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ENSAIO SOBRE O LIVRO X DE “CONFISSÕES” - ICHS/UFOP

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A partir do momento em que Santo Agostinho se sente tocado por Deus a buscar sua conversão<br />

ele renuncia ao pecado, e em “Confissões” ele conta um pouco dos passos que percorreu antes e durante<br />

sua conversão, ele fala sobre a felicidade da aproximação com Deus e sobre a luta contra os desejos da<br />

carne.<br />

Livro X – Confissões<br />

No livro X, Santo Agostinho trata sobre a memória, mas dentro desse estudo me prenderei a traços<br />

da Felicidade e como atingi-la.<br />

Fazei que eu vos conheça, ó Conhecedor de mim mesmo, sim, que Vos conheça como de Vós sou<br />

conhecido. Ó virtude da minha alma, entrai nela, adaptai-a a Vós, para a terdes e possuirdes sem<br />

mancha nem ruga. É esta a esperança com que falo, a esperança em que me alegro quando gozo<br />

de uma alegria sã. (AGOSTINHO, 1999, p.259).<br />

Aqui há um traço onde Santo Agostinho diz que a esperança de conhecer a Deus e se aprofundar nesse<br />

conhecimento é algo que traz uma alegria sã, essa que se opõe àquela que ele vivia antes da conversão.<br />

“Agora que os meus gemidos são testemunhas que me desagrado, Vós iluminais-me, agradais-me<br />

e eu de tal modo Vos amo e desejo que já me envergonho de mim”. (AGOSTINHO, 1999, p.259) A<br />

busca pela Felicidade e o verdadeiro deleite desta, implica na renuncia de si mesmo, na renuncia dos<br />

próprios desejos e isso gera a dor de negar-se, que não é superior à alegria de atingir a verdadeira<br />

Felicidade de experimentar a Deus. O Amor, a Felicidade consiste em sair de si mesmo, em tirar os olhos<br />

de si e dos próprios desejos em favor do outro, em favor de algo maior. Santo Agostinho mostra que<br />

muitas vezes é preciso renunciar àquilo que se pensa que trará a felicidade, se deixando conduzir por<br />

Deus ao único caminho onde verdadeiramente ela se encontra.<br />

“Desprezo-me e escolho-Vos. Só por amor desejo agradar-Vos a Vós e a mim”. (AGOSTINHO,<br />

1999, p. 260) Esse amor ao qual Santo Agostinho deseja agradar faz com que o agradando, também seja<br />

ele agradado e isso o motiva nessa entrega, pois é algo recíproco.<br />

Na verdade, as confissões dos meus males passados – que perdoastes e esquecestes para me<br />

tornardes feliz em Vós, transformando a alma com a fé e com o vosso sacramento –, quando se<br />

lêem ou ouvem, despertam o coração para que não durma no desespero nem diga: ‘não posso’.<br />

Despertam-na para que vigie no amor da vossa misericórdia e na doçura da vossa graça, com a<br />

qual se torna poderoso o fraco que, por ela, toma consciência da sua fraqueza. (AGOSTINHO,<br />

1999, p.261)<br />

Aqui há dois pontos importantes: primeiro, o amor de Deus que perdoa, sejam quais forem os pecados<br />

cometidos, o amor que esquece e não faz “pagar” pelos erros e, além disso, enche da mais pura e concreta<br />

Felicidade, a que não passa com o tempo e só aumenta com esse passar, estreitando os laços da<br />

intimidade. Como está escrito em Isaías 43,25: “Sempre sou eu quem deve apagar tuas faltas, e não mais<br />

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