19.06.2013 Views

O jornal de literatura do Brasil Preciso escrever ... - Jornal Rascunho

O jornal de literatura do Brasil Preciso escrever ... - Jornal Rascunho

O jornal de literatura do Brasil Preciso escrever ... - Jornal Rascunho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O JORNAL DE<br />

LITERATURA DO BRASIL<br />

funda<strong>do</strong> eM 8 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2000<br />

rascunho é uma publicação mensal<br />

da editora letras & livros ltda.<br />

Rua Filastro Nunes Pires, 175 • casa 2<br />

CEP: 82010-300 • Curitiba - PR<br />

(41) 3527.2011 rascunho@gmail.com<br />

www.rascunho.com.br<br />

tirageM: 5 MiL exeMPLareS<br />

rogÉrio Pereira<br />

editor<br />

Cristiane guanCino<br />

diretora executiva<br />

coLuNiStaS<br />

affonso romano <strong>de</strong> sant’anna<br />

alberto Mussa<br />

Carola saavedra<br />

eduar<strong>do</strong> ferreira<br />

fernan<strong>do</strong> Monteiro<br />

José Castello<br />

luiz bras<br />

raimun<strong>do</strong> Carrero<br />

rinal<strong>do</strong> <strong>de</strong> fernan<strong>de</strong>s<br />

rogério Pereira<br />

iLuStraÇÃo<br />

bruno schier<br />

Carolina vigna-Marú<br />

fábio abreu<br />

felipe rodrigues<br />

Marco Jacobsen<br />

osvalter urbinati<br />

rafa Camargo<br />

rafael Cerveglieri<br />

ramon Muniz<br />

rettamozo<br />

ricar<strong>do</strong> humberto<br />

robson vilalba<br />

tereza Yamashita<br />

theo szczepanski<br />

fotografia<br />

Matheus dias<br />

redaÇÃo<br />

guilherme Magalhães<br />

Yasmin taketani<br />

ProJeto gráfico<br />

e PrograMaÇÃo viSuaL<br />

rogério Pereira / alexandre <strong>de</strong> Mari<br />

aSSiNaturaS<br />

Cristiane guancino Pereira<br />

coLabora<strong>do</strong>reS <strong>de</strong>Sta ediÇÃo<br />

adriano Koehler<br />

arthur tertuliano<br />

breno Kümmel<br />

Cristiane Costa<br />

fabio silvestre Car<strong>do</strong>so<br />

henrique Marques-samyn<br />

Jessica becker<br />

Julián ana<br />

Kelvin falcão Klein<br />

luiz guilherme barbosa<br />

luiz horácio<br />

luiz ruffato<br />

Maria Célia Martirani<br />

Maurício Melo Júnior<br />

Miguel sanches neto<br />

nikola Madzirov<br />

Patricia Peterle<br />

Paula Cajaty<br />

rodrigo Casarin<br />

rodrigo gurgel<br />

vilma Costa<br />

quase-diário : : affonso roMano <strong>de</strong> SaNt’aNNa<br />

estranha eXPeriênCia<br />

QUEM SOMOS C O N TA T O ASSINATURA DO JORNAL IMPRESSO C A R TA S<br />

COLUNISTASDOM CASMURRO ENSAIOS E RESENHAS<br />

PAIOL LITERÁRIO PRATELEIRA NOTÍCIAS<br />

26.07.1991<br />

Estranha e infeliz experiência: venho <strong>de</strong><br />

Campinas (Unicamp), <strong>do</strong> 8° Cole (Congresso <strong>de</strong><br />

Leitura <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>), promovi<strong>do</strong> pela Associação <strong>de</strong><br />

Leitura <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>. Uma mesa re<strong>do</strong>nda com Letícia<br />

Mallard, Samir Maserani e outros. Quan<strong>do</strong> fiz<br />

minha exposição sobre a prática da leitura (não a<br />

teoria), sobre o que estamos fazen<strong>do</strong> na Biblioteca<br />

Nacional, houve uma estranha reação.<br />

Eu havia opta<strong>do</strong> por dar da<strong>do</strong>s reais: as bibliotecas<br />

