as tecnologias da informação no contexto educacional - Grupo de ...

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO CONTEXTO
EDUCACIONAL: UMA VISÃO HISTÓRICA E CONTEMPORÂNEA
RESUMO
Érica Christiane de Carvalho (Especialista) 1
Flacinete Azevedo Ferreira (Especialista) 2
Franciney Azevedo Oliveira (Especialista) 3
Ao adentrar no universo tecnológico há de se observar o avanço ocorrido desde o surgimento
das primeiras invenções até os dias atuais. O que antes pensava ser impossível e inimaginável
hoje é real diante da sociedade e principalmente no contexto escolar. Com o objetivo de
acrescentar mais informações aos estudos acerca do assunto, o presente trabalho faz uma
retrospectiva, tomando como ponto de partida o período de colonização do Brasil, para
mostrar a evolução e utilização dos recursos tecnológicos dentro do processo educacional,
com o auxílio do professor que se vê incumbido de conduzir o conhecimento moderno, em
sala de aula, aos alunos no intuito de se ter um ensino-aprendizagem com qualidade. Para que
a análise se tornasse mais interessante e relevante aos olhos dos estudiosos, foi feita uma
pesquisa de cunho teórico-bibliográfico e tecnológico ao que se tem de mais inovador.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia, educação, professor/aluno
ABSTRACT
While entering in the technological universe there is of pointing out to him the advancement
occurred from the appearance of the first inventions up to the current days. What before it was
intending to be an impossible and unimaginable today is real for the society and principally in
the school context. With the objective to add more informations to the studies about the
subject, the present work does a retrospect, taking like starting point the period of
colonization of Brazil, to show the evolution and use of the technological resources inside the
education process, with the help of the teacher who is put in charge of driving the modern
knowledge, in classroom, to the students in the intention of a teaching-apprenticeship to have
been with quality. For the analysis becoming more interesting and relevant to the eyes of the
1 Graduada em Letras /Português pela Universidade Tiradentes e Especialista em Língua Portuguesa pela
Faculdade Pio Décimo. Email: erica_christiane21@hotmail.com.
2 Graduada em Letras/Português Pela Universidade Tiradentes e Especialista em Língua Portuguesa pela
Faculdade Pio Décimo. Email: flacinete@yahoo.com.br.
3 Graduada em Letras/Português Pela Universidade Tiradentes e Especialista em Língua Portuguesa pela
Faculdade Pio Décimo. Email: francineyazevedo@yahoo.com.br.

scholars, was an inquiry of hallmark made a bibliographical-theoretician and technological to
what one has of more innovatory.
KEYS-WORDS: Technology, education, teacher/student
INTRODUÇÃO
A educação vive uma nova realidade, sobretudo quanto o uso cada vez mais constante
de inúmeras tecnologias aplicadas ao ensino formal. Em virtude dessa realidade e objetivando
compreender o processo pelo qual essas transformações ocorreram até a forma que hoje se
apresentam, é o que nos motivou para a realização deste artigo. Dessa forma teremos como
base o início do ensino de língua portuguesa coincidindo com o período de colonização do
Brasil.
Passearemos um pouco pela história, verificando os primeiros recursos que foram
utilizados no processo de ensino-aprendizagem e sua evolução, ou seja, as mudanças e a
importância das diversas tecnologias usadas pela escola inclusive no ensino da língua
portuguesa, destacando a importância do ato da comunicação que é feita de forma rápida e o
conhecimento é adquirido com apenas um clique, sem sair de casa, por isso a necessidade de
se ter um profissional capacitado para orientar a construção desse conhecimento.
Será abordado também a relação e o papel do professor dentro de todo esse processo,
enfocando sobremaneira suas dificuldades e possíveis soluções para pelo menos dirimir, ou
quiçá sanar totalmente tais problemas enfrentados pela maioria dos docentes, sem contudo,
desmerecer os avanços já alcançados. Afinal o mundo muda, a tecnologia está cada vez mais
atuante na vida do homem e todos tem que acompanhar os avanços existentes na informática,
pois estes são responsáveis por significativas transformações na vida do ser humano,
principalmente no que diz respeito a relação ensino-aprendizagem.
