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Guia de Divulgação Científica - Museu da Vida - Fiocruz

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são planejados para atrair <strong>de</strong>s<strong>de</strong> jornalistas <strong>da</strong> imprensa escrita e<br />

televisiona<strong>da</strong> até assessores <strong>de</strong> imprensa <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> pesquisa e<br />

instituições públicas e priva<strong>da</strong>s; pessoas gradua<strong>da</strong>s e pós-gradua<strong>da</strong>s<br />

em qualquer campo; cientistas. Ca<strong>da</strong> programa é montado para<br />

aten<strong>de</strong>r às capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que os inscritos <strong>de</strong>sejam adquirir.<br />

Como resultado disso, ministramos cursos <strong>de</strong> jornalismo<br />

científico em cinco universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, viajamos para mais <strong>de</strong> uma<br />

dúzia <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s colombianas e realizamos workshops <strong>de</strong><br />

divulgação científica e jornalismo científico. Também<br />

participamos em seminários organizados por outras instituições<br />

para <strong>da</strong>r palestras sobre jornalismo científico. Geralmente, os<br />

organizadores nos convi<strong>da</strong>m e pagam nossas <strong>de</strong>spesas.<br />

No cenário internacional, realizamos três workshops no Equador<br />

e um na Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do México. Fomos convi<strong>da</strong>dos para fazer<br />

conferências na Universi<strong>da</strong>d <strong>de</strong> Salamanca e Universi<strong>da</strong>d Pompeu<br />

Fabra, na Espanha; e viajamos para vários outros países <strong>da</strong><br />

Europa, <strong>da</strong> América Latina, Japão e Estados Unidos, para<br />

conversar sobre a experiência <strong>da</strong> ACPC.<br />

Gradualmente, na Colômbia e na região, nos tornamos uma fonte<br />

<strong>de</strong> renome no ensino <strong>de</strong> jornalismo científico. Nosso status po<strong>de</strong><br />

ser medido pelo reconhecimento que alcançamos: Agora, são as<br />

universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e outras instituições que buscam nossos serviços.<br />

Nossos alunos vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes – <strong>de</strong> graduação ou pósgraduação<br />

– até pesquisadores em jornalismo, medicina,<br />

biologia, engenharia, matemática e muitas outras disciplinas,<br />

cientistas aposentados interessados em apren<strong>de</strong>r como<br />

popularizar a ciência e jornalistas <strong>de</strong> mídia impressa.<br />

Pesquisando a divulgação científica na Colômbia<br />

Começamos, na ACPC, a treinar divulgadores científicos porque<br />

acreditávamos que, sem eles, o tema estava representado <strong>de</strong><br />

forma pobre na mídia. Decidimos fazer algumas pesquisas para<br />

confirmar se este era, realmente, o caso.<br />

Com apoio do Colciencias e <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Tecnos, uma organização<br />

priva<strong>da</strong> sem fins lucrativos <strong>de</strong> apoio a projetos científicos, a<br />

ACPC escolheu como tema <strong>de</strong> pesquisa o Encontro do Protocolo<br />

<strong>de</strong> Biossegurança – o protocolo internacional para proteção <strong>da</strong><br />

biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação aos organismos geneticamente<br />

modificados. O evento aconteceu em Cartagena, Colômbia, em<br />

fevereiro <strong>de</strong> 1999. Nosso objetivo era analisar os artigos que<br />

surgissem a partir do encontro em to<strong>da</strong> a mídia impressa nacional<br />

e em uma seleção <strong>de</strong> jornais estrangeiros.<br />

As conclusões do nosso estudo não beneficiaram a mídia, os<br />

jornalistas ou mesmo as fontes cita<strong>da</strong>s nos artigos. Com algumas<br />

poucas exceções, os jornalistas que cobriam o assunto não o<br />

compreendiam. Ativistas do Greenpeace, que estavam presentes<br />

como observadores, convenciam facilmente esses profissionais<br />

<strong>de</strong> que seus pontos <strong>de</strong> vista eram os únicos corretos – resultando<br />

em imprecisões e erros graves nos textos publicados. As fontes<br />

oficiais do governo, órgãos <strong>de</strong> pesquisa e universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não<br />

sabiam claramente qual o alcance <strong>da</strong> ciência por trás <strong>da</strong><br />

manipulação genética ou <strong>da</strong> biotecnologia em geral e a<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica preferia não se pronunciar com freqüência.<br />

