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TEMPESTADES
Maria Inês Simões
Aquelas crias famintas... De pai... Mãe e família. Vivem como num
filme, real em tempo t.v.
Roteiro já conhecido final nem sempre feliz. Algumas de dia
lambem as latas, à noite dormem nos bancos.
São filhos e filhas da terra, folhas sem árvores. Quem dera fossem
sem frutos... Flutuam conforme o vento, sem abrigos sem
esperanças.
Mas quem liga? São só crianças... Estatísticas futuras em
criminalidade, marginalidade.
Mas quem liga? São só elos entre vidas esquecidas e vidas
perdidas. Quem sabe, não a minha e não a sua, só de quem
estiver no planetinha chamado rua.
MADRUGADA...
Maria Inês Simões
Três da manhã... Um baque surdo... Um grito abafado... Um
caminhão que foge. Uma moto que cai...
Dois corpos na rua. Somente os corpos. Um veículo pequeno
carregava duas vidas drogadas, dois namorados em plena balada.
Se não fosse hoje, seria amanhã... Pois, suas existências
baseavam-se no básico baseado, de uma adrenalina tipo: portal do
além. Encontraram a entrada.
PROFISSÃO
Maria Inês Simões
Por que fala de coisas, que o tempo não condiz? Por que sustenta
a pose de atriz ou meretriz? Por que procura saída se sangra ainda
a ferida? Por que insiste nas letras se a placa do caminho indica
contramão? É só romaria... É só romaria... Meu irmão.
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4ª Antologia Poética Literária AVBL - Academia Virtual Brasileira de Letras
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