UM BREVE PANORAMA HISTÓRICO
Desde os primórdios da humanidade o ser humano passa por transformações, de
ordens físicas e culturais. Isso ocorreu e ocorre em virtude de ser o homem um ser pensante,
indivíduo dotado de inteligência e raciocínio, o que o diferencia das outras espécies. Já na pré-
história o homem começa a criar ferramentas como o machado, martelos, arpões feitos de
pedra lascada, que o ajuda na sobrevivência e perpetuação da espécie. Além dos utensílios

utilizados para alimentação, trabalho, ou seja, no seu dia a dia, ocasionando assim o início da
formação cultural, e agregado a esta fase há a linguagem, meio pelo qual o ser se comunica.
A comunicação inicialmente dentro das comunidades restringia-se ao oral, ou seja,
ocorria no momento da transmissão da informação, não tendo registros duráveis de tal fato.
Posteriormente com o surgimento da escrita a mensagem que até então era limitada ganha
novo rumo, a informação passa a ser interpretada por um número maior de pessoas, em
consequência de como sua produção é realizada, da linguagem utilizada, adequando-se ao
contexto histórico e social.
Dentro da linguagem, como parte essencial, segundo Saussure (1969, p. 17 apud
FIORIN, 2007, p. 14) tem-se a língua que “[...] é um produto social da faculdade da
linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir
o exercício dessa faculdade nos indivíduos”. Assim, através da fala, concretização da língua, o
ser humano constrói o seu próprio mundo e o socializa com os demais seres, sendo ela, a
língua, a identidade de um povo, ou seja, fator caracterizador dos aspectos sociais,
econômicos, e educacionais de uma sociedade, pois identifica claramente a que continente,
país ou região um cidadão pertence.
Em se tratando de povo, as reflexões serão direcionadas à língua portuguesa, bem
como as técnicas usadas em sala de aula, que na sua formação e evolução conta com um
elemento decisivo: o domínio romano sobre o latim vulgar e sua consequente queda. Após a
queda do Império Romano, no ocidente, surgiram vários dialetos e desses constituíram-se as
línguas modernas como as neolatinas; dentre elas o catalão, na Península Ibérica, o
castelhano, e o galego-português do qual resultou a língua portuguesa; e assim como seus
falantes, também passou e até hoje, passa por transformações, sem é claro perder sua
estrutura, sua essência.
No Brasil, a língua portuguesa chega através dos portugueses, que aqui encontraram a
língua tupi, falada pelos índios, habitantes nativos. No início da colonização brasileira os
lusitanos encontraram dificuldades de relacionamento com os índios, com isso trouxeram os
jesuítas para que os ajudassem a lidar com o povo indígena. Durante muitos anos a língua
tupi, também conhecida como língua geral, foi usada ao lado da língua portuguesa,
principalmente na costa brasileira.
O ensino de língua portuguesa tem início com os métodos pedagógicos europeus
utilizados pelos jesuítas. Esses ensinaram a nova língua com o interesse voltado para a
catequização dos índios, ou seja, a conversão ao cristianismo.

A língua portuguesa falada no Brasil resulta além da influência europeia, em
decorrência da presença dos seus colonizadores, também da indígena e do idioma africano,
em virtude da chegada dos escravos negros vindos da África. Com essa mistura surgem os
primeiros passos para transformar um povo, uma língua no que chamamos hoje de português
brasileiro.
