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POLÍTICA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR E OS PROGRAMAS ... - UCDB

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direitos do cidadão fora encolhido dando lugar ao Estado “mínimo” voltado para o mercado,<br />

sob o argumento de que o Estado estaria em crise, como apregoam os neoliberais. Conforme<br />

Perry Anderson (1995, p.9) neoliberalismo é:<br />

[...] fenômeno distinto do simples liberalismo clássico do século passado. O<br />

neoliberalismo nasceu logo depois da II Guerra Mundial, na região da<br />

Europa e da América do Norte onde imperava o capitalismo. Foi uma reação<br />

teórica e política veemente contra o Estado intervencionista e de bem-estar.<br />

Seu texto de origem é o Caminho da Servidão, de Friederich Hayek, escrito<br />

já em 1944. Trata-se de um ataque apaixonado contra qualquer limitação dos<br />

mecanismos de mercado por parte do Estado, denunciadas como uma<br />

ameaça letal à liberdade, não somente econômica, mas também política. O<br />

alvo imediato de Hayek, naquele momento, era o Partido Trabalhista inglês,<br />

às vésperas da eleição geral de 1945 na Inglaterra, que este partido<br />

efetivamente venceria. A mensagem de Hayek é drástica: ‘Apesar de suas<br />

boas intenções, a social-democracia moderada inglesa conduz ao mesmo<br />

desastre que o nazismo alemão – uma servidão moderna’.<br />

Assim, o ideário neoliberal, que se origina após a Segunda Guerra Mundial e<br />

alcança o apogeu nos anos 1990, tem como proposta reagir contra as políticas de regulação<br />

estatal na economia e nas políticas de corte social, na medida em que a interferência do<br />

Estado limita a livre concorrência do mercado (GONÇALVES; LUZ; CRUZ, 1995).<br />

Essa medida, o Estado passa a ser mínimo para as políticas sociais e máximo para<br />

o mercado e se consolida não só como ente regulador das relações entre Estado e mercado,<br />

como também estimulador de transações rentáveis para o capital. Assim, explicita Peroni<br />

(2003, p. 153)<br />

[...] por um lado ele é chamado a regular as atividades do capital corporativo<br />

no interesse da nação, mas por outro tem que criar um “bom clima de<br />

negócios”, para atrair o capital financeiro transnacional e global e conter<br />

(por meios distintos dos controles de câmbio) a fuga de capital para<br />

pastagens mais verdes e lucrativas.<br />

Portanto, a justificativa apresentada pelos neoliberais para a diminuição das ações<br />

sociais do Estado é a de que ele está em crise.<br />

[...] A estratégia, portanto, é reformar o Estado ou diminuir sua atuação para<br />

superar a crise. O mercado é que deverá superar as falhas do Estado; assim, a<br />

especializada que expressam novas formas de actuação e diversas e profundas mudanças nos papéis do Estado;<br />

em qualquer dos casos quase sempre impulsionadas (e justificadas) por factores externos que dizem respeito,<br />

predominantemente, aos efeitos decorrentes da transnacionalização do capitalismo e da actuação de instâncias de<br />

regulação supranacional efeitos esses que são desigualmente sentidos consoante a situação de cada país no<br />

sistema mundial, embora sejam necessariamente (re)interpretados ou recontextualizados ao nível nacional.<br />

(AFONSO, 2001, p. 25)<br />

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