POLÍTICA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR E OS PROGRAMAS ... - UCDB
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manutenção das privatizações e a defesa do welfare state, porém com outra roupagem. A<br />
mescla entre o liberalismo e a social-democracia marcada pela gestão Blair, encontrava a<br />
fundamentação teórica em Anthony Guiddens e David Miliband, a qual chamou de “Terceira<br />
Via”. (ANTUNES, 1999, p. 96).<br />
Terceira via se refere a uma estrutura de pensamento e de prática política que<br />
visa adaptar a social-democracia a um mundo que se transformou<br />
fundamentalmente ao longo das últimas duas ou três décadas. É uma terceira<br />
via no sentido de que é uma tentativa de transcender tanto a socialdemocracia<br />
do velho estilo quanto o neoliberalismo. (GID<strong>DE</strong>NS, 2001, p.<br />
36)<br />
A ‘Terceira Via’ desmantela o caráter societário dos sindicatos, passando para<br />
uma visão de sociedade individualizada, em que cabe a cada um, abrir o seu caminho, seu<br />
espaço, para que as transformações aconteçam na esfera pessoal. Assim, a atuação desses<br />
sindicatos se restringe ao “‘ideário’ da ‘modernidade’, ‘empregabilidade’, ‘competitividade’,<br />
entre tantos outros, pois continuaria a sua carreira ascensional e dominante; [...] continuaria<br />
também, mesmo que desvinculado ao passado reformista-trabalhista, a converter-se no ‘New<br />
Labour pós-Thatcher’, ‘moderno’, defensor vigoroso da ‘economia de mercado’, da<br />
flexibilização do trabalho da desregulamentação da ‘economia globalizada e moderna’ [...]”<br />
(ANTUNES, 1999, p. 97).<br />
A globalização, o neoliberalismo, a reestruturação produtiva e a redefinição do<br />
papel do Estado se caracterizam como partes indissociáveis de um mesmo processo em que<br />
pela re-configuração o Estado não mais se constitui como garantidor dos direitos sociais, mas<br />
tem a incumbência de promover os direitos individuais por meio da competitividade.<br />
(PERONI; BAZZO; PEGORARO, 2006).<br />
No processo de redefinição do papel do Estado, uma das agências internacionais,<br />
o Banco Mundial, principalmente, recomenda aos países de capitalismo periférico a Reforma<br />
no Estado para enfrentar a crise. Para o Banco Mundial, a crise do capitalismo é a crise do<br />
Estado. Assim, estes organismos internacionais entendem que a máxima para governar o<br />
Estado se sujeita às leis do mercado, com vistas a uma maior eficiência e produtividade.<br />
Para as agências de cooperação internacional, principalmente para o Banco<br />
Mundial, “o papel do Estado é fundamental para o processo de desenvolvimento econômico e<br />
social, porém, não enquanto agente direto do crescimento senão como sócio, elemento<br />
catalisador e impulsionador desse processo”. (BANCO MUNDIAL, 1997, p. 1, apud<br />
SIMIONATTO, 2001).<br />
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