Ressalta-se, no entanto, que o tupi ou língua geral predominou durante muitos anos no
período de colonização, pois os colonos precisavam dos índios para trabalhar como escravos,
antes da chegada dos negros, para a exploração do pau-brasil e demais riquezas do solo
brasileiro nas expedições bandeirantes. Para isso havia a necessidade de comunicação e
adaptação das línguas na convivência entre eles, ocasionando naquela época o começo do
processo de variações linguísticas conforme Paul Teyssier (2004, p. 94):
Os ‘colonos’ de origem portuguesa falam o português europeu, mas
evidentemente com traços específicos que se acentuam no decorrer do
tempo. As populações de origem indígena, africana ou mestiça aprendem o
português, mas manejam-no de forma imperfeita. Ao lado do português
existe a língua geral, que é o tupi, principal língua indígena das regiões
costeiras, mas um tupi simplificado, gramaticalizado pelos jesuítas e,
destarte, tornado uma língua comum.
E esta língua tornada comum é utilizada pelas famílias portuguesas que se encontravam na
nova terra “descoberta”. Contudo o uso do português não foi deixado de lado, este passa a ser
ministrado em sala de aula, como pode ser verificado na fala de Pe. Antônio Vieira (apud
TEYSSIER, 2004, p. 95) “[...] as famílias dos portugueses e índios em São Paulo estão tão
ligadas hoje umas com as outras, que as mulheres e os filhos se criam mística e
domesticamente, e a língua que nas ditas famílias se fala é a dos índios, e a portuguesa a vão
os meninos aprender à escola.”
A língua tupi era forte, pois era usada pela maioria, índios e mestiços, tinha tudo para
permanecer por muito tempo se não fosse o interesse da coroa Portuguesa que através do
Marquês de Pombal expulsou os jesuítas e implantou a Lei Diretório a qual proibia a língua
tupi e formalizava oficialmente a língua portuguesa como língua brasileira, tornando-se assim
a língua de ensino.
Como poderá ser visto, através do ensino da língua portuguesa, tem-se o ponto de
partida para a introdução de técnicas no âmbito educacional; a partir da preocupação primária
de simplesmente catequizar os nativos que aqui se encontravam.
RECURSOS TECNOLÓGICOS EDUCACIONAIS

Em consequência da oficialização da língua portuguesa no “Novo Mundo”, surgiu a
necessidade de se organizar o ensino, isso incluía os métodos que deveriam ser utilizados para
aplicação do conhecimento da nova língua adotada, não diferindo com o que ocorre
atualmente. E em virtude da necessidade surgem em solo brasileiro as primeiras tecnologias,
que com o passar do tempo foram aprimoradas, correspondendo e adequando-se à sociedade e
à língua, para a transmissão da referida língua e posteriormente essa mesma tecnologia seria
utilizada nas demais disciplinas que passaram a formar o currículo obrigatório do ensino no
Brasil.
Um dos recursos pedagógicos, utilizados para o ensino de língua portuguesa, desde os
jesuítas, foram os Textos teatrais, seguidos de Cartilhas. A partir do século XVI surgem as
Cartinhas ou Cartilhas, tecnologia que veio incrementar o aprendizado da leitura. Elas
surgiram muito antes das aulas nas escolas, auxiliava os aprendizes em casa, (grifa-se os
filhos das famílias abastardas), com suas letras e sílabas para estimular a mente. As cartilhas
também foram evoluindo, novas estruturas, novas técnicas e figuras vieram subsidiar aquele
trabalho para torná-lo mais agradável; depois apareceram pequenos textos e exercícios,
resultando no que se chama hoje Livro Didático. Como se observa no artigo de Rosa Virgínia
Mattos e Silva que cita a historiadora Maria Helena Flexor (2001, p. 97-157), A Cartilha tem
seu original no Arquivo Histórico Ultramarino (Pernambuco, s.d. cx. 59, doc. s/n. ms.); nas
suas palavras:
É uma cartilha simplificada, destinada a facilitar o ensino aos índios, não
esquecendo as instruções da doutrina cristã, misturadas em meio às regras
gramaticais. Obedecendo a instruções, adotava-se o “livro de Andrade”, isto
é, de Manoel de Andrade Figueiredo (1722, p.156), escrito em 1718 e
publicado, depois das devidas licenças, em 1722 (id., p. 104-105)
Assim, naquele momento já havia a preocupação em como ministrar o ensino da língua, tendo
como meios facilitadores o teatro e as cartilhas. Tecnologia define-se, de acordo com
dicionário: “sf. Conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se
aplicam a um determinado ramo de atividade.” (Aurélio, p. 664), desse modo os recursos
doravante aplicados, e já citados, no início da formalização do ensino da língua portuguesa,
naquela época, foram essenciais para o enriquecimento e facilitação das aulas.
