnia.<br />

No TST, o relator do recurso, ministro Renato <strong>de</strong><br />

Lacerda Paiva, afirmou que os cadastros<br />

consultados pela empresa são públicos e <strong>de</strong><br />

acesso irrestrito. Segundo ele, o empregador tem<br />

todo o direito <strong>de</strong> apurar a conduta do candidato. A<br />

Procuradoria Geral do Trabalho (PGT) vai recorrer<br />

da <strong>de</strong>cisão.<br />

Enquanto parte dos especialistas em Direito<br />

Trabalhista vê com <strong>de</strong>sconfiança o entendimento,<br />

alguns enten<strong>de</strong>m a posição do TST como uma<br />

vitória dos empregadores, que po<strong>de</strong>rão contar com<br />

mais esta ferramenta <strong>de</strong> seleção no momento da<br />

contratação <strong>de</strong> seus funcionários.<br />

ENQUETE<br />

Você concorda com o direito das<br />

empresas <strong>de</strong> checar o nome do<br />

candidato no SPC?<br />

“Isso é um absurdo. Com essa <strong>de</strong>cisão,<br />

a Justiça aumenta o índice <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>semprego porque o número <strong>de</strong><br />

pessoas com o nome sujo é muito<br />

gran<strong>de</strong>. É uma coisa que ninguém<br />

escolhe”.<br />

Eliene Sousa, 23 anos, dona <strong>de</strong> casa<br />

“Acho que a Justiça acabou com as<br />

chances do trabalhador que está<br />

endividado po<strong>de</strong>r acabar com as<br />

dívidas. Sem emprego, ninguém<br />

consegue ficar bem financeiramente”.<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Economia, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Oliban Amorim, 22 anos, garçom<br />

“Trata-se <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão<br />

preconceituosa com quem tem alguma<br />

dívida na praça. Com isso, as pessoas<br />

não terão a chance <strong>de</strong> trabalhar e<br />

liquidar os débitos existentes.”<br />

Joseli Barbosa, 21 anos, estudante<br />

“As pessoas não terão condições <strong>de</strong><br />

arrumar emprego com essa exigência<br />

<strong>de</strong> nome limpo. Com certeza terá um<br />

aumento no número <strong>de</strong> endividados e<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados”.<br />

João José das Chagas, 43 anos, construtor<br />

24


Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Economia, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Prisão antes do fim do processo<br />

Entendimento relativiza súmula vinculante<br />

do próprio Supremo - CEDOC/RUDNEY<br />

VICTOR/11.11.10<br />

Ações <strong>de</strong> sonegação fiscal serão<br />

analisadas caso a caso, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> STF<br />

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF)<br />

admitiu em <strong>de</strong>cisão recente que o acusado <strong>de</strong><br />

sonegar impostos po<strong>de</strong> ser processado<br />

criminalmente e até preso antes do fim da<br />

discussão administrativa sobre a dívida tributária. O<br />

entendimento, segundo especialistas, relativiza<br />

súmula vinculante do próprio Supremo, <strong>de</strong> 2009,<br />

que <strong>de</strong>termina que o crime tributário somente po<strong>de</strong><br />

ser caracterizado após o fim do processo<br />

administrativo que <strong>de</strong>clara a existência do débito.<br />

A <strong>de</strong>cisão foi proferida após o pedido <strong>de</strong> habeas<br />

corpus <strong>de</strong> um homem preso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010 no estado<br />

do Espírito Santo por sonegação fiscal. A <strong>de</strong>fesa<br />

alegou que, como o processo criminal havia se<br />

iniciado antes da conclusão do administrativo, a<br />

prisão é ilegal.<br />

O ministro Marco Aurélio Mello, relator do<br />

processo, afirmou que, como não há lei específica<br />

que exija o fim do procedimento administrativo para<br />

iniciar a ação penal, é preciso analisar caso a caso<br />

se houver essa necessida<strong>de</strong>.<br />

Para ele, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia,<br />

no caso específico, não havia essa necessida<strong>de</strong>.<br />

“O duro <strong>de</strong> ter uma súmula vinculante é que se<br />

passa praticamente a bater carimbo, como se<br />

todas as situações fossem iguais”, afirmou o<br />

relator.<br />

Eles concordaram ainda com a argumentação da<br />

Procuradoria-Geral da República (PGR), que disse<br />

que eventuais problemas no processo criminal<br />

foram sanados pelo fato <strong>de</strong> o procedimento<br />

administrativo ter confirmado a existência da dívida<br />

e ter terminado antes que a sentença penal fosse<br />

prolatada.<br />

O ministro José Antonio Dias Toffoli foi o único da<br />

1ª Turma que votou contra esse entendimento,<br />

dizendo que ao caso se aplicava a súmula <strong>de</strong><br />

2009, sem relativização.<br />

Para o advogado Alexandre Siciliano, a situação<br />

gera insegurança jurídica para os contribuintes<br />

brasileiros. Segundo ele, a súmula vinculante<br />

trouxe “objetivida<strong>de</strong>” à questão. “Quando se<br />

relativiza a súmula, volta a ter subjetivida<strong>de</strong> nessa<br />

análise”, opina.<br />

SAIBA +<br />

O ministro Marco Aurélio Melo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a<br />

relativização da súmula do Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral (STF) "até certo ponto", para não<br />

prejudicar a atuação do Ministério Público, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que seja feita a distinção observando caso a caso.<br />

A arrecadação fe<strong>de</strong>ral atingiu R$ 102,579 bilhões<br />

em janeiro, segundo a Receita Fe<strong>de</strong>ral, batendo<br />

novo recor<strong>de</strong>.<br />

<strong>25</strong>


“Eu vou ali e já volto”<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, sobre<br />

cirurgia para retirada <strong>de</strong> tumor<br />

GOVERNO GASTOU R$ 54,2 MILHÕES COM<br />

FESTAS<br />

Com obras atrasadas em portos e aeroportos, PAC<br />

empacado e outras adversida<strong>de</strong>s, o governo<br />

fe<strong>de</strong>ral gastou R$ 54,2 milhões em festas,<br />

coquetéis e holofotes variados em 2011. A ONG<br />

Contas Abertas apurou que o Ministério da Cultura<br />

foi campeão, com R$ 11,3 milhões, o dobro <strong>de</strong><br />

2010, quando o Ministério da Educação do então<br />

ministro Fernando Haddad levou o troféu festança,<br />

gastando R$ 11 milhões.<br />

LIÇÃO FESTIVA<br />

Em 2011, o MEC repetiu a façanha em valores<br />

absolutos, contribuindo para o aumento <strong>de</strong> 19,5%<br />

em um ano. A Funarte torrou R$ 8 milhões.<br />

DEFESA DA ALEGRIA<br />

Vice na disputa, o Ministério da Defesa gastou R$<br />

14,5 milhões em festas em 2011, a maioria no<br />

Exército. Em 2010, foram R$ 10,8 mi.<br />

SALTO TRIPLO<br />

A cada ano, gastos com festivida<strong>de</strong>s e<br />

homenagens aumentam. O valor saltou <strong>de</strong> R$ 17,3<br />

milhões, em 2007, para R$ 54,2 mi em 2011.<br />

MÁQUINA DE DINHEIRO<br />

Para o <strong>de</strong>putado Paulo Maluf (PP-SP), a Receita<br />

Fe<strong>de</strong>ral “pensa que o contribuinte é uma vaca<br />

leiteira que produz mil litros por hora”. MG:<br />

AÉCIO ESTIMULA CANDIDATURA A<br />

GOVERNADORA<br />

Longe da dimensão nacional que <strong>de</strong>le se esperava,<br />

o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se volta à<br />

política mineira, e agora planeja lançar a bonita<br />

secretária estadual <strong>de</strong> Planejamento, Renata<br />

Vilhena, à sucessão do governador Antonio<br />

Anastasia. Ela é irmã <strong>de</strong> Carla Vilhena, âncora<br />

paulista do “Bom Dia, Brasil”, da Globo. Aécio<br />

chegou a citar a opção <strong>de</strong> sua irmã mandona<br />

Andrea Neves, mas recuou.<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Coluna Cláudio Humberto, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

CLÁUDIO HUMBERTO<br />

CAVEIRA DE BURRO<br />

O tempo passa, o tempo voa, e o PSDB não se<br />

livra da expectativa do próximo artigo <strong>de</strong> FHC e a<br />

próxima crise <strong>de</strong> in<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> José Serra.<br />

PRAGMATISMO<br />

Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir se disputará as eleições a prefeito<br />

<strong>de</strong> São Paulo, José Serra (PSDB) mandou apurar<br />

em que pé estão as contas da prefeitura.<br />

PEDRA LASCADA<br />

A prefeitura <strong>de</strong> São Paulo gasta R$ 700 milhões<br />

com o Carnaval, mas a apuração do <strong>de</strong>sfile das<br />

escolas <strong>de</strong>sconhece o uso do computador.<br />

ENFORCAMENTO<br />

Além do carnaval, parlamentares vislumbram ao<br />

menos sete semanas enforcadas com feriadões,<br />

neste ano eleitoral. A maioria dos feriados cai em<br />

terças, quartas e quintas-feiras, <strong>dia</strong>s <strong>de</strong> sessões<br />

legislativas.<br />

LABORATÓRIO DO MUNDO<br />

O governador Camilo Capiberibe e parlamentares<br />

do Amapá retiraram do projeto do Código Florestal<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir <strong>de</strong> 80% a 50% a reserva<br />

legal do estado. Querem torná-lo “laboratório do<br />

mundo”.<br />

VOU NÃO, QUERO NÃO...<br />

Após briga feia com o senador petista José<br />

Pimentel (foto), o governador do Ceará, Cid<br />

Gomes, não vai participar <strong>de</strong> evento nesta segunda<br />

(27) com a presi<strong>de</strong>nta Dilma e a prefeita Luizianne<br />

Lins (PT) em Fortaleza. Alegou ter viagem,<br />

inadiável, para EUA e Espanha.<br />

PROPAGANDA ENGANOSA<br />

Para Carlos Zarattini (PT), “saú<strong>de</strong>, transporte e<br />

manutenção da cida<strong>de</strong>” <strong>de</strong>vem ser foco do<br />

programa <strong>de</strong> governo <strong>de</strong> Fernando Haddad para a<br />

prefeitura <strong>de</strong> São Paulo: “Tem muita propaganda, e<br />

pouco resultado”.<br />

CARNAVAL NO MAR<br />

Conhecido por “Maria Fumaça”, pelo fumacê<br />

poluente por on<strong>de</strong> passa, o porta-aviões “São<br />

Paulo”, ex-“Foch”, entrou para a categoria “navio<br />

26


alegórico” após o incêndio, no final <strong>de</strong> semana, que<br />

matou uma pessoa, após cinco anos no estaleiro<br />

para “reforma e mo<strong>de</strong>rnização”.<br />

PRÉ-MOTIM<br />

A <strong>de</strong>putada distrital Erika Kokai (PT) se reúne hoje<br />

com bombeiros e policiais militares do DF para<br />

“ouvir pleitos e tentar estabelecer canal <strong>de</strong><br />

negociações”. A tropa tem assembleia marcada<br />

para 2 <strong>de</strong> março.<br />

CELEBRAÇÕES<br />

Em abril, um dos mais importantes juristas do país,<br />

o ex-presi<strong>de</strong>nte do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Nery da Silveira, completa 80 anos. E a atriz e<br />

poeta Bruna Lombardi chega aos 60, em agosto.<br />

VÍCIO DE LINGUAGEM<br />

Em seus primeiros julgamentos (sobre as<br />

prerrogativas do CNJ e a Lei Ficha Limpa), a nova<br />

ministra do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral Rosa<br />

Weber revelou um vicio <strong>de</strong> linguagem que<br />

preocupa os assessores: a expressão “a meu<br />

sentir” foi usada várias vezes em suas<br />

intervenções.<br />

PENSANDO BEM...<br />

...antes era “caiu a ficha”, agora é “rasgou a ficha”.<br />

PODER SEM PUDOR<br />

FÉRIAS MERECIDAS<br />

Culto e <strong>de</strong> raciocínio muito rápido, o ex-ministro<br />

Rafael Greca era <strong>de</strong>putado no Paraná quando<br />

passou parte das férias no Himalaia, região pela<br />

qual tinha curiosida<strong>de</strong>. De volta, um adversário –<br />

Jornal <strong>de</strong> Brasília/DF - Coluna Cláudio Humberto, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

que era baixinho –p ro v o c o u :<br />

- V. Exa. gozou férias na África. Eu prefiro as<br />

belezas da minha terra...<br />

Greca explicou que a mais alta cordilheira do<br />

mundo fica na Ásia e fulminou:<br />

- As pessoas têm o direito <strong>de</strong> escolher o local das<br />

férias, e geralmente o fazem <strong>de</strong> acordo com sua<br />

altura. Eu fui ao Himalaia. Vossa Excelência <strong>de</strong>ve<br />

ter escolhido a baixada litorânea.<br />

27


Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Coti<strong>dia</strong>no, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Proposta quer liberar aborto a mulher sem 'condição<br />

psicológica'<br />

Procedimento seria feito apenas com um laudo<br />

médico comprovando falta <strong>de</strong> condições <strong>de</strong><br />

lidar com maternida<strong>de</strong><br />

Texto <strong>de</strong> anteprojeto <strong>de</strong> reforma do Código<br />

Penal foi apresentado em audiência pública no<br />

TJ <strong>de</strong> São Paulo<br />

FLÁVIO FERREIRA<br />

DE SÃO PAULO<br />

A comissão <strong>de</strong> reforma do Código Penal do<br />

Senado apresentou em audiência pública proposta<br />

que <strong>de</strong>scriminaliza o aborto realizado até a 12ª<br />

semana <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z quando, a partir <strong>de</strong> um pedido<br />

da gestante, o "médico constatar que a mulher não<br />

apresenta condições psicológicas <strong>de</strong> arcar com a<br />

maternida<strong>de</strong>".<br />

O texto também prevê que o aborto <strong>de</strong> anencéfalos<br />

não será consi<strong>de</strong>rado crime -a questão está sob<br />

julgamento do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Atualmente, o Código Penal só não consi<strong>de</strong>ra<br />

crimes os abortos feitos para salvar a vida da<br />

gestante e quando a gravi<strong>de</strong>z resulta <strong>de</strong> estupro.<br />

O anteprojeto apresentando ontem ainda promove<br />

a <strong>de</strong>scriminalização da eutanásia nos casos em<br />

que houver <strong>de</strong>sligamento <strong>de</strong> aparelhos que<br />

mantenham a vida <strong>de</strong> um paciente com doença<br />

grave e irreversível atestada por dois médicos, com<br />

consentimento do paciente ou da família.<br />

Outra proposta também aumenta a pena atual para<br />

casos <strong>de</strong> homicídio causado por embriaguez ao<br />

volante.<br />

O texto cria a "culpa gravíssima", com punição <strong>de</strong><br />

quatro a seis anos, para os casos em que houver<br />

"excepcional temerida<strong>de</strong>" na conduta do causador<br />

da morte.<br />

Está em estudo também a inclusão <strong>de</strong> um capítulo<br />

para os crimes <strong>de</strong> trânsito.<br />

Entida<strong>de</strong>s e ativistas contra e a favor da<br />

<strong>de</strong>scriminalização do aborto promoveram um<br />

<strong>de</strong>bate acalorado na audiência <strong>de</strong> ontem, feita no<br />

