03.06.2013 Views

Tese de Doutorado - dacex

Tese de Doutorado - dacex

Tese de Doutorado - dacex

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

i<strong>de</strong>ário realista-naturalista que louva a linguagem objetiva, neutra e <strong>de</strong> nomenclatura<br />

do real. Em Mattos, Malta ou Matta?, encontramos um outro escritor, pois elabora<br />

uma linguagem mais plural on<strong>de</strong> se questiona <strong>de</strong> modo bem jocoso, simpático e<br />

divertido a relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sajuste entre as palavras e as coisas.<br />

Ainda sobre a seleção do corpus, salientamos que lemos a produção<br />

folhetinesca já editada na forma <strong>de</strong> livro. Essa escolha se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> que nosso<br />

objetivo neste ensaio não é o <strong>de</strong> mapear e <strong>de</strong>talhar todas as possíveis alterações<br />

discursivas provenientes da mudança <strong>de</strong> forma <strong>de</strong> publicação. Esse trabalho seria<br />

rendoso, pois talvez <strong>de</strong>tectaria nas mudanças um processo <strong>de</strong> higienização da<br />

linguagem folhetinesca. A publicação em livro talvez exigisse uma maior sobrieda<strong>de</strong>,<br />

pois o meio <strong>de</strong> publicação po<strong>de</strong> interferir internamente na configuração discursiva.<br />

Essas hipóteses, no entanto, po<strong>de</strong>rão ser verificadas em outro momento. Se<br />

trabalhássemos estritamente com a publicação jornalística dos folhetins, teríamos<br />

apenas um acréscimo no volume das diferenças. Isso não alteraria substantivamente<br />

a nossa análise.<br />

Optamos também pela leitura dos romances-folhetins editados em forma <strong>de</strong><br />

livro porque esse tipo <strong>de</strong> edição é um indício <strong>de</strong> que essa produção teve aprovação<br />

que justificava a sua publicação <strong>de</strong>finitiva. Isso comprova que essas obras<br />

receberam um certo tipo <strong>de</strong> canonização popular. A passagem do jornal para o livro<br />

é forte indício <strong>de</strong> que esses folhetins passaram por um teste <strong>de</strong> leitura e foram<br />

aprovados. Essa consagração, no entanto, como veremos, já na época <strong>de</strong><br />

publicação dos romances-folhetins foi neutralizada por críticos <strong>de</strong> renome do<br />

momento. Esse ataque perdura até o presente por boa parte dos críticos que,<br />

inclusive, chegam a consi<strong>de</strong>rar como ilegível essa produção. Esperamos <strong>de</strong>slocar<br />

parcialmente essa crítica, contribuindo para um maior entendimento da obra <strong>de</strong><br />

Aluísio Azevedo.<br />

Primeiramente apresentaremos teoricamente as categorias, romance-folhetim,<br />

discurso romanesco e carnavalização que são elementos básicos para a presente<br />

análise. Na seqüência, recuperaremos algumas posturas críticas nacionais acerca<br />

da obra <strong>de</strong> Aluísio Azevedo, dialogando com elas ora reforçando o que asseveram<br />

ora refutando. Apresentaremos uma breve discussão sobre os ajustes e os<br />

<strong>de</strong>sajustes das formas romanescas e idéias importadas em solo nacional. Por último,<br />

proce<strong>de</strong>remos à análise interpretativa das obras, perseguindo os seguintes passos:<br />

a) o romance-folhetim inserido no conjunto da obra romanesca <strong>de</strong> Aluísio Azevedo,<br />

12

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!