Miguel Ângelo - Jaba

A Piedade de
Miguel Ângelo
A agonia de um filho e o sofrimento
silencioso de uma mãe
A dor escondida
Logo após a morte do seu principal mecenas,
Lourenço o Magnífico, Miguel Ângelo deixou
a sua terra natal, Florença, para se estabelecer
em Roma onde recebeu uma encomenda
feita por Jean Bilhères de Lagraulas de um
importante trabalho: uma escultura em
mármore da Virgem Maria segurando o
seu filho Jesus morto nos braços.
Aos 23 anos, com um talento artístico
amplamente demonstrado na refinada
corte dos Médicis, e um extremo sentido
de autocrítica, começou a trabalhar
na escultura de 1.80 metros de altura
destinada a embelezar a Basílica de
São Pedro. O resultado final do seu
trabalho marcou um dos pontos
culminantes da arte renascentista,
sendo também a única obra em que
aparece a assinatura do autor.
Admirada através dos tempos pelo seu
comovedor realismo, Piedade mostra uma
virgem que, contendo a intensa dor que
a oprime, conserva ainda assim uma
expressão de serenidade enquanto
segura nos braços o corpo do seu
filho morto. Apesar de parecer resignada
ao penoso desígnio divino, o seu rosto
transparece a mais profunda das tristezas.
Sobre o colo de sua mãe e embalado por seus
braços, o corpo lânguido de Jesus com o
aspecto de um herói clássico, apresenta sinais
mínimos da tortura e crucificação que sofreu.
“As mãos da morte são
eternas e sinto que já me
puxam pelo manto”
Miguel Ângelo
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