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Apostila Tópicos Especiais em Marketing - Branding

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maior. Da iconicidade do pictórico, para o indicial da fotografia, até o simbólico do virtual, t<strong>em</strong>os a<br />

construção de uma linguag<strong>em</strong> versátil e dinâmica cheia de novas possibilidades.<br />

Essa interação foi visível a partir do Movimento de Poesia Concreta, deflagrado nos anos 50<br />

por Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari. A poesia verbivocovisual, como<br />

eles mesmos cunharam, apresentava experimentos de projeção do visual sobre o verbal e vice-versa.<br />

Esse movimento gerou a Poesia Visual e suas práticas influenciaram fort<strong>em</strong>ente a criação e o design<br />

de marcas e slogans atuais.<br />

Ex<strong>em</strong>plo dessa força propulsora de união entre a imag<strong>em</strong> e a palavra ocorreu <strong>em</strong> 1975 quando<br />

se solicitou ao artista plástico Milton Gleiser a criação de um novo slogan para a cidade de Nova<br />

York. Gleiser criou o famoso I♥NY. Essa imag<strong>em</strong> do coração substituindo uma palavra correu o<br />

mundo e foi usada <strong>em</strong> todas as línguas.<br />

As marcas consegu<strong>em</strong> ir além desse processo porque se tornam símbolos poderosos de poder,<br />

status, prestígio, conquista, sedução etc., a partir, não apenas do design interativo entre palavras e<br />

imagens, mas, também pela significação dos signos ali representados.<br />

Em princípio, toda marca é um nome e, tanto verbalmente quanto visualmente ela representa<br />

tudo aquilo que sab<strong>em</strong>os sobre a <strong>em</strong>presa ou instituição, é a ponta do iceberg, o que fica mais<br />

visível do <strong>em</strong>preendimento, representando sua imag<strong>em</strong> ou seus produtos.<br />

A partir da segunda tricotomia peirciana, o signo <strong>em</strong> relação ao objeto, pod<strong>em</strong>os identificar o<br />

processo de constituição representativa das marcas que as classificam <strong>em</strong> nominativas, figurativas e<br />

mistas.<br />

A marca nominativa t<strong>em</strong> um caráter representativo mais simples<br />

porque busca uma palavra que possa gerar significados de qualidades que<br />

o produto ou a <strong>em</strong>presa precisam d<strong>em</strong>onstrar ao consumidor. Ex<strong>em</strong>plo de<br />

marca nominativa é Sadia. Embora a letra “s” possa parecer uma salsicha,<br />

a <strong>em</strong>presa produz muitos produtos e não pretende fechar só neste. Seu<br />

nome, que t<strong>em</strong> significado de “alimentação saudável”, é uma sigla de<br />

Sociedade Anônima Concórdia. Por ser marca de produtos alimentícios<br />

feitos para ser<strong>em</strong> ingeridos, as formas das letras são suavizadas s<strong>em</strong> perder<br />

a consistência, como dev<strong>em</strong> ser os presuntos, os salames, as margarinas, os<br />

frangos congelados etc. A cor vermelha que s<strong>em</strong>pre acompanha a marca<br />

nas <strong>em</strong>balagens designa claramente uma relação com um tipo de alimento,<br />

o de orig<strong>em</strong> animal.<br />

Toda marca, mesmo figurativa, t<strong>em</strong> seu nome ao lado do logotipo<br />

que compõe essa “figuratividade”. O logotipo da Duratex, <strong>em</strong>presa de<br />

produtos como pisos e acessórios feitos <strong>em</strong> madeira, metal e plástico<br />

resistente para residências, como pod<strong>em</strong>os verificar ao lado, é um<br />

rinoceronte estilizado, simbolizando a força e a resistência que v<strong>em</strong> da<br />

natureza. Natureza essa que t<strong>em</strong> sido uma fonte primal de representações<br />

míticas, a ex<strong>em</strong>plo do tigre da Esso, do cavalo da Ferrari, do leão da<br />

Peugeot entre outros.<br />

O rinoceronte, além de metaforizar uma robustez natural, é<br />

constituído por placas protetoras que formam uma couraça resistente.<br />

Essas qualidades são reforçadas pela expressão “duratex” e pelas letras<br />

sólidas que compõ<strong>em</strong> o nome. São, portanto, projeções conceituais sobre<br />

representações gráficas perceptíveis.<br />

A marca mista, por sua vez, consegue misturar o nome impresso com<br />

possíveis imagens, realizando projeções visuais sobre o nome ou viceversa.<br />

É o caso da Fuji, marca de filmes fotográficos: além do nome ser<br />

representativo da orig<strong>em</strong> do produto, o Japão e seu famoso monte, a grafia<br />

ass<strong>em</strong>elha-se a um ideograma japonês, ao mesmo t<strong>em</strong>po que a forma geral<br />

DURATEX<br />

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