TECER, “TER SIDO”, TECENDO LEITURAS1: AS EXPERIÊNCIAS ...

oportuno registrar que está cada vez mais comum o uso do texto literário presente
em suportes que fogem aos textos específicos a este gênero. Nos textos
publicitários, nos textos dos livros didáticos (de todas as disciplinas), nas
dissertações e teses acadêmicas, os textos poéticos chegam para mobilizar os
possíveis sentidos a serem construídos. Isso porque já não concebemos mais a
apropriação dos conteúdos, na esfera cognitiva, sem o desenvolvimento dos
conhecimentos no aspecto afetivo, pois, muitas vezes, o domínio do cognitivo é
desencadeado por questões ligadas à sensibilidade e ao entendimento das relações
simbólicas afetivas.
Nesta direção, as leituras e discussões dos textos apresentados
contemplaram a produção e análise de situações sócio-comunicativas voltadas para
todas as áreas do conhecimento. Por isso, as atividades que foram desenvolvidas
enfatizaram a leitura dentro da perspectiva interdisciplinar, possibilitando o contato
maior com as diversas áreas do conhecimento e a heterogeneidade de textos
literários e não literários. Destacamos a necessidade de compreendermos a leitura
como um canal de interconexão entre os mais variados campos de conhecimento.
Os conteúdos priorizados foram: a concepção interativa de leitura e seus
desdobramentos nas práticas leitoras; os objetivos e estratégias de leitura, entre
outros.
Nas oficinas Leitura e Cultura de massa o tema principal foi “A leitura e os
meios de comunicação”. Foram problematizadas questões sobre a indústria cultural,
cultura de massa, cultura popular, cultura erudita, literatura de massa e o uso desses
materiais de leitura nas escolas. Foram objetivos dessas oficinas: contextualizar a
literatura de massa a partir do surgimento da indústria cultural; definir a peculiaridade
da literatura de massa; estabelecer as relações entre a literatura de massa e a
literatura erudita;caracterizar as várias manifestações da literatura de massa;propor
alternativas metodológicas para o trabalho com a literatura de massa em sala de
aula.
As discussões centralizaram-se sobre a leitura além das palavras – a
leitura do implícito, a postura do leitor diante dos textos que são veiculados pela
mídia, bem como o papel do educador no afinamento da prática de leitura dos
estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, pela escolha dos materiais
de leitura adequados ao gosto da classe, ampliando esse gosto, gradativamente,
com a diversidade textual oferecida.
Alguns conteúdos foram priorizados, entre eles estavam: a cultura de massa e
a indústria cultural; a literatura de entretenimento e a proposta da cultura de massa;
as mais conhecidas manifestações da cultura de massa como os quadrinhos; a
telenovela; as revistas de fofoca. A centralidade dessa oficina deu-se na
possibilidade de ampliar horizontes de expectativas dos alunos e professores, no
sentido de fomentar uma postura crítica diante dos suportes que são diariamente
veiculadas nas diversas instâncias sociais. Considerou-se, portanto, a literatura de
massa como elemento de formação do leitor que pode, desde a infância, ser
utilizado pela escola nos programas de leitura.
7