Santo Atanásio - Vida de Santo Antão - Suma Teológica
Santo Atanásio - Vida de Santo Antão - Suma Teológica
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1.4. <strong>Santo</strong> <strong>Antão</strong><br />
Para conhecer a vida <strong>de</strong> <strong>Santo</strong> <strong>Antão</strong> tem-se como texto fundamental a obra<br />
<strong>de</strong> <strong>Santo</strong> <strong>Atanásio</strong>. Fora <strong>de</strong>la citam-se por vezes outras fontes, mas que não<br />
dão as mesmas garantias <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong>. Com mais ou menos segurança se<br />
lhes atribuem algumas cartas, ditadas por ele em todo caso, pois não sabia<br />
grego. Menor segurança reveste a atribuição que <strong>de</strong> alguns apoftegmas se lhe<br />
faz tradicionalmente. Fora <strong>de</strong> dúvida estão, no entanto, as notícias contidas<br />
na carta que, por ocasião da morte <strong>de</strong> <strong>Santo</strong> <strong>Antão</strong>, escreveu ao amigo <strong>de</strong>ste,<br />
São Serapião, bispo <strong>de</strong> Thmuis (ob. entre 339 e 353), como igualmente a<br />
menção do historiador Sozomeno (+ 439?) e o elogio <strong>de</strong> São Gregório<br />
Nazianzeno (+ 389/390). Valem também as menções na literatura<br />
pacomiana, ainda que por vezes adornadas com um traço bem legendário.<br />
As datas da vida <strong>de</strong> <strong>Santo</strong> <strong>Antão</strong> são inseguras. A mais certa é a <strong>de</strong> sua<br />
morte, no ano 356. Segundo a "<strong>Vida</strong>" (89,3), tinha nesta data cento e cinco<br />
anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Ainda que semelhante ida<strong>de</strong>, certamente não comum, não<br />
seja <strong>de</strong> todo improvável na vida <strong>de</strong> um homem, po<strong>de</strong>, no entanto, estar<br />
excedida em alguns anos. Sendo assim, <strong>Santo</strong> <strong>Antão</strong> teria nascido entre 250<br />
e 260. Como lugar <strong>de</strong> origem, costuma-se dar a al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Coma (Kiman-el-<br />
Arus), no Egito médio, perto da antiga Heracleópolis. Seus pais eram<br />
camponeses abastados. Além <strong>de</strong> <strong>Antão</strong>, tinham uma filha. À morte dos pais,<br />
o jovem, <strong>de</strong> uns 18 a 20 anos, ven<strong>de</strong>u a proprieda<strong>de</strong>, por amor ao<br />
Evangelho, distribuiu o dinheiro aos pobres, reservando apenas algo para<br />
sua irmã, menor que ele. Posteriormente distribuiu também isso,<br />
consagrando sua irmã ao estado <strong>de</strong> virgem cristã. Retirou-se ele à vida<br />
solitária, perto <strong>de</strong> sua al<strong>de</strong>ia natal, segundo o costume da época. É a etapa <strong>de</strong><br />
sua formação monástica, <strong>de</strong> sua apaixonada <strong>de</strong>dicação à Escritura e à oração;<br />
é também o período <strong>de</strong> seus primeiros encontros com o <strong>de</strong>mônio. Depois <strong>de</strong><br />
um certo tempo, buscando uma confrontação mais direta com o <strong>de</strong>mônio,<br />
vai viver num cemitério abandonado, encerrando-se um mausoléu. Ali sofre<br />
ataques violentíssimos dos <strong>de</strong>mônios, mas sem se <strong>de</strong>ixar amedrontar,<br />
persevera em seu propósito. Assim chega aos 35 anos. Empreen<strong>de</strong> então a<br />
separação <strong>de</strong>cisiva: vai para o <strong>de</strong>serto. A "<strong>Vida</strong>" assinala esse passo como algo<br />
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