condições de trabalho docente: um olhar na perspectiva
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sabem mais o que fazer, a situação <strong>de</strong>les é difícil. Ape<strong>na</strong>s acho que<br />
tem que se fazer alg<strong>um</strong>a coisa, porque se os filhos não estão<br />
obe<strong>de</strong>cendo, tem a questão dos valores e, está faltando limites,<br />
isso tudo reflete <strong>na</strong> escola.” (professor 16)<br />
A participação da família é fundamental para que a criança se<br />
<strong>de</strong>senvolva como estudante. Por isso ela <strong>de</strong>ve ser motivo <strong>de</strong> preocupação:<br />
não dá para correr atrás <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> ensino sem pensar em reeducar<br />
os pais, que em sua gran<strong>de</strong> maioria não conhecem a proposta pedagógica<br />
da escola, o que ela oferece e como os filhos apren<strong>de</strong>m. Uma saída é<br />
conscientizar-se que o novo papel do professor inclui aten<strong>de</strong>r o aluno que<br />
não vem pronto <strong>de</strong> casa para adquirir conhecimento.<br />
Os alunos são vistos como <strong>de</strong>sinteressados e indiscipli<strong>na</strong>dos e são<br />
percebidos, junto com a família, como os principais problemas da sala <strong>de</strong><br />
aula. O <strong>de</strong>sinteresse do aluno, nem sempre po<strong>de</strong> ser visto, como<br />
<strong>de</strong>sinteresse pela escola e pelo processo <strong>de</strong> aprendizagem. O aluno <strong>de</strong><br />
hoje quer apren<strong>de</strong>r, mas não o que os professores querem ensi<strong>na</strong>r e do<br />
jeito que estes querem ensi<strong>na</strong>r. Muitos professores já viveram tempos <strong>de</strong><br />
respeito, autorida<strong>de</strong> <strong>na</strong> escola, mas que hoje mudou, embora muitos<br />
lutem intensamente para recriar e voltar a estes tempos. A<br />
intencio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> das crianças e adolescentes referente à educação difere<br />
da intencio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino dos professores e do sistema educacio<strong>na</strong>l.<br />
Percebe-se <strong>um</strong> jogo <strong>de</strong> empurra-empurra nesse discurso, isto é<br />
<strong>de</strong>sgastante e só provoca reações afetivas <strong>de</strong> ataque e <strong>de</strong>fesa. Não se<br />
trata <strong>de</strong> achar “os culpados”, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>, são justificativas para o que<br />
está posto. A contradição perpassa a todos: alunos, pais, professores e<br />
equipe pedagógico-administrativa.<br />
Ao responsabilizar os alunos e as famílias pelo fracasso escolar, o<br />
educador <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisar o papel da escola e as possibilida<strong>de</strong>s que ele<br />
tem <strong>de</strong> agir como o agente público que <strong>de</strong> fato é como membro <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />
instituição igualmente pública - a escola - que precisa se relacio<strong>na</strong>r com o<br />
sistema para funcio<strong>na</strong>r com eficiência. O professor entra neste compasso<br />
e cada vez mais se sente à parte, isolado.<br />
A educação é <strong>um</strong> processo coletivo, que se dá em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do<br />
espaço, <strong>um</strong>a instituição chamada escola. O que <strong>de</strong>vemos visl<strong>um</strong>brar é o