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1 A REPRESENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A ... - Unesp

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ANAIS DO X SEL – SEMINÁRIO DE ESTUDOS LITERÁRIOS: “Cultura e Representação”<br />

submissão, a ação feminista de Colasanti, tanto na imprensa (jornais e revistas) como nos livros<br />

que publicou sobre o assunto, ajudou a modernizar os costumes no Brasil.<br />

Na área literária, escreveu mais de quarenta obras, incluindo contos, crônicas, poesias,<br />

ensaios e histórias infanto-juvenis. Foi duas vezes vencedora do Prêmio Jabuti: em 1994, com<br />

Rota de Colisão (poesia), e em 1997, com Eu sei, mas não devia (contos). Outros prêmios<br />

conquistados pela autora foram os da Câmara Brasileira do Livro, da Associação Brasileira de<br />

Críticos de Arte, do Concurso Latinoamericano de Cuentos para Niños, promovido pela<br />

FUNCEC/UNICEF, e o Prêmio Norma-Fundalectura latino-americano.<br />

A autora escolheu o feminismo como opção política e teve um trabalho jornalístico<br />

intenso, colaborando em diversas publicações do país em revistas. Colasanti diz ser uma<br />

feminista e relata que isso significa que a situação das mulheres na História, nas sociedades e<br />

na vida a interessa muito. De acordo com Stuart Hall (1999):<br />

O feminismo faz parte daquele grupo de “novos movimentos sociais”, que emergiram<br />

durante os anos sessenta [...] juntamente com as revoltas estudantis, os movimentos<br />

juvenis contraculturais e antibelicistas, as lutas pelos direitos civis, os movimentos<br />

revolucionários do “Terceiro Mundo”, os movimentos pela paz [...] (HALL, 1999, p.44).<br />

Em entrevista, Colasanti afirma: “Eu fui e sou feminista porque meu olhar sobre o<br />

mundo é um olhar político e eu estou muito atenta a estas questões” (2005). Reconhece as<br />

limitações impostas ao sexo feminino e tenta entender como isso se dá, onde se localiza, como<br />

se reflete nas obras das mulheres - suas vidas, seus empregos e suas formas de expressão<br />

(literatura, arte, etc.). Atualmente, faz palestras pelo Brasil tematizando questões do universo<br />

feminino.<br />

Colasanti produz em alguns de seus contos uma Literatura que, de certa forma, possui<br />

um caráter militante, que visa dar a voz à mulher e denunciar uma sociedade que, de certa<br />

maneira, ainda é machista e vê a mulher como um ser inferior. De acordo com Linda Hutcheon<br />

(1991): “As mulheres ajudaram a desenvolver a valorização [...] das margens e do excêntrico<br />

como uma saída com relação à problemática de poder dos centros e às oposições entre<br />

masculino e feminino” (HUTCHEON, 1991, p.35).<br />

Carlos Fantinati afirma que a posição do(a) escritor(a) de caráter militante: “[...]<br />

consiste em afirmar não unicamente o caráter ideológico da obra literária, mas, e principalmente,<br />

em afirmar a necessidade de que ela atue como veículo de conscientização e de esclarecimento<br />

do público” (FANTINATI, 1978, p.3).<br />

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