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MORTAL DELÍRIO
Abel Reginatto
Ex-amigo
e companheiro
que há tanto tempo
não vejo,
tipo mentiroso
e traiçoeiro.
Vez por outra,
num lampejo,
minha mente
é uma balseira
onde navegas
- rosto amorado -
em alto-mar.
És pura tremedeira
pelo pânico
de morrer afogado.
Um brilho antigo
surge em meu olhar,
e meu ódio,
feliz e ilusório,
te vê num negro caixão,
ao luar;
à rigor,
desfilo em teu velório!
FOTO
Abel Reginatto
Vi tua foto onde apenas
pés e mãos se mostravam.
Ao invés de imaginar teu rosto,
teu corpo, tua voz,
mergulhei nas tuas unhas,
veias e pele
- fui realista -
então estremeci de prazer
e, quando percebi,
no interior do teu corpo
te amei.
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4ª Antologia Poética Literária AVBL - Academia Virtual Brasileira de Letras
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