Tribunal <strong>de</strong> Justiça paulista.<br />

Segundo o relator da comissão, o procurador<br />

regional da República em São Paulo Luiz Carlos<br />

dos Santos Gonçalves, o texto do anteprojeto traz<br />

uma "posição intermediária" em relação à<br />

<strong>de</strong>scriminalização do aborto.<br />

"É preciso enfatizar que a proposta não acaba com<br />

o crime <strong>de</strong> aborto, ele apenas amplia as situações<br />

em que não haverá pena", afirmou.<br />

Segundo o relator, a previsão <strong>de</strong> atestado médico<br />

sobre as condições psicológicas da mulher foi<br />

incluída para proteger mulheres em situação <strong>de</strong><br />

muita fragilida<strong>de</strong>. "O aborto é o pior método<br />

contraceptivo que existe, mas criminalizá-lo po<strong>de</strong><br />

ser simplesmente uma gran<strong>de</strong> injustiça para com a<br />

mulher", disse.<br />

29


Walter Ceneviva<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Walter Ceneviva, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça<br />

O juiz e seu <strong>de</strong>ver profissional<br />

O juiz (ou juíza) <strong>de</strong>ve ser fiel à sua profissão e à<br />

sua cidadania, com coragem, mas sem abusos<br />

A LENTE do observador lançada sobre o<br />

andamento da Justiça, <strong>de</strong>pois que o STF<br />

(Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral) manteve a missão<br />

fiscalizadora do CNJ (Conselho Nacional <strong>de</strong><br />

Justiça), favorece a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem<br />

corrigidos <strong>de</strong>feitos geradores <strong>de</strong> críticas ao Po<strong>de</strong>r<br />

Judiciário nos últimos tempos. Exemplo <strong>de</strong>sse<br />

otimismo está em acreditar que o prazo<br />

prescricional, em processos contra acusados <strong>de</strong><br />

gravíssimos prejuízos causados à nação, será<br />

superado pelo julgamento em tempo.<br />

Se persistir nesse caminho, o Judiciário mostrará<br />

que a função precípua <strong>de</strong> guarda da Constituição<br />

será cumprida. Afastará, da primeira à última<br />

instância, a impressão ou o temor da injustiça,<br />

provocada até pela <strong>de</strong>mora no <strong>de</strong>cidir. Bom<br />

exemplo: o novo presi<strong>de</strong>nte do Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça <strong>de</strong> São Paulo vai fazer cumprir a norma<br />

que impõe ao juiz a obrigação <strong>de</strong> residir na<br />

comarca para a qual foi <strong>de</strong>signado. Não era<br />

respeitada. É um bom passo.<br />

O tempo alongado, perdido na imposição do<br />

pagamento dos débitos do Executivo, nos três<br />

níveis <strong>de</strong> governo e <strong>de</strong> suas empresas, tem dado<br />

fundamento às críticas. Há <strong>de</strong> ser enfrentado.<br />

A <strong>de</strong>mora exagerada no julgamento <strong>de</strong> alguns<br />

processos criminais para réus "importantes"<br />

estimula dúvidas do povo. Assim como a pena<br />

excessiva (falsa, por ser irreal) para outros.<br />

O advogado não po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o prazo <strong>de</strong> sua<br />

manifestação. Não protelará o andamento se o<br />

magistrado for eficiente e tiver um bom cartório na<br />

retaguarda.<br />

O Judiciário tem permitido que juízes, em todos os<br />

níveis <strong>de</strong> jurisdição, retar<strong>de</strong>m sua manifestação,<br />

sem que nada lhes aconteça. As associações <strong>de</strong><br />

magistrados tiveram reação irritada contra o CNJ<br />

(Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça) quando este<br />

criticou a <strong>de</strong>mora. Elas cumpriram a missão<br />

associativa, mas teriam boa contribuição se<br />

estimulassem o respeito do prazo legal, no <strong>de</strong>ver<br />

<strong>de</strong> julgar.<br />

O juiz tem o direito <strong>de</strong> trabalhar segundo seu tipo<br />

pessoal, mas não é moralmente <strong>de</strong>fensável que<br />

alguns mantenham o serviço em <strong>dia</strong> e outros<br />

retar<strong>de</strong>m semanas, meses e até anos para <strong>de</strong>cidir<br />

questões, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da sua complexida<strong>de</strong>.<br />

I<strong>de</strong>almente, a questão da probida<strong>de</strong> da<br />

magistratura nem <strong>de</strong>veria existir. Infelizmente,<br />

existe, ainda que minoritária. A corrupção do juiz<br />

não tem recibos, contratos, mas nos meios<br />

jurídicos a fama da corrupção é rastilho <strong>de</strong> pólvora.<br />

Cabem aos tribunais medidas <strong>de</strong> verificação<br />

quando recebam informações que sejam, além <strong>de</strong><br />

reiteradas, plausíveis, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma fonte.<br />

Querer <strong>de</strong>núncia escrita, com firma reconhecida, é<br />

ridículo. Ou hipocrisia.<br />

Quebrar o <strong>de</strong>ver da honra<strong>de</strong>z prejudica o conjunto<br />

da magistratura. Cada juiz tem o maior interesse na<br />

punição do magistrado corrupto. Por isso o CNJ<br />

manteve a posição <strong>de</strong> que, nos Estados e nas<br />

Regiões, a proximida<strong>de</strong> entre os colegas, famílias,<br />

clubes e grupos sociais terminam impedindo a<br />

apuração das <strong>de</strong>rrapagens no caminho da retidão.<br />

Ninguém preten<strong>de</strong> que o magistrado seja um<br />

santo, porque, se for santo, dificilmente será juiz.<br />

Salomão, cuja argúcia no julgamento das duas<br />

mães que <strong>de</strong>fen<strong>dia</strong>m que um bebê era seu filho,<br />

não era nem um pouco santo.<br />

O juiz (ou juíza) <strong>de</strong>ve ser fiel à sua profissão e à<br />

sua cidadania, com coragem, mas sem abusos. O<br />

"bandido da toga" fere a respeitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos.<br />

Deve ser combatido por todos.<br />

30


Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Mercado, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior do Trabalho<br />

Pesquisar candidato a vaga não viola a Constituição<br />

Opinião trabalho<br />

J. MIGUEL SILVA<br />

BEATRIZ R. YAMASHITA<br />

ESPECIAL PARA A FOLHA<br />

A <strong>de</strong>cisão do TST (Tribunal Superior do<br />

Trabalho) que manteve o direito <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

supermercados pesquisar o histórico <strong>de</strong> candidatos<br />

a emprego em serviços <strong>de</strong> proteção ao crédito<br />

po<strong>de</strong> aparentar, num primeiro momento, eventual<br />

discriminação e abuso da intimida<strong>de</strong> do candidato<br />

pelo empregador.<br />

Contudo, a pesquisa da conduta social do<br />

candidato é um direito do empregador permitido<br />

constitucionalmente.<br />

A empresa tem não apenas a função econômica <strong>de</strong><br />

gerar lucro, mas também a função social <strong>de</strong> gerar<br />

empregos.<br />

Conta para tal com recursos financeiros,<br />

tecnológicos e humanos, <strong>de</strong>vendo este último setor<br />

se pautar pela competência técnica e pela ética<br />

dos empregados.<br />

Ressalta-se, ainda, que a empresa respon<strong>de</strong><br />

patrimonialmente por conta dos atos praticados<br />

pelos empregados no exercício ou em razão do<br />

trabalho.<br />

Assim, não se po<strong>de</strong> retirar do empresário o direito<br />

<strong>de</strong> escolher o candidato pela qualificação técnica,<br />

bem como por sua conduta social.<br />

Para tanto, a empresa <strong>de</strong>ve ser criteriosa na<br />

seleção, contando com mecanismos como a<br />

consulta a serviços <strong>de</strong> proteção ao crédito, para<br />

i<strong>de</strong>ntificação da idoneida<strong>de</strong> financeira do<br />

candidato.<br />

A idoneida<strong>de</strong> financeira é uma diferenciação entre<br />

candidatos permitida, pois é em razão da conduta e<br />

não da condição da pessoa (raça, sexo ou<br />

convicções religiosas), essa sim vedada pela<br />

Constituição.<br />

Aliás, a diferenciação em razão da conduta social é<br />

aplicada, inclusive, no interesse público. O próprio<br />

governo, por exigência legal, requer a idoneida<strong>de</strong><br />

financeira e o cumprimento <strong>de</strong> obrigações<br />

tributárias <strong>de</strong> seus fornecedores.<br />

Também não há como falar que a pesquisa da vida<br />

pregressa do candidato em serviços <strong>de</strong> proteção<br />

ao crédito viole a sua intimida<strong>de</strong>, uma vez que tais<br />

serviços são públicos e existem justamente para<br />

serem consultados.<br />

Portanto, a <strong>de</strong>cisão do TST está <strong>de</strong> acordo com o<br />

or<strong>de</strong>namento jurídico e no escopo da socieda<strong>de</strong><br />

contemporânea, pois privilegia o interesse da<br />

coletivida<strong>de</strong>, em <strong>de</strong>trimento do interesse individual<br />

daquele que teve o seu nome inscrito nos serviços<br />

<strong>de</strong> proteção ao crédito.<br />

J. MIGUEL SILVA é advogado tributarista<br />

especialista em direito empresarial. BEATRIZ R.<br />

YAMASHITA é advogada especialista em direito<br />

empresarial.<br />

31


Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Mercado, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Acusado <strong>de</strong> sonegar po<strong>de</strong> ser preso antes do fim <strong>de</strong><br />

processo<br />

Os ministros Marco Aurélio Mello (à esq.)<br />

e Ricardo Lewandowski no plenário do<br />

STF - Sergio Lima - 2.fev.12/Folhapress<br />

Decisão do Supremo relativiza manifestação<br />

anterior, <strong>de</strong> 2009, sobre a caracterização <strong>de</strong><br />

crimes tributários<br />

NÁDIA GUERLENDA<br />

DE BRASÍLIA<br />

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral admitiu<br />

em <strong>de</strong>cisão recente que o acusado <strong>de</strong> sonegar<br />

impostos po<strong>de</strong> ser processado criminalmente e até<br />

preso antes do fim da discussão administrativa<br />

sobre a dívida tributária.<br />

O entendimento, segundo especialistas, relativiza<br />

súmula vinculante do próprio Supremo, <strong>de</strong> 2009,<br />

que <strong>de</strong>termina que o crime tributário somente po<strong>de</strong><br />

ser caracterizado após o fim do processo<br />

administrativo que <strong>de</strong>clara a existência do débito.<br />

A <strong>de</strong>cisão recente foi dada em pedido <strong>de</strong> habeas<br />

corpus <strong>de</strong> um homem preso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010 no<br />

Espírito Santo por sonegação fiscal. A <strong>de</strong>fesa<br />

alegou que, como o processo criminal havia se<br />

iniciado antes da conclusão do administrativo, a<br />

prisão é ilegal.<br />

O ministro Marco Aurélio Mello, relator do<br />

processo, disse que, como não há lei que exija o<br />

fim do procedimento administrativo para iniciar a<br />

ação penal, é preciso analisar caso a caso se<br />

houver essa necessida<strong>de</strong>.<br />

Para ele, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia,<br />

no caso específico, não havia essa necessida<strong>de</strong>.<br />

"O duro <strong>de</strong> ter uma súmula vinculante é que se<br />

passa praticamente a bater carimbo, como se<br />

todas as situações fossem iguais", afirmou Marco<br />

Aurélio à Folha.<br />

Eles concordaram ainda com a argumentação da<br />

Procuradoria-Geral da República, que afirmou que<br />

eventuais problemas no processo criminal foram<br />

sanados pelo fato <strong>de</strong> o procedimento administrativo<br />

ter confirmado a existência da dívida e ter<br />

terminado antes que a sentença penal fosse<br />

pronunciada.<br />

O ministro José Antonio Dias Toffoli foi o único da<br />

1ª Turma que votou contra esse entendimento,<br />

dizendo que ao caso se aplicava a súmula <strong>de</strong><br />

2009, sem relativização.<br />

Para o advogado Alexandre Siciliano, a situação<br />

gera insegurança jurídica para os contribuintes.<br />

Segundo ele, a súmula vinculante trouxe<br />

"objetivida<strong>de</strong>" à questão. "Quando se relativiza a<br />

súmula, volta a haver subjetivida<strong>de</strong> nessa análise",<br />

afirma.<br />

O ministro Marco Aurélio <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a relativização da<br />

súmula "até certo ponto", para não prejudicar a<br />

atuação do Ministério Público, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja<br />

feita a distinção observando caso a caso.<br />

Análise<br />

Para evitar danos irreparáveis, é preciso<br />

esgotar a discussão na via administrativa<br />

BRUNO SALLES PEREIRA RIBEIRO<br />

ESPECIAL PARA A FOLHA<br />

A exigência do esgotamento das instâncias<br />

administrativo-fiscais para a instauração <strong>de</strong> ação<br />

penal nos crimes contra a or<strong>de</strong>m tributária é<br />

condição indispensável para o cumprimento do<br />

princípio da legalida<strong>de</strong> e da tipicida<strong>de</strong> penal.<br />

No or<strong>de</strong>namento jurídico nacional, o crime é<br />

construído por meio <strong>de</strong> tipos penais, fórmulas<br />

gerais constituídas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> comportamentos<br />

e elementos típicos, que <strong>de</strong>vem ser preenchidos no<br />

caso concreto, para que possa ser reconhecida a<br />

existência <strong>de</strong> uma conduta criminosa.<br />

No caso dos crimes materiais contra a or<strong>de</strong>m<br />

tributária, o tributo é um dos elementos do tipo<br />

penal, cuja comprovação é indispensável para que<br />

se admita a investigação policial e a instauração da<br />

ação penal. Ilustrativamente: assim como não po<strong>de</strong><br />

haver crime <strong>de</strong> homicídio sem morte, não po<strong>de</strong><br />

haver crime contra a or<strong>de</strong>m tributária sem a<br />

existência do tributo.<br />

É por isso que, após intensos <strong>de</strong>bates doutrinários<br />

e acadêmicos, a jurisprudência dos tribunais<br />

superiores passou a reconhecer que o fim do<br />

processo administrativo que discute a exigência do<br />

tributo é condição indispensável para a instauração<br />

<strong>de</strong> inquérito policial e o prosseguimento da ação<br />

penal.<br />

Assim, a súmula vinculante nº 24, do STF, prevê<br />

que "não se tipifica crime material contra a or<strong>de</strong>m<br />

32


tributária, (...), antes do lançamento <strong>de</strong>finitivo do<br />

tributo".<br />

A súmula, que vincula a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> juízes <strong>de</strong> todas<br />

as instâncias -inclusive do próprio STF-, evita<br />

situação <strong>de</strong> insegurança jurídica. Se fosse<br />

permitida a instauração <strong>de</strong> ação penal antes <strong>de</strong><br />

concluída a discussão sobre a exigência do crédito<br />

tributário, po<strong>de</strong>ríamos nos <strong>de</strong>parar com a absurda<br />

situação <strong>de</strong> haver con<strong>de</strong>nação e prisão por crime<br />

contra a or<strong>de</strong>m tributária em que, posteriormente,<br />

se venha a reconhecer a inexistência do tributo que<br />

fundamentou a con<strong>de</strong>nação.<br />

Essa possibilida<strong>de</strong> se tornaria uma probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>dia</strong>nte do complexo sistema tributário, cujos<br />

processos administrativos acabam na maior parte<br />

das vezes reconhecendo a improcedência das<br />

autuações fiscais.<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Mercado, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Por isso, o aguardo do término da discussão na<br />

esfera administrativa é indispensável para a<br />

prevenção <strong>de</strong> gravosas e irreparáveis ilegalida<strong>de</strong>s<br />

no âmbito penal.<br />

BRUNO SALLES PEREIRA RIBEIRO é advogado<br />

do Cascione, Pulino, Boulos & Santos Advogados.<br />

33


PODER E POLÍTICA - ENTREVISTA<br />

Assista aos ví<strong>de</strong>os do programa comandado pelo<br />

jornalista Fernando Rodrigues<br />

folha.com.br/112214<br />

KENNEDY ALENCAR<br />

Dilma enfrenta o Congresso<br />

folha.com/no1053142<br />

ENQUETE<br />

Você acha que o processo do mensalão será<br />

julgado ainda neste ano pelo Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral?<br />

polls.folha.com.br/poll/1205504<br />

É TUDO POLÍTICA<br />

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publicada em "Po<strong>de</strong>r", produzido pela equipe <strong>de</strong><br />