E esta preocupação não para por aí. Os métodos e os instrumentos adotados no
aprendizado como um todo, foram se aprimorando. Novos meios surgiram e com eles a
maneira de ensinar tomou um novo rumo. Dentre os instrumentos utilizados no processo de
ensino-aprendizagem, tem-se o Quadro negro que possibilitou ao professor chegar a vários

alunos ao mesmo tempo, prendendo suas atenções. Uma nova tecnologia estava a sua frente e
um novo docente também, pois as técnicas de ensino se tornaram diferenciadas do antes. O
que era dito, agora era escrito e copiado; a aula estava mais dinâmica, o professor mais ativo.
Os recursos tecnológicos não pararam de surgir para auxiliar a atividade escolar. O
Mimeógrafo, a Máquina de escrever, o Retroprojetor, a Máquina de xerox; as atividades
foram facilitadas; as letras, palavras ou textos podiam ser impressos, multiplicados e, mais
tarde projetados para os alunos; deixando as aulas ainda mais dinâmicas e atraentes.
Dentre os recursos apresentados, o Livro Didático tomou desde o seu surgimento
novas roupagens e até hoje é usado em sala de aula como facilitador do ensino. No entanto,
não se pode deixar de frisar, que muitas vezes esse recurso é utilizado de maneira inadequada,
uma vez que uma gama de educadores restringe a atividade ao espaço escolar meramente aos
conteúdos nele contidos, não usufruindo dos demais meios existentes.
Com o passar do tempo no ambiente escolar há a presença não só dos recursos
utilizados ditos profissionais, os citados anteriormente, aqueles usados em ambiente familiar e
de lazer, passam a ser presença constante dentro do processo ensino-aprendizagem nas aulas
de língua portuguesa como das demais disciplinas; a exemplo: a TV, o Vídeo-cassete,
posteriormente substituído pelo DVD, o Micro System, Câmera filmadora e fotográfica, bem
como o Computador, contribuem para a dinamização das aulas, possibilitando a inserção da
utilização de filmes, músicas dentre outros.
Na busca sedenta pela novidade, pela praticidade e agilidade, tal recurso que
inicialmente foi desenvolvido para o uso por empresas e instituições governamentais, a partir
dos anos 70, começa a atingir outras camadas da sociedade, os consumidores em geral. Agora
o computador passa a fazer parte do cotidiano familiar. Dotado de um universo de
possibilidades de utilização, e em meados da década de 80 entra no contexto escolar, tendo
como primeira experiência a criação do Projeto Educom conforme se verifica nas pesquisas
de TAJRA:
Criação do Projeto Educom-Educação com Computadores. Foi a primeira
ação oficial e concreta para levar os computadores até as escolas públicas.
Foram criados cinco centros-piloto, responsáveis pelo desenvolvimento de
pesquisa e pela disseminação do uso dos computadores no processo de
ensino-aprendizagem. (2008, p. 29)
Caracterizando o início de um novo processo de informatização do ensino público,
posteriormente aperfeiçoado com o envio de computadores para demais escolas públicas
através do Proinf.

Com a chegada do computador na escola, os recursos até então utilizados, como já
citados, a exemplo do DVD, passam a ser de certa forma, descartados, mesmo fazendo parte
do cotidiano de milhões de pessoas, comparado à internet tem-se a impressão de que já são
ultrapassados. Na verdade esta avalanche de técnicas, de meios, em se passar um determinado
conteúdo dentro do ambiente escolar por vezes pode ocasionar perigo quanto ao seu uso
desordenado, sem orientação adequada e o pior com uma incessante inquietação como afirma
José Manuel Moran no artigo “As mídias na educação”:
Estamos deslumbrados com o computador e a Internet na escola e vamos
deixando de lado a televisão e o vídeo, como se já estivessem ultrapassados,
não fossem mais tão importantes ou como se já dominássemos suas
linguagens e sua utilização na educação.
