TECER, “TER SIDO”, TECENDO LEITURAS1: AS EXPERIÊNCIAS ...
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eferência para o desenvolvimento de outras ações desejosas pela formação de<br />
leitores proficientes.<br />
É válido esclarecermos que a construção do PTL advém da análise feita pela<br />
SEC dos resultados das avaliações que, nas últimas décadas, constataram o não<br />
avanço da proficiência leitora dos alunos da escola pública estadual, na região do<br />
Nordeste e, conseqüentemente, na Bahia. Dados do Sistema Nacional de Avaliação<br />
da Educação/SAEB/2003 mostram que apenas 1,88% dos alunos da rede estadual<br />
da Bahia, que estão cursando a 4ª série, apresentam um nível adequado de leitura.<br />
Somente 5,83% dos que cursam a 8ª série e 3,23% dos que cursam o Ensino Médio<br />
estão em um nível mais avançado, mas, ainda assim, distante do que se espera de<br />
leitores nesses níveis de ensino.<br />
Outros dados regionais e locais geraram preocupação para a SEC/BA, entre<br />
eles destacam-se: o precário domínio da leitura dos alunos do Ensino Médio,<br />
comprovado pelos resultados do ENEM 2001/2002, os quais comprovam um número<br />
ínfimo de leitores com competência para a compreensão dos textos propostos pelo<br />
instrumento avaliativo analisado; apenas cerca de 13% revelam ser leitores que se<br />
apropriam das pistas apresentadas e constroem sentidos para os textos lidos. O<br />
restante permanece com o desempenho entre insuficiente e regular, o que incita o<br />
desejo de mudança e necessidade de uma intervenção urgente; também o baixo<br />
nível de proficiência dos alunos do Ensino Fundamental na Bahia foi fator de<br />
preocupação, isso porque 59,6% dos alunos da 4ª série e 59,7% da 8ª série<br />
encontram-se no parâmetro abaixo do desejado para estas séries, comprometendo<br />
a inserção desses alunos em uma sociedade leitora que exige, a cada dia, um alto<br />
domínio das práticas leitoras nas diferentes modalidades e na multiplicidade de<br />
suportes de leitura.<br />
Diante dessas constatações, a SEC, via Superintendência do<br />
Desenvolvimento da Educação Básica (SUDEB), lançou mão desse projeto que, em<br />
rede, “simboliza o movimento de construção de ações de formação continuada de<br />
leitores.” (MACHADO; SILVA et al, 2004, p.10) E, por se entender que o ato da<br />
leitura é via de acesso a qualquer tipo de conhecimento, de aprendizagem, os<br />
produtores do projeto elencaram com um dos principais objetivos do PTL o<br />
envolvimento de todos os professores das escolas que serviram de campo de<br />
atuação. Assim, as atividades não foram desenvolvidas apenas com os professores<br />
de língua portuguesa, fato que geralmente acontece nas escolas, isso porque ainda<br />
existe um equívoco no entendimento de que só trabalha com leitura o professor de<br />
Língua Portuguesa. Na escola, infelizmente, ainda não se compreendeu que o<br />
domínio do conteúdo trabalhado nas disciplinas curriculares só se concretiza e se<br />
efetiva, verdadeiramente, por meio da leitura compreensiva.<br />
Dessa forma, o processo de formação leitora no PTL concatenou as múltiplas<br />
áreas de conhecimento, o que possibilitou uma maior integração dos professores<br />
que atuam, muitas vezes, com diversas disciplinas, pertencentes à faixa etária<br />
heterogênea, bem como diferentes níveis de escolaridade, nos três turnos da escola.<br />
O intuito era que todos os docentes pudessem se qualificar para acessar, com<br />
competência e autonomia, as múltiplas linguagens, nos mais variados suportes<br />
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