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Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Po<strong>de</strong>r, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

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34


Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Po<strong>de</strong>r, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Ex-dirigente do PT fará serviços comunitários por<br />

mais três meses<br />

Mensalão<br />

DE BRASÍLIA - Ex-secretário-geral do PT e<br />

envolvido no caso do mensalão, Silvio Pereira terá<br />

que comparecer por mais três meses ao Fórum<br />

Criminal da Barra Funda, em São Paulo.<br />

Em 2008, Silvio Pereira foi beneficiado pela<br />

suspensão condicional do processo, acordo por<br />

meio do qual <strong>de</strong>veria comparecer ao fórum<br />

mensalmente, por três anos, e prestar 750 horas<br />

<strong>de</strong> serviços comunitários.<br />

Em troca, Pereira teria seu nome retirado do<br />

processo do mensalão, que corre no Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral.<br />

A prorrogação do comparecimento foi solicitada<br />

pela Procuradoria-Geral da República porque,<br />

durante três meses, em 2010, Silvinho faltou ao<br />

compromisso, alegando que não pô<strong>de</strong> entrar no<br />

prédio por conta <strong>de</strong> greve.<br />

O fórum, por meio <strong>de</strong> ofício ao Supremo, afirmou<br />

que, apesar da greve havia funcionários,<br />

suficientes para autorizar a entrada <strong>de</strong> pessoas no<br />

prédio.<br />

35


Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Po<strong>de</strong>r, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Investigação sobre patrimônio <strong>de</strong> juízes permanece<br />

suspensa<br />

AGU havia pedido cassação <strong>de</strong> liminar que<br />

limitou as apurações<br />

FREDERICO VASCONCELOS<br />

DE SÃO PAULO<br />

O Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça continuará<br />

impedido <strong>de</strong> investigar os bens <strong>de</strong> magistrados e<br />

servidores <strong>de</strong> 22 tribunais para apurar suspeitas <strong>de</strong><br />

enriquecimento ilícito.<br />

O ministro Luiz Fux não aten<strong>de</strong>u o pedido da<br />

Advocacia-Geral da União para submeter ao<br />

plenário do Supremo, com urgência, a proposta <strong>de</strong><br />

cassação da liminar do ministro Ricardo<br />

Lewandowski, que suspen<strong>de</strong>u as inspeções<br />

autorizadas pela corregedora nacional <strong>de</strong> Justiça,<br />

ministra Eliana Calmon.<br />

Nesta quinta-feira, Fux <strong>de</strong>terminou várias<br />

providências que <strong>de</strong>verão retardar o exame nas<br />

folhas <strong>de</strong> pagamento dos tribunais e nas<br />

<strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> bens e valores <strong>de</strong> magistrados e<br />

funcionários.<br />

A suspensão das investigações havia sido<br />

<strong>de</strong>terminada em mandado <strong>de</strong> segurança impetrado<br />

pela AMB (Associação dos Magistrados<br />

Brasileiros), Ajufe (Associação dos Juízes Fe<strong>de</strong>rais<br />

do Brasil) e Anamatra (Associação Nacional dos<br />

Magistrados da Justiça do Trabalho).<br />

Elas alegam quebra ilegal <strong>de</strong> sigilo bancário e fiscal<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 200 mil pessoas.<br />

Por enten<strong>de</strong>r que essas investigações atingem<br />

milhares <strong>de</strong> servidores do Judiciário, Fux abriu<br />

prazo <strong>de</strong> 15 <strong>dia</strong>s para que as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

servidores da Justiça <strong>de</strong>fendam interesses dos<br />

associados. Ele <strong>de</strong>u <strong>de</strong>z <strong>dia</strong>s para que o CNJ diga<br />

se as investigações atingem titulares <strong>de</strong> cartórios.<br />

TRÂMITE<br />

Após o recebimento das informações, o processo<br />

será enviado ao Procurador-Geral da República.<br />

Depois disso, o relator <strong>de</strong>verá pedir data para<br />

julgamento da ação no Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Fux consi<strong>de</strong>rou que o pedido <strong>de</strong> urgência da AGU<br />

ficou prejudicado, pois será necessário garantir<br />

ampla <strong>de</strong>fesa às partes e ouvir o Ministério<br />

Público, antes da <strong>de</strong>liberação do plenário.<br />

No pedido, a AGU lembrou que a<br />

Procuradoria-Geral da República enten<strong>de</strong>u que não<br />

houve quebra <strong>de</strong> sigilo e arquivou representação<br />

criminal contra Eliana Calmon.<br />

Em reforço à tese <strong>de</strong> que a liminar <strong>de</strong>ve ser<br />

cassada, a AGU citou que o STF reafirmou o<br />

entendimento <strong>de</strong> que cabe ao CNJ julgar<br />

processos disciplinares contra magistrados,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das corregedorias estaduais.<br />

O presi<strong>de</strong>nte do STF, Cezar Peluso, aten<strong>de</strong>u<br />

pedido das associações e redistribuiu o mandado<br />

<strong>de</strong> segurança sobre a quebra <strong>de</strong> sigilo, então<br />

relatado por Joaquim Barbosa, para Fux, relator <strong>de</strong><br />

ação anterior sobre os mesmos fatos.<br />

A suspensão das investigações<br />

PENTE-FINO<br />

Em 2010, o CNJ pe<strong>de</strong> ao Ministério da Fazenda<br />

que verifique CPFs <strong>de</strong> "todos os membros e<br />

servidores dos tribunais" (216.800 pessoas)<br />

MOVIMENTAÇÕES<br />

Coaf aponta movimentações atípicas <strong>de</strong> 3.438<br />

servidores. Em 1.<strong>de</strong>z, a corregedora Eliana Calmon<br />

or<strong>de</strong>na uma inspeção nos tribunais<br />

ASSOCIAÇÕES<br />

Associações <strong>de</strong> magistrados pe<strong>de</strong>m a suspensão<br />

da inspeção, alegando que houve quebra do sigilo<br />

bancário<br />

LIMINAR<br />

Joaquim Barbosa é <strong>de</strong>signado relator. Em 19.<strong>de</strong>z,<br />

com ele ausente, o ministro Ricardo Lewandowski<br />

conce<strong>de</strong> liminar suspen<strong>de</strong>ndo a inspeção<br />

JULGAMENTO<br />

No julgamento sobre o CNJ, Barbosa <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a<br />

manutenção <strong>de</strong> seus po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> investigação, em<br />

oposição a Cezar Peluso e a Luiz Fux<br />

MUDANÇA<br />

A pedido das associações, Peluso transfere a<br />

relatoria a Luiz Fux, sob alegação <strong>de</strong> que ele já<br />

cuida dum caso similar<br />

36


DE BRASÍLIA<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Po<strong>de</strong>r, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior Eleitoral<br />

Partidos iniciam ofensiva contra o PSD<br />

Partidos da base do governo e da oposição iniciam<br />

nesta semana uma ofensiva na Justiça Eleitoral<br />

para impedir que o PSD conquiste parcela maior do<br />

fundo partidário e tempo <strong>de</strong> televisão.<br />

DEM, PSDB, PPS, PMDB, PR, PMN, PTB e PP já<br />

têm pronta uma resposta ao TSE (Tribunal<br />

Superior Eleitoral) contra a redivisão do fundo e<br />

do espaço para propaganda dos partidos. As ações<br />

<strong>de</strong>vem ser protocoladas na quarta-feira e seguem<br />

um parecer do ex-ministro Paulo Brossard.<br />

O argumento é que o PSD só <strong>de</strong>ve ter acesso ao<br />

benefícios após as eleições <strong>de</strong> 2014, quando<br />

enfrentará as urnas.<br />

A justificativa para <strong>de</strong>rrubar o tempo <strong>de</strong> TV é que<br />

os parlamentares que migraram para a legenda,<br />

criada no ano passado pelo prefeito Gilberto<br />

Kassab, conseguiram se eleger graças aos votos<br />

nas siglas que <strong>de</strong>ixaram.<br />

Segundo a ação, dos 47 <strong>de</strong>putados do PSD,<br />

apenas 1 foi eleito com voto próprio. "Estão<br />

querendo levar para o PSD algo que não é <strong>de</strong>les:<br />

os votos", disse o advogado do DEM, Fabrício<br />

Me<strong>de</strong>iros.<br />

Presi<strong>de</strong>nte do DEM, o senador José Agripino Maia<br />

(RN) diz que as siglas não estão voltadas contra o<br />

PSD. "É uma questão <strong>de</strong> justiça. Os nossos<br />

argumentos são técnicos, claros, e serão acolhidos<br />

pela Justiça Eleitoral."<br />

O discurso é reforçado pelo presi<strong>de</strong>nte do PMDB,<br />

senador Valdir Raupp (RO). "Nós enten<strong>de</strong>mos que<br />

isso não cabe, só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 2014. Eles não tiveram<br />

votos."<br />

Ao todo, 20 siglas que per<strong>de</strong>ram integrantes para o<br />

PSD <strong>de</strong>vem se manifestar. Os oito partidos que<br />

atuam <strong>de</strong> forma conjunta trabalham para que<br />

outras legendas também se unam ao grupo para<br />

evitar a redistribuição do fundo.<br />

A Folha apurou que a maioria dos partidos acolheu<br />

a posição contra o PSD em solidarieda<strong>de</strong> ao DEM,<br />

maior prejudicado, tendo perdido <strong>25</strong> <strong>de</strong>putados<br />

para a sigla.<br />

Outra avaliação que prevaleceu entre o grupo foi o<br />

risco <strong>de</strong> que a conquista do PSD abra prece<strong>de</strong>nte<br />

para a criação <strong>de</strong> novas legendas.<br />

Ontem, Kassab minimizou a movimentação. "O<br />

partido tem registro, tem <strong>de</strong>putados eleitos e está<br />

confiante <strong>de</strong> que tem direito a mais fundo e tempo<br />

<strong>de</strong> TV", disse.<br />

Um estudo preliminar do PSD apontou que ele teria<br />

direito a 7% do fundo e a 10% do tempo <strong>de</strong><br />

propaganda. Os 29 partidos políticos vão receber<br />

neste ano R$ 286 milhões do fundo partidário.<br />

37


VERA MAGALHÃES - painel@uol.com.br<br />

Tela quente<br />

Para além <strong>de</strong> sua esperada participação nas<br />

prévias, José Serra vê como prioritária para a sua<br />

candidatura a montagem <strong>de</strong> coalizão que lhe<br />

garanta ampla <strong>dia</strong>nteira no tempo <strong>de</strong> TV. Para isso,<br />

instruiu aliados, como o senador Aloysio Nunes, a<br />

negociar já com os partidos que integraram sua<br />

base <strong>de</strong> apoio no governo paulista.<br />

No radar dos serristas, além <strong>de</strong> PSD e DEM, estão<br />

oito partidos com assento na Câmara dos<br />

Deputados. Se prosperar o "blocão", o<br />

ex-governador terá quase <strong>de</strong>z minutos no palanque<br />

eletrônico. Isso forçaria Lula a tentar tirar Gabriel<br />

Chalita (PMDB) e Celso Russomanno (PRB) do<br />

páreo, cristalizando polarização PT-PSDB.<br />

Falta combinar Duas siglas sondadas pelos<br />

operadores tucanos têm candidaturas: PDT e PPS.<br />

Recém-incorporado à base <strong>de</strong> Geraldo Alckmin, o<br />

pe<strong>de</strong>tista Paulinho da Força está inclinado a<br />

<strong>de</strong>sistir por Serra. Soninha Francine diz que o<br />

ingresso do ex-governador no cenário não altera<br />

seus planos.<br />

No script Do presi<strong>de</strong>nte do PSDB paulistano, Julio<br />

Semeghini: "A entrada <strong>de</strong> Serra, que sempre<br />

<strong>de</strong>fendi, enriquece e valoriza o nosso processo<br />

interno. É um nome capaz <strong>de</strong> unir o partido".<br />

Para <strong>de</strong>pois Tucanos já conceberam novo<br />

calendário para as prévias, que po<strong>de</strong>rão ser<br />

a<strong>dia</strong>das por duas semanas. Neste intervalo, o<br />

partido organizaria evento para Serra se apresentar<br />

à militância como pré-candidato. "O nosso limite é<br />

31 <strong>de</strong> março", diz um dirigente.<br />

Rubrica Embora trabalhe para remover obstáculos<br />

a Serra, o PSDB espera comunicação <strong>de</strong> próprio<br />

punho do ex-governador anunciando sua entrada<br />

no páreo. A direção municipal não aceitará carta <strong>de</strong><br />

aliado requerendo sua inscrição, como chegou a<br />

ser cogitado.<br />

Recaída Em meio à in<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Serra, Alckmin<br />

voltou a sofrer com as crises <strong>de</strong> soluço que o<br />

afligiram na escolha <strong>de</strong> seu secretariado, em<br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010.<br />

Non grata O convite para que o cientista político<br />

Aldo Fornazieri aju<strong>de</strong> no plano <strong>de</strong> governo <strong>de</strong><br />

Fernando Haddad revoltou petistas. Fornazieri<br />

bateu duro no PT em artigos recentes. No ano<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Painel, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

Painel<br />

passado, disse que o mensalão tirou o "calço<br />

moral" da sigla.<br />

Camaradas Haddad se encontrou com Fornazieri<br />

na semana passada. Segundo petistas, ele atuará,<br />

juntamente com mais dois técnicos, na<br />

sistematização <strong>de</strong> informações sobre a cida<strong>de</strong>.<br />

