TECER, “TER SIDO”, TECENDO LEITURAS1: AS EXPERIÊNCIAS ...

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Nas impressões um toldo tecido por todos: avaliação das professoras, diretoras e coordenadoras pedagógicas “O projeto foi ótimo por possibilitar a aprendizagem de novos conhecimentos, de convivência com outras pessoas, além de possibilitar um novo olhar sobre a leitura, mais crítico, atento...”(Professor F) “Pudemos construir um melhor gosto pela leitura. O projeto promoveu a integração das professoras; a oportunidade de analisar e interpretar leituras;”(Coord.Pedagógico A) “a capacidade da mediadora em orientar; acolhimento da direção da escola foi muito bom.”(Professor B) “A oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos na universidade. Incentivo às diversas leituras. “ (Coord. Pedagógico D) “A atividade campo, ou seja, a visita à 7ª Bienal de Arte do Recôncavo possibilitou mostrar a importância da leitura da arte para a (re)construção de conceitos e valores conosco e com os alunos. Houve valorização da cultura regional.”(Diretor B ) “O tempo foi curto, por demais.”(Professor A) “Houve certa indisciplina de alguns alunos nossos nas oficinas. Mas pudemos perceber que houve uma mudança na concepção de leitura de nossos alunos.”(Professor C) Avaliação dos alunos-monitores da graduação na UEFS “Nós, alunos monitores aprendemos a perceber a leitura de uma forma mais ampla, rica e interessante”. “(Aluno-monitor H)”. “Hoje sabemos que a leitura já não só de material escrito”. “(Aluno-monitor N)”. ” “A experiência com o Projeto foi muito importante para a nossa formação, a vivência com os alunos de faixa etária diferente possibilitou um maior amadurecimento para uma prática futura;” “(Aluno-monitor G)”. “A intervenção feita por nós durante a as oficinas ampliou o aprendizado adquirido.” (Aluno-monitor F) “Destacamos a riqueza do material disponibilizado pela SEC/DIREC UEFS e escola para ser usado por nós, tudo foi muito importante.” (Aluno- monitor L ) Avaliação da coordenadora do projeto na UEFS “Acredito que um Projeto desse nível é muito importante para as professoras das diversas áreas de conhecimento, como foi o caso. Este fato inédito foi de elementar singularidade, pois os pensamentos, idéias, crenças, discussões ficaram mais significativas e traduziam um arsenal de concepção sobre a leitura, sobre a leitura de quem somos que fazemos diante do mundo, a que adotamos para nós e a que vinculamos para os outros e os nossos alunos. Além disso, a participação da direção e das coordenadoras (o pessoal de apoio: porteiros, merendeiras, motoristas da UEFS, Coordenação geral...) facilitou muito o trabalho, pois tivemos total apoio.Os debates, a construção de idéias, os esclarecimentos e posicionamentos apresentaram um leque de oportunidades para aprofundar a concepção de leitura e tratar a leitura como fonte de aprendizagem em todo momento, em toda aula, em todas as circunstâncias. Por isso e muito mais, valeu a pena.” ( M.H.B.) 8
As (in) conclusões: o que foi “ter sido/tecido” Não podemos dizer que tudo foi maravilhoso, perfeito. Tivemos uma série de dificuldades. Entre elas, elencam-se: a ausência de alguns alunos monitores, nos dias das oficinas. A falta de alunos da UEFS para realizar as oficinas na escola o que prejudicou o trabalho; por causa disso, houve a junção das turmas, o que não facilitou o andamento das oficinas; a evasão quase total de alunos e professores em alguns encontros; os atrasos significativos para o início das atividades, pela não pontualidade de alunos e professores, o que consideramos como que certa resistência para o tipo de atividade que estava sendo vivenciada, fato compreensível, já que a dinâmica da escola, nos dias das oficinas, era totalmente modificada. Sentimos também a resistência de alguns coordenadores e diretores; tal postura pode ser constada pela forma como éramos recebidas e como a escola preparava os alunos para a vivência do projeto. Isso mostrou a falta de entrosamento entre os participantes (em algumas escolas) do projeto. Consideramos também que o tempo da intervenção foi muito pequeno, apenas dois meses de formação. Houve ainda um grande o desgaste físico, pois as oficinas eram realizadas nos dois turnos. Contamos, em todas as oficinas, com a indisciplina e falta de desejo de participar de alguns alunos. A indisciplina foi entendida por nós, também, como forma de resistência, Muitos resistiram de tal forma que chegavam a ser indelicados com os alunos-monitores e diziam: “não gosto desse tipo de atividade, prefiro aula normal, por isso converso e bagunço”; (Aluno C ) “Se não for para nota não vou fazer”; (Aluno J ) “Quando vamos começar a aula de verdade?” (Aluno T ) “Isso vai cair na prova? Então não vou participar!” ?” (Aluno G ) “Não gosto de ficar fazendo essas bobagens de ler, ler, ler... vou para casa” (Aluno D ) Mas também tivemos testemunhos de alunos que ressaltavam a importância das oficinas para a mudança de postura diante o ato de ler. As discussões com os alunos que participavam eram proveitosas e relevantes. Sentimos que deixamos muitas sementes plantadas, “muitos gritos foram lançados a tanto outros galos”. Dizemos isso porque, alguns pais chegaram a ir à escola para verificar o que estava acontecendo diante do entusiasmo dos filhos para a participação nas oficinas. Para nós, ficou visível o tratamento dado à leitura no dia a dia das escolas. A leitura é vista somente como cumprimento da atividade escolar, de preferência como atividade avaliativa. Percebemos que os professores que não ministram aulas de Língua Portuguesa não priorizam o ato de ler como momento de prazer, é meramente uma atividade escolar. Assim, as leituras dos textos, nas aulas de História, Geografia, Matemática, Filosofia e outras são consideradas atividades chatas e desinteressantes. A responsabilidade de fazer leitura por prazer e ludicidade é apenas do professor de Português. Fato mais agravante, para nós foi que, poucos são os professores de Língua Portuguesa que fazem leitura de textos literários, por considerarem que tal ação atrasa os conteúdos de gramática. 9
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