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Âncora: posturas e evolução de uma atividade jornalística

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caminhar pelo estúdio, tornando-se quase um convidado <strong>de</strong> quem o assiste. Os enormes<br />

monitores <strong>de</strong> LCD invadiram os programas e mostram com precisão o que está sendo dito<br />

pelo apresentador.<br />

É aí que interação com o público ganha força e a <strong>de</strong>senvoltura e naturalida<strong>de</strong> com<br />

que apresenta as notícias tornam-se fundamentais para o sucesso do âncora e conseqüente<br />

sucesso do programa, pois ele passa a ser o símbolo do programa que apresenta. O âncora<br />

carrega a responsabilida<strong>de</strong> da veracida<strong>de</strong> do que está sendo noticiado. A credibilida<strong>de</strong> do<br />

telejornal passa a ser vinculada a quem o apresenta.<br />

Praticamente todos os jornalistas que atuam como âncoras no Brasil são também<br />

editores-chefes dos seus telejornais. Portanto, está na mão <strong>de</strong>les a escolha do material que<br />

será exibido. Ele <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> o que <strong>de</strong>ve ser notícia no telejornal. Daí a responsabilida<strong>de</strong> com o<br />

que é veiculado no programa que apresenta.<br />

Criam-se, então, as linhas editoriais dos programas. E a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da linha escolhida,<br />

a postura adotada pelo apresentador vai ser diferenciada. Observando os âncoras da<br />

atualida<strong>de</strong>, percebemos três tipos distintos <strong>de</strong> perfil, conforme tipologia <strong>de</strong>finida neste<br />

trabalho. O primeiro, e predominante entre os jornalistas brasileiros, seria o formal. Aquele<br />

que segue à risca o roteiro que foi previamente <strong>de</strong>finido, interage pouco com outros<br />

apresentadores ou correspon<strong>de</strong>ntes e com o telespectador e quase não emite comentários<br />

fora do script. Neste grupo estão quase todos os âncoras da Re<strong>de</strong> Globo - William Bonner e<br />

Fátima Bernar<strong>de</strong>s do Jornal Nacional, William Waack e Christiane Pelajo do Jornal da<br />

Globo e Sandra Annemberg e Evaristo Costa que apresentam o Jornal Hoje – além <strong>de</strong><br />

todos os jornalistas analisados da Re<strong>de</strong> Record - Marcos Hummel e Luciana Livieiro, que<br />

ancoram o matutino Fala Brasil, e Celso Freitas e Adriana Araújo do Jornal da Record – e<br />

ainda os âncoras do SBT - Hermano Henning e Analice Nicolau, que apresentam o Jornal<br />

do SBT – Manhã e Carlos Nascimento e Cynthia Benini do Jornal do SBT – Noite.<br />

O segundo tipo é o opinativo, encabeçado por Boris Casoy que hoje apresenta o<br />

Jornal da Noite na Band. É aquele que tem mais espaço para fazer comentários livres em<br />

cima do que está sendo abordado nas matérias ou entrevistas. Os companheiros <strong>de</strong> emissora<br />

Fernando Vieira <strong>de</strong> Mello, do Primeiro Jornal, e Ricardo Boechat Jornal da Band também<br />

se encaixam nesse perfil <strong>de</strong> ancoragem, lembrando que Boechat também apresenta fortes<br />

traços do tipo 1.<br />

Ano V, n. 06 – junho/2009<br />

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