<strong>do</strong>s 5 mil Ciacs (Centro Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Atendimento à Criança) a serem construídas (fomos<br />

nós que fizemos o projeto revolucionário <strong>de</strong><br />

uma biblioteca mo<strong>de</strong>rna nesses centros integra<strong>do</strong>s);<br />

o Proler (Collor já aprovou, com <strong>do</strong>is milhões<br />

<strong>de</strong> dólares); das campanhas várias (como o acor<strong>do</strong><br />

com os produtores <strong>de</strong> papel, livro, etc., que <strong>de</strong>vem<br />

compor um fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1%), etc. E falei <strong>do</strong> projeto<br />

“Teatro <strong>do</strong> texto”, das revistas e publicações em<br />

várias línguas que a BN estava fazen<strong>do</strong>. Projetos<br />

<strong>de</strong> exportação da <strong>literatura</strong> brasileira, etc.<br />

Aí começaram a chegar perguntas, meta<strong>de</strong><br />

das quais ressentidas, patrulha<strong>do</strong>ras, agressivas.<br />

Eu dan<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s concretos das mudanças que estávamos<br />

fazen<strong>do</strong> na cultura <strong>do</strong> livro, e a horda<br />

petista, irracional, relutan<strong>do</strong>.<br />

De repente, uma infeliz me faz um aparte <strong>de</strong>magógico<br />

(que foi aplaudi<strong>do</strong>), distorcen<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o<br />

que eu falei, tipo: “O ARS acabou <strong>de</strong> anunciar que<br />

EDIÇÕES ANTERIORES ENTREVISTAS OTRO OJO<br />

vidraça : : YasMin taketaNi<br />

AO<br />

QUEM SOMOS C O N TA T O ASSINATURA DO JORNAL IMPRESSO C A R TA S<br />

INESQUECíVEL<br />

EDIÇÕES ANTERIORES COLUNISTASDOM CASMURRO ENSAIOS E RESENHAS ENTREVISTASPAIOL LITERÁRIO PRATELEIRA NOTÍCIAS OTRO OJO<br />

Bartolomeu Campos <strong>de</strong> Queirós (foto), com o<br />

livro Vermelho amargo (Cosac Naify), e Suzana<br />

Montoro, com Os hungareses, (Ofício das<br />

Palavras), são os ganha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Prêmio São Paulo<br />

<strong>de</strong> Literatura 2012, o prêmio literário brasileiro<br />

com o maior valor ofereci<strong>do</strong> aos vence<strong>do</strong>res: R$<br />

200 mil. Morto em janeiro <strong>de</strong>ste ano, Bartolomeu<br />

foi o vence<strong>do</strong>r in memoriam da categoria Melhor<br />

Livro <strong>do</strong> Ano, com uma obra consi<strong>de</strong>rada<br />

“inesquecível” pelo júri. Já Suzana Montoro<br />

recebeu o prêmio da categoria Melhor Livro <strong>do</strong><br />

Ano – Autor Estreante, com um texto que o júri<br />

<strong>de</strong>stacou pela linguagem fluente e sensível. Em<br />

2011, Rubens Figueire<strong>do</strong>, com Passageiro <strong>do</strong> fim<br />

<strong>do</strong> dia, e Marcelo Ferroni, com Méto<strong>do</strong> prático<br />

<strong>de</strong> guerrilha, foram os vence<strong>do</strong>res <strong>do</strong> prêmio.<br />

A ESTRÉIA DO PRêMIO<br />

A primeira edição <strong>do</strong> Prêmio Paraná <strong>de</strong> Literatura somou 878 livros<br />

inéditos inscritos, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s brasileiros, dividi<strong>do</strong>s em três<br />

categorias: Poesia – Prêmio Helena Kolody (413), Romance – Prêmio<br />

Manoel Carlos Karam (201) e Contos – Prêmio Newton Sampaio<br />

(264). Os esta<strong>do</strong>s com mais participantes são, pela or<strong>de</strong>m, Paraná, São<br />

Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Minas Gerais e Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. O resulta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> concurso será divulga<strong>do</strong> na primeira quinzena <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro e<br />

o vence<strong>do</strong>r <strong>de</strong> cada categoria receberá R$ 40 mil e terá sua obra<br />

publicada pela Biblioteca Pública <strong>do</strong> Paraná, com tiragem <strong>de</strong> mil<br />

exemplares. Os premia<strong>do</strong>s também receberão 100 cópias <strong>de</strong> seus livros.<br />