A televisão, o cinema e o vídeo, CD ou DVD - os meios de comunicação
audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional
relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostramnos
modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e
multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros.”
(MORAN, 2007)
Esse é um traço característico do ser humano o de querer inovar a todo momento, o de num
piscar de olhos sentir já de certa forma saturado com essa ou aquela situação; claro que há
nisso um fator positivo, pois faz com que o novo aconteça, as descobertas surjam, mas em se
tratando de educação há uma exaustiva corrida contra o tempo, uma vez que muitos
educadores mal começam a dominar uma técnica, quando lhe é proporcionado, e de repente
aquilo já está em desuso.
AS TECNOLOGIAS E O PAPEL DO PROFESSOR
O computador trouxe outras novidades tratando-se de um instrumento de apoio ao
professor e ao aluno, uma vez que as principais atividades ainda estão focadas na sala de aula
com o docente e na relação com os textos escritos. Sobretudo para as aulas de língua
portuguesa este novo instrumento é de grande utilidade, pois com o uso da Internet o
professor pode utilizar os hipertextos, as ciberpoesias, e terem seus textos postados em blogs,
por exemplo, possibilitando trabalhar em um ambiente renovável e móvel, o que fará dele, o
aluno, um leitor mais dinâmico e atento em decorrência da infinidade de informações as quais
tem acesso. Segundo Almeida (apud Silva 2003, p. 34), “o leitor na web não lê da mesma
forma que o leitor de livros ou revistas de papel. O leitor-navegador tem o mundo ao alcance
do clique do mouse. Basta o texto tornar-se monótono para que o leitor dirija-se a outras
paragens, provavelmente para nunca mais voltar”.

Esse novo comportamento do corpo discente se dá em consequência deste acesso
disponibilizado, não só na estrutura da escola, como também no ambiente familiar. O mundo
globalizado e informatizado exige hoje, não apenas indivíduos críticos, conscientes de seus
direitos e deveres; com a era da informática, esse conceito e objetivo de educação foram
tomando uma nova direção, além disso, o cidadão não pode ficar alheio a realidade
predominante, a da informatização, como diz bem Tajra (1998, p. 27 apud GUEDES, 2007):
É preciso que os objetivos a serem alcançados através da utilização de
computadores na educação sigam uma filosofia educacional mais ampla, que
justifiquem sua aplicabilidade. O computador deve ser utilizado como
instrumento de aprendizagem que introduza o discente no mundo da
digitalização que o faça atuar e participar do seu processo de construção de
conhecimentos de forma ativa, interagindo com o instrumento de
aprendizagem, com os colegas e o auxílio do professor, este último cujo
papel é de extrema importância, uma vez que será o condutor das atividades,
o que o leva a procurar estar sempre atualizado em busca de novas
experiências que possam enriquecer a sua ação em sala de aula.
Portanto, o uso do computador e suas multimídias, bem aplicadas, tornam-se um
aliado do professor, transformando o espaço escolar. Assim o computador e as mídias nele
contidas devem então servir de apoio ao professor em seus trabalhos tornando-se um
facilitador na elaboração e realização das aulas que tem que ministrar, para que isso ocorra
efetivamente o professor deverá tomar como sugestão os passos de Santos (apud MORAN,
2007, p. 176) ao dizer:
É preciso apenas que os professores se apropriem dessa linguagem e
explorem com seus alunos as várias possibilidades deste novo ambiente de
aprendizagem. O professor não pode ficar fora desse contexto, deste mundo
virtual que seus alunos dominam. Mas cabe a ele direcionar suas aulas,
aproveitando o que a internet pode oferecer de melhor.
