28.04.2013 Views

OSWALDO CRUZ E A FEBRE AMARELA NO PARÁ - Governo do ...

OSWALDO CRUZ E A FEBRE AMARELA NO PARÁ - Governo do ...

OSWALDO CRUZ E A FEBRE AMARELA NO PARÁ - Governo do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

No perío<strong>do</strong> de março a junho de 1850, “ [...] as repartições publicas deixaram de funccionar; muitas<br />

3<br />

casas commerciaes fecharam, as embarcações ficaram no porto por falta de marinheiros” .<br />

Doze mil enfermos, para uma população de 16 mil habitantes, são os números da estimativa<br />

apresentada pelo Conselheiro Jerônimo Francisco Coelho, então Presidente da Província, em seu<br />

4<br />

Relatório de 1850 .<br />

, 5<br />

Felizmente, a tão elevada morbidade opunha-se uma letalidade de apenas 4,98% * . Além disso, já<br />

6<br />

em agosto a febre perderia o caráter epidêmico, dan<strong>do</strong> lugar a um esta<strong>do</strong> endêmico dura<strong>do</strong>uro .<br />

Vinte e um anos se passariam sem que o mal constituísse aqui maior preocupação, acometen<strong>do</strong><br />

apenas estrangeiros recém-chega<strong>do</strong>s, poupan<strong>do</strong> quase sempre os nacionais, sobretu<strong>do</strong> os paraenses<br />

7<br />

natos, para os quais guardava já “[...]proverbial tolerancia” .<br />

Em 1871, novo surto epidêmico de menores proporções registrou-se na capital, elevan<strong>do</strong> para 154<br />

o total de óbitos por febre amarela naquele ano. Apesar da propagação assusta<strong>do</strong>ra com que chegou a<br />

esboçar uma repetição da catástrofe de 1850, ficou-lhe muito a dever, dada a resistência que lhe<br />

8<br />

ofereciam agora os naturais da terra .<br />

Antes <strong>do</strong> fim <strong>do</strong> ano a situação voltaria ao normal.<br />

A mortalidade passou a oscilar nos anos subsequentes entre médias relativamente pequenas em<br />

confronto com a entrada de estrangeiros. Apenas de 1883 a 1887 elevou-se, passageiramente, o número<br />

9<br />

de vítimas .<br />

Mas, a partir de 1894, grave alteração se operaria no campo de ação <strong>do</strong> morbo sinistro.<br />

10<br />

É, a propósito, lúcida e oportuna a análise feita pelo historia<strong>do</strong>r Arthur Vianna :<br />

3<br />

VIANNA, 1902, p. 181.<br />

4<br />

Id. Ibid., p. 180.<br />

* Durante a epidemia de 1850 foram registra<strong>do</strong>s 593 óbitos por febre amarela (VIANNA, Arthur. As epidemias no Pará. Belém: Imprensa <strong>do</strong> Diario<br />

Official, 1906. p. 55).<br />

5<br />

BRITTO, Rubens da Silveira; CARDOSO, Eleyson. A febre amarela no Pará. Belém: SUDAM, 1973. p. 20.<br />

6 VIANNA, 1902, p. 179-180.<br />

7 Id., 1906, p. 56, 62.<br />

8 Id. Ibid., p. 56-57, 62.<br />

9 Id. Ibid., p. 58.<br />

10 Id. Ibid., p. 58-59.<br />

ANTECEDENTES REMOTOS 25

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!