As obras concorrentes serão avaliadas por uma comissão julga<strong>do</strong>ra<br />

formada por um presi<strong>de</strong>nte e nove membros (três em cada categoria),<br />

entre os quais estão José Castello, João Cezar <strong>de</strong> Castro Rocha, Marçal<br />

Aquino, Heloisa Buarque <strong>de</strong> Hollanda e Antonio Carlos Secchin.<br />

não há mais problemas no <strong>Brasil</strong>! Mas e os pobres?<br />

E os miseráveis?”, dizia, fazen<strong>do</strong> um típico comício.<br />

Diante disto, respondi: “Uma das características<br />

da <strong>de</strong>mocracia é que as pessoas po<strong>de</strong>m<br />

falar as bobagens que quiserem, como acabamos<br />

<strong>de</strong> ouvir, mas, por outro la<strong>do</strong>, também têm que,<br />

<strong>de</strong>mocraticamente, ouvir as respostas”.<br />

Tive que, até o final — apesar <strong>do</strong>s aplausos<br />

aqui e ali e <strong>do</strong> apoio —, ser agressivo, lutar<br />

contra a corrente. Eu tinha caí<strong>do</strong> num reduto <strong>de</strong><br />

militantes irracionais. Disse-lhes, então, que me<br />

sentia como Oswal<strong>do</strong> Cruz, ten<strong>do</strong> que vacinar o<br />

povo contra a sua vonta<strong>de</strong>, que eles ali estavam<br />

se rebelan<strong>do</strong> contra a vacina da leitura. E repeti<br />

que quem estivesse me patrulhan<strong>do</strong> estaria patrulhan<strong>do</strong><br />

também o livro e a leitura.<br />

Triste. É o imobilismo i<strong>de</strong>ológico. Analiso<br />

o sucedi<strong>do</strong>: 1) ficam furiosos <strong>de</strong> ser um governo<br />

adversário que está propician<strong>do</strong> essas mudanças;<br />

2) sentem que estamos tiran<strong>do</strong>-lhes as razões<br />

<strong>de</strong> se queixarem. Quan<strong>do</strong> lhes <strong>do</strong>u tu<strong>do</strong> com<br />

o que sonhamos (um plano nacional <strong>de</strong> leitura e<br />

uma política <strong>do</strong> livro), ficam ator<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s, porque<br />

foram surpreendi<strong>do</strong>s pelo novo.<br />

Contei-lhes o episódio <strong>de</strong> Mulungu (que<br />

narrei em crônica, sobre o funcionário <strong>de</strong> meu<br />

prédio perguntan<strong>do</strong> se a sua longínqua Mulungu,<br />

na Paraíba, merecia, po<strong>de</strong>ria ter uma biblioteca),<br />

contei coisas, <strong>de</strong>i da<strong>do</strong>s concretos. E quan-<br />

divulgação<br />

QUEM LEVA O JABUTI?<br />

No próximo dia 18, serão conheci<strong>do</strong>s os três vence<strong>do</strong>res em cada uma<br />

das 29 categorias <strong>do</strong> Prêmio Jabuti, concedi<strong>do</strong> pela Câmara <strong>Brasil</strong>eira<br />

<strong>do</strong> Livro. O primeiro lugar em cada categoria receberá um prêmio no<br />

valor <strong>de</strong> R$ 3,5 mil e concorre às categorias <strong>de</strong> melhor livro <strong>de</strong> ficção<br />

e melhor livro <strong>de</strong> não-ficção, estes no valor <strong>de</strong> R$ 35 mil. Na disputa<br />

pelo prêmio, estão os escritores Altair Martins, Nuno Ramos (foto),<br />

Luís Henrique Pellanda, Menalton Braff, Dalton Trevisan, Rubem<br />

Fonseca, Lygia Fagun<strong>de</strong>s Telles e o colunista <strong>do</strong> <strong>Rascunho</strong> Affonso<br />

