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E ronca, no silêncio
Que procede a latidos
Que precede a uivos;
Precede a uivos
O ronco, fino ronronar desafinado
Da criança asmática;
Ronco na noite fria.
E demora a adormecer
Que a cada instante
Olha a Lua o ronco
E chora.
Olha a Lua os longos cabelos
E chora.
Olha a Lua os longos uivos
E uiva.
Ela esfrega-se
No rosto com suas mãos
Atrofiadas.
A cidade refuta
As vidas em suas mãos
Atrofiadas.
E transa enquanto fuma
E depois simplesmente deita
Com suas estrelas.
A cidade transa o tempo
E fuma miseráveis.
Fuma cada
Miserável sem contorno
Que rola ladeira abaixo;
E beija o sangue à testa
De cada miserável,
Contornado,
Que rola ladeira acima.
Sabe o que faz:
Como sabe a terra
O terremoto,
Como sabe o mar
O maremoto,
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4ª Antologia Poética Literária AVBL - Academia Virtual Brasileira de Letras
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