Ou seja, o docente independente da área de atuação dentro desse novo contexto não pode ficar
à margem de toda essa transformação, inclusive o professor de Língua Portuguesa, por ter
sido de certa de forma a disciplina com a qual o uso de tecnologias começou. As mudanças
ocorrem inclusive diante da língua, pois a mesma é viva e está sempre em processo de
mudanças, acompanhando desta forma as evoluções existentes.
Para que isso ocorra, o professor não só de língua portuguesa, mas das demais
disciplinas tem que deixar de passar tudo pronto ao aluno e começar a ajudá-lo a fazer suas
pesquisas através dos meios já abordados, isto é, fazê-lo refletir sobre o que está sendo
ministrado, pois quando isso não ocorre há apenas uma transferência de seus conhecimentos
ao discente, impossibilitando-o de pensar para poder discutir sobre determinado assunto.

Como afirma Moran “o professor é um facilitador, que auxilia cada aluno no avanço do
processo de aprender. (2007, p. 168)”
A Internet e o avanço tecnológico possibilitam a aprendizagem de muitas formas e em
lugares diferentes, de maneira distinta, mas a escola é o principal meio do processo de ensino-
aprendizagem. Assim sendo, TAJRA pergunta e ao mesmo tempo responde: “Qual é o papel
do professor diante da nova realidade? Promover o confronto das informações localizadas,
verificar a validade delas, procurando sempre estimular o senso crítico do aluno.” (2008, p.
135). A tecnologia está ao alcance de uma boa parte do professorado e do aluno, devendo
sempre o primeiro inovar a maneira de ensinar para melhor orientar as atividades
desenvolvidas.
Nesse processo vale ressaltar, no entanto, que apesar da nova realidade, nem todo
ambiente escolar está efetivamente pronto e capacitado com essa situação, a exemplo do
ocorrido com a educação inclusiva, que foi de certa forma empurrada “goela abaixo”, o uso de
novas tecnologias também segue o mesmo curso. Exigem que a inovação, a dinâmica, a
novidade sejam partícipes do processo ensino-aprendizagem, porém não formam o professor
para desempenhar tal tarefa, não lhes dão um mínimo de condição para que efetivamente a
introdução e efetivo uso de novas técnicas no compartilhar e construção do conhecimento
aconteçam, conforme compartilha TAJRA:
Um dos fatores primordiais para a obtenção do sucesso na utilização da
informação na educação é a capacitação do professor perante essa nova
realidade educacional. O professor deverá estar capacitado de tal forma que
perceba como deve efetuar a integração da tecnologia com sua proposta de
ensino. Cabe a cada professor descobrir a sua própria forma de utilizá-la
conforme o seu interesse educacional, pois, como já sabemos, não existe uma
forma universal para a utilização dos computadores na sala de aula. (2008,
105)
Mas deve existir sim uma regularidade da capacitação do facilitador, para que tenha as
mínimas condições de aplicar particularmente sua metodologia. Além disso, na maioria das
instituições o construir do conhecimento resume-se ao transmitir prontamente e nada mais.
Faz-se necessário sim, introduzir as tecnologias no ambiente escolar, contudo não de qualquer
forma. Logo, quer-se uma educação renovada, dinâmica, atualizada com o novo pensar e agir
da criança e do jovem, porém não capacitam os educadores para que isso efetivamente ocorra,
camuflando e enganando o aluno e a sociedade em geral.
Consequentemente o despreparo reflete no dia a dia do professor de qualquer área do
conhecimento, que é colocado à prova a todo o momento, sobretudo porque o seu aluno como
dizem é “atenado”, domina com bastante autoridade, pelo menos no que se refere ao

manuseio, de toda gama de tecnologias existente desde um celular aos mais modernos e
complexos programas de computação, sem esquecer da internet que é uma ferramenta,
podemos dizer, indissociável do jovem. No outro patamar tem-se a figura do docente que
deveria estar apto a orientar seus alunos no fazer uso de forma mais proveitosa dessa
autoridade que eles têm. Mas como fazê-lo se não são capacitados para isso.
