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Âncora: posturas e evolução de uma atividade jornalística

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São Paulo, o Repórter Esso, que já vinha <strong>de</strong> <strong>uma</strong> carreira consolidada no rádio, se firmou<br />

por muitos anos no horário nobre da noite. Foi esse radiojornal que veio impor o primeiro<br />

padrão para a apresentação <strong>de</strong> notícias no jornalismo eletrônico brasileiro e também para<br />

questões ligadas à imagem do programa e <strong>de</strong> seus apresentadores que, em sua maioria,<br />

eram locutores com experiência no veículo, mas que não eram jornalistas profissionais.<br />

Paralelamente ao Repórter Esso veio ainda, em 1953, o Mapping Movietone, na<br />

então TV Paulista, on<strong>de</strong> surgiram as primeiras apresentadoras <strong>de</strong> telejornal (as atrizes<br />

Cacilda Lanuza e Branca Ribeiro);<br />

Pela precarieda<strong>de</strong> técnica e inexperiência dos primeiros profissionais, as falhas<br />

aconteciam. Mas a repercussão na comunida<strong>de</strong> era muito pequena, dado o número limitado<br />

<strong>de</strong> pessoas que tinha acesso às imagens <strong>de</strong> TV. Naquela época, possuir um televisor era<br />

sinônimo <strong>de</strong> status. (REZENDE, 2000, p. 106)<br />

Por causa dos obstáculos que impediam as coberturas externas, o jornalismo direto<br />

do estúdio, ao vivo, predominava por quase todo o tempo do noticiário. Não <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong> ser<br />

<strong>uma</strong> alternativa simples e econômica. O equipamento disponível na época era <strong>uma</strong> câmera<br />

<strong>de</strong> filmar <strong>de</strong> 16 milímetros, sem som direto, que não foi o bastante para suavizar a<br />

influência da linguagem radiofônica sobre os telejornais. (REZENDE, 2000, p. 106)<br />

Na versão televisiva, apresentada por Gontijo Teodoro, o Repórter Esso<br />

representava a típica manifestação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> telejornalismo feito por gente que vinha<br />

do rádio. Em termos visuais, "todos os telejornais eram parecidos: <strong>uma</strong> cortina <strong>de</strong> fundo,<br />

<strong>uma</strong> mesa e <strong>uma</strong> cartela com o nome do patrocinador". (LIMA apud REZENDE, 2000, p.<br />

106). O Repórter Esso sintetizava as duas características mais evi<strong>de</strong>ntes do início da TV<br />

brasileira: a herança radiofônica e a subordinação dos programas aos interesses dos<br />

patrocinadores. (PRIOLLI, 1985, p. 23 apud REZENDE 2000, p. 106)<br />

Mas foi justamente o apoio <strong>de</strong> um patrocinador <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e o acordo com a<br />

agência <strong>de</strong> notícias norte-americana United Press International (UPI) que proporcionou a<br />

libertação da narração exclusivamente oral e o uso mais frequente <strong>de</strong> matérias ilustradas.<br />

No início da década <strong>de</strong> 60, a TV brasileira recebe o impulso da exibição <strong>de</strong> filmes<br />

estrangeiros dublados e da chegada do vi<strong>de</strong>oteipe, encomendado especialmente para<br />

registrar a inauguração <strong>de</strong> Brasília, a nova capital do país. È um momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

Ano V, n. 06 – junho/2009<br />

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