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OSWALDO CRUZ E A FEBRE AMARELA NO PARÁ - Governo do ...

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<strong>OSWALDO</strong> <strong>CRUZ</strong> E A <strong>FEBRE</strong> <strong>AMARELA</strong> <strong>NO</strong> <strong>PARÁ</strong><br />

Sales Guerra, o zeloso clínico particular, cui<strong>do</strong>u de confiar discretamente à menina, na ocasião da<br />

partida, um envelope lacra<strong>do</strong> que deveria ser aberto somente se o pai a<strong>do</strong>ecesse em viagem. Dentro<br />

estavam anotadas as hipóteses mais prováveis e as prescrições a serem seguidas. Havia, também,<br />

referência a outras condutas habitualmente aconselhadas, mas que deveriam ser excluídas, da<strong>do</strong>s os<br />

maus resulta<strong>do</strong>s<br />

97<br />

De Veneza, a 26 de março, escreveu Oswal<strong>do</strong> Cruz a João Pedroso. Mostrava-se apreensivo com<br />

a anunciada crise da borracha, que podia vir a perturbar a boa marcha <strong>do</strong>s trabalhos em Belém.<br />

Adiante, referin<strong>do</strong>-se à exposição e à sua volta a Belém, dizia, em carinhoso estímulo aos seus<br />

auxiliares:<br />

.<br />

O material que levamos é abundante e importante: a moléstia de Chagas vai prender a atenção; levamos<br />

prepara<strong>do</strong>s, peças anatómicas, fotografias, moldagem em gesso, bustos de <strong>do</strong>entes, etc., etc. Além de<br />

to<strong>do</strong> o material <strong>do</strong> Instituto levamos esplêndidas fitas cinematográficas <strong>do</strong> serviço de f. a. tiradas sob a<br />

direção <strong>do</strong> Oliveira Borges e que estão realmente esplêndidas. Bem entendi<strong>do</strong> os seus lin<strong>do</strong>s gráficos e<br />

os <strong>do</strong> Belisário, convenientemente aumenta<strong>do</strong>s e desenha<strong>do</strong>s, assim como as plantas <strong>do</strong> Pará, lá<br />

figurarão como elementos de primeira ordem. – Ninguém tem mais saudades de vocês que eu. Estarei aí<br />

nos fins de Maio ou primeiros dias de Junho, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> vapor a tomar. Levarei<br />

comigo a Lizeta* que é uma não imune e que, como testemunha, vai aí <strong>do</strong>rmir sem cortina<strong>do</strong>. É a prova<br />

mais cabal que quero dar ao povo daí, da ilimitada confiança que deposito nos meus inigualáveis<br />

98<br />

companheiros de trabalho .<br />

Sem dúvida, seria essa a prova máxima. Mas na mensagem de confiança divisava-se hábil e poli<strong>do</strong><br />

desafio, a exigir de to<strong>do</strong>s o esforço maior para que, já em fins de maio, não mais houvessem mosquitos<br />

infecta<strong>do</strong>s em Belém.<br />

Apenas quatro casos de febre amarela seriam registra<strong>do</strong>s durante março. Gradualmente<br />

tornavam-se menos solicitadas as equipes de expurgo. Leocádio Chaves passou, então, para o serviço<br />

de polícia de focos, agora mais necessário**.<br />

97 SALES GUERRA, 1940, p. 541.<br />

* Nome íntimo de Elisa.<br />

98 SALES GUERRA, 1940, p. 543-544.<br />

** Tu<strong>do</strong> indica que Leocádio Chaves tenha regressa<strong>do</strong> pouco depois ao Rio <strong>do</strong> Janeiro, pois seu nome não mais figura nos boletins da campanha a<br />

partir de 11 de maio.

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