Fatura 1 O PSC acertou com a ministra I<strong>de</strong>li<br />

Salvatti (Relações Institucionais) a manutenção <strong>de</strong><br />

Norman Oliveira para cuidar na Secretaria <strong>de</strong><br />

Acessibilida<strong>de</strong> e Programas Urbanos do Ministério<br />

das Cida<strong>de</strong>s. Com a troca <strong>de</strong> ministro na pasta, o<br />

partido temia per<strong>de</strong>r a vaga.<br />

Fatura 2 Esse cargo foi reservado para o PSC<br />

ainda na campanha. O orçamento da secretaria é<br />

<strong>de</strong> R$ 2,3 bilhões para <strong>2012.</strong> Só para<br />

acessibilida<strong>de</strong> urbana estão disponíveis R$ 48,2<br />

milhões.<br />

Extra-pauta Na última reunião do conselho curador<br />

da EBC (Empresa Brasil <strong>de</strong> Comunicação), foi<br />

aprovada uma moção <strong>de</strong> apoio à população da<br />

Bahia por conta do gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> homicídios<br />

ocorridos no Estado no mês <strong>de</strong> fevereiro, em<br />

virtu<strong>de</strong> da greve da Polícia Militar.<br />

Maquiagem O conselho da EBC também propôs a<br />

"criação <strong>de</strong> uma nova forma para medir a audiência<br />

dos canais EBC, que não vinculada ao Ibope".<br />

Conhecida como "TV traço", a TV Brasil alcança<br />

menos <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> audiência, segundo as<br />

medições feitas pelo instituto.<br />

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI<br />

tiroteio<br />

"Acho estranhíssimo esse recuo. Meu pai é<br />

ex-combatente, e militar é gente <strong>de</strong> posição.<br />

Imagino como <strong>de</strong>ve ter sido gran<strong>de</strong> a pressão do<br />

governo para eles terem voltado atrás."<br />

DO PASTOR SILAS MALAFAIA, da Assembleia <strong>de</strong><br />

Deus, sobre a retirada, por parte dos clubes<br />

militares, <strong>de</strong> nota em que criticavam ministras do<br />

governo Dilma, entre outras coisas pela <strong>de</strong>fesa da<br />

<strong>de</strong>scriminalização do aborto.<br />

contraponto<br />

As voltas que o mundo dá<br />

A <strong>de</strong>putada estadual Juliana Brizola (PDT-RS) foi<br />

procurada em seu gabinete por uma aposentada<br />

38


<strong>de</strong> 90 anos que havia sido professora <strong>de</strong> seu avô,<br />

Leonel Brizola.<br />

Ela lhe contou que reprovou Brizola por meio<br />

ponto. Ele tentou argumentar, mas ela manteve a<br />

reprovação.<br />

Décadas <strong>de</strong>pois se reencontraram, quando ela era<br />

lí<strong>de</strong>r sindical e ele, governador do RS, numa<br />

negociação.<br />

-Guria, como eu po<strong>dia</strong> imaginar que o aluno que<br />

reprovei por meio ponto viria a se tornar<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Painel, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

governador?-, justificou a professora, <strong>dia</strong>nte da<br />

neta do caudilho.<br />

39


monica.bergamo@grupofolha.com.br<br />

MISTURA DE RITMOS<br />

Leticia Moreira/Folhapress<br />

O guitarrista, compositor e produtor João Erbetta,<br />

40, - na foto com seu gato Tom, 12- faz show hoje,<br />

às 23h, com sua banda, Los Pirata, no Centro<br />

Cultural Rio Ver<strong>de</strong>, na Vila Madalena. Ontem, se<br />

apresentou com o João Erbetta Trio no Festival<br />

São Paulo Representa, na Funarte, na Barra<br />

Funda. O paulistano também integra a banda <strong>de</strong><br />

Marcelo Jeneci.<br />

"Nos meus shows mesclo os rios Mississipi e<br />

Capibaribe", diz ele, que viveu por cinco anos nos<br />

EUA e tem como referência o jazz <strong>de</strong> Nova<br />

Orleans. Em 2009, o músico tocou "Tico-Tico no<br />

Fubá" para a primeira-dama Michelle Obama, na<br />

Casa Branca.<br />

DRUMMOND REVISITADO<br />

A editora Companhia das Letras começa a reeditar<br />

a obra <strong>de</strong> Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> em<br />

março. E já <strong>de</strong>finiu os cinco primeiros títulos que<br />

relançará: "A Rosa do Povo", "Claro Enigma",<br />

"Contos <strong>de</strong> Aprendiz", "Fala, Amendoeira" e<br />

"Sentimento do Mundo" - este, em edição <strong>de</strong> bolso.<br />

DRUMMOND NA CIDADE<br />

Estão programados eventos no Sesc, além <strong>de</strong><br />

saraus na Cooperifa e na Biblioteca Mário <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong>. E também uma aula sobre Drummond<br />

dada por Noemi Jaffe para <strong>de</strong>tentas da<br />

penitenciária feminina <strong>de</strong> Santana.<br />

DESPEDIDA<br />

Eliana Tranchesi, dona da Daslu que morreu na<br />

madrugada <strong>de</strong> ontem, tentava uma última cartada<br />

contra o câncer no pulmão com o qual lutava <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2005. Em janeiro, começou tratamento com uma<br />

nova droga vinda da Alemanha. Neste mês,<br />

contraiu pneumonia, o que complicou seu quadro<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

DESPEDIDA 2<br />

Sem po<strong>de</strong>r caminhar há meses, Tranchesi montou<br />

um escritório em sua casa, com escrivaninha cheia<br />

<strong>de</strong> lápis coloridos. Com eles, continuava a criar e a<br />

<strong>de</strong>senhar coleções.<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Mônica Bergamo, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

Mônica Bergamo<br />

DESPEDIDA 3<br />

Sua advogada, Joyce Roysen, lamentava ontem<br />

"não ter conseguido anular" a sentença que<br />

con<strong>de</strong>nou Tranchesi a 94 anos <strong>de</strong> prisão por<br />

sonegação fiscal. "Mas a Eliana morreu inocente. A<br />

sentença estava suspensa, não tinha eficácia, pois<br />

nossa apelação ainda não fora julgada pelo<br />

Tribunal Regional Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> SP." Ela diz que,<br />

em anos <strong>de</strong> convivência, "nunca vi Eliana praguejar<br />

contra o processo ou contra a doença. Ela<br />

sonhava, olhava pra frente".<br />

ENCRUZILHADA<br />

O conselho da pré-campanha <strong>de</strong> Fernando Haddad<br />

à prefeitura <strong>de</strong>ve se reunir hoje para um <strong>de</strong>bate<br />

"acalorado", segundo um dos integrantes. Uma ala<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que ele intensifique as visitas à periferia<br />

da cida<strong>de</strong>, para crescer no eleitorado mais<br />

simpático ao PT. Outra, que procure mais "a classe<br />

mé<strong>dia</strong>".<br />

É que, sem o apoio <strong>de</strong> Gilberto Kassab, o PT teria<br />

que buscar já quebrar resistência nessa faixa da<br />

população.<br />

SEM EXCURSÃO<br />

Carlinhos Brown não terá a companhia <strong>de</strong> ninguém<br />

<strong>de</strong> sua família na cerimônia do Oscar, amanhã, em<br />

Los Angeles. Quem o acompanhará será sua<br />

empresária, Clau<strong>dia</strong> Lima. O músico e Sérgio<br />

Men<strong>de</strong>s concorrem na categoria melhor canção.<br />

A ROCHA<br />

O MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) terá uma<br />

gra<strong>de</strong> fixa <strong>de</strong> teatro em seu auditório a partir <strong>de</strong><br />

abril. A i<strong>de</strong>ia é ter peças e apresentações <strong>de</strong><br />

stand-up comedy todos os sábados.<br />

E, amanhã, o museu exibirá o Oscar, com coquetel<br />

e bolão para os convidados.<br />

A TODO VAPOR<br />

A atriz Cley<strong>de</strong> Yáconis, 88, filma neste fim <strong>de</strong><br />

semana, em SP, o curta "Fala Comigo Agora", <strong>de</strong><br />

Joaquim Lino.<br />

SUJEITO TOTAL<br />

O rapper Rappin Hood apresentou o show "Sujeito<br />

Homem" anteontem no Sesc Pompeia, com sua<br />

banda, que tem entre os integrantes o bandolinista<br />

40


Henrique Araújo. A estilista Gabriela Cherubini, a<br />

<strong>de</strong>ntista Tayane Castro e o publicitário Cauê<br />

Bottura assistiram.<br />

CURTO-CIRCUITO<br />

O cartunista Glauco Villas Boas será homenageado<br />

hoje com a inauguração do parque Três<br />

Montanhas, na alameda Roraima, em Osasco. A<br />

partir das 15h, com apresentações do grupo Jah I<br />

Ras e da banda do Céu <strong>de</strong> Maria.<br />

O Grupo Mix Brasil lança na quarta a revista "H<br />

Magazine", com festa no clube Yacht.<br />

O Tom Jazz apresenta hoje, às 22h, o show "O<br />

Samba <strong>de</strong> Roda <strong>de</strong> Dalua e Mestre Maurão". 18<br />

anos.<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo/SP - Mônica Bergamo, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e<br />

THAIS BILENKY<br />

41


O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Fórum dos Leitores, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior Eleitoral<br />

PSD<br />

Cresça e apareça Certíssimos estão os oito<br />

partidos que se mobilizaram perante o TSE para<br />

impedir que o PSD, recém- criado, tenha acesso às<br />

verbas do Fundo Partidário e a tempo no horário<br />

eleitoral gratuito <strong>de</strong> rádio e TV proporcional à sua<br />

bancada na Câmara dos Deputados. Ao escolher<br />

seu candidato, o eleitor o faz sob a perspectiva do<br />

partido ao qual o postulante ao cargo público é<br />

filiado. Simpatias à parte, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

agremiação partidária em que milita o candidato,<br />

nele o eleitor não votará. Imagine-se umeleitor<br />

i<strong>de</strong>ntificado com os valores consagrados da<br />

<strong>de</strong>mocracia liberal vendo o político em quem<br />

confiava filiar-se a uma sigla que <strong>de</strong>fenda os i<strong>de</strong>ais<br />

marxistas-leninistas. Faz algum sentido persistir<br />

votando nessa pessoa? Aliás, no <strong>dia</strong> do pleito<br />

muitos nem sequer escolhem um nome específico<br />

<strong>de</strong> sua preferência, votam simplesmente na<br />

legenda e ponto final. A regra é o eleito valer-se da<br />

soma dos votos dados à sua sigla,<br />

contabilizandoos como “<strong>de</strong>le” e, <strong>de</strong> igual forma, os<br />

sufrágios conferidos a candidatos menos votados<br />

<strong>de</strong> seu partido ou coligação. Semos votos no<br />

partido somente uns poucos têm cacife para se<br />

eleger. Por esses e outros motivos, não há<br />

hipótese <strong>de</strong> dissociar a figura do eleito do ente<br />

partidário sob cuja ban<strong>de</strong>ira se elegeu o candidato.<br />

Se <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eleito, e por conveniência pessoal (ou<br />

mero oportunismo), o parlamentar abandonar o<br />

partido pelo qual foi vitorioso – e pior, sem<br />

consultar quem o elegeu, caso dos 47<br />

parlamentares do PSD na Câmara –, que arque<br />

com o ônus <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão. Um partido que nasceu<br />

sem dizer ao eleitor se é <strong>de</strong> centro, <strong>de</strong> direita ou <strong>de</strong><br />

esquerda e acha que tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sensibilizar o eleitor, que mostre a que veio,<br />

comece do zero e tenha muito boa sorte.<br />

SILVIO NATAL<br />

silvionatal49@yahoo.com.br<br />

São Paulo<br />

43


O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Metrópole, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

Mizael se entrega, após 1 ano foragido<br />

Acusado <strong>de</strong> matar a ex-namorada<br />

Mércia Nakashima, em 2010, ele tenta<br />

obter prisão domiciliar enquanto<br />

aguarda julgamento<br />

Bruno Paes Manso<br />

Marcelo Godoy<br />

O advogado Mizael Bispo <strong>de</strong> Souza, <strong>de</strong> 42 anos,<br />

se entregou ontem à Justiça. Ele estava foragido<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010, quando sua prisão<br />

preventiva foi <strong>de</strong>cretada pela terceira vez. Acusado<br />

<strong>de</strong> matar a advogada Mércia Mikie Nakashima, <strong>de</strong><br />

28 anos, sua ex-namorada, Mizael estava com<br />

seus advogados quando entrou no fórum <strong>de</strong><br />

Guarulhos, na Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

O ato <strong>de</strong> Mizael faz parte <strong>de</strong> uma estratégia da<br />

<strong>de</strong>fesa. Um recurso da <strong>de</strong>fesa está nas mãos do<br />

ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF). Por meio <strong>de</strong>le, seu<br />

advogado, Samir Haddad Junior, preten<strong>de</strong> obter a<br />

or<strong>de</strong>m para que Mizael fique <strong>de</strong>tido em prisão<br />

domiciliar enquanto aguarda seu julgamento pelo<br />

tribunal do júri.<br />

O argumento para obter esse benefício é um artigo<br />

do Estatuto da Advocacia que prevê o direito a sala<br />

<strong>de</strong> estado-maior para os advogados que aguardam<br />

julgamento presos. Como esse tipo <strong>de</strong> sala não<br />

existe no sistema prisional paulista, a alternativa<br />

encontrada pelo STF em casos semelhantes é<br />

conce<strong>de</strong>r aos advogados o direito da prisão<br />

domiciliar. Para contornar esse problema, a<br />

Secretaria da Segurança usa uma sala no<br />

Regimento <strong>de</strong> Cavalaria da PM para manter<br />

advogados ou promotores presos.<br />

“Esse tipo <strong>de</strong> sala não existe em São Paulo. Por<br />

isso, ele tem o direito <strong>de</strong> ficar em prisão domiciliar”,<br />

afirmou Haddad Junior. Após sair do fórum, Mizael<br />

foi levado para a se<strong>de</strong> da Corregedoria da PM – ele<br />

é ex-PM – e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>via ser recolhido no Presídio<br />

Militar Romão Gomes.<br />

O advogado preten<strong>de</strong> informar o ministro<br />

Lewandowski na segunda-feira sobre a<br />

apresentação <strong>de</strong> Mizael. “Ele não queria mais viver<br />

nesse inferno. Ele não matou ninguém e quer<br />

provar que é inocente”, afirmou o advogado<br />

Haddad Junior. O <strong>de</strong>fensor fez questão <strong>de</strong> afirmar<br />

que a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> se entregar foi <strong>de</strong> Mizael. “A<br />

polícia po<strong>dia</strong> passar <strong>de</strong>z anos e não ia pegar meu<br />

cliente.”<br />

Mércia <strong>de</strong>sapareceu no <strong>dia</strong> 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2010.<br />

Em junho, seu corpo foi encontrado em uma<br />

represa em Nazaré Paulista.<br />

O advogado da família <strong>de</strong> Mércia, Alexandre <strong>de</strong>Sá<br />

