OSWALDO CRUZ E A FEBRE AMARELA NO PARÁ - Governo do ...
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A CAMPANHA DE PROFILAXIA<br />
A CAMPANHA DE PROFILAXIA 83<br />
82, 83<br />
A 12 de novembro de 1910 tiveram início as operações . Uma turma de cerca de 40 homens<br />
competentemente farda<strong>do</strong>s, dirigida pelos Drs. João Pedro de Albuquerque e Belisário Penna, saiu, sob as<br />
vistas <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r João Coelho e <strong>do</strong> Chefe da Comissão, para os primeiros trabalhos de polícia de<br />
focos na área urbana, inician<strong>do</strong>-os pela rua Tomásia Perdigão e adjacências.<br />
o<br />
No mesmo dia começaram também os expurgos em diversas casas da Travessa 1 . de Março, Rua<br />
Paes de Carvalho, Avenida Almirante Tamandaré e outras artérias, sob a direção de Leocádio Chaves.<br />
82<br />
A edição <strong>do</strong> dia seguinte de A Provincia <strong>do</strong> Pará descreve o expurgo em uma das casas:<br />
Retira<strong>do</strong>s os mora<strong>do</strong>res, que se passaram para outras casas situadas nas proximidades, animaes e alguns<br />
objectos, procedeu-se a rigoroso expurgo. [...] Isola<strong>do</strong>s os objectos susceptiveis de deterioração por<br />
meio de saccos de lona, cobertos de papel, é o predio fecha<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>s os orificios e frestas tapadas com<br />
papel e o telha<strong>do</strong> coberto com panno americano. Depois, procede-se á cubagem <strong>do</strong> predio e<br />
consequente queimação de grande quantidade de enxofre.<br />
Diz ainda que os prédios que começaram a ser expurga<strong>do</strong>s às 6 horas da tarde, só às 8 e 1/4 foram<br />
reabertos, proceden<strong>do</strong>-se então à limpeza das paredes e portas e à arrumação <strong>do</strong>s móveis.<br />
Compreendem-se, assim, as razões de Oswal<strong>do</strong> Cruz, preocupa<strong>do</strong> em esclarecer a população e lhe<br />
pedir tolerância. As operações de expurgo, em especial, lhe exigiriam grandes sacrifícios. Mas a conduta<br />
<strong>do</strong> povo paraense haveria de ser a mais nobre e cativante, acolhen<strong>do</strong> com a maior simpatia, na intimidade<br />
de seus lares, os homens da campanha.<br />
Nem podia ser de outra forma. O Brasil to<strong>do</strong> já aprendera, salvo desprezível minoria reacionária, o<br />
quanto devia em respeito, carinho e confiança ao seu grande sanea<strong>do</strong>r e aos seus valorosos auxiliares.<br />
Exemplo típico de rejeição ainda residual ocorreu no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Amazonas, onde se cogitava realizar<br />
campanha semelhante. O projeto de lei foi energicamente combati<strong>do</strong> por um deputa<strong>do</strong> que argumentava<br />
84<br />
ser “[...] a fama <strong>do</strong> extintor de epidemias por muito superior à sua competência” .<br />
82<br />
A <strong>FEBRE</strong> ..., A Provincia <strong>do</strong> Pará, 13 de novembro de 1910, p. 1.<br />
83<br />
PROPHYLAXIA ..., Folha <strong>do</strong> Norte, 13 de novembro de 1910, p. 1.<br />
84<br />
SALES GUERRA, 1940, p. 567-568.