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Curso de Texto Completo - ALUB

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Esses “erros” prejudicam a comunicação, pois o leitor fica sem saber o que quis<br />

dizer quem escreveu a frase. Vejamos alguns exemplos:<br />

a) Já houve o tempo da moreninha, da loirinha e agora chegou a vez da<br />

ruivinha. A cor do cabelo, no entanto, faz pouca diferença, pois a fórmula<br />

para conquistar jovens platéias com um interesse maior em sexo do<br />

que em música. O segredo do sucesso na música pop é um rostinho –<br />

e um corpinho – feminino bonito e bem sensual (Folha <strong>de</strong> S. Paulo,<br />

17/9/1989, apud Unicamp 89). (Observe que, no segundo parágrafo, a<br />

oração iniciada por pois não tem predicado: não se sabe <strong>de</strong> que fórmula<br />

falava o enunciador).<br />

b) Embora as enchentes, todos os anos, continuem a <strong>de</strong>struir cida<strong>de</strong>s<br />

inteiras em algumas regiões do Nor<strong>de</strong>ste, provocando prejuízos que<br />

chegam a milhões <strong>de</strong> dólares. (Nesse período não há oração principal:<br />

a primeira oração iniciada por embora é subordinada adverbial<br />

concessiva; a segunda é uma subordinada adverbial temporal reduzida<br />

<strong>de</strong> gerúndio).<br />

Além dos casos <strong>de</strong> agramaticalida<strong>de</strong>, constituem também erros as violações<br />

<strong>de</strong> relações discursivas, ou seja, <strong>de</strong> relações entre partes e segmentos do texto:<br />

por exemplo, o uso <strong>de</strong> conectores argumentativos ina<strong>de</strong>quados, a criação <strong>de</strong><br />

enunciados ambíguos, etc. Nesse caso, po<strong>de</strong>-se dizer que temos verda<strong>de</strong>iras<br />

agramaticalida<strong>de</strong>s discursivas. Vejamos alguns exemplos:<br />

a) PC Farias respon<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong> 30 inquéritos <strong>de</strong> corrupção na Polícia<br />

Fe<strong>de</strong>ral (Jornal Nacional, 30/11/1993). (Nesse caso, há uma<br />

ambigüida<strong>de</strong>: po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r que PC Farias respon<strong>de</strong> na Polícia<br />

Fe<strong>de</strong>ral a 30 inquéritos <strong>de</strong> corrupção ou respon<strong>de</strong> a 30 inquéritos por<br />

ter corrompido agentes da Polícia Fe<strong>de</strong>ral).<br />

b) Os estudantes que preten<strong>de</strong>m ingressar na Unicamp, no próximo<br />

vestibular, concordam com o <strong>de</strong>creto do governo. Estão reclamando,<br />

apenas, que a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas está exigindo a leitura <strong>de</strong> um<br />

livro que entrará no exame inexistente no Brasil: A confissão <strong>de</strong> Lúcio,<br />

<strong>de</strong> Mário <strong>de</strong> Sá-Carneiro. (Isto é Senhor, 14/9/1989, apud Unicamp<br />

1989). (Pela posição em que foi colocado, o adjetivo inexistente parece<br />

estar referindo-se a exame).<br />

c) O presi<strong>de</strong>nte americano (...) produziu um espetáculo cinematográfico<br />

em novembro passado na Arábia Saudita, on<strong>de</strong> comeu peru fantasiado<br />

<strong>de</strong> marine no mesmo ban<strong>de</strong>jão em que era servido aos soldados<br />

americanos (Veja, 9/1/1991, apud Unicamp 1992). (Tem-se a impressão<br />

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