Diante dos novos recursos de trabalho, o professor deve pensar no que irá trabalhar,
quais habilidades deverão ser desenvolvidas para o aluno, o que será avaliado frente aos
objetivos traçados. Esse trabalho não pode ser considerado apenas uma maneira de atrair os
alunos para a sala de aula; talvez de início essa seja a intenção do educador, mas logo depois
seu propósito deve se revelar e, mesmo que até o momento não tenha se dado conta, o aluno
terá competência para passar por diversas situações. A consciência de que objetivos devem
existir; de que as habilidades desenvolvidas devam ser úteis para o cotidiano do educando; de
que há coisas a serem selecionadas, pois os novos conhecimentos também podem ser usados
de forma errada.
Dessa forma, a visão crítica também será desenvolvida; os educadores devem ter;
portanto o que a maioria deles não possui a qualificação técnica para desenvolver esse
trabalho. Os projetos nunca sairão do papel se as ações necessárias não acontecerem. Assim,
dentro deste universo tecnológico no qual se vive, a língua não ficou fora dessas
transformações; pelo contrário evoluiu e adaptou-se à nova realidade e em decorrência a
maneira como o ensino da língua é desenvolvido e aplicado não pode parar no tempo, tem que
acompanhar esta flexibilidade e facilidade de adaptação, o que é simplesmente o resultado do
povo que a utiliza.
CONCLUSÃO
A primeira contribuição desse trabalho é a de que nos preocupamos inicialmente em
apresentar a origem e desenvolvimento dos recursos utilizados em sala de aula. Quando se
fala de tecnologias tem-se muitas vezes uma visão restrita, ou melhor, direcionada apenas à
informática e tudo que a partir dela surgiu, mas apresentamos justamente que isso não
corresponde ao real, ao se pensar em tecnologia devemos abrir um leque muito mais vasto
como foi apresentado, os recursos utilizados variam de acordo com a sociedade na qual
estavam ou estão inseridos, por isso voltar o olhar para a história com certeza contribui para
melhor entendermos o contexto atual.
Além disso, não pudemos e nem deveríamos deixar de lado o papel do docente dentro
desse contexto educacional que é fundamental para a construção do conhecimento em

qualquer área. Várias autoridades do campo de tecnologias aplicadas à educação, a exemplo,
Sanmya Feitosa Tjara e José Manuel Moran, ratificam em seus textos a importância da
capacitação pela qual o educador tem que passar para está apto a desempenhar bem seu papel
dentro desse universo infinito que é o de formar um ser pensante e consciente de sua missão
como perpetuador do conhecimento, pois esse deve ser o pensamento e agir de todo e
qualquer profissional da educação.
Se queremos métodos ativos na educação, que promovam a atividade dos
interlocutores, precisamos também de professores ativos, capazes de transformar a mensagem
numa tarefa tanto prazerosa, como também experimental, tanto crítica quanto criativa. Mas os
docentes precisam ter condições, em sua formação, e no exercício do seu ofício, para assumir
a complexa e relevante tarefa que lhes compete de educar, ou seja, formar cidadãos.
REFERÊNCIAS
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Fronteira, 2001.
FIORIN, José Luiz. Introdução à lingüística: I objetivos teóricos. 5. ed. São Paulo:
Contexto, 2007.
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Sergipe. São Cristóvão/Sergipe, 2007.
MORAN, José Manuel. Desafios na comunicação pessoal: gerenciamento integrado da
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MORAN, José Manuel. As mídias na educação. Disponível em:
Acesso em: 21. mai. 2011.
SILVA, Ivanda Maria Martins. Literatura, escola e novas tecnologias: qual o futuro da
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SILVA, R. V. M. A língua e a fé: origens da escolarização em língua portuguesa no império
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TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o
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TEYSSIER, Paul. Tradução de Celso Cunha. História da Língua Portuguesa. 2. ed. São
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