Nota de Abertura - Instituto de Informática
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Mo<strong>de</strong>rnizar ou burocratizar electronicamente?<br />
Luís Vidigal - Director Adjunto do SMA<br />
Um dos factores mais importantes para o processo <strong>de</strong> transformação da socieda<strong>de</strong> actual foi, sem dúvida,<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento acelerado das Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação (TIC). Por isso a<br />
Administração Pública não podia ficar alheia a este fenómeno, tanto mais que toda a sua activida<strong>de</strong> é<br />
altamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos recursos <strong>de</strong> informação recolhidos ou lançados na socieda<strong>de</strong>. As tecnologias<br />
vieram proporcionar o acesso mais rápido e atempado aos diversos produtos informacionais e permitiram<br />
viabilizar novos serviços e novas formas <strong>de</strong> cooperação intra e inter-organizacionais inimagináveis há<br />
alguns anos atrás, po<strong>de</strong>ndo-se hoje questionar muitas das formas <strong>de</strong> organização do trabalho que durante<br />
tanto tempo legitimaram o paradigma burocrático.<br />
A informação constitui um pilar importante e um recurso estratégico para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> toda a<br />
socieda<strong>de</strong> e a Administração Pública po<strong>de</strong> disponibilizar hoje numerosas fontes informacionais <strong>de</strong> interesse<br />
para os cidadãos em geral e para alguns públicos específicos, como é o caso dos agentes económicos.<br />
O recente <strong>de</strong>senvolvimento das re<strong>de</strong>s alargadas <strong>de</strong> informação e em particular da Internet, criou novas<br />
oportunida<strong>de</strong>s para fazer chegar ao cidadão toda a informação <strong>de</strong> que ele carece no quotidiano, mas correse<br />
o risco <strong>de</strong> projectar para a socieda<strong>de</strong>, através dos meios amplificadores da tecnologia, toda a<br />
complexida<strong>de</strong> inerente a um sistema dividido e compartimentado nos seus diversos canais <strong>de</strong><br />
comunicação, se não forem tomadas medidas conducentes à criação <strong>de</strong> produtos agregadores, integrados<br />
e fáceis <strong>de</strong> utilizar pelo cidadão comum.<br />
A experiência positiva alcançada em produtos como o Infocid - Sistema Inter<strong>de</strong>partamental <strong>de</strong> Informação<br />
ao Cidadão e o SIAE - Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Apoio ao Empresário, reitera a valorização da informação<br />
como recurso estratégico e como instrumento <strong>de</strong> aproximação da Administração aos cidadãos, salientando<br />
a importância da cooperação inter-<strong>de</strong>partamental em sistemas <strong>de</strong> informação que se preten<strong>de</strong>m cada vez<br />
mais simples, claros e transparentes.<br />
A digitalização progressiva dos recursos informacionais torna cada vez mais viável a sua reutilização em<br />
diferentes suportes e permite rentabilizar meios humanos e financeiros, bem como, evitar <strong>de</strong>sperdícios<br />
temporais e materiais através da introdução <strong>de</strong> novos conceitos como o just in time e o just in case.<br />
Porque é que as tecnologias surgem e os problemas persistem? - Por uma nova tipologia da<br />
Informação<br />
São muitas as tecnologias disponíveis na actual socieda<strong>de</strong> da informação, mas elas não se <strong>de</strong>vem<br />
substituir umas às outras numa ca<strong>de</strong>ia consumista, bem pelo contrário, elas surgem quase sempre para<br />
respon<strong>de</strong>r a problemas e a públicos diferentes. "Se sabemos apenas usar o martelo, tudo o que vemos à<br />
nossa volta são pregos", com as tecnologias da informação caímos facilmente na mesma tentação e cada<br />
ferramenta que surge parece-nos estar preparada para a resolução <strong>de</strong> todos os problemas e estes<br />
parecem-nos todos iguais.<br />
Porque será que as tecnologias surgem e os problemas persistem? Cada tecnologia emergente serve uma<br />
parte da socieda<strong>de</strong>, excluindo fatalmente outros segmentos sociais, económicos e culturais que <strong>de</strong><br />
imediato não têm acesso às novas e admiráveis oportunida<strong>de</strong>s que surgem todos os dias.<br />
Cabe ao Estado, como garante da equida<strong>de</strong> e promotor do bem estar para toda a socieda<strong>de</strong>, ajustar os<br />
meios tecnológicos e encontrar os media e as formas mais a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> apresentação aos diversos<br />
públicos que necessitam <strong>de</strong> informação clara e atempada para o exercício <strong>de</strong> cidadania e para a<br />
sustentação do <strong>de</strong>senvolvimento.