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BIO capa.tif - ftc ead

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Nesse ambiente a vida é precária para os organismos que são maus nadadores. Os que se não conseguem<br />

manter-se presos aos sargaços afundarão no oceano.<br />

Outra difi culdade resulta da pobreza de nutrientes. Conseqüentemente, a maioria dos organismos<br />

são generalistas, não limitando sua dieta a apenas um tipo de alimento, mas fazendo uso do que tiver<br />

disponível.<br />

Apesar dessas difi culdades, os sargaços sustentam uma grande variedade<br />

de vida, mais de cinqüenta espécies de peixes e inúmeros invertebrados,<br />

gastrópodes, poliquetas, briozoários e anêmonas, sendo mais numerosos os<br />

copépodes. Vários deles possuem camufl agem que os tornam semelhantes à<br />

essas algas. O mais conhecido deles é um tipo de peixe-agulha (Syngnathus<br />

pelagicus), da família do cavalo-marinho.<br />

O peixe-agulha Syngnathus pelagicus possui coloração verdepardo<br />

e é coberto de abas epidérmicas que o camuflam no meio<br />

do sargaço.<br />

Comparação com o meio terrestre<br />

Para se compreender as características específi cas e as adaptações dos organismos nectônicos, é<br />

muito ilustrativo analisar-se as diferenças entre o meio terrestre e o ambiente marinho, as quais determinaram<br />

os caminhos da evolução.<br />

A gravidade desempenha um papel central na diferenciação e evolução dos organismos nesses<br />

ambientes. No ambiente marinho, a densidade da água compensa a força da gravidade, tornando-a quase<br />

desprezível. No ambiente terrestre, no entanto, representa uma notável difi culdade a ser vencida. Isso<br />

exige dos organismos terrestres um maior gasto de energia para os movimentos contra a gravidade e o<br />

investimento de nutrientes no desenvolvimento de estruturas de sustentação, algo dispensável no meio<br />

aquático onde a própria água sustenta o peso do corpo.<br />

Desta forma, o principal componente orgânico, com resistência e leveza sufi cientes para enfrentar<br />

a gravidade, é o carboidrato, abundantemente presente tanto nos vegetais – na forma de celulose – como<br />

nos animais – na forma de quitina. Organismos feitos de carboidratos necessariamente tem vida mais<br />

longa, com crescimento lento e são ricos em energia acumulada.<br />

Os organismos marinhos, por outro lado, tem às proteínas como seu principal componente orgânico.<br />

Disso resulta, em geral, vida mais curta, com rápido crescimento e organismos pobres em energia<br />

acumulada, ou seja, gorduras. Isso jus<strong>tif</strong>i ca a afi rmação popular de que a carne de peixe é mais sadia por<br />

ter menos gorduras, principalmente colesterol, e por ser mais protéica.<br />

As diferenças entre os dois ambientes não se restringe apenas a aspectos individuais e morfofi siológicos.<br />

Também afeta a estrutura das comunidades ecológicas.<br />

Como os produtores do ambiente terrestre precisam estruturas de sustentação – como os caules e<br />

galhos – geralmente in<strong>capa</strong>zes de produzir alimentos, seu tamanho costuma ser muitíssimo maior que o<br />

dos produtores marinhos predominantes: algas unicelulares.<br />

A conseqüência disso para o ecossistema é que no ambiente terrestre há maior produção, porém<br />

como menor efi ciência de transferência de energia entre os níveis trófi cos subseqüentes, já que grande<br />

parte do peso dos organismo são de estruturas de sustentação, que não fornecem energia na digestão.<br />

Isso limita a cadeia alimentar a poucos níveis, em geral três (produtor, herbívoro, carnívoro).<br />

No ambiente marinho, por outro lado, os seus pequenos produtores apresentam uma menor produção,<br />

mas com uma maior efi ciência na transferência, permitindo que as cadeias alimentares marinhas<br />

sejam maiores, admitindo até cinco níveis.<br />

Biologia Marinha 53

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