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BIO capa.tif - ftc ead

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ta-se que a presença de ferro nessas águas exerça um efeito regulador, indisponibilizando o fosfato<br />

para as algas e combinando-se com os sulfetos e os precipitando na forma de grãos de sulfeto de ferro.<br />

A retirada da vegetação acarreta a lavagem acelerada dos nutrientes, carr<strong>ead</strong>os para o fundo do solo,<br />

empobrecendo-o. Logo não conseguira sustentar a vegetação arbórea. Em estágios mais avançados de degradação,<br />

o solo sofrerá intensa erosão pelos ventos, o que pode ocasionar a formação de dunas móveis.<br />

Praias lodosas<br />

O ecossistema das praias lodosas caracteriza-se por possuir um substrato fl ácido e volúvel (a lama)<br />

que não permite a fi xação de animais, constituído por grãos muito fi nos, que não são carr<strong>ead</strong>os para altomar<br />

somente porque as ondas que costumam atingir esse ambiente tem fraca intensidade.<br />

Diferencia-se das praias arenosas por conter muita matéria orgânica acumulada, retida graças à<br />

pequena granulação do substrato. Entretanto, a decomposição dessa matéria orgânica redunda em uma<br />

má oxigenação e favorece a proliferação das sulfobactérias, responsáveis pelo odor repulsivo que muitas<br />

dessas praias possuem.<br />

Os animais que vivem nas praias lodosas necessitam ter adaptações que lhes confi ram a <strong>capa</strong>cidade<br />

de cavar e formar tubos permanentes, bem como suportar condições anaeróbias, uma vez que o lodo<br />

costumeiramente é mal oxigenado. Esta condição representa uma difi culdade adicional para a respiração<br />

dos animais que ai vivem.<br />

Mesmo assim, a fauna é praticamente a mesma encontrada nas praias arenosas, porém com populações<br />

muito mais numerosas, já que há abundância de matéria orgânica e de produtores. Isso atrai, também,<br />

mais predadores que se revezam conforme a maré. Peixes nas marés altas e aves durante as marés<br />

baixas. A maior parte dos habitantes da praia lodosa vivem enterrados em tubos e galerias.<br />

Os produtores da comunidade das praias lodosas são algas rodofíceas, clorofíceas e diatomáceas.<br />

Fatores como ondas, temperatura, salinidade e penetração da luz determinam tanto a composição<br />

da comunidade como a distribuição dos organismos, que está estruturados em dois gradientes de zonação:<br />

horizontal e vertical. Horizontalmente, com relação à linha de maré, distinguem-se mais claramente<br />

apenas duas zonas. A superior (supralitoral), onde os caranguejos são a espécie dominante, e a inferior<br />

(abarcando as zonas meio e infralitoral), onde vivem os bivalves e os poliquetas.<br />

O gradiente vertical separa as espécies superfi ciais (algas e diatomáceas) das que ocupam uma camada<br />

mais profunda, onde predominam as sulfobactérias.<br />

Estuários<br />

Representação de um<br />

estuário<br />

A palavra estuário é originária do latim aestuarium. Muitas defi nições<br />

têm sido propostas para os estuários. Um estuário pode ser defi nido como<br />

“um corpo de água semi fechado que possui uma conexão com o mar e<br />

em que a água salgada se dilue de um modo mensurável com a água doce<br />

proveniente da drenagem continental”. Esta defi nição exclui diversos tipos<br />

de estuários, por exemplo, os que são temporariamente isolados do mar<br />

durante a estação seca e os estuários hipersalinos, entre outros. Mais recentemente<br />

Day em 1981 defi ne um estuário como: “Um corpo de água que<br />

se encontra permanentemente ou periodicamente aberto ao mar onde existe uma variação mensurável<br />

da salinidade devido à mistura de água salgada com água doce proveniente da drenagem terrestre”. Em<br />

termos genéricos um estuário é, portanto uma região de interface entre um rio e o oceano. Este conceito<br />

implica o estabelecimento e a realização de importantes e complexas interações entre os dois meios postos<br />

em contato.<br />

Nos estuários, os invertebrados como pequenos caranguejos, camarões, nematódeos, anelídeos<br />

poliquetos, pequenos bivalves e até larvas de insetos ingerem grande quantidade de detritos das plantas<br />

vasculares com populações microbianas, que passam por seus tubos digestivos, resultando em repetida<br />

Biologia Marinha 67

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