Download . pdf - VIRTUALISMO - Academia Virtual Brasileira de ...
Download . pdf - VIRTUALISMO - Academia Virtual Brasileira de ...
Download . pdf - VIRTUALISMO - Academia Virtual Brasileira de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
MORTE ANUNCIADA (MINI CONTO)<br />
Van<strong>de</strong>rleis Estácio Maia<br />
Acor<strong>de</strong>, acooor<strong>de</strong>...<br />
O insistente apelo parecia resumir uma angústia <strong>de</strong> alguém que<br />
<strong>de</strong>sejava a companhia ou necessitava falar com alguém sobre<br />
alguma coisa importante.<br />
Eram apenas 3 horas da madrugada.<br />
Ela abriu os olhos assustados, como se fosse aquilo o seu último<br />
<strong>de</strong>sejo.<br />
- Que saco... me <strong>de</strong>ixe quieta, estou com sono!<br />
- Você precisa acordar e levantar-se preciso contar-lhe um sonho.<br />
- O quê, acordou-me para contar um sonho? Ora, me <strong>de</strong>ixe em<br />
paz, amanhã você conta. Estou com muito sono.<br />
- Não, precisa ser agora, é muito importante.<br />
Virou-se para o lado e tentou novamente dormir.<br />
- Acooor<strong>de</strong>, enquanto você não escutar eu não posso <strong>de</strong>ixá-la<br />
dormir.<br />
- Por quê ?<br />
- Se você dormir, você morre!<br />
- Que loucura é essa, pirou <strong>de</strong> vez? Por acaso andou tomando<br />
alguma droga?<br />
- Claro que não e você sabe disso muito bem.<br />
- Então me <strong>de</strong>ixe em paz, estou com sono, preciso acordar cedo<br />
para trabalhar.<br />
- Eu sei, mas se você dormir, não acordará mais.<br />
- Tá booom, me conte essa loucura, mas, antes, vá fazer um café<br />
para nós.<br />
Rita saiu, dirigiu-se à cozinha para fazer o café. No armário <strong>de</strong><br />
frente pegou tudo <strong>de</strong> que necessitava, colocou água na vasilha,<br />
acen<strong>de</strong>u o fogo e sentou-se na ca<strong>de</strong>ira, enquanto esperava a água<br />
ferver.<br />
Quando a água ferveu, levou-a ao coador e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> minutos<br />
estava pronto a <strong>de</strong>liciosa bebida.<br />
Pegou uma xícara e um copo <strong>de</strong> vidro e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> colocar o café<br />
neles, dirigiu-se ao quarto.<br />
Entrou, colocou as vasilhas sobre o criado mudo e falou:<br />
- Maria, eis nosso café, sente-se para ouvir meu<br />
sonho. Ei, Maria! levante-se, o café está aqui.<br />
- Mariiia!...<br />
Não adiantava mais. Ela havia dormido.<br />
____________________________________________________________<br />
4ª Antologia Poética Literária AVBL - <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Virtual</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Letras<br />
- 185 -