como elaborar um curriculum vitae - Montepio

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14 | Montepio jovem | orienta-te Vocação v s Certamente já ouviste falar nas dificuldades sentidas por muitos jovens quando pensam entrar no mercado de trabalho. As áreas que estudaram não estão a resultar em oportunidades de carreira, pelo que lhes resta continuar a tentar ou… procurar trabalho noutros setores. Será que ainda vivemos no tempo das “vocações” ou devemos apostar em áreas nas quais exista mais oferta de emprego? Quando for grande quero ser… Todos nós, em algum momento da nossa vida, utilizámos esta expressão e com certeza que também tu tens aquela(s) profissão(ões) de sonho. Provavelmente já terás escolhido uma para prosseguires os teus estudos mas, tendo em conta as dificuldades que os jovens enfrentam para encontrar emprego, será que esta continua a ser a melhor forma de decidir o futuro? Na opinião de Maria João Amor, Diretora de Recursos Humanos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, “ainda há lugar ao ‘sonho’ e, por isso, a ‘vocação’ não deve ser desprezada. Mas, sendo realista, é importante tentar aliar a ‘vocação’ às tendências do mercado de trabalho”. Como fazê-lo? Através de um “conhecimento transdisciplinar e da evolução constante dos teus interesses e das tuas noções da realidade. Isto permitirá que não encares as escolhas como definitivas face ao futuro, tornando-te ajustável à mudança e apto a transpor os obstáculos que possam surgir”, aconselha. Conhecer o mercado Tão importante como saberes adaptar-te ao mercado é, antes de mais, saberes quais as profissões mais solicitadas. Cátia Vale, licenciada em Sociologia e a terminar a dissertação de mestrado em Sociologia das Organizações, Trabalho e Emprego, lembra que se deve “olhar
Emprego também para o outro lado da questão – o mercado de trabalho está à procura de profissionais como eu? – Assim, deves manter-te entre a tua aspiração e as condições de mercado que se te apresentam, avaliando se a tua vocação está direcionada para uma profissão com efetiva colocação em termos de emprego. Se assim não é, deves apostar desde logo numa formação mais abrangente, que te dê abertura para outras saídas profissionais”. O papel da Universidade E quanto à escola onde começas a definir o teu futuro? Afinal, que responsabilidade deve assumir a Universidade na preparação da tua vida profissional? Maria João Amor refere-se a estas instituições como “uma ‘montra’ orienta-te | Montepio jovem | 15 ‡ Sou infeliz no meu emprego! É uma frase algumas vezes repetida, especialmente pelos jovens licenciados que começaram a trabalhar noutras áreas e se sentem defraudados nas suas expectativas. Para Maria João Amor, “se o nosso ‘canudo’ não chega, é possível ir mais além ou mudar o percurso. O conhecimento adquirido e a experiência vivida não se esgotam e são ‘ferramentas’ que temos que saber usar em nosso benefício. Se encararmos as adversidades como oportunidades e nos desafiarmos, encontraremos ‘felicidade’, isto é, não teremos tempo para lamentos. Devemos pautar-nos por Saber, Saber Fazer e, acima de tudo, Saber SER”. Já a jovem licenciada Cátia Vale defende que “se o nosso ‘canudo’ não nos oferece emprego, há que mudar de vida, ponderando formação numa área diferente e considerando a hipótese de virmos a ter uma profissão diferente da que imaginámos quando decidimos entrar para a Faculdade”. de instrumentos e exemplos que te permitem procurar novos caminhos. Não deves esperar que a tua universidade te apresente soluções, mas que fomente o espírito crítico e te ‘obrigue’ a interrogares-te perante o que te rodeia e as opções que deves tomar no âmbito académico e/ou profissional”. Alberto Amaral, presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, aponta uma possível melhoria no sistema de ensino das universidades: “Os novos cursos de três anos não deveriam ser demasiado especializados e direcionados, mas antes serem de ‘banda larga’ para darem aos licenciados maior margem de manobra, quer no mercado, quer na continuação dos estudos”. Quando a formação não dá trabalho Uma das hipóteses é continuar a estudar – na tua área quando tens expectativa de conseguir emprego – ou optar por um novo curso. A outra é procurar emprego num outro setor profissional, enquanto esperas colocação na tua profissão de sonho. No entanto, há cada vez mais jovens que, optando por trabalhar fora da sua área de formação, aprendem a gostar do emprego e passam a apostar numa carreira muito diferente da que idealizavam anos antes. Na opinião de Cátia Vale, esta evidência “resulta de uma certa resignação mas, atendendo às elevadas taxas de desemprego entre os jovens licenciados, o ‘virar da agulha’ acaba por ser uma solução viável. Teres capacidade de adaptação a áreas distintas, seres flexível e revelares capacidade de te adaptares a um novo contexto, com espírito empreendedor, empenhamento e dedicação, são características exigidas para vingares na vida profissional, até porque o conceito de ‘emprego para a vida’ é cada vez mais uma miragem.”
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