Domingues, assistente <strong>de</strong> acusação, afirmou que,<br />

apesar da fuga, o processo está correndo<br />

rapidamente e que o júri <strong>de</strong>ve ocorrer ainda neste<br />

ano. “Temos provas para que ele seja con<strong>de</strong>nado.<br />

Acho que tudo vai dar certo”, disse.<br />

Já o irmão <strong>de</strong> Mércia, Márcio Nakashima, disse<br />

que a família está aliviada. “Ele teve vários habeas<br />

corpus recusados e por isso não restou<br />

alternativas. Só esperamos que a Justiça o<br />

mantenha preso agora que se entregou.”<br />

44


O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Nacional, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

Dipp quer prisão para enriquecimento ilícito<br />

Ex-corregedor <strong>de</strong> Justiça, ministro do<br />

STJ <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> nova sanção para<br />

autorida<strong>de</strong>s, inclusive magistrados, em<br />

caso previsto na legislação civil<br />

O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça (STJ), <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u ontem a criminalização do<br />

enriquecimento ilícito <strong>de</strong> servidores públicos,<br />

inclusive <strong>de</strong> magistrados.<br />

O enriquecimento é punido com base na Lei <strong>de</strong><br />

Improbida<strong>de</strong>, que prevê sanções exclusivamente<br />

<strong>de</strong> caráter civil, como pagamento <strong>de</strong> multa,<br />

<strong>de</strong>volução <strong>de</strong> dinheiro <strong>de</strong>sviado do erário e<br />

suspensão dos direitos políticos. “Proponho a<br />

tipificação do enriquecimento ilícito com pena <strong>de</strong><br />

reclusão”, <strong>de</strong>clarou Dipp.<br />

Antecessor da ministra Eliana Calmon na<br />

Corregedoria Nacional <strong>de</strong> Justiça, Dipp é criador<br />

das varas <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro da Justiça<br />

Fe<strong>de</strong>ral por on<strong>de</strong> tramitamações contra o crime<br />

organizado. Ontem, ele conduziu a primeira<br />

audiência pública da Comissão <strong>de</strong> Reforma do<br />

Código Penal no Senado, fórum que ele presi<strong>de</strong>.<br />

No Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> São Paulo, reuniram-se<br />

promotores, senadores, juízes, advogados,<br />

notáveis do Direito e segmentos da socieda<strong>de</strong> civil.<br />

Dipp assinalou que o código é <strong>de</strong> 1940. Ao longo<br />

<strong>de</strong>sses anos foram criadas mais <strong>de</strong> 120 leis<br />

extravagantes para suprir lacunas do código<br />

<strong>de</strong>fasado. “O excesso <strong>de</strong> legislações esparsas<br />

conduz à situação <strong>de</strong> injustiça, gera <strong>de</strong>scompasso<br />

e <strong>de</strong>scrédito no Direito Penal”, alertou o procurador<br />

geral <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> São Paulo, Fernando Grella<br />

Vieira.<br />

O ministro informou que o combate à corrupção é<br />

capítulo fundamental na construção do novo<br />

código. “O enriquecimento ilícito <strong>de</strong>ve ser tipificado<br />

como crime, o servidor que tenha patrimônio<br />

incompatível com o seu rendimento e não saiba<br />

justificar <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio <strong>de</strong>ve ser processado<br />

criminalmente. Está na convenção da ONU contra<br />

a corrupção. O Brasil é signatário.”<br />

Para Dipp, a punição <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m criminal po<strong>de</strong><br />

intimidar o agente envolvido em frau<strong>de</strong>s contra o<br />

Tesouro.“O tipo penal tem mais rigor, tem um peso<br />

maior <strong>de</strong> coação e <strong>de</strong> prevenção.”<br />

Pena.<br />

O ministro ressaltou que a comissão “está<br />

prevendo esse tipo penal basicamente em relação<br />

ao funcionário público, aquele que amplia seu<br />

patrimônio <strong>de</strong> forma injustificável”. A proposta,<br />

ainda em estudo, alcança períodos mais<br />

abrangentes, não só do tempo em que o servidor<br />

exerceu sua ativida<strong>de</strong>. O rastreamento <strong>de</strong>verá<br />

avançar a “algum tempo posterior para que (o<br />

investigado) não venha a se locupletar da sua<br />

função anterior para angariar fundos<br />

posteriormente”.<br />

Dipp avalia que “todos os servidores, inclusive<br />

juízes e membros do Ministério Público”, <strong>de</strong>vem<br />

ser enquadrados. “Os crimes são gerais. Se algum<br />

<strong>de</strong>sses crimes que estão no Código Penal for<br />

praticado por membro do Judiciário ou do<br />

Ministério Público ele estará respon<strong>de</strong>ndo a um<br />

inquérito ou ação penal, não pelo fato <strong>de</strong> ser juiz ou<br />

promotor, mas por estar enquadrado em<br />

<strong>de</strong>terminada figura penal.”<br />

A criminalização do enriquecimento vai ser ampla.<br />

“Todo aquele que exercer função pública, cargo<br />

público, inclusive político e do Judiciário. Não<br />

precisa ser funcionário concursado”, assinala o<br />

ministro. Ele disse que não foi discutida a dosagem<br />

da pena <strong>de</strong> prisão a ser aplicada. “Vamos trabalhar<br />

com a nossa consciência e sem ouvir pressão.” “O<br />

código penal, em 1940, levava em conta bens<br />

jurídicos individuais”, diz o senador Pedro Taques<br />

(PDT-MT). “Hoje, os bens jurídicos importantes<br />

também são os coletivos. O enriquecimento ilícito<br />

atinge o cidadão <strong>de</strong> forma difusa, todos somos<br />

vítimas <strong>de</strong> servidores, juízes, senadores e<br />

<strong>de</strong>putados corruptos.”<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte da Or<strong>de</strong>m dos Advogados do<br />

Brasil em São Paulo, Liz Flávio Borges D’Urso,<br />

“quanto mais o País tiver mecanismos para coibir a<br />

corrupção tanto melhor”. O presi<strong>de</strong>nte do TJ<br />

paulista, <strong>de</strong>sembargador Ivan Sartori, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

pena severas para juízes envolvidos em <strong>de</strong>svios.<br />

“Crimes contra o erário <strong>de</strong>vem ser punidos como<br />

crime hediondo. O magistrado corrupto merece<br />

pena maior. É o agente público em que o cidadão<br />

<strong>de</strong>ve confiar, é o último reduto do cidadão.”/<br />

FAUSTO MACEDO<br />

Combate à corrupção<br />

GILSON DIPP<br />

MINISTRO DO STJ<br />

45


“Aquele servidor que tenha patrimônio<br />

incompatível com o seu rendimento e não<br />

saiba justificar <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio <strong>de</strong>ve ser<br />

processado criminalmente”<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Nacional, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

46


O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Nacional, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça<br />

SP vai quitar precatórios até 20<strong>25</strong>, diz Alckmin<br />

Gustavo Uribe / AGÊNCIA ESTADO<br />

O governador <strong>de</strong>São Paulo, Geraldo Alckmin<br />

(PSDB), afirmou ontem que o governo paulista vai<br />

quitar antes <strong>de</strong> 20<strong>25</strong> o montante atual <strong>de</strong><br />

precatórios <strong>de</strong>vido pelo Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Alckmin também disse que a administração<br />

estadual já cumpria “rigorosamente” a liberação<br />

<strong>de</strong>sses créditos antes da aprovação da Emenda<br />

Constitucional 62 <strong>de</strong> 2009, que alterou o regime <strong>de</strong><br />

pagamento das execuções judiciais.<br />

“Nós pagamos perto <strong>de</strong> R$ 2 bilhões por ano. A<br />

Emenda 62 estabelece 1,5% da receita corrente<br />

líquida, isso é pago rigorosamente”, afirmou. O<br />

governador informou ainda que a administração<br />

estadual tem hoje em torno <strong>de</strong> R$ 1 bilhão junto ao<br />

Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> São Paulo (TJ-SP) para<br />

pagamento dos precatórios.<br />

O Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça (CNJ) iniciou<br />

ontem esforço concentrado para solucionar o<br />

impasse em torno do pagamento <strong>de</strong> R$ 20 bilhões<br />

em precatórios <strong>de</strong>vidos pelo Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

e por municípios paulistas. Em reunião, a<br />

corregedora do CNJ, Eliana Calmon, acertou que,<br />

apartir <strong>de</strong> março, uma equipe vai iniciar trabalho<br />

conjunto no TJ-SP <strong>de</strong> <strong>dia</strong>gnóstico da atual situação<br />

dos precatórios.<br />

Pressão.<br />

O presi<strong>de</strong>nte nacional da Or<strong>de</strong>m dos Advogados<br />

do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, que também<br />

participou da reunião, afirmou que a situação das<br />

execuções judiciais em São Paulo virou “um caso<br />

<strong>de</strong> polícia” e se está cometendo um “atentado aos<br />

direitos humanos”.<br />

Alckmin reconheceu que não é fácil estabelecer<br />

uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> pagamento e disse ter certeza que<br />

esse mutirão do CNJ vai “acelerar o pagamento”.<br />

“O prazo que foi dado pela Emenda 62 para quitar<br />

os precatórios é 20<strong>25</strong>, São Paulo vai terminar<br />

antes <strong>de</strong>sse prazo”, frisou o governador, segundo o<br />

qual, em 2012, a administração estadual irá<br />

promover leilões para reduzir a dívida <strong>de</strong> São<br />

Paulo.<br />

Ele avaliou ainda que há valores <strong>de</strong> precatórios<br />

que são “absurdos” e que precisam ser<br />

investigados. “Alguns valores são absurdos, há<br />

precatório, por exemplo, <strong>de</strong> R$ 1,5 bilhão”, criticou.<br />

“Alguns valores foram inflados também porque,<br />

antes da Emenda 62, havia juros moratórios, juros<br />

compensatórios e correção monetária”,<br />

acrescentou.<br />

O governador <strong>de</strong> São Paulo participou na manhã<br />

<strong>de</strong> ontem <strong>de</strong> cerimônia para implantação do<br />

Parque Tizo, em Taboão da Serra, na região<br />

metropolitana.<br />

Dívida<br />

R$ 2 bilhões referentes a precatórios são pagos,<br />

por ano, pelo governo <strong>de</strong> São Paulo, segundo<br />

governador Geraldo Alckmin<br />

R$ 20 bilhões é quanto o Estado e municípios<br />

paulistas <strong>de</strong>vem em precatórios<br />

47


O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Vida &, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral<br />

CFM aumenta regras para novos tratamentos<br />

Conselho <strong>de</strong> medicina preten<strong>de</strong> obter<br />

maior controle sobre segurança e<br />

eficácia <strong>de</strong> terapias inéditas e<br />

experimentais propostas pelos médicos<br />

Lígia Formenti / BRASÍLIA<br />

O Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina (CFM) vai tornar<br />

mais rígidas as regras para liberação <strong>de</strong><br />

tratamentos experimentais ou inéditos no País.<br />

Pelo novo regulamento, o controle sobre a<br />

segurança e a eficácia da terapia e sobre a ética na<br />

pesquisa será feito em todas as etapas.<br />

“Atualmente, o conselho verifica se a pesquisa tem<br />

aprovação do Conselho Nacional <strong>de</strong> Ética em<br />

Pesquisa. Vamos aprimorar essa avaliação,<br />

acompanhar o processo para verificar se os<br />

preceitos estão sendo seguidos ao longo do<br />

processo”, afirmou o vice- presi<strong>de</strong>nte do CFM,<br />

Carlos Vital Corrêa Lima.<br />

Dessa maneira, ficará mais fácil, por exemplo,<br />

verificar qual tipo <strong>de</strong> atendimento está sendo dado<br />

a pacientes que apresentem efeitos colaterais<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> serem submetidos às técnicas<br />

experimentais. Pela regra, eles precisam ter<br />

garantido um atendimento a<strong>de</strong>quado.<br />

Também haverá mais condições <strong>de</strong> fiscalizar<br />

eventual cobrança pelo emprego das técnicas<br />

experimentais – o que é proibido pela legislação<br />

brasileira.<br />

Feita a liberação inicial, pesquisas sobre<br />

procedimentos consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> alto risco e <strong>de</strong> alta<br />

complexida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão ser acompanhadas por até<br />

cinco anos antes da aprovação <strong>de</strong>finitiva.<br />

Os procedimentos <strong>de</strong> baixo risco, <strong>de</strong>pois da<br />

liberação inicial, po<strong>de</strong>rão ser acompanhados por<br />

um período <strong>de</strong> até dois anos antes da aprovação<br />

<strong>de</strong>finitiva.<br />

Técnicas testadas no exterior também terão <strong>de</strong><br />

passar por uma avaliação específica no CFM. O<br />

regulamento,que entra em vigor na segunda-feira,<br />

levou um ano para ser preparado pelo CFM.<br />

Corrêa Lima afirma que a mudança trará<br />

padronização para os processos.<br />

“Atualmente, as análises <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m basicamente<br />

dos critérios adotados pelas equipes <strong>de</strong><br />

especialistas que analisam cada pedido”, conta.<br />

Nos últimos anos, aumentou o número <strong>de</strong> pedidos<br />

para liberação <strong>de</strong> novos procedimentos médicos.<br />

Entre 2009 e 2011, foram 11. Na avaliação <strong>de</strong><br />

Corrêa Lima, embora mais <strong>de</strong>talhado, o novo<br />

procedimento, trará agilida<strong>de</strong> na análise dos<br />

processos.<br />

“Para fazer a inscrição <strong>de</strong> cada pedido, será<br />

preciso que o pesquisador atenda uma série <strong>de</strong><br />

exigências”, conta. No caso <strong>de</strong> solicitações mal<br />

instruídas, as análises nem mesmo serão iniciadas.<br />

Entre documentos necessários, está uma<br />

justificativa da aplicabilida<strong>de</strong> do novo<br />

procedimento.<br />

Aval do CFM.<br />

Além <strong>de</strong> autorização da vigilância sanitária,<br />

qualquer procedimento médico, antes <strong>de</strong> ser<br />

aplicado em pacientes no Brasil precisa do aval do<br />

Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina.<br />

Essa recomendação, no entanto, nem sempre é<br />

seguida por profissionais. Um dos casos que<br />

ganhou notorieda<strong>de</strong> foi o uso <strong>de</strong> uma técnica <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> estômago <strong>de</strong>senvolvida no País que<br />

também combatia <strong>dia</strong>bete.<br />

A cirurgia ficou conhecida em 2009, <strong>de</strong>pois que o<br />

apresentador <strong>de</strong> televisão Fausto Silva <strong>de</strong>clarou ter<br />

sido submetido a ela. O Ministério Público<br />

Fe<strong>de</strong>ral afirmou que vários pacientes que<br />

realizaram a operação tiveram sequelas graves.<br />

Pela regra, tais cirurgias não po<strong>de</strong>riam ter sido<br />

realizadas, pois não contavam com o aval do CFM.<br />

ÚLTIMAS NOVIDADES<br />

Nos últimos três anos, o CFM aprovou<br />

uma série <strong>de</strong> técnicas. Entre elas,<br />

<strong>de</strong>stacam-se:<br />

Colágeno<br />

Uso <strong>de</strong> colágeno corneano para retardar ou<br />

interromper a progressão do ceratocone, uma<br />

doença oftalmológica <strong>de</strong>generativa.<br />

Anel intraestromal<br />

Também para tratar o ceratocone, o CFM liberou o<br />

implante <strong>de</strong> anel intraestromal.<br />

48


Laser<br />

O aparelho Excimer Laser agora po<strong>de</strong> ser utilizado<br />

em cirurgia para correção visual.<br />

Obesida<strong>de</strong> mórbida<br />

Foram <strong>de</strong>finidas normas para o tratamento <strong>de</strong><br />

obesida<strong>de</strong> mórbida, com indicações,<br />

procedimentos e equipe para cirurgia.<br />

Estimulação transcraniana<br />

O uso <strong>de</strong> ondas eletromagnéticas foi aprovado<br />

tratar <strong>de</strong>pressões e alucinações auditivas.<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Vida &, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral<br />

