18 | <strong>Montepio</strong> jovem | vem conhecê-la Eva Barros PERFIL DE ATRIZ ‡ Texto: Sara Las Cunha
vem conhecê-la | <strong>Montepio</strong> jovem | 19 Não nasceu com o bichinho da representação mas rapidamente o apanhou. Certamente que te lembras dela na série “Morangos com Açúcar”, que marcou a sua estreia no pequeno ecrã, ou em “Lua Vermelha” e “Laços de Sangue”, onde todas as noites entrava pelas casas de milhares de portugueses. Estivemos à conversa com Eva Barros, a jovem atriz de 26 anos, e contamos-te <strong>como</strong> foi o seu percurso. Vem daí! Como começou este gosto pela representação? Podia dizer que nasci com vontade de ser atriz, mas estaria a mentir. A oportunidade de entrar neste mundo surgiu em 2008, quando estive na ETIC a fazer <strong>um</strong>a formação profissional na área da gestão e organização de eventos e os alunos finalistas do curso de Realização me convidaram para entrar n<strong>um</strong>a curta-metragem. Apesar de, ao início, não querer aceitar, as minhas amigas lá me convenceram e a verdade é que achei o máximo: a equipa era toda jovem, tínhamos <strong>um</strong> bom ambiente nas gravações e fiquei muito motivada. Quando acabaram as aulas decidi participar em alguns workshops de representação para ver se era <strong>um</strong>a coisa passageira ou se era algo que tinha despertado em mim, percebendo que sim. Concorri, então, à ACT – Escola de Atores, entrei, agenciei- -me na Karacter e comecei a ir aos castings. Foi tudo <strong>um</strong> feliz acaso. Em 2009 chegaste à televisão na série “Morangos com Açúcar”. Como foi este salto para o estrelato? Que grandes mudanças ocorreram na tua vida? A nível pessoal não houve grandes mudanças, continuo a ter o mesmo quotidiano. Ser atriz é <strong>um</strong>a profissão <strong>como</strong> as outras, apenas estou mais exposta publicamente e acabo por ser reconhecida na rua. Mas lido bem com isso, nunca tive nenh<strong>um</strong>a situação desagradável. As pessoas são simpáticas, curiosas, fazem perguntas sobre as personagens e querem saber o fim das novelas. É bom sentir esse carinho. Apesar da ainda curta carreira tens <strong>um</strong>a experiência muito vasta. Cinema, Teatro ou Televisão, com qual te identificas mais? Onde tenho mais experiência é, sem dúvida, em Televisão, apesar de estar a apostar na formação constante nas três áreas. Mas não consigo escolher, são as três muito especiais e cada <strong>um</strong>a delas permite explorar diferentes níveis de representação. Tens <strong>um</strong>a licenciatura em Marketing e estás a frequentar <strong>um</strong> mestrado. Consegues conciliar bem os estudos com o trabalho ou alg<strong>um</strong>a vez consideraste parar de estudar para te dedicares inteiramente ao trabalho? Não, isso nunca foi <strong>um</strong>a opção para mim. Acho que, em qualquer profissão, é muito importante conjugar a formação e a aprendizagem teórica com o que vamos fazendo no terreno, na prática. É fundamental ir fazendo “reciclagem” de conhecimentos pois a informação disponível e as técnicas mudam e evoluem constantemente. Para mim, o percurso profissional deve andar sempre em paralelo com a formação, seja a que nível for, para podermos sempre melhorar. Qual foi o melhor momento da tua carreira? Cada vez que o meu agente me liga e diz: “Ficámos com esta personagem” é o melhor momento de todos. A conquista e a preparação da personagem dão-me muito gosto, ou seja, todo o processo de perceber e construir quem ela é, <strong>como</strong> é, o que gosta de fazer e o que veste, para depois poder agarrá-la e trabalhá-la da melhor forma. Quais são as tuas expectativas ou sonhos para o futuro profissonal? O meu sonho é manter <strong>um</strong> trajeto contínuo e duradouro. Não quero ter de abandonar a profissão por alg<strong>um</strong> motivo. O meu objetivo é ter sempre trabalho, até ser velhinha. Mas é claro que isso implica muito empenho e versatilidade. Quero, essencialmente, crescer <strong>como</strong> intérprete e se alg<strong>um</strong> dia for reconhecida a <strong>um</strong> nível mais elevado, melhor ainda. Que conselhos tens para os jovens com o sonho de se lançar no mundo da representação? A primeira coisa que quero dizer é: se, realmente, é o que querem, vão em frente! Estamos n<strong>um</strong>a altura em que todos os dias somos bombardeados com os assuntos da crise, a dizer que não há trabalho, que o mercado está cheio, mas não podemos deixar-nos afetar por isso. Acho que todos devem seguir os seus sonhos, lembrando-se de que as coisas não são fáceis. Não basta ter <strong>um</strong>a cara bonita ou aparecer <strong>um</strong>a vez na televisão, há muito trabalho e esforço por detrás, muita formação complementar, estudo das personagens, muitas horas de trabalho. Mas não desistam! Invistam em ser sempre melhores e sigam os vossos sonhos, porque vale mesmo muito a pena!