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BIO capa.tif - ftc ead

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Poucos peixes habitam a zona de arrebentação, e os que ali vivem devem ser <strong>capa</strong>zes de suportar<br />

grandes variações de suprimento de água e de temperatura. Alguns deles, como o coió, têm nadadeiras<br />

peitorais largas que os ajudam a se movimentar pelo fundo. Outros apresentam disco ventral sugador que<br />

lhes permite fi car aderidos ao fundo mesmo em águas turbulentas. E alguns “engolem” a areia, para tirar<br />

dela as microalgas e outros nutrientes, e expelem os grãos limpos. Só algumas espécies se aproximam,<br />

boiando, da arrebentação quando há algas suspensas.<br />

Os organismos que vivem permanentemente nesse ambiente necessitam ter adaptações especiais<br />

que lhe confi ram <strong>capa</strong>cidade de cavar. Entre elas, conta-se o corpo fi no e comprido.<br />

O ecossistema das praias arenosas é freqüentemente visitado por animais terrestres, principalmente<br />

aves marinhas, em busca de uma rica fonte de alimentos. O formato e tamanho de seus bicos são plenamente<br />

ajustados para o tipo de presa que capturam. Uma estratégia de sobrevivência dos habitantes<br />

subterrâneos das praias arenosas consiste em investir um maior esforço em enterrar-se.<br />

Dunas<br />

As dunas possuem substrato predominantemente arenoso. Sofrem com a ação mecânica dos ventos<br />

– que moldam e remodelam constantemente sua topologia – e com a infl uência direta da maré,<br />

principalmente na faixa mais inferior. Elas se formam em locais onde a velocidade do vento seja grande,<br />

constante e haja disponibilidade de areia fi na. Basta um vento constante de 18 quilômetros por hora para<br />

mudar uma duna de posição. O que pode impedir isso é a escassa vegetação rasteira que a cobre. Quando<br />

retirada, pode causar sérios problemas com o deslocamento das dunas que podem vir a cobrir estradas,<br />

casas e até vilas inteiras.<br />

No Brasil, as dunas estão distribuídas por quase todo o litoral, principalmente entre o Maranhão e<br />

o Rio Grande do Sul.<br />

Tal como a praia arenosa, a duna é considerada como um ecossistema de baixa diversidade, cuja<br />

fauna é principalmente constituída por animais escavadores, conseqüência da escassez de matéria orgânica<br />

no sedimento e da baixa <strong>capa</strong>cidade de retenção de água. Seu principal representante o caranguejo<br />

maria-farinha. Pode receber ocasionalmente a visita da aves como a batuíra, em busca de repouso e alimentação,<br />

retirando da areia os poliquetas, moluscos e pequenos crustáceos de que se alimentam.<br />

As formigas, minhocas e outros invertebrados possuem uma importante função ecológica nas<br />

dunas, pois decompõem animais e plantas mortas, assumindo exclusivamente o papel de fornecedores<br />

de nutrientes para as plantas que fi xam a areia. Com o progressivo enriquecimento do solo, começam a<br />

aparecer os primeiros arbustos que transformarão a paisagem em uma restinga.<br />

A fl ora aquática é praticamente inexistente, devido à ausência de substrato fi rme o sufi ciente para<br />

permitir a instalação de algas.<br />

Nas dunas, a vegetação terrestre costuma ser de pequeno porte e dotada de profundo e profuso<br />

sistema radicular, pois a água somente é encontrada a mais de um metro de profundidade. O grupo dominante<br />

é o das gramíneas, tendo como principais representantes o capim salgado Spartina, o carrapichoda-praia<br />

e a salsa-da-praia. Encontram-se, ainda, árvores de pequeno porte, tais como cajueiro-da-praia,<br />

camandaíba e pitangueiras.<br />

A diversidade da fl ora de dunas temperadas – como as do<br />

Rio Grande do Sul – apresentam variações sazonais. Sendo máxima<br />

na primavera (43 espécies vegetais, próximo da Reserva Ecológica<br />

do Taim) e mínimo no inverno (29 espécies). As plantas<br />

anuais são as responsáveis por essas variações na diversidade.<br />

Dunas costeiras têm funções de proteção de terras continentais,<br />

reservatório natural de água e de recursos bióticos,<br />

além de constituírem áreas de recreação e ponto atrativo de<br />

turismo aventureiro.<br />

A duna é um ecossistema caracterizado<br />

pela sua baixa biodiversidade, onde se<br />

destaca a gramínea Spartina<br />

Biologia Marinha 65

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