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O Estado <strong>de</strong> São Paulo/SP - Negócios, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral<br />

EX-DONA DA DASLU MORRE EM SÃO PAULO<br />

Vítima <strong>de</strong> complicações <strong>de</strong> um câncer<br />

<strong>de</strong> pulmão, Eliana Tranchesi, <strong>de</strong> 56<br />

anos, foi enterrada ontem<br />

Valéria França<br />

Des<strong>de</strong> 2006, a empresária da moda Eliana Piva <strong>de</strong><br />

Albuquerque Tranchesi, <strong>de</strong> 56 anos, vinha travando<br />

uma batalha contra um câncer <strong>de</strong> pulmão. Ela<br />

enfrentou uma cirurgia para a retirada <strong>de</strong> um tumor<br />

e se submeteu a sessões <strong>de</strong> radioterapia e<br />

quimioterapia. No último ano, mesmo com o<br />

tratamento, a doença se agravou. Eliana passou a<br />

trabalhar <strong>de</strong> casa.<br />

Ontem, a empresária morreu por complicações do<br />

câncer, segundo informativo do Hospital Albert<br />

Einstein, on<strong>de</strong> esteve internada por várias vezes.<br />

Eliana foi um fenômeno no mundo dos negócios da<br />

moda. Transformou uma butique fechada e semv<br />

itrine <strong>de</strong> roupas nacionais, a Daslu – fundada pela<br />

mãe Lúcia Piva há 50 anos –, numa referência<br />

brasileira para o mercado <strong>de</strong> luxo. “Ela foi pioneira,<br />

inventou um atendimento superespecial, que não<br />

existia”, diz a empresária Constanza Pascolato,<br />

dona da tecelagem Santa Constância.<br />

A loja começou praticamente na casa <strong>de</strong> sua mãe,<br />

na Vila Nova Conceição, em São Paulo, e foi se<br />

expandindo. Em 2005, sob a administração <strong>de</strong><br />

Eliana, dominava duas esquinas da mesma rua –<br />

uma loja só para mulheres e outra para homens.<br />

Depois da morte da mãe, na década <strong>de</strong> 1990,<br />

Eliana lançou uma linha <strong>de</strong> roupas com amarca<br />

Daslu. Também passou a ven<strong>de</strong>r grifes importadas,<br />

além <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração para casa.<br />

“As mulheres se esbaldavam ali. Ficavam muito à<br />

vonta<strong>de</strong>. Como na unida<strong>de</strong> feminina não entrava<br />

homem, não havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vestiário.<br />

Éramos atendidas como se estivéssemos em casa.<br />

Recebíamos um tratamento muito especial, que até<br />

hoje não existe igual”, diz Costanza.<br />

As ven<strong>de</strong>doras pertenciam a famílias influentes.<br />

SophiaA lckmin, filha do governador Geraldo<br />

Alckmin, e Carolina Magalhães, neta <strong>de</strong> Antônio<br />

Carlos Magalhães, por exemplo, trabalharam na<br />

Daslu. Eram as dasluzetes.<br />

“Eliana contratou jovens que conheciam as marcas<br />

<strong>de</strong> luxo e que eram amigas das clientes”, diz<br />

Patrícia Cavalcanti, <strong>de</strong> 44 anos, diretora <strong>de</strong><br />

marketing e comercial da Daslu, que trabalhou<br />

durante duas décadas ao lado da empresária. “Isso<br />

foi um dos pulos do gato <strong>de</strong> Eliana.” O outro “pulo<br />

do gato”, segundo Patrícia, foi o <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a<br />

personalida<strong>de</strong> da mulher brasileira. “Ela fazia a<br />

seleção dos produtos e só trazia coisas que tinham<br />

muito a ver com o gosto da brasileira, até para<br />

mim, que faço questão <strong>de</strong> peças com mais<br />

informação <strong>de</strong> moda”, diz Costanza.<br />

Circuito turístico.<br />

Em 2005, a Daslu tinha 70 mil clientes cadastrados<br />

e 1,5 mil compradores em potencial por <strong>dia</strong>. O<br />

sucesso da marca levou Eliana a abrir a Villa<br />

Daslu, um mega empreendimento <strong>de</strong> 17,5 mil m²<br />

no bairro Vila Olímpia, que virou a meca do luxo. O<br />

prédio, inaugurado em 2005, abrigava marcas que<br />

ainda não tinham loja no Brasil, casos da Chanel,<br />

Pucci e Gucci, entre outras. E os clientes eram<br />

recebidos com café expresso, champanhe e até<br />

uísque. A loja passou a fazer parte do circuito<br />

turístico da cida<strong>de</strong> oferecido pelas agências <strong>de</strong><br />

viagens.<br />

Masa Daslu entrou na mira da Operação Narciso,<br />

comandada pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral e o Ministério<br />

Público Fe<strong>de</strong>ral. Sob acusação <strong>de</strong> sonegação<br />

fiscal, em 2005 chegou a ficar presa por 12 horas.<br />

Em 2009, foi con<strong>de</strong>nada a 94 anos e seis meses<br />

<strong>de</strong> prisão, pelos crimes <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha,<br />

frau<strong>de</strong> em importações e falsificação <strong>de</strong><br />

documentos. A partir daí, a empresa entrou numa<br />

espiral <strong>de</strong> problemas.<br />

Em 2010, entrou em recuperação judicial e no ano<br />

seguinte foi comprada pela Laep Investments, do<br />

empresário Marcus Elias, por R$ 65 milhões.<br />

Eliana permaneceu no conselho da empresa. “Ela<br />

era essencial para que a loja não per<strong>de</strong>sse a sua<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”, diz Patrícia. A empresária costumava<br />

dizer que a Daslu era a sua família. Ontem, a loja<br />

<strong>de</strong> São Paulo e a do Rio não abriram, em<br />

homenagem a empresária.<br />

No Cemitério do Morumby, on<strong>de</strong> foi enterrada,<br />

compareceram empresários como João Paulo e<br />

Abilio Diniz, e personalida<strong>de</strong>s da moda, como<br />

Giovanni Frasson, da Vogue, e o estilista Pedro<br />

Lourenço. Eliana foi casada com o médico<br />

Bernardino Tranchesi, com quem teve três filhos:<br />

Bernardino, <strong>de</strong> 26 anos, Luciana, <strong>de</strong> 23, e Marcella,<br />

<strong>de</strong> 20.<br />

50


Mais divergências<br />

Relator da reforma política, o <strong>de</strong>putado Henrique<br />

Fontana (PT-RS) não concorda com a articulação<br />

para fazer um plebiscito sobre o tema neste ano.<br />

Propõe um referendo em 2013, após a aprovação<br />

<strong>de</strong> uma proposta. “O Congresso não po<strong>de</strong> se<br />

abster <strong>de</strong> ter opinião em um assunto tão<br />

importante”, disse ele. Autor da proposta do<br />

plebiscito, o <strong>de</strong>putado Miro Teixeira (PDT-RJ)<br />

reagiu com irritação. “Quero ver ele arrancar um<br />

projeto <strong>de</strong> reforma política do Congresso”, disse<br />

Miro.<br />

Jogando a toalha<br />

Em minoria, a bancada ambientalista preten<strong>de</strong> se<br />

retirar do plenário da Câmara durante a votação do<br />

Código Florestal e divulgar ummanifesto para<br />

marcar posição. O assunto será discutido em<br />

reunião terça-feira. Sem expectativa <strong>de</strong> negociação<br />

com os ruralistas, eles farão campanha para que<br />

apresi<strong>de</strong>nte Dilma vete o texto. Deputados eONGs<br />

ambientalistas reclamam que não foram<br />

procurados pelo relator , <strong>de</strong>putado Paulo Piau<br />

(PMDB- MG). Ele já se reuniu com a bancada<br />

ruralista. Enquanto a ministra Izabella Teixeira<br />

(Meio Ambiente) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o texto aprovado pelo<br />

Senado, os ver<strong>de</strong>s na Câmara não aceitam nem<br />

isso.“<br />

ACERTANDO OS PONTEIROS.<br />

O ministro Alexandre Padilha (Saú<strong>de</strong>), na foto,<br />

convidou a ministra Eleonora Menicucci (Mulheres)<br />

a participar do monitoramento dos programas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> da mulher . O objetivo é evitar problemas<br />

como o da medida provisória que criou um<br />

cadastro compulsório <strong>de</strong> gestantes. A MP acabou<br />

sendo alterada <strong>de</strong>pois da reação <strong>de</strong> movimentos<br />

<strong>de</strong> mulheres que acusavam o governo <strong>de</strong> querer<br />

monitorar gestantes que interrompam a gravi<strong>de</strong>z.<br />

Os assuntos da Previdência são mais fáceis do que<br />

os do PMDB” — Garibaldi Alves, ministro da<br />

Previdência, que já disse que a pasta era um<br />

“abacaxi”<br />

.Reforma<br />

Ganha força no Planalto os nomes <strong>de</strong> Antonio<br />

Carlos Rodrigues, presi<strong>de</strong>nte do PR paulistano, e<br />

do ex-senador César Borges para o Ministério dos<br />

Tranportes. Pesa contra Borges o DNA <strong>de</strong><br />

oposição. Ele <strong>de</strong>ixou o DEM em 2007.<br />

Imposto sindical<br />

O Globo/RJ - Panorama Político, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

PANORAMA POLÍTICO<br />

O ministro Carlos Ayres Britto, do STF, promete<br />

liberar em março seu voto sobre o fim do imposto<br />

sindical. A ação foi impetrada pelo DEM. Três<br />

ministros já se posicionaram a favor do repasse<br />

para as centrais sindicais e dois, contra.<br />

Rota <strong>de</strong> colisão<br />

A presi<strong>de</strong>nte Dilma chega a Fortaleza na<br />

segunda-feira em meio a um bate-boca entre PT e<br />

PSB. A confusão começou quando o senador José<br />

Pimentel (PT-CE) <strong>de</strong>clarou que o estado estaria<br />

<strong>de</strong>volvendo recursos do PAC e do “Minha Casa,<br />

Minha Vida” por falta <strong>de</strong> projeto. O governador Cid<br />

Gomes (PSB) rebateu. Na última visita <strong>de</strong> Dilma ao<br />

Ceará, no início do mês, ela e o governador se<br />

<strong>de</strong>senten<strong>de</strong>ram por causa <strong>de</strong> investimentos<br />

fe<strong>de</strong>rais.<br />

PMDB x PMDB<br />

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) trabalha<br />

para efetivar Ramon Rodrigues, interino, na<br />

diretoria-geral do Dnocs. O lí<strong>de</strong>r do PMDB,<br />

<strong>de</strong>putado Henrique Alves (RN), indicou Emerson<br />

Daniel Jr. para o cargo, mas ele ainda não foi<br />

nomeado.<br />

Crise<br />

A CNB, corrente majoritá- ria do PT, quer maior<br />

parti- cipação na coor<strong>de</strong>nação da campanha <strong>de</strong><br />

Fernando Haddad para a Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Hoje, há reunião do Conselho Político da<br />

campanha eo assunto <strong>de</strong>ve entrar na pauta.<br />

DESINDUSTRIALIZAÇÃO. A CNI, a CUT e a<br />

Força Sindical vão pedir ao presi<strong>de</strong>nte do Senado,<br />

José Sarney, terça- feira, para agilizar a votação da<br />

proposta que uniformiza a alíquota <strong>de</strong> ICMS nas<br />

operações interestaduais com produtos<br />

importados.<br />

OUTRO LADO. Apesar <strong>de</strong> estar participando das<br />

conversas sobre a votação do Código Florestal, o<br />

vice- presi<strong>de</strong>nte Michel Temer afirma que não está<br />

fazendo o papel <strong>de</strong> me<strong>dia</strong>dor. Diz que essa função<br />

é da ministra I<strong>de</strong>li Salvatti (Relações Institucionais).<br />

FERNANDA KRAKOVICS com Isabel Braga,<br />

sucursais e correspon<strong>de</strong>ntesE-mail para esta<br />

coluna: panoramapolitico@oglobo.com.br<br />

52


O Globo/RJ - Rio, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

JUDICIÁRIO | Judiciário<br />

Empresário nega relação com máfia do jogo do bicho<br />

Licínio Bastos diz que não é<br />

contraventor nem maquineiro <strong>de</strong> bingo<br />

Chico Otávio<br />

chico@oglobo.com.br<br />

O empresário Licínio Soares Bastos, réu em ações<br />

penais e indiciado em inquéritos que apuram a<br />

ação <strong>de</strong> quadrilhas que exploram os jogos <strong>de</strong> azar<br />

no país, negou ontem o seu envolvimento com a<br />

contravenção do jogo do bicho e com a máfia dos<br />

caça-níqueis. Citado em reportagem do GLOBO<br />

sobre a escola <strong>de</strong> samba Unidos da Tijuca, que<br />

teve o sigilo bancário quebrado <strong>de</strong>pois da<br />

<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos, no valor total <strong>de</strong> R$ 60<br />

mil, feitos pelo empresário em 2006, Licínio afirmou<br />

que doou o dinheiro para o <strong>de</strong>sfile.<br />

Preso com outros integrantes da cúpula do jogo do<br />

bicho em 2007, no âmbito da Operação Furacão,<br />

Licínio se apresenta como “médico, engenheiro e<br />

empresário com atuação nos ramos da construção<br />

civil, veículos industriais e logística portuária”. Ele<br />

disse que, como empresário, teve atuação “no<br />

segmento <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> bingo” no início da década<br />

passada, mas sustenta que a ativida<strong>de</strong> era então<br />

regulamentada e incentivada pelo po<strong>de</strong>r público.<br />

Ele afirma ainda que jamais foi dono <strong>de</strong> empresas<br />

<strong>de</strong> máquinas eletrônicas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>o-bingo ou<br />

daquelas conhecidas como caça-níqueis.<br />

O empresário alega que na Operação Furacão<br />

houve uma “gran<strong>de</strong> confusão” entre o que são<br />

empresários donos <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> bingo, o que seriam<br />

os chamados maquineiros, e aquelas pessoas<br />

alegadamente relacionadas ao jogo do bicho.<br />

— O fato <strong>de</strong> ter tido durante breve período atuação<br />

na ativida<strong>de</strong> do bingo não faz <strong>de</strong> mim nem<br />

maquineiro, nem contraventor: são ativida<strong>de</strong>s<br />

completamente distintas e sem necessária relação.<br />

A Operação Furacão investigou as ações da máfia<br />

do jogo para subornar autorida<strong>de</strong>s do Po<strong>de</strong>r<br />