Romano <strong>de</strong> Sant’Anna, entre outros.<br />

RELEITURAS<br />

Ensaios <strong>do</strong> crítico literário Rodrigo<br />

Gurgel publica<strong>do</strong>s entre 2010 e 2012 no<br />

<strong>Rascunho</strong> acabam <strong>de</strong> ganhar forma<br />

<strong>de</strong> livro. Muita retórica – pouca<br />

<strong>literatura</strong> (Vi<strong>de</strong> Editorial) reúne parte<br />

da produção <strong>do</strong> crítico no <strong>jornal</strong> cuja<br />

proposta é reler os prosa<strong>do</strong>res da <strong>literatura</strong><br />

brasileira. Do volume, constam, entre<br />

outros, ensaios sobre José <strong>de</strong> Alencar,<br />

Graça Aranha, Aluísio Azeve<strong>do</strong>, Macha<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> Assis e Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taunay.<br />

FLIM<br />

150 • outubro_2012<br />

to mais eu dava esses da<strong>do</strong>s concretos, percebia,<br />

mais ficavam perplexos.<br />

Curiosamente, alguns me cobravam “o poeta”<br />

(on<strong>de</strong> está o poeta ARS?), como se o “administra<strong>do</strong>r”<br />

os incomodasse ou um abolisse o outro.<br />

O que seria isso? Querem o nefelibata? O que<br />

fala mas não necessita agir? Ao me perguntarem<br />

se eu havia encosta<strong>do</strong> o poeta e o professor que<br />

sou, respondi: “Agora trabalho para que outros<br />

possam ler e <strong>escrever</strong>”.<br />

Fico <strong>de</strong>sanima<strong>do</strong>. Primeiro, a burocracia;<br />

<strong>de</strong>pois, a incompetência e a preguiça, e a isto<br />

se soma a torcida <strong>do</strong> contra fazen<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> para<br />

o país não dar certo. Assim o fracasso público<br />

serve para justificar o fracasso priva<strong>do</strong> <strong>de</strong> cada<br />

um. Luís Milanesi, que trouxe para coor<strong>de</strong>nar <strong>do</strong><br />

Sistema Nacional <strong>de</strong> Bibliotecas, contou ter envia<strong>do</strong><br />

253 cartas para bibliotecas, perguntan<strong>do</strong><br />

se queriam o programa “O escritor na cida<strong>de</strong>”,<br />

que era gratuito para eles. Só 50 respon<strong>de</strong>ram.<br />

Mesmo assim, algumas dizen<strong>do</strong> que não tinham<br />

espaço para isto. E Milanesi perguntava <strong>de</strong> novo:<br />

“Não há um clube? Qualquer salão? Mesmo uma<br />

funerária on<strong>de</strong> possam se reunir?”.<br />

Os jornais anotaram: “Do presi<strong>de</strong>nte da<br />

FBN, ARS: ‘Descobri que na administração pública<br />

a roda é quadrada e a gente tem que mesmo<br />

assim fazer a carruagem andar, como se a roda<br />

fosse re<strong>do</strong>nda’”.<br />

De 22 a 27 <strong>de</strong> outubro, Curitiba recebe a segunda edição da<br />

Flim – Festa Literária <strong>do</strong> Medianeira. José Castello, José<br />

Miguel Wisnik, Luci Collin, Otto Leopol<strong>do</strong> Winck e Fabrício<br />

Carpinejar estão entre os convida<strong>do</strong>s <strong>do</strong> evento no colégio<br />

Medianeira, e participam <strong>de</strong> palestras e bate-papos com<br />

escritores, feira <strong>de</strong> livros e oficina <strong>de</strong> criação literária.<br />

OTRA<br />

LíNGUA<br />

A editora Rocco prepara<br />

para o início <strong>de</strong> 2012<br />

uma coleção com autores<br />

hispano-americanos.<br />

Otra Língua conta com<br />

organização <strong>do</strong> escritor<br />

Joca Reiners Terron e já<br />

tem Deixa comigo, <strong>de</strong><br />

Mario Levrero, Como me<br />

hice monja, <strong>de</strong> César<br />

Aira (foto), El asco,<br />

<strong>de</strong> Horacio Castellanos<br />

Moya e Los Lemmings<br />

e otros cuentos, <strong>de</strong><br />

Fabián Casas.<br />

3<br />

Matheus dias/ rasCunho<br />

divulgação

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!