Perfil do encarcerado no Município de Rolândia - Escola de ...
Perfil do encarcerado no Município de Rolândia - Escola de ...
Perfil do encarcerado no Município de Rolândia - Escola de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> bem-estar coloca a meta da felicida<strong>de</strong> na satisfação imediata<br />
<strong>do</strong> prazer <strong>do</strong> momento. Os indivíduos são estimula<strong>do</strong>s pela propaganda, que cria<br />
<strong>de</strong>sejos artificiais, modifican<strong>do</strong> o ritmo <strong>de</strong> vida da socieda<strong>de</strong>, transforman<strong>do</strong>-a em<br />
uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo, sempre com <strong>no</strong>vas ondas <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />
engendradas pela moda, pela pressão <strong>do</strong>s <strong>no</strong>ticiários sensacionalistas, pelas<br />
contínuas mudanças e o rápi<strong>do</strong> envelhecimento das <strong>no</strong>vida<strong>de</strong>s, dan<strong>do</strong> margem à<br />
instabilida<strong>de</strong> e à futilida<strong>de</strong>; a licenciosida<strong>de</strong> e permissivida<strong>de</strong>; o pensar pouco e o ler<br />
pouco. Os vazios são preenchi<strong>do</strong>s, erradamente, através <strong>de</strong> sensações alimentadas,<br />
permanentemente, por gastos excessivos, <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> lastro da experiência<br />
moral, dan<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> comportamentos crimi<strong>no</strong>sos.<br />
Elementos <strong>no</strong>rmais, e até mesmo essenciais, integrantes da personalida<strong>de</strong><br />
humana ajustada, como a agressivida<strong>de</strong> sadia, po<strong>de</strong>m converter-se em<br />
manifestações anti-sociais quan<strong>do</strong> pressiona<strong>do</strong>s pelos fatores gera<strong>do</strong>s pela<br />
socieda<strong>de</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, as ativida<strong>de</strong>s diárias <strong>do</strong> homem na socieda<strong>de</strong> acumulam<br />
carga emocional resultante das frustrações e da excessiva competição, causan<strong>do</strong><br />
fadiga e esgotamento. A ansieda<strong>de</strong> e a angústia elevam o nível <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong><br />
<strong>no</strong>rmal e, não raramente, levam à prática <strong>de</strong> crimes ti<strong>do</strong>s como imotiva<strong>do</strong>s e que<br />
frequentemente são <strong>no</strong>ticia<strong>do</strong>s pelos jornais.<br />
A indiferença afetiva, frequentemente observada <strong>no</strong>s crimi<strong>no</strong>sos multi-<br />
reinci<strong>de</strong>ntes, é estimulada pela ação da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna. Tal carência se torna<br />
mais expressiva quan<strong>do</strong> a socieda<strong>de</strong> impõe, através <strong>do</strong> seu mecanismo <strong>de</strong> atuação<br />
dinâmica, o afastamento <strong>do</strong>s homens, uns <strong>do</strong>s outros, os aproxima<strong>do</strong> apenas<br />
superficialmente.<br />
Os fatores criminóge<strong>no</strong>s <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> fatos e <strong>de</strong> circunstâncias opera<strong>do</strong>s na<br />
socieda<strong>de</strong>, tais como a indiferença afetiva, a pobreza econômica e cultural, os meios<br />
<strong>de</strong> comunicação, a oposição juvenil e o contágio hierárquico, reservan<strong>do</strong>-se, ainda,<br />
uma parcela <strong>de</strong> influência à a<strong>no</strong>mia e ao <strong>de</strong>ficiente funcionamento das agências <strong>de</strong><br />
controle social, frutos da edição <strong>de</strong> leis penais discriminatórias ou <strong>de</strong> ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />
equacionamento da administração da justiça criminal através <strong>do</strong>s subsistemas<br />
policial, judiciário e penitenciário.<br />
18