Guia de Divulgação Científica - Museu da Vida - Fiocruz
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libera<strong>da</strong> pela bomba atômica <strong>de</strong> Hiroxima’, quando você tiver<br />
certeza <strong>de</strong> seu cálculo.<br />
As discrepâncias entre diferentes fontes freqüentemente têm<br />
origem em variações na <strong>de</strong>finição e metodologia. Ao citar figuras<br />
ou estatísticas, explique como foram calcula<strong>da</strong>s.<br />
Certifique-se <strong>de</strong> que sabe quais foram as fontes para ca<strong>da</strong> item<br />
<strong>de</strong> informação em seu relato, mesmo que você não cite to<strong>da</strong>s as<br />
suas referências. Atribua to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>clarações que você tiver<br />
obtido <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> fonte – e indique se você está<br />
fazendo uma citação direta.<br />
In<strong>de</strong>pendência e objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
A in<strong>de</strong>pendência e objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos argumentos apresentados<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong> maneira como a informação é mostra<strong>da</strong>. Existe sempre<br />
o risco <strong>de</strong> ser erroneamente interpretado ou citado, particularmente<br />
se seu relato circular fora do seu público-alvo específico.<br />
Evite usar superlativos e linguagem emotiva que possam ser<br />
citados fora do contexto. Se houver uma restrição importante<br />
liga<strong>da</strong> a uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> <strong>de</strong>claração, não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> mencionála<br />
no início do seu relato – mas também reitere a mesma restrição<br />
sempre que relevante.<br />
Apresentação <strong>de</strong> informações científicas<br />
Tente refletir o equilíbrio <strong>de</strong> opiniões sobre uma questão e<br />
tornar explícita a sua natureza, <strong>de</strong>ixando claro se existe um<br />
consenso geral ou controvérsias sobre o tema ou alguns <strong>de</strong> seus<br />
elementos. Você <strong>de</strong>ve indicar se existem apenas poucos<br />
dissi<strong>de</strong>ntes, embora possivelmente eloqüentes, se opondo a um<br />
amplo consenso ou se tal discordância é generaliza<strong>da</strong>. Você<br />
po<strong>de</strong>rá precisar levar em consi<strong>de</strong>ração a reação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
científica dominante para com os dissi<strong>de</strong>ntes e se é provável<br />
que isto mu<strong>de</strong>. Acima <strong>de</strong> tudo, avalie se é importante consi<strong>de</strong>rar<br />
as limitações <strong>da</strong> ciência ao abor<strong>da</strong>r a aquele tema.<br />
Não tenha medo <strong>de</strong> omitir conclusões diretas se sentir que não se<br />
po<strong>de</strong> tirar tais conclusões. Por exemplo, um relato sobre telefones<br />
celulares po<strong>de</strong> afirmar justifica<strong>da</strong>mente que não há evidências<br />
científicas suficientes para concluir se eles causam ou não efeitos<br />
adversos à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> seres humanos. Diante <strong>de</strong>sta incerteza, a <strong>de</strong>cisão<br />
sobre limitar ou não seu uso será, então, uma <strong>de</strong>cisão política, não<br />
científica. Diga isto e <strong>de</strong>ixe as <strong>de</strong>cisões políticas aos políticos!<br />
Existem alguns casos em que você po<strong>de</strong>rá querer usar um<br />
exemplo concreto para ilustrar um ponto <strong>de</strong> vista – por<br />
exemplo, sobre a reação pública a uma <strong>de</strong>cisão no campo que<br />
você está abor<strong>da</strong>ndo – mas não po<strong>de</strong> se referir a lugares ou<br />
pessoas específicos por questões <strong>de</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> ou <strong>de</strong><br />
sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> política. Em tais casos, às vezes é útil criar um<br />
estudo <strong>de</strong> caso fictício a partir do qual o leitor possa tirar<br />
suas próprias conclusões.<br />
<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Divulgação</strong> <strong>Científica</strong><br />
Etapa 3: Revisão<br />
Se o tempo permitir, envie uma minuta do seu relato aos principais<br />
protagonistas que você consultou antes <strong>de</strong> prepará-lo. Esta é<br />
uma boa maneira <strong>de</strong> verificar a precisão e o equilíbrio do<br />
material que você preparou.<br />
Se você fizer isto, certifique-se <strong>de</strong> <strong>da</strong>r às pessoas um prazo<br />
final bem <strong>de</strong>finido, para que os seus próprios prazos finais não<br />
vençam enquanto estiver esperando pelos comentários <strong>de</strong>las.<br />
No mínimo, certifique-se <strong>de</strong> que to<strong>da</strong>s as pessoas que você<br />
consultou estão satisfeitas com as informações que você atribuiu<br />
a elas. Do contrário, elas po<strong>de</strong>rão se mostrar relutantes em<br />
conversar com você no futuro ou, pior, po<strong>de</strong>m criticar<br />
publicamente o seu relato.<br />
Etapa 4: Distribuição<br />
É melhor disponibilizar seu relato tanto eletronicamente quanto<br />
em cópia impressa. Se sua organização tiver um site, torne a<br />
versão eletrônica disponível online para que o máximo possível<br />
<strong>de</strong> pessoas possa ter acesso a ela.<br />
Se redigir uma lista <strong>de</strong> distribuição para o texto, pense na<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escolher como alvo os indivíduos com um<br />
interesse específico no seu tema, em vez <strong>de</strong> enviar centenas <strong>de</strong><br />
cópias na esperança <strong>de</strong> que alguém o leia. Freqüentemente é<br />
possível <strong>de</strong>scobrir quem são essas pessoas examinando quem<br />
esteve associado com o tópico que você está cobrindo, através<br />
<strong>de</strong> entrevistas com a imprensa, discussões parlamentares ou<br />
campanhas ativas.<br />
É também útil escolher como alvo as pessoas que você acha que<br />
<strong>de</strong>vem estar interessa<strong>da</strong>s e informar por que entrou em contato<br />
com elas. Quando o Gabinete Parlamentar <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia<br />
(POST, Parliamentary Office of Science and Technology) do Reino<br />
Unido publicou um relato sobre as enchentes <strong>de</strong> 2001, enviou<br />
uma cópia a todos os membros do Parlamento Britânico,<br />
acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong> um mapa <strong>de</strong> seus eleitores, no qual as planícies<br />
em terrenos baixos foram realça<strong>da</strong>s. Isto se revelou uma maneira<br />
bem eficiente <strong>de</strong> chamar a atenção <strong>de</strong>les!<br />
Finalmente, envie uma cópia do relato concluído a todos os<br />
colaboradores. É possível que eles <strong>de</strong>sejem distribuí-lo aos seus<br />
próprios contatos, <strong>de</strong> maneira que será mais amplamente<br />
disseminado sem qualquer esforço <strong>de</strong> sua parte.<br />
Algumas reflexões finais<br />
Seja flexível às críticas. É possível que nem todo mundo fique<br />
satisfeito com o seu trabalho, por mais preciso e objetivo que<br />
você tenha tentado ser. É muito gratificante trabalhar com<br />
formuladores <strong>de</strong> política e você ficará eufórico na primeira vez<br />
que ouvir suas palavras cita<strong>da</strong>s num <strong>de</strong>bate político.<br />
© SciDev.Net 2004<br />
Como escrevo relatos sintéticos sobre questões<br />
relaciona<strong>da</strong>s à ciência para formuladores <strong>de</strong> políticas?<br />
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