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Sabe a cidade
O miserável.
E sabe do fumo
O mal que corre;
E corre o mal
À sombra das mentes;
E sobe às mentes
O fumo que assombra.
Tudo isso sabe.
E chora:
Os longos cabelos ressecados,
As mãos atrofiadas pra dentro;
Chora o choro dos uivos dos homens
Uivos dos homens
Sem contornos.
Mas fito-a, porque ela é
Meus olhos.
Olhos sequiosos, ruborizados,
Inertes e longínquos.
Ela é meus olhos
E os olhos de cada miserável.
Fito-a porque deixá-la
É impossível.
Fito-a porque me deixa
Preso.
Fito-a porque fita-me:
Como à Lua, a cadela;
Como à rua, o miserável.
SOM DO MAR
Fernando Paganatto
Navego em lugar longínquo
Após tanto velejar
Em um vínculo promíscuo
Amando a Deusa do mar.
Pois que muito sacrifício
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4ª Antologia Poética Literária AVBL - Academia Virtual Brasileira de Letras
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