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renúncia de Bento XVI - Paróquia São Maximiliano

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Há que levar a sério a i<strong>de</strong>ia da colegialida<strong>de</strong> do Vaticano II, sendo o bispo <strong>de</strong> Roma o primeiro<br />

entre todos no episcopado. Numa visão ecumênica, o segundo seria o Patriarca <strong>de</strong><br />

Constantinopla, que vive no Fanar, um bairro grego pobre <strong>de</strong> Istambul, on<strong>de</strong> estive no ano<br />

passado. Os encontros fraternos e a oração em comum <strong>de</strong> João XXIII e <strong>de</strong> Paulo VI com o<br />

patriarca Atenágoras, foram abrindo caminho nessa direção.<br />

Claro, são antes <strong>de</strong> tudo anseios, mais do que possibilida<strong>de</strong>s certas. Mas a história é inexorável e,<br />

pouco a pouco, posições que pareciam petrificadas po<strong>de</strong>m ir sendo revistas ou, pelo menos, vão<br />

crescendo pressões nesse sentido. A Igreja, arejada por tempos novos na socieda<strong>de</strong>, seculares e<br />

republicanos, não po<strong>de</strong>rá ficar à margem <strong>de</strong> um processo histórico contagiante. Talvez temas<br />

congelados terão que esperar futuros pontificados ou outros concílios, mas estarão cada vez mais<br />

presentes e incômodos, num horizonte que <strong>de</strong>safia os imobilismos.<br />

Quinta, 14 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2013<br />

Reflexões em torno da <strong>renúncia</strong> <strong>de</strong> <strong>Bento</strong> <strong>XVI</strong><br />

Faustino Teixeira, professor do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciência da Religião, da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora – UFJF, comenta a <strong>renúncia</strong> <strong>de</strong> <strong>Bento</strong> <strong>XVI</strong> e as<br />

perspectivas para a Igreja.<br />

Muita complexa a situação da Igreja Católica Romana (ICAR). Lemos hoje, 13/02/2013, na FSP,<br />

em reportagem <strong>de</strong> Patrícia Britto, que o car<strong>de</strong>al Cláudio Hummes, arcebispo emérito <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

Paulo (e que participará do próximo conclave) sublinhou que “dificilmente o papa que substituirá<br />

<strong>Bento</strong> <strong>XVI</strong> mudará a forma como a igreja lida com temas consi<strong>de</strong>rados polêmicos” e “que será<br />

difícil simplesmente dizer sim àquilo que é proposto pela socieda<strong>de</strong> ou pelos legisladores”. Essa<br />

é, infelizmente, a cantilena que sempre estamos a ouvir por parte <strong>de</strong> segmentos da hierarquia<br />

atual. Uma dificulda<strong>de</strong> impressionante <strong>de</strong> ousadia e profetismo.<br />

Vale ressaltar algumas notícias dos periódicos internacionais sobre a atual crise no Vaticano, em<br />

particular as reflexões <strong>de</strong> Massimo Franco no Corriere <strong>de</strong>lla Sera. Na sua avaliação, o que<br />

assistimos hoje é o “sintoma extremo, final, irrevogável da crise <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> governo e <strong>de</strong><br />

uma forma <strong>de</strong> papado”. E fala da <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> uma igreja-instituição que em poucos anos passou da<br />

condição <strong>de</strong> “mestra <strong>de</strong> vida” para “pecadora”, <strong>de</strong> “ponto <strong>de</strong> referência moral da opinião pública<br />

oci<strong>de</strong>ntal, a uma espécie <strong>de</strong> 'acusada global`, agredida e pressionada por segmentos<br />

diversificados.<br />

Clovis Rossi chega a falar em sua coluna na FSP <strong>de</strong> uma “guerra civil no Vaticano”. E o filósofo<br />

italiano Gianni Vattimo, em seu blog – reproduzido no jornal Il fato quotidiano (13/02/2013) –<br />

sublinha que a <strong>de</strong>missão era a única coisa que um papa po<strong>de</strong>ria seriamente fazer. Ele acrescenta<br />

que se Jesus vivesse hoje entre os seus pseudo-sucessores “abandonaria imediatamente o

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