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Curso de Texto Completo - ALUB

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pratica, numa regra <strong>de</strong> uso: por exemplo, certas pessoas nunca usam<br />

impessoalmente o verbo fazer indicando tempo passado (dizem sempre fazem<br />

muitos dias e não faz muitos dias).<br />

e) Falsas analogias. São aquelas formas criadas por analogia com as<br />

regularida<strong>de</strong>s da língua ou pelo estabelecimento <strong>de</strong> correspondências,<br />

que <strong>de</strong> fato não existem, entre certas formas da língua. Diferentemente<br />

do caso anterior, não se trata aqui <strong>de</strong> relações in<strong>de</strong>vidas estabelecidas<br />

entre termos no interior <strong>de</strong> um período, mas da falsa pressuposição<br />

<strong>de</strong> simetrias entre formas da língua.<br />

[Os astecas] não só conheciam o banho <strong>de</strong> vapor, tão prezado<br />

na Europa, como mantiam o hábito <strong>de</strong> banhar-se diariamente<br />

(Superinteressante, out. 92, apud Unicamp 1993). (Usa-se<br />

mantiam no lugar <strong>de</strong> mantinham, porque se faz a seguinte<br />

analogia: se comer faz a 3ª pessoa do pretérito imperfeito do<br />

indicativo comiam, ven<strong>de</strong>r faz vendiam, pren<strong>de</strong>r faz prendiam,<br />

então manter faz mantiam).<br />

O governo interviu muito na economia nestes últimos anos<br />

(usa-se interviu por interveio, porque se faz a seguinte analogia:<br />

se partir tem, para a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito<br />

do indicativo, a forma partir tem; partiu, dormir tem dormiu,<br />

cair tem caiu, então intervir tem interviu).<br />

O novelo <strong>de</strong>slisou pelo chão (usa-se <strong>de</strong>slisar por <strong>de</strong>slizar,<br />

porque se associa falsamente esse verbo ao adjetivo liso; note-<br />

se que existe, em português o verbo <strong>de</strong>slisar, muito pouco usado,<br />

que significa “alisar” e que não se confun<strong>de</strong> com o verbo <strong>de</strong>slizar,<br />

que quer dizer “escorregar brandamente”).<br />

f) Improprieda<strong>de</strong>s lexicais. É o uso <strong>de</strong> uma palavra com um significado<br />

que ela não tem, mas que se atribui a ela in<strong>de</strong>vidamente, em geral<br />

por uma semelhança fônica muito acentuada com o termo que seria<br />

a<strong>de</strong>quado.<br />

Estações <strong>de</strong> metrô <strong>de</strong> mármore, com lustres <strong>de</strong> cristal, contrastam<br />

com a miséria da população. A luxúria <strong>de</strong> Moscou tem seu<br />

contraponto no silêncio do mosteiro Donskoi, criado no final<br />

do século 16. É um conjunto arquitetônico elegante e mo<strong>de</strong>sto<br />

(O Estado <strong>de</strong> S. Paulo, 30/5/1995, G10). (Luxúria, em<br />

português, não significa “luxo”, mas “sensualida<strong>de</strong>”).<br />

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