Judiciário e obter a liberação <strong>de</strong> componentes<br />

eletrônicos <strong>de</strong> caça-níqueis apreendidos pela<br />

Receita Fe<strong>de</strong>ral.<br />

53


Caso médico<br />

Paulo Coelho, 64 anos, levou um susto <strong>dia</strong> 28 <strong>de</strong><br />

novembro: numexame, soube pelomédico que<br />

“morreria em 30 <strong>dia</strong>s” por causa do entupimento <strong>de</strong><br />

90% <strong>de</strong> duas artérias do coração, mesmo mal que<br />

matou Wando. O escritor não acreditou, procurou<br />

outros médicos, mas o <strong>dia</strong>gnóstico foi confirmado.<br />

Submetido auma angioplastia dois <strong>dia</strong>s <strong>de</strong>pois,<br />

salvou-se, ufa...<br />

Caso médico II<br />

Lula, 66 anos, por <strong>de</strong>terminaçãomédica, vai<br />

permanecer <strong>de</strong>z <strong>dia</strong>s sem sair <strong>de</strong> casa. Mas<br />

espera, ainda em março, viajar e até fazer<br />

discursos.<br />

Caso médico III<br />

Mestre Nelson Sargento, 87 anos, após cinco <strong>dia</strong>s<br />

no hospital, vai <strong>de</strong>sfilar hoje na Estrada Inten<strong>de</strong>nte<br />

Magalhães, em Campinho, pela Unidos do<br />

Jacarezinho, que o homenageou como enredo<br />

“Nelson da Mangueira e também do Jacaré”. Será<br />

acompanhado por seu médico, Franz Campos.<br />

Pelé na Ucrânia<br />

Foi criado um museu em homenagem a Pelé... em<br />

Lugansk, na Ucrânia, acredite. Tem acervo <strong>de</strong><br />

2.600 itens. Seu site, que dá algumas notícias<br />

sobreo futebol brasileiro, tem versões em russo e<br />

em inglês. Confira em museumpele.com.<br />

Aliás...<br />

O site do Museu Pelé diz que a TV Globo convidou<br />

o Barcelo- na para disputar um torneio com quatro<br />

equipes no Brasil durante os Jogos <strong>de</strong> Londres, <strong>de</strong><br />

27 <strong>de</strong> julho a 12 <strong>de</strong> agosto, para aproveitar o<br />

recesso do futebol.<br />

El poeta<br />

A editora Casa da Palavra lança este mês o livro<br />

“Vinicius portenho”. A obra, da escritora e jornalista<br />

argentina Liana Wenner, conta as aventuras <strong>de</strong><br />

Vinicius <strong>de</strong> Moraes no Uruguai e na Argentina, os<br />

anos 1950.<br />

Meio século <strong>de</strong> Cacá<br />

Cacá Diegues, 71 anos, faz 50 <strong>de</strong> carreira em<br />

<strong>2012.</strong> Haverá vários eventos. A Caixa Cultural do<br />

Rio fará retrospectiva (terá até curtas <strong>de</strong> Cacá,<br />

O Globo/RJ - Ancelmo Gois, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

ANCELMO GOIS<br />

raramente exibidos). Nosso diretor será ainda o<br />

homenageado do CinePE, e, entre outras, em<br />

agosto, o Lincoln Center , em Nova York, o<br />

celebrará com uma mostra <strong>de</strong> 12 filmes. Merece.<br />

Além disso...<br />

Cacá <strong>de</strong>ve lançar este ano, pela Objetiva, o livro<br />

“Almanaque íntimo”, com suas me- mórias do<br />

cinema brasileiro. E, ainda em 2012, começa a<br />

produzir um novo filme, “O gran<strong>de</strong> circo místico”,<br />

adaptado <strong>de</strong> Jorge <strong>de</strong> Lima.<br />

Aliás...<br />

Por coincidência, em 2012, também se festeja o<br />

centenário do pai <strong>de</strong> Cacá, Manoel Diegues Jr .,<br />

antropólogo alagoano, autor <strong>de</strong> vários livros sobre<br />

a socieda<strong>de</strong> e a cultura brasileiras.<br />

Viva o Império!<br />

Quinta, no musical “Sassaricando”, no Teatro<br />

Leblon, no Rio, Eduardo Dusek anunciou que o<br />

elenco <strong>de</strong>dicava aquela noite “ao Império Serrano,<br />

uma gran<strong>de</strong> escola <strong>de</strong> samba”, e completou:<br />

“Abaixo a injustiça!” Referia-se à <strong>de</strong>rrota do Império<br />

no Grupo <strong>de</strong> Acesso. Foi ovacionado por vários<br />

minutos.<br />

Menino Juan<br />

O juiz Márcio Alexandre Pacheco vai ouvir <strong>dia</strong><br />

5mais oito testemunhas do processo sobre<br />

omenino Juan Moraes Neves, que teria sido morto<br />

em 2011 numa operação da PM na Favela Danon,<br />

em Nova Iguaçu, RJ. Os policiais acusados da<br />

morte e da ocultação do cadá- ver (os cabos Isaías<br />

do Carmo, Edilberto Nascimento e Ru- bens da<br />

Silva, alémdo sargento Ubirani Soares) estão<br />

presos.<br />

Sem merenda<br />

Meren<strong>de</strong>iras e professoras da Escola Municipal<br />

Pera Flor , em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense,<br />

tiveram <strong>de</strong> se cotizar . Compraram gás para<br />

esquentar o leite das crianças.<br />

Fora <strong>de</strong> linha<br />

Seis meses após o aci<strong>de</strong>nte com o bon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa<br />

Teresa, o inquérito policial que apura o caso ainda<br />

não foi concluído. Um dos motivos seriam as trocas<br />

<strong>de</strong> comando na 7a - DP. O atual <strong>de</strong>legado, Murilo<br />

Montanha, é o terceiro no caso.<br />

54


Pipa à noite<br />

A moda agora em São Conrado, no Rio, ésoltar<br />

pipa à noite à beira da praia. O céu fica colorido<br />

com a ajuda da iluminação em frente ao antigo<br />

Hotel Nacional.<br />

Ela bate um bolão<br />

ALINNE DEMAIS, perdão, Alinne Moraes, 29 anos,<br />

linda como um gol a favor em final <strong>de</strong> campeonato,<br />

estará assim no longa “Heleno”, <strong>de</strong> José Henrique<br />

Fonseca, que estreia <strong>dia</strong> 23 <strong>de</strong> março. O filme,<br />

rodado em preto e branco, não esmaeceu a<br />

formosura da atriz, repare. Alinne é Sílvia, mulher<br />

<strong>de</strong> Heleno <strong>de</strong> Freitas, o craque do Botafogo e da<br />

seleção nos anos 1940, interpretado por Rodrigo<br />

Santoro. As cenas resgatam a paisagem elegante<br />

do Rio daqueles anos. Mas, com Alinne na tela,<br />

fica até difícil prestar atenção em paisagem. Com<br />

todo o respeito<br />

ZONA FRANCA<br />

O querido coleguinha Bernardo <strong>de</strong> la Penã faz<br />

aniversário hoje. Viva ele!<br />

Cláu<strong>dia</strong> Carvalho lança <strong>dia</strong> 8 “Mulher brasileira<br />

procura”, na Livraria Cultura, no São Conrado<br />

Fashion Mall.<br />

O Instituto C&A entrega segunda, na Secretaria<br />

municipal <strong>de</strong> Educação, cer- tificados do concurso<br />

Escola <strong>de</strong> Leitores.<br />

Armazém Devassa, em Ipanema, serve feijoada<br />

das campeãs, hoje.<br />

A Clínica São Carlos está completando 45 anos.<br />

A Oásis ampliou o espaço Kids.<br />

A Larrat organiza em junho premiação da turma<br />

dos postos <strong>de</strong> combustíveis, no Louvre, em Paris.<br />

Elemental Beauty faz promoção <strong>de</strong> freeze e<br />

velashape.<br />

O Globo/RJ - Ancelmo Gois, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

O empresário Eduardo Machado organiza o<br />

Business Fest.<br />

55


Correio Web/DF


Correio Web/DF - Cida<strong>de</strong>s, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

STJ nega anulação <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> Marcelo Bauer,<br />

acusado <strong>de</strong> homicídio em 87<br />

O Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça (STJ) negou o<br />

pedido <strong>de</strong> anulamento do processo <strong>de</strong> Marcelo<br />

Duarte Bauer, acusado <strong>de</strong> matar a namorada Thaís<br />

Muniz Mendonça em julho <strong>de</strong> 1987, em Brasília.<br />

A <strong>de</strong>fesa do réu alegou no processo que o acusado<br />

não pô<strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r no julgamento marcado para<br />

7 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2011, pois a intimação foi feita<br />

através <strong>de</strong> edital, uma vez que Marcelo não<br />

conseguiu ser contactado. A <strong>de</strong>fesa do réu<br />

argumenta que po<strong>de</strong>ria ter sido pedido uma<br />

intimação <strong>de</strong> Bauer à Justiça alemã.<br />

Bauer <strong>de</strong>sapareceu <strong>de</strong> Brasília no <strong>dia</strong> do sequestro<br />

e da morte <strong>de</strong>Thaís. Policiais civis do DF o<br />

encontraram na Dinamarca, em 2001. Ele ficou<br />

preso por oito meses, mas sumiu novamente assim<br />

que foi solto. Livre, conseguiu abrigo na Alemanha.<br />

Nem a tentativa <strong>de</strong> julgá-lo à revelia <strong>de</strong>u certo. No<br />

<strong>dia</strong> do julgamento, marcado para 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

2011, o advogado <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> Bauer faltou<br />

alegando estar doente. O juiz remarcou, então,<br />

nova sessão para 7 <strong>de</strong> fevereiro.<br />

O STJ ainda não marcou a data <strong>de</strong> um novo<br />

julgamento.<br />

Entenda o caso<br />

O crime<br />

Thaís Muniz Mendonça, 19 anos, foi vista com vida<br />

pela última vez por volta do meio-<strong>dia</strong> <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> julho<br />

<strong>de</strong> 1987, quando <strong>de</strong>ixava a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Brasília (UnB), on<strong>de</strong> cursava letras. Bombeiros<br />

encontraram o corpo <strong>de</strong>la dois <strong>dia</strong>s <strong>de</strong>pois, em um<br />

matagal próximo à 415 Norte, com marcas <strong>de</strong> 19<br />

facadas e um tiro na cabeça.<br />

A fuga<br />

A polícia apontou Marcelo Bauer, ex-namorado <strong>de</strong><br />

Thaís, como o autor do crime. Segundo o inquérito,<br />

o crime ocorreu no carro <strong>de</strong>le. O Tribunal do Júri<br />

<strong>de</strong> Brasília acatou a <strong>de</strong>núncia do MPDFT e o<br />

pronunciou como réu em 11 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1989.<br />

Mas Bauer fugiu antes <strong>de</strong> o julgamento ser<br />

marcado.<br />

A prisão<br />

A Polícia Civil do Distrito Fe<strong>de</strong>ral encontrou Bauer<br />

13 anos após a fuga. O acusado estava em<br />

Aarhus, na Dinamarca, on<strong>de</strong> morava havia oito<br />

anos. Como o foragido estava fora <strong>de</strong> jurisdição, a<br />

polícia recorreu à Interpol, que pren<strong>de</strong>u Bauer.<br />

A liberda<strong>de</strong><br />

Dias <strong>de</strong>pois, o Ministério da Justiça pediu a<br />

extradição do acusado. O governo dinamarquês<br />

aceitou. Em março <strong>de</strong> 2001, a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> Bauer<br />

recorreu à Corte <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Aarhus. Três juízes<br />

fe<strong>de</strong>rais da Dinamarca suspen<strong>de</strong>ram a extradição e<br />

libertaram o brasileiro, após oito meses <strong>de</strong> prisão.<br />

Nova fuga<br />

O governo brasileiro apelou à Suprema Corte da<br />

Dinamarca, que autorizou a extradição. Nesse<br />

meio tempo, Marcelo Bauer <strong>de</strong>u entrada no pedido<br />

<strong>de</strong> cidadania alemã. Quando a Justiça<br />

dinamarquesa acatou a extradição do brasileiro, a<br />

Interpol <strong>de</strong>scobriu que o acusado não estava mais<br />

na Dinamarca.<br />

Troca <strong>de</strong> nome<br />

A Interpol localizou Bauer na Alemanha. Em 2002,<br />

o governo alemão negou a extradição pedida pelo<br />

Brasil. Em seguida, o acusado conseguiu a<br />

cidadania e mudou o sobrenome. Passou a se<br />

chamar Marcelo Nielsen. O avô paterno <strong>de</strong>le é<br />

alemão.<br />

Risco <strong>de</strong> prescrição<br />

Em 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007, o MPDFT entrou com<br />

pedido <strong>de</strong> julgamento à revelia do acusado. O<br />

promotor Andrelino Santos Filho temia a prescrição<br />

do crime, em 11 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009. Mas, na<br />

época, a legislação não permitia julgamentos com<br />

o réu ausente.<br />

Júri popular<br />

Em 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009, <strong>de</strong>cisão unânime da 2ª<br />

Turma Criminal do Tribunal <strong>de</strong> Justiça do DF e<br />

Territórios (TJDFT) confirmou o julgamento <strong>de</strong><br />

Marcelo Bauer pelo júri popular, com base na Lei<br />

Fe<strong>de</strong>ral nº 11.689/08. Foragido no exterior, o<br />

acusado seria julgado à revelia em data ainda não<br />

<strong>de</strong>finida.<br />

Julgamento marcado<br />

O Tribunal do Júri <strong>de</strong> Brasília marcou para 9 <strong>de</strong><br />

novembro o julgamento <strong>de</strong> Marcelo Bauer. A<br />

intimação <strong>de</strong>le foi feita por meio <strong>de</strong> edital, pois é<br />

consi<strong>de</strong>rado um foragido da Justiça brasileira.<br />

Com isso, será julgado à revelia, com <strong>de</strong>fesa feita<br />

por integrante do Núcleo <strong>de</strong> Práticas Jurídicas do<br />

UniCeub.<br />

57


Julgamento a<strong>dia</strong>do<br />

Minutos antes do julgamento, por meio <strong>de</strong> um<br />

assistente, um advogado contratado pela família <strong>de</strong><br />

Bauer 15 <strong>dia</strong>s antes mandou comunicado ao<br />

Tribunal do Júri <strong>de</strong> Brasília pedindo o a<strong>dia</strong>mento<br />

da sessão, alegando estar doente. O juiz aceitou e<br />

remarcou o julgamento para 7 <strong>de</strong> fevereiro.<br />

Correio Web/DF - Cida<strong>de</strong>s, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

58


Gazeta online/ES


Gazeta online/ES - Notícia, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

Paulo Henrique Amorim terá que in<strong>de</strong>nizar colega <strong>de</strong><br />

profissão<br />

Jornalista da Record terá que in<strong>de</strong>nizar colega.<br />

Paulo Henrique Amorim terá <strong>de</strong> pagar 30 mil reais<br />

por conta <strong>de</strong> ofensas proferidas em seu blog contra<br />

Heraldo Pereira, da Globo.<br />

Veja os <strong>de</strong>staques do canal Divirta-se<br />

No texto, ele chama o colega <strong>de</strong> profissão <strong>de</strong><br />

