a obra científica e as bases axiomáticas da visão cósmica de pierre ...

Hórus – Revista de Humanidades e Ciências Sociais Aplicadas, Ourinhos/SP, Nº 03, 2005 6
A contribuição mais preciosa que ele deu à Geologia foi a sua nova concepção sobre a
origem dos continentes. Pois, sob a casca aparentemente imóvel da terra, ele conseguiu
descobrir o frêmito e a ardente ascensão da linfa vital. Por fora, ele penetrou no interior,
percebendo a baixa pulsação de um vasto organismo que nunca cessou de existir e que
continua ainda agora a formar-se. Este é parecido a um corpo gigantesco que, através da
mudança, da reprodução, do crescimento, da renovação de suas células e de suas formas,
manifesta a sua vitalidade.
3 – Sua contribuição à Paleontologia
Através das suas obras de Paleontologia dos Vertebrados, Teilhard procurou
evidenciar o movimento da vida. Pois, propriamente os Vertebrados se apresentam, de alguma
maneira, como uma defesa e uma ilustração da teoria da evolução. Por este motivo ele
escolheu como único material de estudo os Mamíferos, e destes estudou com particular
atenção, sobretudo, as modificações da dentadura. A fase mais importante da sua pesquisa
paleontológica é sem dúvida a européia, que termina em 1923. Nesta fase, ele estudou com
particular dedicação os Carnívoros das Fosforitas de Quercy, conseguindo encontrar o fio da
meada destas formas só com a interpretação do segundo molar inferior. Atualmente quando se
quer estudar a primeira fase da história dos Carnívoros Fissípedos os estudiosos se referem à
sua pesquisa e tentam aplicar os princípios postos por ele.
Um outro resultado particularmente importante alcançado por Teilhard foi a
reconstrução dos Cinodontos que parecem anunciar, pela morfologia de sua dentadura – pré-
molares sutis e molares bem desenvolvidos – os Ursos modernos.
4 - Sua contribuição à Geobiologia
O amor pela vida da terra impulsionou Teilhard a fundar com a colaboração de Pe.
Leroy a revista Geobiologie na qual procurou sintetizar suas reflexões sobre as relações da
vida com a terra. Pode-se dizer que o vivente não é um intruso no nosso planeta. Se ele existe
é porque a matéria, no seu evolver-se, pode gerá-lo. Se então, aos diversos níveis
estratigráficos se observam faunas diferentes, devem-se encontrar as condições de espaço e de
tempo que possam prestar conta destas modificações. Por esse motivo, este novo ramo da
ciência propõe-se dois objetivos fundamentais:
1) Estudar as conexões orgânicas de cada ordem, reconhecíveis entre os seres
viventes, considerados na sua totalidade, como único sistema fechado em si
mesmo.