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Figura 15 – Colheita da artéria radial<br />
Fonte: 5, pg 607<br />
O comprimento médio da artéria radial varia<br />
entre 18 e 22 cm e o seu diâmetro varia de 2-3 5 .<br />
• Técnica para colher o enxerto<br />
Geralmente escolhe-se abordar o braço não<br />
dominante do paciente devido ao temor que se tem<br />
quanto ao impacto que alterações neurológicas, mesmo<br />
que sejam leves, possam trazer ao paciente. Além disso,<br />
é importante verificar se o braço que será manipulado<br />
apresenta boa circulação colaterial ulnar, isto é realizado<br />
clinicamente por meio de um teste de Allen.<br />
O braço que será operado é colocado sobre<br />
uma placa perpendicular ao eixo longitudinal da cirurgia.<br />
Sobre a pele que recobre a artéria radial realiza-se uma<br />
incisão medial de um ponto proximal 2 cm ao processo<br />
estilóide à um ponto distal 2 cm à prega do cotovelo,<br />
além disso a incisão deve ser 1cm medial ao tendão do<br />
bíceps. Concluída a incisão agora se separa o tecido<br />
subcutâneo com um bisturi.<br />
Embora a maioria dos cirurgiões prefira dissecar<br />
a artéria radial começando distalmente pode-se iniciar a<br />
dissecção a partir da extremidade proximal também. A<br />
fáscia profunda do antebraço que recobre a artéria radial<br />
é incisada. Começa-se então a colher o pedículo da<br />
artéria radial com atenção para que a manipulação seja a<br />
mínima necessária. Ao passar a parte proximal do<br />
antebraço deve-se afastar levemente o músculo<br />
braquirradial para expor melhor a artéria radial (figura<br />
15).<br />
Os ramos distais são cortados na extremidade<br />
distal e a dissecção proximal é feita de modo a não<br />
abordar o ramo recorrente radial. Após se preparar o<br />
pedículo e administrar heparina sistêmica divide-se a<br />
artéria proximal e distalmente e armazena-se o conduto<br />
em solução de papaverina 1% 5 .<br />
Após se retirar a artéria radial do antebraço<br />
realiza-se a hemostasia e o braço é suturado em<br />
camadas. Para evitar seromas e a formação de<br />
hematomas pode-se utilizar dreno de sucção fechada.<br />
Dentre os cuidados que devem ser prestados<br />
durante a dissecção da artéria radial é importante que se<br />
proteja dois nervos: o nervo cutâneo lateral e o ramo<br />
superficial do nervo radial. O primeiro localiza-se<br />
superficial ao ventre do músculo braquirradial, seguindo<br />
sua borda medial. Lesões desse nervo causam<br />
parestesias e diminuição da atividade do antebraço.<br />
Já o ramo superficial do nervo radial é<br />
encoberto pelo músculo braquiorradial e segue paralelo à<br />
artéria radial nos 2/3 proximais do antebraço. Danos a<br />
este nervo traz como consequencias dormência e<br />
formigamento do polegar e do dorso da mão. Pode-se<br />
proteger este nervo ao evitar que se retraia<br />
excessivamente o músculo braquiorradial. Cerca de 1/3<br />
dos pacientes após a colheita da artéria radial<br />
apresentam parestesias transitórias, dormência e<br />
fraqueza do polegar. Felizmente esse quadro vai<br />
gradualmente sendo revertido sendo que após 1 ano<br />
apenas 10% dos pacientes ainda têm sintomas<br />
residuais, e apenas 1% apresentam sintomas severos 5 .<br />
Artéria gastroepiplóica direita (AGED)<br />
A AGED geralmente é utilizada em casos de<br />
reoperações por falta de outras condutas mais<br />
adequadas ou como um conduto arterial secundário ou<br />
terciário em cirurgias de revascularização que utilizam<br />
apenas condutos arteriais 5 . As artérias coronárias que<br />
são revascularizadas pela AGED são a artéria coronária<br />
direita e a circunflexa. Fatores como o tempo gasto para<br />
sua colheita e o risco de complicações abdominais no<br />
peri-operatório e a longo prazo não favorecem o uso<br />
dessa artéria.<br />
A AGE possui uma fina camada íntima e uma<br />
lâmina elástica interna fenestrada . Sua camada média<br />
possui uma espessura comparável à da ATI, porém<br />
possui maior força de contração. Apesar dessa diferença<br />
a AGE assim como a ATI apresenta relaxamento<br />
dependente do endotélio, produz prostaciclina e<br />
responde a vasoconstritores usados clinicamente de<br />
forma semelhante à ATI 5 .<br />
A artéria gastroepiplóica direita (também<br />
chamada de gastromental direita) surge atrás da primeira<br />
parte do duodeno como uma das duas ramificações da<br />
artéria gastroduodenal (o outro ramo da artéria<br />
gastroduodenal é a artéria pancreaticoduodenal<br />
superior). A partir de sua origem ela irá trajetar ao longo<br />
da curvatura maior do estômago entre as lâminas do<br />
omento maior até o momento em que ela se<br />
anastomosará com a artéria gastroepiplóica esquerda.<br />
Possui um diâmetro interno com valor médio de 2,2 mm<br />
e um comprimento com valor médio de 19.<br />
• Técnica para colher o enxerto<br />
Geralmente colhe-se a AGED após a dissecção<br />
da ATI estendo-se a esternotomia mediana inferiormente<br />
para criar uma laparotomia mediana. O omento maior é<br />
dividido para expor o estômago e palpar a AGED. Iniciase<br />
a dissecção separando o pedículo da AGED do<br />
omento maior e da parede do estômago e ligando os<br />
ramos colaterais . A dissecção proximal é realizada até<br />
nível do piloro e a distal até o encontro da AGED com a<br />
AGEE (figura 16).