Perfil do encarcerado no Município de Rolândia - Escola de ...
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secundário, contra 18% que não possuía na população total. Por outro la<strong>do</strong>, apenas<br />
13% <strong>do</strong>s encarcera<strong>do</strong>s possuía diploma superior, contra 48% na população total.<br />
Segun<strong>do</strong> Lochner e Moretti (2004, p. 183) “Há muitas razões para esperar<br />
que a educação reduza o crime. Através <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong>s salários, a educação<br />
aumenta o custo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>do</strong> crime e o custo <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong>spendi<strong>do</strong> na<br />
prisão”. Em seu estu<strong>do</strong>, os autores mostraram que não terminar o nível secundário<br />
<strong>do</strong>bra as chances <strong>de</strong> um indivíduo ser preso por cometer um crime violento <strong>no</strong>s<br />
Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e que a educação reduz significativamente a ativida<strong>de</strong> crimi<strong>no</strong>sa.<br />
De acor<strong>do</strong> com Becker (1968) “[...] o crime po<strong>de</strong> ser classifica<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is<br />
grupos: o lucrativo ou econômico e o não-lucrativo ou não-econômico”. Os crimes<br />
econômicos são o furto, roubo ou extorsão, usurpação, apropriação indébita,<br />
estelionato, receptação, crimes contra a proprieda<strong>de</strong> imaterial, contra a fé pública,<br />
contra a administração pública, tráfico <strong>de</strong> entorpecentes. Os crimes não-econômicos<br />
são to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>mais, como homicídios, estupro, tortura etc.<br />
O crimi<strong>no</strong>so econômico po<strong>de</strong> ser visto como um empresário, que atua com o<br />
objetivo <strong>de</strong> adquirir vantagens lucrativas e assume os riscos inerentes a sua<br />
profissão. Ele <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> racionalmente cometer o crime, aproveita as oportunida<strong>de</strong>s<br />
quan<strong>do</strong> aparecem, sem se preocupar com o la<strong>do</strong> moral <strong>do</strong> seu ato. Este crimi<strong>no</strong>so<br />
não é uma vítima influenciada por circunstâncias.<br />
Para Balbi<strong>no</strong>tto Neto (2003, p.1):<br />
[...] os indivíduos se tornam assaltantes e crimi<strong>no</strong>sos por que os benefícios<br />
<strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s são compensa<strong>do</strong>res quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com outras<br />
ativida<strong>de</strong>s ilegais, quan<strong>do</strong> são leva<strong>do</strong>s em conta os riscos, a probabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> apreensão, <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação e a severida<strong>de</strong> da pena imposta. Assim, para<br />
os eco<strong>no</strong>mistas, os crimes são um grave problema para a socieda<strong>de</strong> por<br />
que, em certa medida, vale a pena cometê-los e que os mesmos implicam<br />
em significativos custos em termos sociais. O argumento básico da<br />
abordagem econômica <strong>do</strong> crime é que os infratores reagem aos incentivos,<br />
tanto positivos como negativos e que o número <strong>de</strong> infrações cometidas é<br />
influenciada pela alocação <strong>de</strong> recursos públicos e priva<strong>do</strong>s para fazer frente<br />
ao cumprimento da lei e <strong>de</strong> outros meios <strong>de</strong> preveni-los ou para dissuadir os<br />
indivíduos a cometê-los. Para os eco<strong>no</strong>mistas, o comportamento crimi<strong>no</strong>so<br />
não é visto como uma atitu<strong>de</strong> simplesmente emotiva, irracional ou antisocial,<br />
mas sim como uma ativida<strong>de</strong> eminentemente racional.<br />
Para Fernan<strong>de</strong>z (1998, p. 68) “[...] numa ativida<strong>de</strong> criminal está implícito o<br />
princípio he<strong>do</strong>nístico o máximo ganho com o mínimo <strong>de</strong> esforço, isto para varia<strong>do</strong>s<br />
graus <strong>de</strong> risco”.<br />
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