Artistas Portugueses-Canadianos de Ottawa-Gatineau (pdf 1, 683k)
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Muitos dos encontros que teve nesta viagem estavam<br />
envoltos <strong>de</strong> um certo mistério: os pressentimentos<br />
selvagens <strong>de</strong> Osama em relação à felicida<strong>de</strong> e ao templo<br />
<strong>de</strong> Himalaya, o jovem pastor e, agora isto. Seriam<br />
mensagens da sua avó, perguntou-se. A sua cervical<br />
recomeçou a doer, tal como acontecia nos dias <strong>de</strong> stresse<br />
em Otava.<br />
- Bem, aprendi com a minha avó tudo sobre sacrifício,<br />
respeito, honestida<strong>de</strong>, amor e fé. Se tudo isto serve<br />
para me dar uma última lição sobre coragem, o<br />
melhor é aproveitar a oportunida<strong>de</strong>.<br />
- Pois é, “quem não arrisca não petisca”! – Disse,<br />
encarando a imagem da avó, com um olhar<br />
fulminante, que parecia ultrapassar essa própria<br />
imagem. – É o que dá usar fotos ovais, - pensou<br />
com um certo cepticismo.<br />
Ficou por ali, mais alguns minutos, reflectindo sobre a<br />
vida e lamentando não ter tido mais fé na sua vida e nele<br />
próprio. Era como se não pu<strong>de</strong>sse abandonar aquele local,<br />
sem que algo em si se alterasse. A cedência que fez foi<br />
prometer à sua avó que iria ler tudo sobre o padre<br />
Himalaya, para tentar perceber a importância <strong>de</strong>ssa figura<br />
na sua vida.<br />
- Okey, vou embora. Mas, peço-lhe que me avise,<br />
quando um nevoeiro céptico me cegar ou a ciência<br />
me impedir <strong>de</strong> ver para além do conhecimento<br />
empírico!<br />
A estas palavras, a avó <strong>de</strong> António permaneceu,<br />
naturalmente muda, mas o seu semblante, na fotografia,<br />
parece ter serenado.<br />
Estava lindíssima.<br />
Era, <strong>de</strong> facto, bela.<br />
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José Eliso Moniz (poeta)<br />
José Eliso Moniz (1943),<br />
poeta açoriano, oriundo da<br />
illha <strong>de</strong> São Miguel,<br />
escreveu um lindo livro <strong>de</strong><br />
poésias intitulado<br />
“Gaivotas, Céu e Mar.” Com um <strong>de</strong>senho na capa do<br />
Sr. Pe. António Tavares De Sousa e um prefácio so-<br />
ciológico da Dra. Edite Noivo, este livro é uma das<br />
primeiras obras publicadas por um artista da nossa<br />
região que merece toda a nossa atenção.<br />
Apontado para os gran<strong>de</strong>s horizontes internacionais <strong>de</strong><br />
expressão poética, <strong>de</strong>screve a sua paixão literária<br />
“fazendo poesia” a qual não se limita única e simples-<br />
mente ao berço açoriano. Em 1977 emigra para o Ca-<br />
nadá, on<strong>de</strong> colabora para muitos jornais <strong>de</strong> língua por-<br />
tuguesa: Diário dos Açores, A Voz <strong>de</strong> Portugal, Jornal<br />
do Emigrante, Jornal Nacional, Portuguese Times, The<br />
Portuguese American, e alguns artigos literários para<br />
diversos eventos culturais e religiosos.<br />
A colectânea <strong>de</strong>stes poemas é <strong>de</strong>dicada àquele que,<br />
como uma gaivota, rasgou o céu e o mar e conquistou<br />
novos mundos <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> da alma portuguesa.<br />
“Gaivotas, Céu e Mar”<br />
De<br />
copyrights@José Eliso Moniz