"negro <strong>de</strong> alma branca" e insinuava que ele era<br />

empregado <strong>de</strong> Gilmar Men<strong>de</strong>s, ministro do<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral. Os dois<br />

apresentadores chegaram a um acordo na<br />

conciliação promovida pelo Tribunal <strong>de</strong> Justiça do<br />

Distrito Fe<strong>de</strong>ral e acabaram com o problema, que<br />

se arrastava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010.<br />

Leia mais notícias <strong>de</strong> Famosos<br />

Pelo combinado, Paulo Henrique terá <strong>de</strong> publicar<br />

nos próximos <strong>dia</strong>s uma nota <strong>de</strong> retratação nos<br />

jornais "Folha <strong>de</strong> São Paulo" e "Correio<br />

Braziliense". Ele também terá <strong>de</strong> fazer uma doação<br />

<strong>de</strong> 30 mil reais a uma instituição <strong>de</strong> carida<strong>de</strong><br />

indicada por Heraldo.<br />

60


IOB


IOB - Jurídicas, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

MPDFT – Ministério Público alerta sobre prejuízo ao<br />

meio ambiente na atualização do PDOT<br />

A 3ª Promotoria <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Defesa do Meio<br />

Ambiente (Pro<strong>de</strong>ma) e a 1ª Promotoria <strong>de</strong> Justiça<br />

<strong>de</strong> Defesa da Or<strong>de</strong>m Urbanística (Prourb)<br />

encaminharam ao Governo do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e à<br />

Câmara Legislativa cópia da Informação Técnica nº<br />

<strong>25</strong>2/2011 - DIPEX/DPD/MPDFT, elaborada por<br />

técnicos do MPDFT, a qual analisa aspectos<br />

ambientais da proposta <strong>de</strong> atualização do Plano<br />

Diretor <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento Territorial - PDOT (PLC<br />

17/2011) e alerta que doze das alterações<br />

propostas pelo Executivo são prejudiciais ao meio<br />

ambiente. Entre elas se <strong>de</strong>stacam as inci<strong>de</strong>ntes<br />

sobre o Parque do Tororó e a Área da Marinha<br />

Brasileira (Santa Maria).<br />

Como o atual PDOT foi aprovado em 2009 (LC<br />

803), sobre a atualização proposta inci<strong>de</strong> a regra<br />

estabelecida pela Lei Orgânica do DF, que só<br />

admite modificações fora do prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z ou <strong>de</strong><br />

cinco anos, previstos, respectivamente, para a sua<br />

elaboração e revisão, por motivos excepcionais ou<br />

por interesse público comprovado.<br />

Os Promotores <strong>de</strong> Justiça que atuam<br />

preventivamente no caso alertaram os Po<strong>de</strong>res<br />

Executivo e Legislativo quanto ao fato <strong>de</strong> que as<br />

propostas <strong>de</strong> alterações prejudiciais ao meio<br />

ambiente são contrárias ao interesse público e<br />

po<strong>de</strong>rão, se aprovadas, ensejar o ajuizamento <strong>de</strong><br />

Ação Direta <strong>de</strong> Inconstitucionalida<strong>de</strong>, com<br />

incidência dos mesmos efeitos causados pela ADI<br />

proposta contra a LC 803/2009, cuja procedência<br />

parcial tornou necessária a atualização do PDOT.<br />

Assim, no intuito <strong>de</strong> evitar nova judicialização do<br />

or<strong>de</strong>namento territorial do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, o<br />

Ministério Público consi<strong>de</strong>ra da maior relevância<br />

que sejam revistas as propostas prejudiciais ao<br />

meio ambiente.<br />

O documento foi enviado às Secretarias <strong>de</strong><br />

Governo, <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano e Habitação<br />

(Sedhab), <strong>de</strong> Meio Ambiente (Semarh), ao<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Legislativa, aos relatores do<br />

PLC 17/2011, aos Presi<strong>de</strong>ntes das Comissões <strong>de</strong><br />

Meio Ambiente, <strong>de</strong> Constituição e Justiça e <strong>de</strong><br />

Assuntos Fundiários, e ao Deputado Joe Valle,<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Frente Parlamentar Ambientalista do<br />

DF.<br />

Entenda melhor<br />

O PDOT tem por finalida<strong>de</strong> propiciar o pleno<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das funções sociais da<br />

proprieda<strong>de</strong> urbana e rural e o uso socialmente<br />

justo e ecologicamente equilibrado do território, <strong>de</strong><br />

forma a assegurar o bem-estar dos habitantes. Até<br />

a aprovação do atual PDOT, em 2009, vigorava o<br />

PDOT aprovado pela Lei Complementar 17/1997.<br />

O MPDFT ajuizou Ação Direta <strong>de</strong><br />

Inconstitucionalida<strong>de</strong> contra a Lei Complementar<br />

803/2009, que aprovou o PDOT, requerendo ao<br />

Tribunal <strong>de</strong> Justiça que a <strong>de</strong>clarasse<br />

inconstitucional por excesso no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> emenda,<br />

já que o Legislativo havia apresentado substituto<br />

integral a um projeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> iniciativa exclusiva<br />

do Executivo. Alternativamente, caso assim não<br />

enten<strong>de</strong>sse o Egrégio Conselho Superior do<br />

TJDFT, requereu que diversos <strong>de</strong> seus dispositivos<br />

fossem julgados inconstitucionais, alguns por vício<br />

<strong>de</strong> iniciativa e outros por violações materiais à Lei<br />

Orgânica.<br />

A ADI foi julgada parcialmente proce<strong>de</strong>nte,<br />

extirpando da LC 803/2009 diversos dispositivos<br />

inseridos ou alterados por iniciativa do Po<strong>de</strong>r<br />

Legislativo. Como consequência, <strong>de</strong>terminadas<br />

áreas do Distrito Fe<strong>de</strong>ral ficaram sem parâmetro<br />

legal <strong>de</strong>finido, situação que levou a SEDHAB a<br />

propor a atualização do PDOT, encaminhando à<br />

Câmara Legislativa o PLC que atualmente tramita<br />

sob o nº 17/2011.<br />

Como modificações do PDOT fora dos prazos<br />

estabelecidos são admitidas somente em caráter<br />

excepcional, o Ministério Público enten<strong>de</strong> que a<br />

proposta <strong>de</strong> atualização <strong>de</strong>ve limitar-se a situações<br />

cujo interesse público esteja comprovado, como o<br />

<strong>de</strong> disciplinar as áreas que se encontram sem<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> parâmetros territoriais, tendo como<br />

base os estudos e o projeto <strong>de</strong> lei originalmente<br />

elaborados pelo Executivo e já <strong>de</strong>batidos com a<br />

socieda<strong>de</strong>, que previram a expansão urbana<br />

necessária até 2020.<br />

62


Rondonotícias/RO


Rondonotícias/RO - Geral, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

Magistrados lamentam morte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembargador<br />

aposentado<br />

Juizes e <strong>de</strong>sembargadores do Po<strong>de</strong>r Judiciário <strong>de</strong><br />

Rondônia lamentam a morte do <strong>de</strong>sembargador<br />

Darci Ferreira, que mesmo antes da instalação do<br />

Estado já atuava na Justiça servindo à população<br />

local, primeiro como membro do Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e Territórios atuando<br />

nas comarcas <strong>de</strong> Guajara-Mirim e Porto Velho,<br />

<strong>de</strong>pois com a criação do estado <strong>de</strong> Rondônia e a<br />

instalação do po<strong>de</strong>r Judiciário Estadual como um<br />

dos <strong>de</strong>sembargadores da primeira composição da<br />

corte do Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Rondônia.<br />

Darci Ferreira foi nomeado pelo Decreto nº 003, <strong>de</strong><br />

<strong>25</strong>/01/1983, conforme Lei Complementar n. 41 <strong>de</strong><br />

22/12/1981. Natural <strong>de</strong> Palestina, São Paulo, atuou<br />

como membro da Câmara Cível, prestando<br />

relevantes serviços ao Po<strong>de</strong>r Judiciário <strong>de</strong><br />

Rondônia, mesmo em época <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

dificulda<strong>de</strong>s e limitações materiais. Participou do<br />

processo <strong>de</strong> instalação das comarcas do interior do<br />

Estado ao longo da BR 364.<br />

O magistrado foi vice-presi<strong>de</strong>nte do Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça <strong>de</strong> Rondônia no biênio 86/88. Também foi<br />

presi<strong>de</strong>nte do Tribunal Regional Eleitoral <strong>de</strong><br />

Rondônia durante o processo eleitoral das<br />

primeiras eleições do novo Estado (1982).<br />

"Sua atuação como magistrado ficou marcada na<br />

história do Po<strong>de</strong>r Judiciário, como um exemplo <strong>de</strong><br />

postura e <strong>de</strong>dicação ao povo <strong>de</strong> Rondônia", disse o<br />

presi<strong>de</strong>nte do Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Rondônia,<br />

<strong>de</strong>sembargador Roosevelt Queiroz Costa ao<br />

lembrar <strong>de</strong> um episódio exemplar <strong>de</strong> sua conduta.<br />

"Quando juiz eleitoral na comarca <strong>de</strong> Jaru, me<br />

<strong>de</strong>parei com um candidato afoito, que para chamar<br />

a atenção exigia conferência <strong>de</strong> um boletim, porém<br />

sem dar tempo para que os procedimentos legais<br />

fossem realizados. Por conta do escândalo feito<br />

por ele numa escola do município foi necessário<br />

dar or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> prisão. Na época o <strong>de</strong>sembargador<br />

Darci Ferreira, sabendo do ocorrido, me <strong>de</strong>u<br />

irrestrito apoio, inclusive <strong>de</strong>terminando 'ser ainda<br />

mais duro'. O candidato não satisfeito ainda entrou<br />

com uma representação e mais uma vez o<br />

presi<strong>de</strong>nte do TRE à época se pronunciou em meu<br />

favor com a seguinte frase: 'Se o juiz for<br />

processado, <strong>de</strong>ve me incluir também no polo<br />

passivo, pois ele era apenas pautado <strong>de</strong>ntro da<br />

lei'."<br />

O episódio foi relatado na revista Julgados do<br />

Judiciário <strong>de</strong> Rondônia, um <strong>de</strong>cenário <strong>de</strong><br />

Rondônia e também na publicação "A história da<br />

Justiça Eleitoral <strong>de</strong> Rondônia". Aposentado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

cinco <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1987, Darci Ferreira resi<strong>dia</strong><br />

em Brasília, on<strong>de</strong> faleceu no último <strong>dia</strong> 19, aos 71<br />

anos.<br />

64


Tudo Rondônia/RO


Tudo Rondônia/RO - Jurídico, <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

Rondônia: Magistrados lamentam morte <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sembargador aposentado<br />

Juizes e <strong>de</strong>sembargadores do Po<strong>de</strong>r Judiciário <strong>de</strong><br />

Rondônia lamentam a morte do <strong>de</strong>sembargador<br />

Darci Ferreira, que mesmo antes da instalação do<br />

Estado já atuava na Justiça servindo à população<br />

local, primeiro como membro do Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e Territórios atuando<br />

nas comarcas <strong>de</strong> Guajara-Mirim e Porto Velho,<br />

<strong>de</strong>pois com a criação do estado <strong>de</strong> Rondônia e a<br />

instalação do po<strong>de</strong>r Judiciário Estadual como um<br />

dos <strong>de</strong>sembargadores da primeira composição da<br />

corte do Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Rondônia.<br />

Darci Ferreira foi nomeado pelo Decreto nº 003, <strong>de</strong><br />

<strong>25</strong>/01/1983, conforme Lei Complementar n. 41 <strong>de</strong><br />

22/12/1981. Natural <strong>de</strong> Palestina, São Paulo, atuou<br />

como membro da Câmara Cível, prestando<br />

relevantes serviços ao Po<strong>de</strong>r Judiciário <strong>de</strong><br />

Rondônia, mesmo em época <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

dificulda<strong>de</strong>s e limitações materiais. Participou do<br />

processo <strong>de</strong> instalação das comarcas do interior do<br />

Estado ao longo da BR 364.<br />

O magistrado foi vice-presi<strong>de</strong>nte do Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça <strong>de</strong> Rondônia no biênio 86/88. Também foi<br />

presi<strong>de</strong>nte do Tribunal Regional Eleitoral <strong>de</strong><br />

Rondônia durante o processo eleitoral das<br />

primeiras eleições do novo Estado (1982).<br />

"Sua atuação como magistrado ficou marcada na<br />

história do Po<strong>de</strong>r Judiciário, como um exemplo <strong>de</strong><br />

postura e <strong>de</strong>dicação ao povo <strong>de</strong> Rondônia", disse o<br />

presi<strong>de</strong>nte do Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Rondônia,<br />

<strong>de</strong>sembargador Roosevelt Queiroz Costa ao<br />

lembrar <strong>de</strong> um episódio exemplar <strong>de</strong> sua conduta.<br />

"Quando juiz eleitoral na comarca <strong>de</strong> Jaru, me<br />

<strong>de</strong>parei com um candidato afoito, que para chamar<br />

a atenção exigia conferência <strong>de</strong> um boletim, porém<br />

sem dar tempo para que os procedimentos legais<br />

fossem realizados. Por conta do escândalo feito<br />

por ele numa escola do município foi necessário<br />

dar or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> prisão. Na época o <strong>de</strong>sembargador<br />

Darci Ferreira, sabendo do ocorrido, me <strong>de</strong>u<br />

irrestrito apoio, inclusive <strong>de</strong>terminando 'ser ainda<br />

mais duro'. O candidato não satisfeito ainda entrou<br />

com uma representação e mais uma vez o<br />

presi<strong>de</strong>nte do TRE à época se pronunciou em meu<br />

favor com a seguinte frase: 'Se o juiz for<br />

processado, <strong>de</strong>ve me incluir também no polo<br />

passivo, pois ele era apenas pautado <strong>de</strong>ntro da<br />

lei'."<br />

O episódio foi relatado na revista Julgados do<br />

Judiciário <strong>de</strong> Rondônia, um <strong>de</strong>cenário <strong>de</strong><br />

Rondônia e também na publicação "A história da<br />

Justiça Eleitoral <strong>de</strong> Rondônia". Aposentado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

cinco <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1987, Darci Ferreira resi<strong>dia</strong><br />

em Brasília, on<strong>de</strong> faleceu no último <strong>dia</strong> 19, aos 71<br />

anos.<br />

66


-<br />

JUDICIÁRIO | Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça<br />

JUDICIÁRIO | Judiciário<br />

JUDICIÁRIO | Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral<br />

JUDICIÁRIO | Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

JUDICIÁRIO | Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior do Trabalho<br />

JUDICIÁRIO | Tribunal Superior Eleitoral<br />

Indíce Remissivo por Assunto<br />

TJDFT | Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

10, 12, 26, 38, 40, 54<br />

30, 47<br />

53<br />

48, 50<br />

6, 17, 21, 45<br />

7, 9, 18, 20, 22, 23, <strong>25</strong>, 29, 32, 34, 35, 36, 44, 52<br />

15, 16, 31<br />

37, 43<br />

57, 60, 62, 64, 66<br />

67

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