Naquele tempo, a manipulação genética era um campo ain<strong>da</strong> novo,<br />

embora algumas universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nacionais estivessem estu<strong>da</strong>ndo o<br />

tema. Com poucas exceções, a mídia publicou manchetes<br />

alarmistas e ilustrações imprecisas. Embora não tivéssemos<br />

ferramentas para mensurar a percepção dos leitores, po<strong>de</strong>mos<br />

afirmar com razoável certeza que a população colombiana havia<br />

recebido uma versão parcial e incorreta do assunto.<br />

Em 2001, estu<strong>da</strong>mos como as informações apareciam nas seções<br />

fixas <strong>de</strong> ciência dos jornais colombianos. Concluímos que,<br />

embora existissem jornalistas interessados em cobrir ciência e<br />

tecnologia, eles não tinham apoio <strong>de</strong> seus editores para<br />

<strong>de</strong>senvolver a reportagem, não tinham tempo suficiente para<br />

pesquisar ou, quando finalmente conseguiam escrever seu texto,<br />

não recebiam espaço bastante na seção.<br />

Estes estudos confirmaram para a ACPC que, na Colômbia, existia<br />

uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> clara <strong>de</strong> formar jornalistas científicos<br />

profissionais e convencer a mídia impressa a <strong>de</strong>senvolver uma<br />

política editorial referente a temas científicos. A maior parte<br />

<strong>da</strong>s matérias <strong>de</strong> ciência publica<strong>da</strong>s nos nossos periódicos se<br />

referia às <strong>de</strong>scobertas do hemisfério norte – e, <strong>de</strong> acordo com<br />

outras pesquisas, esta era uma razão importante que levava os<br />

colombianos a sentirem que a ciência era algo irrelevante para<br />

sua vi<strong>da</strong> cotidiana.<br />

Mais recentemente, observamos também as seções liga<strong>da</strong>s ao<br />

meio ambiente e à saú<strong>de</strong> e chegamos a conclusões semelhantes.<br />

Essa experiência nos inspirou a participar <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> brainstorming<br />

reunidos por instituições oficiais e algumas<br />

organização não-governamentais, para encontrar maneiras<br />

diferentes <strong>de</strong> fazer com que a ciência e a tecnologia efetivamente<br />

cheguem aos leigos.<br />

Um sonho que se realiza<br />

Finalmente, em 2003, o gran<strong>de</strong> sonho <strong>da</strong> ACPC se tornou<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Com apoio do Colciencias e <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong><br />

Medicina, criamos uma agência <strong>de</strong> notícias: NOTICyT, a Re<strong>de</strong><br />

Colombiana <strong>de</strong> Notícias <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia. Através <strong>de</strong>ste<br />

serviço, começamos a disseminar notícias sobre ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ciência e tecnologia <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica colombiana.<br />

Por oito meses, enviamos um boletim semanal para mais <strong>de</strong> 600<br />

jornalistas na Colômbia e na região <strong>da</strong> América Latina. Ao todo,<br />

enviamos 32 boletins com 106 textos, ca<strong>da</strong> um com uma média<br />

<strong>de</strong> 550 palavras e cobrindo uma gran<strong>de</strong> gama <strong>de</strong> disciplinas –<br />

saú<strong>de</strong>, política científica, inovação tecnológica, estudos sociais,<br />

ciência básica, meio ambiente, biotecnologia, eletrônica,<br />

telecomunicação e informação, educação, estudos sobre a água,<br />

agricultura e energia e mineração. Escrevemos também resenhas<br />

e enviamos 28 programas com os encontros científicos que<br />

aconteceram na Colômbia.<br />

42 Pequena, mas perfeitamente forma<strong>da</strong>: O dínamo <strong>da</strong> divulgação científica na Colômbia<br />

<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Divulgação</strong> <strong>Científica</strong>

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